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Hebi No Su  Empty Hebi No Su

por Saito Namikaze 02/03/16, 01:01 am

Saito Namikaze

Saito Namikaze
Filho(a) de Mercúrio
Filho(a) de Mercúrio
Formulário:
Nome da narração: Ninho da Serpente
Objetivo da narração: Criação da Facção Criminosa Hebi
Quantidade de desafios: Um.
Quantidade de monstros: Um.
Espécie dos monstros: Semideus.



Era noite de lua cheia. Diana brilhava com todo o seu esplendor nos céus americanos, enquanto Quione invadia lares com os frios ventos do inferno. Em nova Roma, famílias sentavam a beira de suas lareiras e contavam antigas historias de aventuras mitológicas. Aquele era um lugar feliz, um lugar onde os semideuses romanos podiam um dia finalmente alcançar sua plenitude. As pessoas dormiam sabendo que estavam sendo protegidas, e acordavam sabendo que estavam sendo bem lideradas. Senadores, Legionários e Pretores. Todos eles funcionavam como um sistema bem organizado e eficiente, trazendo a Nova Roma a gloria da Velha Roma.

No entanto, essa estrutura estava para ser abalada. De pé no alto do senado estava um homem encapuzado: Seu capuz tão negro quanto o reino de Hades, e em suas mãos uma lamina tão antiga quantos próprios deuses gregos.

Kusanagi, a espada matadora de dragões. Aquela lamina parecia vibrar, como se falasse, como se sentisse. De seu cabo se desprendia veias negras que seguiam em direção a mão de seu portador, se instalando abaixo de sua epiderme. Não era possível ver o rosto do homem, pois ele utilizava uma mascara negra de ninja.

Com um salto veloz, o homem parte do alto do senado em direção à Nova Roma. A Paz e plenitude estavam prestes a acabar. A primeira explosão não demorou a acontecer, lançando diversos corpos e detritos em todas as direções. O homem encapuzado retirava bombas de dentro de seu manto negro, despejando com velocidade e precisão em locais estratégicos da cidade. Antes que os legionários pudessem se organizar para a batalha, seu quartel já estava em frangalhos. Esmagados dentro de sua própria base, os semideuses tentavam respirar, ansiavam por buscar oxigênio e salvar suas vidas de uma morte tão humilhante. Crianças choravam, pais gritavam e todos tentavam compreender o que estava acontecendo.

--SIM! DESTRUIÇÃO! – Disse uma voz.

Era discórdia? Não. A voz da deusa do caos era diferente, feminina e demoníaca. Essa era diferente. Soava como um dragão maligno contente com todo o medo e sofrimento que causava. De repente, uma flecha brilhante e dourada rasga o céu e atinge o homem, derrubando-o no chão.  

--Eu sempre senti a tração em você. – Era a voz do pretor.

O loiro posicionou uma flecha de ouro no cordel de seu arco, puxando-o ate que fosse ouvido o conhecido “click”. A flecha brilha intensamente, ganhando um poder magico capaz de punir aqueles que se colocam contra Roma. O Primeiro pretor estava pronto para o combate, pronto para proteger sua cidade. Onde estava o segundo?  

A seta dourada rasgou o céu girando varias vezes no próprio eixo. Sua velocidade era assustadora, e seu poder surpreendente. Um ataque daquele tipo seria indefensável e quase impossível de esquivar, o algoz encapuzado de Nova Roma seria morto. A Flecha empurrou seu corpo por muitos metros, ate que o homem colidisse junto a um prédio, tombando toda a lateral da estrutura. Fiuk abaixou o arco.

--Você não entende. – Ele ainda estava vivo.

O Homem havia segurado a flecha apenas com a mão esquerda, como? O Medo e o pavor se instauraram na face do primeiro pretor. Seria aquele homem um demônio vivo?  O Encapuzado quebrou a flecha ao meio, enquanto saia lentamente dos escombros. Sua mascara havia sido destruída no processo, revelando uma face conhecida: Saito Namikaze, o relâmpago cinza.

