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Fórum de Mitologia Grega baseado em Percy Jackson e os Olimpianos e Os Heróis do Olimpo!


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Φ Jack lin Frost

Φ Jack lin Frost
Filho(a) de Áquilo
Filho(a) de Áquilo
> Nome da narração: O Arauto dos Lobos, Capítulo 1 - A Casa dos Lobos
> Objetivo da narração: Chegar à casa de Jack
> Quantidade de desafios: 2
> Quantidade de monstros: 0
> Espécie dos monstros: Uma ninja, um pai bolado.


Capítulo I
Encarei o trio à minha frente. Carter, Bonaparte, Blakey. Três novatos da Primeira Coorte, que tinham ido até ali para treinar comigo. Como Centurião, era meu dever ensiná-los a lutar, é claro, e cá para nós esta é uma responsabilidade e tanto.  Cada um segurava nas mãos uma espada de madeira. O normal seria usar lâminas de verdade, mas meus costumes eram diferentes. Não iria exigir que os pobres coitados se mutilassem logo em seu primeiro mês de treino.

-- Agora, vocês me atacam – Falei com calma. Pela terceira vez.

Eu também carregava comigo uma espada de madeira, levemente recurva, como as katana que eu estava acostumado a usar. Os garotos apenas me observaram, e suspirei profundamente quando Carter coçou a cabeça.

-- Ok – Falei, por fim – Se vocês não atacam, então eu faço isso.

Avancei com agilidade, me enfiando entre os três guris. Fiquei satisfeito ao ver Bonaparte reagir e tentar me atingir com a espada. Filho de Belona, afinal. Mas ainda foi lento. Evitei a lâmina do garoto e chutei Carter no peito, jogando-o para trás, e girei para longe do segundo ataque do filho de Belona, acertando Blakey na testa durante o giro. O garoto recuou, caindo de costas enquanto eu usava a minha espada para aparar a do último de pé. Sorri para ele, que parecia satisfeito, e recuei enquanto ele balançava a espada com felicidade. Como todos os filhos da Guerra, o garoto era bom. Daria um bom legionário mais tarde, porém até então seus movimentos eram exagerados e cheios de abertura.

Desviei de um ultimo ataque com a espada e chutei sua perna esquerda, fazendo-o cair de joelhos. Com a palma da mão, acertei a parte de trás de sua cabeça, jogando-o para a frente, de cara no chão. Finquei a espada de madeira na terra e bati as mãos.

-- Bem, acho que deu. Carter, Blakey... Por Marte, pelo menos tentem!
-- Mas é impossível! – Protestou Carter, se levantando.
-- Carter – falei – você é um filho de Quione. Assim como eu. Tudo o que eu posso fazer, você também pode, se quiser.

Ergui a mão, fazendo um cubo de gelo surgir e flutuar acima dela. Com um aceno, fiz a pedra voar até Carter, que ergueu a mão e assumiu o controle do gelo flutuante. Ele o encarou por alguns segundos, e então assentiu para mim. Sorri, acenando de volta com a cabeça, e levantei Bonaparte com um puxão.

-- Muito bom – falei – continuamos depois. Treinem sozinhos, por enquanto. Eu quero ver sangue pintando esta grama, entenderam?

Peguei a minha espada de madeira e me dirigi para os recintos da primeira coorte, acenando e cumprimentando amigos no caminho, e me joguei com satisfação em minha cadeira, atrás da mesa, quando cheguei a meu quarto privado. Uma das vantagens de ser Centurião... Algum conforto, para compensar o trabalho extra. Não era ruim, afinal. Me deixei encostar na cadeira e relaxar por um momento. Era dia 20... A manhã seguinte seria o solstício de Verão, e eu, como sempre, estaria indo para minha casa. Minha terra natal, Oregon ... Rever meu pai. E toda a família, o clã, o lugar conde cresci... Suspirei novamente. Era sempre um momento de felicidade e tensão. Minha relação com meu pai sempre fora amistosa. Ele havia me ensinado parte do que eu sabia sobre o manejo de espadas, mas... Me criara apenas para ser um sucessor. Um herdeiro. E não ficara nada feliz quando eu decidi ir para o Acampamento Júpiter. Ele havia crescido no mundo lá fora, como filho de Mercúrio, e era um semideus experiente. Não éramos os únicos com sangue divino em nosso clã... Mas eu gostava dali. Precisava fazer minhas próprias escolhas, seguir o caminho da minha própria espada.

