Luna Lovegood
- O negócio é o seguinte. - Falou Fiuk com os pés em cima da mesa enquanto comia uma fatia de Pizza. E com uma só mão mexia nas cordas do violão. Filhos de Febo tinham a estranha capacidade de tocar instrumentos das maneiras mais impressionantes possíveis, e aquele filho de Febo em especial fazia uma guitarra parecer um brinquedinho de criança. Apesar de ainda impressionar o fato de não saber se vestir direito, vivendo com os cabelos loiros igual ouro desajeitados, a camiseta do Acampamento Júpiter amassada e suja e uma calça jeans apertada. A única rouba bonita que vestia era o grande manto roxo de pretor. - Tem um cara, que quer a nossa ajuda, mas como pode ver estou muito ocupado. - Ele deu uma mordida na fatia de pizza e continuou falando com a boca cheia enquanto seus dedos dançavam entre as cordas metálicas do violão. - Ele talvez seja um semideus, e tá em Paris.
Ele tirou o violão de cima do corpo enquanto se aproximava de Luna Lovegood, a semideusa filha de Baco que havia sido invocada por ele para essa missão. Era estranho os Pretores motivarem tanto os semideuses a serem guerreiros esforçados e poderosos, treinarem sem cessar com suas lâminas de ouro imperial enquanto protegem a nova geração de crianças de Nova Roma. E mesmo assim, eram os dois garotos mais irresponsáveis do mundo mitológico.
- Pega isso aqui. - De repente sua expressão ficou séria quando ele entregou um amontoado de dinheiro mortal, devia ter uns mil dólares ali. Mas ele pegou a mão livre enquanto com a outra segurava o pedaço de Pizza. - Qualquer coisa, peça ajuda. Tem alguns legionários lá... Se cuida. Encontre ele na torre Eiffel.
A garota saiu da Princípia, e lá fora a noite abraçou seu corpo com um vento gelado de inverno. De repente, a morte passou a sussurrar em seus ouvidos.
Magnus Dare
Paris sempre foi a cidade do amor, mas ultimamente estava se tornando na cidade do silêncio. Na noite estrelada, todas as pessoas andavam com uma cautela estranha, olhando para os lados e se assustando ao mínimo sinal de barulho. Era um fato, o mundo estava em guerra. E não era algo mágico ou poderoso, era a humanidade encarando seu próprio obscuro e sujo reflexo, e todo mundo apressava o passo tentando chegar em suas casas. No ano passado, alguns ataques terroristas aconteceram naquela cidade e com frequência.
Magnus estava presente no último, ele viu as centenas de corpos empilhados em uma cafeteria enquanto o som de tiros voava assoviando por entre seus ouvidos. Jamais via tamanha crueldade, nem no cão negro que matou sua mãe e nem na vida nas ruas. Pois ele sabia que o verdadeiro cachorro andava ao seu lado, de pé e com armas em punho. A humanidade sempre foi a pior raça e ele sabia disso, precisavam de alguém para governar com mão firme. Não de líderes que cagavam e comiam às custas de seu povo e estavam pouco se fudendo pra quem morria na guerra. O mundo precisava de alguém justo, um guerreiro que protegia-os na escuridão. Seria Magnus esse homem? Ele não sabia, andava com frio em meio à chuva, com as poças do asfalto refletindo a luz solitária dos postes. Havia um carro ali e aqui, enquanto alguma pessoa passava com um guarda-chuva e um sobretudo de vez em quando. Mas qualquer um poderia sacar uma arma e atirar em sua cabeça a qualquer momento, e o garoto se tornaria apenas mais um cadáver. Mas havia recebido uma carta, minutos atrás para falar a verdade, ela agora estava molhada em seu bolso e talvez já não desse para lê-la novamente. Mas as palavras eram simples, e fáceis de lembrar. “Eu sei quem é você, e posso te ajudar. Espere durante a noite”.