--Hoje você morre. – Sua voz era puro terror. Soava como um dragão faminto por destruição, ou como um demônio sedento por morte.

Com uma velocidade só imaginável nos mais distantes sonhos, o japonês desapareceu e ressurgiu atrás do primeiro pretor. Com sua katana em mãos, ele estava prestes a arrancar a cabeça de quem um dia fora seu melhor amigo.




--ARGH!  - Gritei.

Meu corpo soava imensamente, grudando em minha pele como se fosse óleo. Meus olhos estavam gigantes, muito maiores do que olhos de japoneses ficavam normalmente. Meu cabelo estava totalmente despenteado, caindo na testa da mesma forma que eu deixava quando era pequeno. O que estava acontecendo? Toquei meu corpo ate sentir que eu estava Nu. Claro, como sempre Saito.

--O que foi? – Disse uma garota. Sua voz era doce, mesmo que por trás dela se escondesse a morte.

Estava deitado em minha cama nos meus aposentos de Pretor, ao meu lado, Taylor Black descansava mais bela do que nunca. Claro, agora eu me lembrava de tudo. Eu tinha um caso com a filha de Atena. Sentíamos uma atração animalesca um pelo outro. Se eu não me conhecesse diria que essa atração fora uma piada dos deuses. Minha respiração estava ofegante, não sabia se era pelo sonho ou pelo que tinha rolado entre nós dois alguns minutos atrás.

--Eu tive um sonho – Disse me levantando da cama.

Ainda nu, rumei em direção à janela. Dali eu tinha uma visão de toda Nova Roma, vê-la intacta e sem um maníaco destruindo a cidade inteira me deu um alivio como nunca antes. Qual o motivo daquele sonho? Sonhos de semideuses nunca eram apenas sonhos. Mas eu nunca faria aquilo, eu nunca atacaria aqueles que eram importantes pra mim. Eu amava meu acampamento, amava meus amigos, amava minha cidade...Eu amava...

--Kadie...- Sussurrei.

Senti as mãos de Taylor envolvendo meu corpo. A palma de suas mãos encostava-se a meu peito de maneira reconfortante. Taylor não sentia nada por mim que não fosse pura atração física, eu sabia disso. No entanto, sua presença era mais agradável do que a maioria das garotas com quais eu me envolvia. Além de o sexo ser muito melhor.

--Você a ama? – Perguntou.

--Amor? – Respondi com uma pergunta. –  --Eu não sei diferenciar o amor que eu sinto por um amigo do amor que eu deveria sentir por uma mulher, me desculpe.

Era a pura verdade, a minha vida toda eu nunca havia amado nenhuma mulher. Amava meu dever como pretor e amava ter meus amigos, isso era a única coisa que eu tinha próximo ao amor. A única mulher que eu havia amado era minha mãe, mas era um amor maternal.

--Porem, eu sinto que devo protegê-la. – Continuei. – Do mundo e de si mesma.

Taylor beijou minhas costas, bem na parte onde estava a tatuagem que compartilhávamos. O beijo foi seguido de uma mordida que arrepiou todo meu corpo. Deuses, aquela garota sabia como fazer um homem esquecer as merdas da vida.

Nota mental: Sair com mais mulheres centenárias.

--Isso é amor, seu idiota. – Ela disse. – -- O Sentimento de querer proteger aquele com quem você se importa. O Senti...

Antes que ela terminasse de falar girei seu corpo no ar, pressionando suas costas nuas na janela. Espero que aquela merda fosse resistente. Coloquei minha cabeça (a de cima) em seu pescoço, beijando e chupando. Prossegui com estocadas rápidas e fortes, balançando toda a janela e arrancando gemidos da filha de Atena. Estranhamente, eu não sentia prazer naquilo. Um sentimento de fúria inundou meu corpo, e inevitavelmente minhas mãos foram levadas a garganta da Filha de Atena. Apertei. Inicialmente ela ignorou achando que não passava de um ato sexual, mas logo se viu sendo sufocada. Taylor acertou-me com um soco na face, desvencilhando nossos corpos.