Levantei-me, e fui tomar um banho. A noite chegava, e eu tinha de arrumar minhas coisas para a viagem da manhã seguinte. Bem... Era o que eu planejava. Já estava apenas de cueca quando Thalia entrou no quarto como se fosse a dona do lugar. Como sempre. A garota parou quando me viu parado com uma espada de madeira, uma toalha e um sabonete em mãos, e pude sentir que ela estava quase corando.

-- Não gostaria de me acompanhar? – Perguntei, sorrindo.
-- Cale a boca, frost! – Falou ela, agora definitivamente corando. Seus cabelos mudaram do castanho para o lilás em alarmante velocidade – Eu vim lhe entregar isso.

Ela estendeu um pergaminho enrolado, e o sorriso sumiu de meu rosto quando reconheci o tom rosado e a marca de gota que selava o papel. A marca de uma gota com três traços riscando-a, como garras. Ame no Õkami. Lupi Pluvia... Chuva de Lobos. O nome da casa de meu clã. Agarrei o pergaminho e olhei de volta para Thalia, que agora estava tão séria quanto eu, parecendo sentir a minha tensão. Seus cabelos mudaram de cor de novo, de forma hipnotizante, assumindo um tom calmo de cinza, quase tão claros quanto os meus cabelos brancos.

-- Um lobo trouxe isso amarrado ao pescoço. Eu não soube bem o que fazer, mas... Sowyne me disse para entregar a você. O lobo só descansou quando eu lhe disse que entregaria... E então sumiu na floresta de novo, e... é isso.

Olhei novamente para o pergaminho. Eu estava indo para casa na manhã seguinte. O que seria urgente o suficiente para meu pai enviar um mensageiro menos de um dia antes?

-- Ok, Thalia. Obrigado.

Ela acenou e saiu do quarto, deixando-me sozinho e nervoso. Quase me assustei quando um floco de neve surgiu flutuando perto de meu olho. E outro após ele, como acontecia sempre que eu estava muito tenso. Suspirei profundamente, e deixei o pergaminho em cima da mesa. O leria depois. Antes, um bom banho....


Fiz bem em tomar o banho primeiro. Depois de ler a carta, eu não teria parado para ele. Enquanto corria colina acima com o pergaminho apertado na mão direita, as palavras nele escritas continuavam acesas em minha mente. Eles tomaram a Lucy. Levaram a minha, nossa pequena Lucy. Seja quem for, eu jamais os perdoarei. Se vier, venha para guerra. Se não estiver pronto, continue em seu Acampamento, e deixe que os verdadeiros Lobos cacem..
Lucy. Minha irmã... Morta. Por quem? Quem?

Irritado, saltei e voei a centena de metros que sobrava até a vila. Alí, olhei para todos os lados em busca de alguém, algum outro responsável, até que avistei Thalia. Voei até ela, caindo au seu lado e assustando a pobre filha de Plutão.

-- Mas que diab-
-- Thalia, escute. – A interrompi -- Eu estou partindo. Avise ao Saito. Não vou ficar mais apenas dois dias fora. Não sei quando... Ou se vou voltar. Entregue este recado, sim?

Ela me fitou atônita. Dentre todos os outros Centuriões, a filha de Plutão era a que eu mais simpatizava. Até treinávamos juntos. Assim como eu, ela havia vindo do Acampamento Meio-Sangue. Lutava como uma romana, mas também como uma Grega, e isso a tornava duas vezes mais perigosa, duas vezes mais versátil. E era também corajosa. Confiava plenamente nela.

-- Ok. Mas volte bem, e inteiro, Frost – Falou ela, séria.

Sorri para ela. Flexionei os joelhos, saltei e voei novamente, rumando em direção à cidade. Levava comigo apenas minhas katana, minhas roupas usuais e uma mochila com dinheiro e mantimentos para a viagem até o Sul, que devia durar cerca de 7 horas de ônibus. Minha sorte é que logo perto do Acampamento, próximo à entrada dos túneis, havia um ponto que ligava-se à inter estadual, onde consegui rapidamente embarcar em um ônibus até Oregon.

