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por Scarlet Mason 24/07/17, 03:09 pm

Scarlet Mason

Scarlet Mason
Filho(a) de Bóreas
Filho(a) de Bóreas
Ω Nome: Scarlet Johanne Smirkov Mason
Ω Idade: 21
Ω Aparência: 1,73m de altura, esguia, com um sinal de nascença que vai do punho direito ao meio das costas. Ela toda é cheia de pequenos nevos que vêm invariavelmente em grupos de três. As pontas de seus dedos e nariz encontram-se permanentemente gelados, assim como o tórax. Curiosamente, apenas o centro de seu peito é quente. Alta, ruiva e de olhos muito verdes e pele muito branca, Scarlet sempre foi o tipo de garota que se destacava pela aparência em meio a tantos loiros de olhos azuis. Herdara essa aparência incomum da avó, Svetlana, uma eslovena que fugira dos maus tratos do pai alcoólatra ainda adolescente. Sempre tivera o porte atlético por causa da sua segunda maior paixão- Hipismo.De fato atraíra muitos olhares dos garotos nas poucas vezes que estivera fora do internato por causa do seu fenótipo exótico.
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Características Psicológicas:
Ω Humor: Scarlet Mason é uma garota problemática. Nunca foi bem aceita pelas suas companheiras do colégio interno высокасць Анастасія por ser “diferente”- não se comunicava com as pessoas, raro era que tivesse algum amigo. Preferia a companhia de livros, e com eles aprendeu a viver longe do mundo que nunca sentira ser realmente seu. Por isso passou a ser o que hoje se mostra; fechada (apesar de bem brincalhona se tiver confiança naqueles que a rodeiam) e com um apreço enorme pela vida nas páginas das histórias que seu pai lia para ela quando passava as noites de Natal em casa. Não era a melhor vida do mundo, mas era a única que conhecia. E era feliz com isso.

Ω Três Qualidades: Scar tem um coração genuinamente bom, apesar da fachada dura, e procura sempre estar ali pelos seus amigos. É bastante resiliente.
Ω Três Defeitos: Pode tornar-se muito ácida quando contrariada, e detesta dar satisfações. Muitas vezes acaba se expressando mal.
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Ω História:

Sempre fui uma moça bem comportada. Pudera, nas poucas vezes que era permitido que saísse do Internato eu invariavelmente acabava na companhia do meu pai, Johnatan, e das senhoras que tomavam conta da Biblioteca Municipal Jan de Czarnków. Era uma vida monótona e eu gostava disso. Passava dias inteiros entre milhões de livros, a salvo do mundo exterior. Eram raras as situações que sentia falta de pessoas- realmente, o contato com formas orgânicas de vida nunca fora o meu forte. Talvez porque não me sentisse aceita pelas outras meninas da escola ou simplesmente porque não fosse boa em fazer amigos- de qualquer modo, me sentia mais segura rodeada por papel e tinta do que por olhos e pensamentos.
 Mas por mais satisfeita que fosse com a minha vida, sabia que o meu pai se preocupava comigo. Preocupava-o a sua filha crescer sem nenhum amigo- e pior, sem nenhum namorado. Ouvia-o conversar com a sra. Koliev (bibliotecária-chefe da Jan de Czarnków e melhor amiga do meu pai) aos sussurros sobre o seu medo de que eu nunca encontrasse alguém que realmente gostasse. A maioria dos pais ficaria aliviada por saber que a sua única filha mantinha-se longe dos rapazes inconsequentes da cidade, mas não o meu. Preocupava-o que eu não socializasse com outros jovens da minha idade e não desenvolvesse uma vida normal; tinha medo que, assim como ele, entrasse em depressão e vivesse mais um dia apenas por obra dos remédios tarja-preta que tomava. Entendia-o e não podia culpá-lo. De fato ninguém de Minsk despertara os meus olhares- apenas uma vez, quando eu tinha 12 anos... Mas aquilo já fazia muito tempo e fora coisa de criança. Sentimento de verdade? Jamais. E o meu pai sabia disso.
 Nunca pensei que algo de extraordinário pudesse acontecer comigo- afinal,o que poderia ocorrer na vida de uma nerd branquela apaixonada por Carlos Ruiz Zafón? Nada, imaginei.
 Mas eu estava errada. Porque em uma noite, quando voltava para casa mais tarde que o normal por ter ficado na Biblioteca ajudando a sra. Koliev a catalogar os livros novos doados, encontrei o meu pai sentado muito ereto no sofá da sala com uma expressão mortífera no rosto. Seus olhos estavam duros, como se tivesse sido avisado que a terceira guerra mundial se iniciara. Sentei-me ao seu lado e toquei as suas mãos; estavam frias como as de um cadáver. Ajoelhei-me à sua frente.
- Pai? O que houve? O senhor está gelado.
Ele apenas me fitou por um instante, e na sombra do seu olhar pude perceber um homem cansado que desistira de lutar contra o mundo. Parecia velho, abatido, entregue. Suspirou pesadamente, como se muito lhe custasse puxar o ar para dentro dos seus pulmões asmáticos.
- Precisamos conversar, filha. Sobre a sua mãe.