--O que você esta fazendo? – Ela parecia irritada.

--Me desculpe Taylor...Eu...Eu preciso ir. –Me despedi.

Rápido como um raio, reuni todas as minhas coisas e sai da pretoria. No momento seguinte eu estava de pé na frente da mesma, equipado com minha armadura e armas que cobria com um sobretudo cinza. Eu precisava de ar, precisava das ruas. Mesmo eu sendo o Pretor, mesmo eu estando no meu lar, só existia um lugar que me acalmava.

--Você está ai Zack? – Perguntei.

Uma criatura rastejou pelo meu sobretudo, surgindo acima da gola, e se enrolando parcialmente em meu pescoço.

Zack era meu mascote, mas também um dos meus melhores amigos.

--Já cansou da filha de Atena? – Perguntou a Cobra.

--Preciso relaxar a cabeça, vamos sair. – Respondi.

Flexionei as pernas e olhei para cima, observando o céu acima de minha cabeça. Era sempre a posição que eu fazia antes de voar. Fechei os olhos e então comecei, partindo com um jato na direção de Los Angeles. Meu corpo rasgava o céu na velocidade do impossível, deixando um rastro cinza atrás de mim.

Após poucos minutos de viagem, pousei no que era conhecido como Little Tokyo. Um famoso bairro japonês em Los Angeles, tão conhecido como a própria Chinatown. Lá se concentrava a maior parte da cultura japonesa na costa oeste americana, assim como sua contraparte criminosa. É sabido que Los Angeles é um antro de criminalidade, chove ladrões, bandidos, traficantes e estupradores nessa cidade. No entanto, em Little Tokyo encontramos o que os orientais chamam de Yakuza.

A Presença da Yakuza na Califórnia era grande, tendo sua concentração principalmente ali e no Havaí. Quando eu era uma criança no meu clã, fizemos alguns serviços para a Yakuza japonesa. Hoje eu tenho muitos contatos criminosos, e muito deles com esses meus conterrâneos. A Yakuza era poderosa, mas ainda estava muito abaixo de outras gangues como: A Máfia Rússia, o cartel mexicano, os Crips e Bloods, a Máfia Italiana e também esta abaixo de sua grande rival, a Tríade Chinesa.

Eu estava pronto para mudar esse cenário.

Meus pés tocaram o pequeno pedaço de Japão em território americano. Little Tokyo era linda. As lanternas de papel, os arcos orientais e toda a arquitetura nipônica me remetiam uma sensação de familiaridade. Olhei em volta, apreciando o meu povo caminhando de um lado para o outro e falando na minha língua nativa.

Sorri

Comecei a caminhar lentamente em direção a um conhecido restaurante japonês, um local bastante conhecido naquele bairro. Seu nome, Hebi no Kakurega. Em Inglês isso deve significar alguma coisa como: O Covil Da Serpente. Sim, não é um nome comum para um restaurante. No entanto, Hebi no Kakurega não era um restaurante como os outros.

Para os visitantes, aquele era o restaurante que vendia o melhor saque da costa oeste.
Para pessoas como eu, ele era um ponto de reuniões para a Yakuza.

Com passos firmes eu entrei pela porta da frente, automaticamente inalando todo aquele cheiro de peixe e arroz pelas narinas. Era um típico restaurante japonês: Mesas baixas com almofadas para sentar, gueixas servindo as mesas, lanternas de papel no teto, musica oriental tocando por um flautista e alguns quartos com parede de papel para refeições reservadas. Assim que entrei, uma das muitas gueixas garçonetes rapidamente me notou.

--Saito-Kun, é um prazer velo aqui novamente. – Disse alegremente. A mulher correu e se lançou em meus braços. Suas delicadas mãos envolverem minha nuca, depositando um beijo em meu rosto. – Sinto saudades de você, a nossa ultima noite juntos foi ótima.

Eu não me lembro do nome dela.

--Ah... Certo, eu também acho. – Disfarcei. – Você poderia ver se Akira-Sama pode me receber?