Durante a viagem não consegui pregar os olhos. Cada pessoa que entrava no ônibus era suspeita, e se afastavam assim que me olhavam. A vantagem de ser um romano criado por lobos: Você tem um olhar tão ameaçador quando o de um lobo, quando quer. A desvantagem de ser um romano criado por lobos: às vezes você exagera. Como conseqüência, as cadeiras próximas a mim seguiram vazias por toda a viagem, enquanto os demais passageiros lutavam para desligar seus arcondicionados, confusos. Tentei relaxar, afinal, o frio saia de mim, e não do sistema de refrigeração do veículo. Mas era difícil... Voltei a ler a carta sob a luz da lâmpada individual. A letra era de meu pai, inconfundivelmente. Em alguns pontos a tinta estava borrada, machada. Lágrimas? Meu pai chorando? Senti um frio na barriga. Isso só confirmava as palavras ali.

Na carta, ele contava as coisas que vinham acontecendo na ultima semana. Um de seus principais conselheiros fora encontrado morto. Em seguida, dois dos lobos e seus guardas. Eu pertencia a uma família antiga. Não exatamente poderosa ou rica, mas antiga, que dominava certo território de Oregon. Recheada de japoneses imigrantes, a cidade era uma pequena província tradicional fora do Japão, e seus costumes eram antiquados... A divisão de territórios era seguida à risca, e Às vezes embates surgiam aqui ou ali, por dinheiro ou influência política. Aparentemente, os concorrentes de meu clã estavam jogando um pouco baixo demais. Assassinato? Dentro da própria Casa do clã? E, dentre as vítimas, Lucy... minha irmã mais nova. Senti o peito arder com o pensamento de chegar em casa e não vê-la correndo em minha direção, a única que não fazia isso com uma espada em mãos, mas sim uma flor. Sempre uma lótus branca. Parecem seus cabelos, dizia ela. Brancos como a neve. Assassinatos, sumiços... alguém estava atacando nosso clã, e era assustador que não se tivesse pistas de quem se tratava. Meu pai era um filho de Mercúrio, afinal. Ardiloso, esperto, um exímio espadachim... No próprio clã havia outros semideuses, como ele. Ou eu. Ou descendentes de semideuses. Éramos um clã forte...

“Se vier, venha para guerra. Se não estiver pronto, continue em seu Acampamento, e deixe que os verdadeiros Lobos cacem.”. Como se vocês fossem mais lobos que eu, pensei. A esta altura as luzes avermelhadas de Oregon já se aproximavam, e levantei-me indo para a frente do ônibus. Agradeci o motorista ao saltar, e aguardei que o veículo se afastasse antes de saltar e voar pelo céu da noite, na direção do Oeste, onde ficava a minha Casa. Enquanto sobrevoava a cidade, fui vendo os pontos que eu mais gostava. Minha antiga escola... A praça que eu ia caminhar com Hegulos, um velho amigo. O antigo dojo que freqüentávamos... E, finalmente, mais à frente, grande e cercada por um terreno majestoso e pontilhado por outras construções, estava a sede de nosso clã. Tomava para si um espaço que devia ser equivalente a uns três quarteirões, onde pessoas moravam e viviam em harmonia... Ou deveriam, pelo menos. Ultimamente eu duvidava que harmonia fosse um adjetivo aplicável ao lugar.

Enquanto voava, tive uma sensação estranha. Um alerta instintivo, um aviso de perigo. Olhei para baixo em tempo de ver algo vindo em minha direção, e me joguei para o lado em tempo de evitar o borrão negro que passou por mim. Quando consegui me estabilizar no ar, virei-me para o que quer que fosse já puxando a bainha da katana da faixa do kimono, deixando-a pronta para o saque. Descrevendo um círculo no ar ao meu redor, estava uma estranha ave negra, montada por uma pessoa encapuzada e mascarada. A ave era tão grande quanto as águias gigantes do acampamento, e seu cavaleiro devia ser bem experiente, pois estava agachado em suas costas, segurando uma lâmina em uma mão e a ponta de uma corrente em outra. A única coisa que eu conseguia ver por trás de sua máscara com formato de crânio de corvo eram os olhos castanhos e brilhantes.

Por um minuto apenas nos encaramos, até que ele disparou a ponta da corrente em minha direção, e consegui evitá-la com facilidade voando para o lado. Em seguida, parti contra o mascarado a toda velocidade. Minha intenção era surpreendê-lo com minha agilidade, mas eu que acabei surpreso. O ninja, fosse quem fosse, saltou de cima da ave, deixado-me passar direto por baixo, e chutou-me nas costas. Rolei no ar, virando-me de volta bem em tempo de bloquear a ponta corrente com a lateral da katana, fazendo o metal retinir. Desviei novamente pra um lado, e girei no ar para evitar o bico do pássaro quando a dupla se aproximou. Aparentemente, eram ambos experientes em combate aéreo... Mas, por sorte, também era minha especialidade.