Sempre adorei tempos chuvosos. Eram a melhor coisa do mundo para uma garota que não se importava em fazer o cabelo toda semana gostava de sentir as gotas de chuva descerem pelo seu rosto como o beijo de um alguém que nunca chegara a conhecer. Era o clima perfeito para enfiar-se debaixo das cobertas e ler O Jogo do Anjo até pegar no sono; tinha a aura de paz que fazia com que o mundo lá fora pedisse trégua e os problemas da vida esperassem até o sol voltar. Estava exatamente assim o tempo lá fora; o céu carregado de nuvens cinzentas parecia lançar um manto sobre todo o acampamento, envolvendo-nos com os seus braços nebulosos. Nada parecia se mover; até mesmo o relógio de coruja ao lado da minha cama parecia tiquetaquear mais lentamente.
  No entanto, apesar de toda essa calmaria, minha mente trabalhava incessantemente. Havia um zumbido no fundo da minha cabeça que dizia algo estar errado. Não conseguia me concentrar nos meus livros, muito menos no projeto de celular à prova de monstros que iniciara havia um mês e até agora não dera resultados satisfatórios. Sentia um tipo de eletricidade que arrepiava os cabelos da minha nuca e me fazia pensar que um monstro apareceria a qualquer momento.
 Por estar tão agitada optei por sair do chalé e dar uma volta no Acampamento. Poucos campistas andavam de um lado para o outro abrigando-se nos seus chalés, fugindo do mau tempo incomum. De fato era de se estranhar que as barreiras mágicas do acampamento tivessem permitido que nuvens carregadas adentrassem as fronteiras, mas foi o que passou. E ninguém parecia estar gostando disso.
 Perdida em pensamentos, meus pés acabaram por me levar à Arena. Estava completamente vazia (quem seria louco de treinar na chuva?), e as armas abandonadas no chão de terra batida pareciam os objetos de uma peça que nunca tivera o seu desfecho dramatizado. Caminhei entre escudos e espadas, absorta pelo sentimento de solidão que aquela imagem me trazia. Eu podia me imaginar como uma daquelas lanças- fina, lisa e totalmente esquecida. Inútil. Só.
 Um brilho prateado do outro lado da Arena me chamou a atenção. Não parecia ter vindo de lugar algum e sumira tão rápido quando aparecera. Por impulso peguei uma das espadas amontoadas no chão e um escudo que estava ao seu lado. Pé ante pé, fui me aproximando do local onde vira aquele fulgurar prateado. Não precisei me adiantar muito; ainda no meio do caminho percebi uma pequena figura se destacar das sombras que as colunas da Arena lançavam ao seu redor.
 Era uma garota pálida e esquálida duas cabeças mais baixa que eu. Mesmo à distância pude perceber que seus olhos eram muito azuis, quase brancos, contrastando com os cabelos pretos lisos que emolduravam o seu rosto fino. Era linda e não parecia ser muito mais nova que eu; dois anos de diferença, talvez. Imaginei que a luz prateada que vira antes pudesse ter sido o reflexo do seu vestido à luz fraca emitida pelo sol. Não parecia uma inimiga em potencial, mas mantive a mão firme na espada. Nunca se sabe. Garotinhas magricelas indefezas podem ser apenas disfarce para uma empousa venenosa mutante de três cabeças.
Sendo assim, não era de se admirar que eu estivesse uma pilha de nervos quando aquela garota deu dois passos na minha direção e sussurrou:
 - Scarlet Mason?- Sua voz era doce e ecoou por todo o lugar, reverberando nas paredes de pedra e me lançando um arrepio espinha abaixo- Eu estava esperando por você. Por muito tempo. Finalmente... Você chegou.
 Meu primeiro impulso foi perguntar do que ela estava falando, mas hesitei. Aquela garota fez com que algo dentro de mim se revirasse e viesse à tona. Mantive o escudo à minha frente, mas não fui capaz de fazer mais nada. Ela se aproximou mais um passo. Estávamos frente e frente agora. Podia sentir o frio glacial que emanava dela. Observava-me com seus olhos de safira resplandecentes, tão enigmáticos quanto os seus pensamentos. Estendeu a mão e acaricou o meu resto, deixando um fio de prata por onde tocava. Apesar do frio, seu toque me parecia morno, como o acalentar de uma mãe ao fazer o seu primogênito dormir.
 “Toda gente fala de neve com doze metros de profundidade, e do modo como o vento de gelo chega do norte uivando, mas o verdadeiro inimigo é o frio. Aproxima-se em silêncio, mais furtivo do que o Will. A princípio, estremece-se e os dentes batem, e bate-se os pés no chão e sonha-se com vinho aquecido e boas e quentes fogueiras. Ele queima, ah, como queima. Nada queima como o frio. Mas só durante algum tempo. Então penetra no corpo e começa a enchê-lo, e passado algum tempo já não se tem força suficiente para combatê-lo. É mais fácil limitarmo-nos a nos sentar ou a adormecer. Dizem que não se sente dor alguma perto do fim. Primeiro, fica-se fraco e sonolento, e tudo começa a se desvanecer, e depois é como afundar pacificamente num mar de leite morno”.*
 Antes que tivesse tempo de reagir ao que acabara de perceber, a garota me puxou para um beijo. Passou os braços pelo meu pescoço e beijou-me como se soubesse que aqueles eram os nossos últimos segundos de vida. Amassou-se contra o escudo e amarrotou a minha camiseta, tentando ter-me mais para perto de si. Sua aura congelante expandia-se, transformando tudo ao nosso redor em lascas geladas de frio cortante.
 Meus impulsos foram mais rápidos que eu. Assim que percebi o que acontecia girei a espada para cima e cravei-a em um ponto abaixo das costelas da menina. Doeu em mim, e ambas gritamos de desespero. Afastamo-nos depressa, as duas levando a mão ao ponto do ferimento. Mas apenas ela sangrava. A minha dor era apenas um reflexo moribundo do que ela sentira. Cambaleou para perto de mim, moribunda, e jogou-se aos meus pés pedindo com palavras em falso que a ajudasse. Eu queria ajudar. Mas percebera enquanto nossos corpos estavam unidos que a sua presença significaria a minha morte. Minha fria, cruel e lenta morte.
 Ajoelhei-me ao seu lado lendo na aflição de seus olhos que ambas sabíamos que aqueles eram os seus últimos segundos de vida. Gaguejou:
 - Lu... Luna. Não se esqueça. Não se esqueça...
 E fechou os olhos. Seu peito ainda subia e descia fracamente, em um desespero tímido de se agarrar à vida. Fiz o que me pareceu mais justo. Peguei a mão dela e desejei que fosse bem recebida no Mundo dos Mortos. Cravei a espada no seu coração. Um último grito de agonia e os seus lábios se calaram para sempre.
 Levantei-me. Já anoitecia lá fora. A chuva parara.

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