A garçonete concordou com a cabeça, girando nos calcanhares e saindo educadamente do ressinto rumando em direção aos fundos do estabelecimento. Sabia que agora a única coisa que eu tinha de fazer era esperar, por isso sentei e pedi uma lata de coca.

Akira era o Oyabun(chefe) da maior família da Yakuza em solo americano. Rico, poderoso e perigoso. Eu o respeitava. Através desse homem eu havia conseguido muitos contatos no mundo do crime, trazendo com isso dinheiro e poder.

Mas não era o bastante.

Nunca era.

Finalmente outra gueixa veio dos fundos e caminhou em minha direção. A mulher colocou a mão em cima do meu ombro, aproximando seus lábios vermelhos da minha orelha. Tímida, ela sussurrou:

--Akira-Sama esta disposto a recebê-lo em sua sala. – Disse ela

Obrigado – Agradeci.

Despedi-me da gueixa com o típico comprimento Eshaku, incluindo meu corpo apenas 15º graus. Durante o comprimento, coloco dentro do quimono da mulher um pequeno papel com meu numero.

Ela ligaria.

Elas sempre ligam

Meus pés seguiram rumo aos fundos do restaurante, aonde adentrei no escritório de um dos mais poderosos lideres da Yakuza. Sentado em sua cadeira lá estava ele, fumando seu charuto. A Sala era ampla e tinha muitos aspectos culturais japoneses, como armaduras e espadas samurais por todos os cantos, mapas do Japão Feudal, Bandeiras dos Shogunatos e do Japão Imperial, além de barris e barris de saque. Akira devia ter seus 50 anos, mas parecia ainda mais velho do que isso. Seu corpo era flácido e acabado, e sua pele extremamente enrugada e branca. Costas, Barriga, braços, pescoço, todos cobertos por tatuagens da Yakuza. Um verdadeiro demônio.

Mas eu ainda tinha que manter o respeito, e por isso inclinei meu corpo em 75º realizando a saudação Saikirei, a qual os japoneses realizavam somente a pessoas socialmente superiores.

--Konbawa(boa Noite) Akira-Sama. – Disse. Falar em japonês ali era essencial, nem mesmo uma palavra em inglês podia ser dito frente ao Oyabun.

--Saito-Kun, sente-se. – Respondeu calmamente. O Velho apontou para uma cadeira, ordenando que eu sentasse para que tivesse inicio nossa pequena reunião. – Então, o que te trás a minha morada?

Sentei-me na cadeira na frente da sua mesa, enquanto servia um pouco de saque para nós dois. Antes de começar a falar degustei da saborosa bebida alcoólica típica do meu país. Aquele homem tinha sem duvidas um belo gosto para escolher bebida. No entanto, era sabido que sua liderança na família estava ficando cada vez mais fraca. Naquele ano, havíamos tido mais de cinco revoltas internas na família, o que tornava a família de Akira cada vez mais fraca.

A Yakuza precisava de um novo líder

Mas só tinha um único caminho seguro para começar.

--senhor, já chegou a hora de eu ter minha própria família. – Disse sem rodeios. Akira era um velho arrogante e prepotente, eu já sabia qual seria a resposta a seguir.

--VOCÊ ESTA LOUCO GAROTO! – Gritou. Seu dedo gordo apontou para minha face

Só havia um motivo de eu ter aceitado trabalhar tanto tempo para aquele homem, ganhar contatos e respeito. Agora eu já tinha os dois e não precisava mais dele. No entanto, eu precisava de um ultimo favor de Akira: Precisava que ele abençoasse a criação da minha própria família e indicasse alguns membros para a mesma. Sem um padrinho para ingressar no mundo do crime, eu nunca seria levado a serio como Oyabun.

Akira nunca aceitaria de bom grado me conceder minha própria família.
Por isso eu invadi sua mente com meus sussurros do caos.


--Você vai me conceder a liberdade de liderar minha própria família, além de apadrinhar essa decisão e indicar bons nomes para compor minha família. – Falei.

Antes mesmo de falar eu já havia utilizado minhas habilidades vindas de Discórdia para fazer surgir em sua cabeça uma ideia que fizesse que facilmente o mortal aceitasse minha lábia.