Quando o ninja disparou a corrente pela quarta vez, eu a golpeei com a katana, fazendo a corrente enrolar-se na lâmina, e segurei com firmeza, puxando com toda a força. A corrente se soltou da mão do ninja, ficando presa apenas ao cabo da adaga na outra mão, e ele se esforçou para puxar de mim. Eu, porém, estava suspenso no ar por minha própria vontade, enquanto ele estava sobre um animal. Com mais um esforço, arranquei a adaga e corrente de sua mão, deixando-o – aparentemente – desarmado.

-- Ok, agora chega. Quem é você? – Perguntei enquanto o ninja me circulava.

Ele me encarou por mais alguns momentos. Então avançou novamente contra mim. Suspirei. Àquela altura, já estava cansado e impaciente. Atacado antes mesmo de chegar em casa... Paciência. Movi-me para o lado a toda velocidade, confundindo a visão do maldito ninja. Em meu lugar, parado no ar, deixei uma impressão falsa minha. Movimento Fantasma sempre fora uma das minhas especialidades...

Circulando o ninja enquanto ele focava o falso-eu, eu chutei sua cabeça com toda a força, lançando-o para fora das costas do corvo, e lancei-me atrás dele em queda livre. O grito do cara me alertou de que se tratava, na verdade, de uma mulher. Deixei que ela caísse e se aproximasse do chão. Duzentos metros... Cem... cinqüenta... Lancei-me e agarrei-a pela cintura, reduzindo a velocidade até que parássemos no ar, meus pés flutuando a dez centímetros do chão. Larguei a mulher ali. Sua máscara havia caído quando chutei seu rosto, e agora eu podia vê-lo com tranqüilidade. Os traços orientais estavam surpresos. Sua testa sangrava, e em cada bochecha o desenho de uma lua negra chamava a atenção.

-- Agora, você já pode se acalmar e me dizer quem é você. – Falei com calma, enquanto a expressão dela mudava de surpresa para raiva e até mesmo medo.

-- Eu acho... que não – Falou ela. A mulher olhou para cima, e recuei quando vi sua ave descendo do céu sobre ela, mergulhando diretamente contra sua cabeça em um ângulo de 90º.

Pensei que a ave estivesse louca, mas quando ela atingiu a garota, se desfez em fumaça e sombras, envolvendo-a e... sumiu. Ambos, garota e pássaro, desapareceram nas sombras diante de meus olhos. Aquilo, definitivamente, era algo válido de se ter visto. Alcei vôo e m direção à Casa.

Quando pousei nos jardins, pude sentir o aroma das flores. Ouvir o som do pequeno córrego que corria ali, e das chamas das tochas nas pedras crepitando.

-- Jack? – Falou uma voz atrás de mim, e quando me virei dei de cara com Shisui, um dos guardas do clã.

Shisui é um cara legal. A pele morena, o rosto fino e os olhos castanho-escuro alertas. Bem humorado e inteligente, era um dos melhores espadachins de nosso Clã. E também o maior bebedor; Ninguém jamais o havia vencido em uma competição de Quem-bebe-mais-run. Meu pai tinha uma teoria de que ele era descendente de Baco, e eu não duvidava nada que fosse mesmo.

-- Shisui – Falei, sorrindo e abrindo os braços – Meu irmão.

Trocamos um breve abraço. Além de ser como um irmão, ele era também um dos meus antigos colegas de treino. Apenas 4 anos mais velho, ele havia, inclusive, ensinado-me um pouco cobre o uso das espadas.

-- Eu pensei... Pensei que só viesse amanhã, no solstício!
-- Sim, mas... Recebi uma carta de meu pai, e adiantei-me. Pelo visto, as coisas aqui não andam muito bem, não é?

Ele torceu a boca.

-- Então você já sabe... É, não andam nada bem. Lin-sama lhe contou sobre... Sobre...
Ele não completou a frase, e não precisou. Lucy. Minha irmã.
-- Sim – Respondi, tentando permanecer inexpressivo, mas sentindo os olhos arderem – E onde está ele?
-- Bem aqui.

Foi meu pai quem respondeu. Quando me virei, não pude deixar de sorrir. O coroa continuava com a mesma aparência de sempre. Ou não... Começava a apresentar sinais de olheiras abaixo dos olhos. Aparentemente, aquela situação estava exigindo demais do velho Tobirama Lin. Mas ele ainda preservava seu charme. Os cabelos negros e longos estavam presos em um rabo de cavalo bem feito, como sempre. A barba, bem aparada. O sorriso irônico no rosto era o mesmo, e o olhar se mantinha firme. Na mão esquerda, trazia sua katana, Sangue de Lobo, embainhada.

-- Então, você veio – Disse ele. Eu não sabia dizer se o tom em sua voz era de satisfação ou desagrado – Isso significa que está dentro dos termos que eu falei, não é?

Ele bateu com a bainha da katana no chão e apoiou ambas as mãos sobre o punho da arma à frente do corpo. Imponente. Fechei os olhos e inspirei profundamente.

-- Me diga isso você mesmo – Respondi, puxando minha própria katana da bainha, encarando-o com o desafio nos olhos.
Tobirama Lin sorriu, satisfeito, e avançou em minha direção.



Mudando estilo de narração porque... Porque eu quis.



Os dois samurais se encararam por um breve segundo e, então, ambos desapareceram no ar, transformando-se em meros vultos por um milésimo de segundo, e no instante seguinte suas lâminas se chocaram furiosamente, enchendo o ar com o som de metal contra metal, bronze contra bronze. Tobirama cortou por cima, e sua espada foi desviada pela de Jack, que revidou girando o corpo e golpeando da mesma forma, apenas para ver seu pai desviar do ataque recuando o corpo. O mais velho voltou a avançar, desferindo golpes cada vez mais ágeis com sua katana; Cortou pela direita, esquerda, perfurou em cima e em baixo, mas ficava cada vez mais surpreso ao ver o filho evitar cada investida que fazia, desviando-as com a própria espada ou esquivando o corpo. Aparentemente Jack havia crescido no ultimo ano, e muito.

Jack, por sua vez, estava mais que centrado. De fato; Havia evoluído muito neste ultimo ano. Havia dominado quase por completo os ensinamentos do Caminho da Espada do estilo Ogame. Os movimentos de seu pai estavam desacelerados. Se fosse outro oponente, mover-se-iam em câmera lenta, mas não seu pai... tudo o que Jack conseguia fazer era retardá-los em sua mente o suficiente para que pudesse evitá-los. Mas estava feliz por conseguir isso.
O filho de Quione desviou de uma estocada com um giro do corpo e se ergueu no ar com seus calçados alados, chutando o pai no peito. Lin recuou, surpreso, e ergueu a katana em tempo de bloquear a lâmina que ia contra seu rosto. Jack havia sacado sua segunda katana, Ventania, e agora os ventos se agitam junto com a lâmina.

A batalha seguiu cada vez mais feroz. A esta altura o choque das lâminas havia chamado a atenção de metade da Casa, e o número de espectadores continuava crescendo. Por fim, o embate chegou ao fim. A experiência se mostrou superior; por enquanto.

Jack girou e desviou da lâmina de seu pai pela milésima vez, tentando golpeá-lo com a segunda katana. Por um momento, pensou ter conseguido; Viu a ponta de sua espada perfurando o peito de Lin. Mas então a imagem se desfez, e ele percebeu que era apenas o vulto do homem parado ali. Saltou para trás na mesma hora, mas não foi rápido o suficiente, e sentiu algo atingi-lo com força nas costelas, jogando-o contra a parede do Dojo, que ruiu sob a força do lançamento.

Quando abriu os olhos, Jack estava no chão, com a lâmina do seu pai a centímetros de seu nariz. No rosto, o homem carregava um sorriso mais que satisfeito.

-- Você melhorou, meu filho. Você está pronto, sim.




Jack estava sentado de pernas cruzadas diante da mesa onde ele e os conselheiros de seu pai jantavam. Tobirama havia requisitado uma reunião logo que ouviu o filho lhe contar sobre o ataque que havia sofrido quando chegava na Casa.

-- .. então, ela simplesmente desapareceu nas sombras, junto com sua ave – Concluiu Jack, contando aos demais o que havia acontecido.
Os quatro homens e a mulher ali presentes refletiram por um momento.
-- Uma fênix das sombras – Falou a mulher – Não consigo pensar em outra explicação. Mas que clã de Oregon possui posse de tal criatura?