--Tudo bem – Disse ele. – Irei realizar algumas ligações e indicar alguns nomes para trabalhar pra você. Você deve saber aonde conseguir outros membros, boa sorte. – Finalizou.

Como sempre ludibriar mortais era fácil como cortar um ciclope em dois. Mexer com a mente era algo extremamente simples, que só se tornava difícil contra aqueles que possuíam inteligência elevada ou alguma barreira magica que protegesse sua mente. Obviamente, no caso dos mortais a persuasão se tornava algo simples de ser realizado.

--Mande os indicados para o meu escritório. – Retiro do sobretudo um papel com um endereço anotado. Deslizo as informações pela mesa, ate que chegue próximo a Akira.  – Esse é o endereço de meu escritório. Não se esqueça de avisar aos outros chefes que agora temos mais um rei nesse jogo de xadrez. Passar bem.

Xeque-Mate

Dito isso, levantei-me da sala do meu antigo contratante e sai pela porta com um ar vitoriosa em minha postura. Finalmente todo aquele tempo trabalhando para a fraca Yakuza iria compensar, eu finalmente poderia ter o meu próprio exercito, minha própria facção, minha própria operação. Obviamente eu sabia que ate nós tornamos uma entidade poderosa no mundo do crime demoraria. Contudo, a experiência que eu havia adquirido e minhas habilidades sobre-humanas deixariam tudo como sempre, mais rápido.

Caminhei em direção ao endereço que eu havia entregado a Akira. Na área residencial de Little Tokyo eu consegui comprar um espaço considerável na qual montei um Dojo de artes marciais orientais. Era necessário que eu tivesse um trabalho de fachada para manter meus negócios fora de suspeitas. No entanto, eu não fazia ideia de como gerir uma loja, um restaurante ou qualquer coisa do tipo. Um dojo era perfeito, eu poderia utilizar a área tanto para treinar meus subordinados quanto para converter jovens talentosos para a minha família da Yakuza.  

Mais tarde me perguntariam se levar jovens ao mundo do crime não era algo monstruoso.
Bom, são apenas negócios.

Na entrada do dojo havia um letreiro com kanjis japoneses que significam algo como:Dojo Namikaze. A verdade é que aquilo não era apenas uma fachada para minhas atividades criminosas, mas sim algo que mexia com meu coração. Quando criança, fui treinado no clã japonês namikaze, aonde me tornei um assassino com menos de treze anos de idade.

Aquele era um pedacinho do meu lar no Japão.

Entrei no estabelecimento e rapidamente todas as lembranças no Japão inundaram minha mente. O treinamento pesado, as lutas no dojo, os tempos de meditação, minha mãe. Minha mãe. Olho para baixo, uma lagrima involuntária desce dos meus olhos. Após tantos anos, eu nunca havia conseguido superar essa perda.

E ainda por cima meu pai me odiava.

Um sorriso de desenhou em meu rosto, deixando que da minha garganta escapasse uma longa gargalhada. Ria da situação, ria da minha desgraça.

Caminhei pelo dojo vazio, subindo dois lances de escadas indo em direção ao meu escritório, local este que seria por onde eu controlaria o começo do meu império do crime. Era uma sala ampla, com uma mesa de carvalho e uma cadeira rotativa atrás. Lembrava-me um pouco a sala dos pretores, mas dessa vez eu não teria Fiuk para me impedir de ser o imperador do meu próprio império.

Atrás da cadeira havia a bandeira do sol nascente, a mesma que fora utilizada pela armada imperial japonesa no período da Segunda Guerra, também utilizada atualmente pela Yakuza. Do lado esquerdo da bandeira, um quadro do meu antigo mestre. Um velho careca e barbudo segurando uma Katana. Do lado direito do quadro, um quadro da minha mãe. Uma bela filha de Vênus com cabelos vermelhos vestindo sua roupa de combate.

Aquelas eram as duas figuras que eu mais respeitava, ambas mortas. Inclinei meu corpo em 45º e realizarei o Saikerei, reverenciando ambas as imagens.

Virei-me e sentei na cadeira do escritório, puxando uma garrafa coca-cola de frigobar ali perto. Naquele momento, só uma coisa passava em minha cabeça: Qual vai ser a primeira mulher que eu vou comer aqui dentro?

Pego telefone para ligar para alguma vadia. Começo a discar para alguma Romana qualquer que eu tenha passado uma noite, quando me lembro de que eu não tinha tempo para aquilo agora. Primeiro eu deveria construir meu império.

Decido ligar para outra vadia.

--Alo Tobi? – Falava com meu irmão Tobikaze, centurião da segunda Coorte. – Então cara, deu tudo certo. A Facção vai rolar, vem rápido para o dojo que eu tinha te falado aqui em Little Tokyo. – Desliguei.

Ele era filho de Mercúrio, viria rápido.

Estico as pernas em cima da mesa, tirando o pó das minhas botas de Hermes. Olhei para o teto, imaginando como seria aquele lugar daqui a algum tempo. Fiquei um tempo fazendo isso, ate que finalmente adormeci.

Caralho, eu odeio dormir.

No meu sonho, eu passeava com uma garota baixa de cabelos negros e lindos olhos azuis. Sua face redonda tinha proporções perfeitas com suas feições, uma beleza rara. Eu costumava sair com mulheres com o corpo escultural, do tipo modelos ou algumas com bunda enorme ou peito gigante. Contudo, aquela era diferente de todas essas. A Baixinha que me puxava pela mão não possuía nenhuma característica corporal que a qualificasse como “gostosa” ou algo do tipo. Ela era simplesmente bonita.

E eu me sentia bem perto dela.

Mas assim como um Leão quando se aproximam de sua comida, a garota rapidamente se transformou em uma fera. Ela virou-se na minha direção, apunhalando meu peito com uma faca de ferro estigio. Meu sangue escorreu pela blusa. Senti minha alma sendo sugada pela arma abissal, senti meu coração sendo partido. Eu nunca havia sentido aquela dor.

--Eles dizem que eu sou louca, mas você é mais louco que todos nós – Sua bela voz vinha acompanhada de um tom assustador.  – Você utiliza um cargo importante como pretor apenas para aumentar seu ego e conseguir transar, você lidera uma facção criminosa que tira os jovens do caminho certo e os transforma em criminosos, você mata todo dia centenas de mães de desgosto quando elas vêm seus filhos usando drogas. Saito, você é nojento! – Finalizou. A mulher cuspiu no meu rosto, enquanto girava a faca dentro do meu peito.

O sangue subiu pela minha garganta, escapando da minha boca.

Eu não sentia a dor física.

Apenas a dor de todos os meus sentimentos sendo destruídos.

Um coração partido.

Acordei em seguida com uma mão batendo na minha teste e chamando pelo meu nome:

--Saito! SAITO! ACORDA! – Era a voz de Tobi.

Finalmente abri os olhos e me balancei, quase caindo da cadeira. Mantive o equilibro, retomando a postura e observando meu irmão que agora estava bem diante de mim já com suas duas katanas na cintura.

--Alguns caras estão no dojo te esperando, eles querem trabalhar pra você. – Disse Tobi.

--Excelente. Tudo esta indo de acordo com o plano. – Já me levantava. – Por favor Tobi, procure pelos locais que você já conhece mais pessoas para integrar a nossa facção. – Bati no ombro do meu irmão, olhando fixamente em seus olhos.  – A partir de hoje eu sou Oyabun, e você é meu wakagashira.

Ou na forma simples de se entender, chefe e subchefe.

--Isso vai ser divertido! – Bradou Tobi. Tobi pulou pela janela, rumando em busca de mais integrantes para nossa pequena Yakuza.

Fiquei algum tempo lá parado com cara de bobo, apenas fitando a janela. Aquela janela era muito parecida com a que eu possuía no escritório de pretor, a mesma janela na qual eu havia empresado o corpo de Taylor.