Jack a conhecia bem. Nora Lin, sua madrasta. Jack a admirava, apesar de tudo. Não era uma samurai, mas era uma guerreira à sua própria forma. A mulher carregava no rosto as olheiras do choro contido e a cicatriz que ganhou ao tentar salvar a filha, minha irmã Lucy, dos assassinos que lhe tomaram a vida. Impotente, tudo o que pode fazer fora confortar a garota até que a morte lhe levasse para sempre. Sedenta por vingança, dava tudo de si para descobrir quem tomara sua pequena.

-- Talvez os clãs do norte. Todos sabemos que possuem sua cota de criaturas mágicas. Possuem inclusive uma fênix das chamas! O que os impediria de ter também a fênix negra? – Perguntou Shisui, que também estava presente.
-- Não é simples assim – Falou meu pai – Este é o pensamento normal que qualquer um teria, e para o verdadeiro culpado seria muito conveniente se simplesmente atribuíssemos a culpa aos clãs do norte por seu histórico de posse de criaturas místicas.
-- Ela tinha luas pintadas no rosto – Lembrou Jack – Algum clã possui tal marca?
-- Não que eu lembre – Completou Lin.
A reunião prosseguiu cheia de especulações. Jack olhou para o lado de fora, onde os ventos sopravam, frios. Suspirou, cansado, e o gesto não passou despercebido por seu pai.
-- Ok. Por hoje, chega. Agradeço a presença de todos, e peço que continuem pensando sobre o assunto. Liberados.
-- Hai – Responderam em uníssono, e começaram a se levantar e sair, com exceção de Nora e Jack. A mulher sorriu para o garoto, que retribuiu.
-- Você cresceu, Jack – Falou ela – Tornou-se um homem belo. Sua irmã... Ela sentia sua falta.
O pesar tomou conta de sua voz. Ela respirou fundo enquanto Tobirama a puxava com um braço para perto de si.
-- Obrigado por ter vindo, Jack. Fico satisfeito que tenha evoluído, mas... Me preocupa que esteja aqui. Espero que entenda. Todos estão temerosos, a situação não está nada boa para nós...
-- Não se preocupe comigo, pai. Eu sei me cuidar. Não preciso mais de sua proteção, ou da de Shisui. Sou o Centurião da Primeira Coorte de Roma, e se eu não puder cuidar de meu próprio nariz, então não honro as espadas que carrego. Vim aqui para ajudar, não para lhe dar mais trabalho.

O homem ergueu a cabeça, olhando para o menino à sua frente. Dentro dele uma pequena batalha era travada. Seu único filho homem... O primogênito... Abandonou a Casa para seguir seu próprio caminho em Roma. Centurião... Nada mal, pensou. A pesar de ter suas próprias batalhas para travas em sua nova vida, Jack viera às pressas para a Casa socorrer sua família, mesmo que não tivessem pedido ajuda. O garoto não tinha esquecido suas origens, e isso agradava o samurai. Ele sorriu.

-- Centurião, hã? Hahahahaha! Nada mal, nada mal. Confio em você então, meu filho. Agora, vá descansar. Seu quarto ainda é seu, e esta casa ainda será sua enquanto quiser.

Jack sorriu e inclinou-se, fazendo uma mesura ao pai. Sorriu para Nora e levantou-se, saindo do lugar. Lá fora, a neve começava a cair. Jack dobrou na esquina e caminhou por vários corredores até parar à frente de uma porta dupla. Como todas as outras, era feita de papel de arroz e madeira, decorada com lobos e espadas. O garoto a abriu com cuidado, e observou o interior do recinto. Sua cama. Sua mesa. Sua primeira espada de madeira presa à parede. Seus brinquedos de criança. Não pode deixar de sorrir ao ver tudo aquilo de novo.

-- Lar, doce lar...

Jogou-se na cama, com kimono e tudo, com as espadas ainda presas à cintura, e cedeu aos encantos de Hipnos.



Sempre considerar::
#1

Poseidon

Poseidon
Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
Concluído!


Muito bom menino Jack. Aguardo a continuação.

Exp a Receber: 2300

-A OP só será att quando você sair de sua narração atual. Peça para o deus responsável pela missão para att isso aqui junto quando a atual acabar-

#2

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