Novamente, as memorais invadem minha cabeça junto dos sussurros da Katana amaldiçoada. Vejo novamente o corpo de Taylor balançando em movimentos repetidos junto ao meu durante o sexo, sendo seguido da minha mão direita apertando sua garganta com toda minha força. Sinto como se aquilo fosse real, como se eu realmente estive prestar a matar a filha de Atena. De certa forma, isso me da prazer. Um tipo de prazer que nenhuma mulher poderia me dar, nem mesmo a própria Taylor.  

NÃO!

Consigo afastar meus pensamentos disso e rapidamente desço as escadas do escritório, chegando ao primeiro andar onde ficava o dojo. Percebo a presença de dez homens asiáticos, todos enfileirados a minha frente realizando uma saudação japonesa de respeito. Realizo uma saudação para eles, correspondendo à gentileza.

--Sejam bem vindos homens. Sou Saito-Sama, seu novo Oyabun. Teremos o prazer de realizar grandes feitos juntos, posso lhes garantir isso. – Digo. Um Sorriso de orelha a orelha se desenha em meu rosto, satisfeito com a situação. Um a um vou apertando a mão dos homens, perguntando seus nomes e dando boas vindas mais uma vez.

Peço para todos pegarem espadas, e inicio um pequeno treinamento de Kenjutsu enquanto explico nosso modus operandi:
Eu era o chefe, com Tobi segundo o meu braço direito.
Todos os outros seriam apenas soldados subordinados a nós, mas logo promoções iriam surgir.
Os soldados devem manter a honra padrão da Yakuza, além de seus costumes.
Todos devem aprender técnicas de luta pessoal, confiando muito mais em suas habilidades do que em suas armas de fogo.
Devemos nós concentrar em sua uma facção de inteligência, obtenção de informação e furtividade. Inspiro-me no grupo dos Corvus presente no acampamento para treinar os homens nesse quesito.
Começaríamos apenas com trabalhos para famílias mais poderosas e com assaltos por enquanto, de forma que consigamos espaço, respeito e dinheiro.

Com o tempo mais soldados foram chegando, fechando o numero de trinta soldados em duas semanas. Passo essas duas semanas inteiras longe do acampamento, sem mesmo dar noticias. Nesse período de tempo treino os soldados, enquanto armo meus planos, faço contatos e compro armamentos. Como não tínhamos muito dinheiro e éramos poucos, consigo apenas armamentos leves. No momento, não conseguiríamos metralhadoras de calibre pesado ou fuzis. Consigo algumas pistolas, revolveres, metralhadoras leves, granadas, explosivos caseiros, rádios e vestimentas.

Também começo a explicar nesse período que eu não era um ser humano comum, e que por isso eu era tão habilidoso com Kenjutsu. Explico aos homens que existe um mundo escondido que eles ainda não entendem, e que esse mundo gerou homens poderosos como eu. Como prova, exibo minha velocidade. Alguns homens me perguntam se eles podem aprender esse tipo de coisa, respondo que com o tempo eu iria treina-los física e mentalmente, e que eles iriam se tornar mais poderosos de qualquer outro ser humano normal. Isso aparentemente havia assustado os homens, mas aumentado a moral deles logo em seguida.

Após meio mês de treinamento, decido que eu e meus soldados já estávamos prontos para o primeiro serviço. Tobi estava trabalhando apenas com o recrutamento, e ele também tinha suas tarefas para realizar no acampamento, por isso não poderia contar com sua presença nesse serviço. Fico sabendo por meio de um dos meus contatos que um carro forte iria passar próximo à pequena Tokyo, carregando muita grana viva vinda de um banco. Eu não sabia apenas que ela ia passar como também sabia seus horários, e como ele estaria protegido.

Por isso organizei os homens de forma que utilizássemos de uma emboscada que antecipasse o trajeto do veiculo, parando-o em um ponto determinado e executando de uma rápida investida para conquistar nosso objetivo. Eram simples e ensinava bem uma das coisas em que eu queria que aqueles homens se especializassem: emboscadas.

No dia do trabalho reuni os homens, entregando sobretudos negros com capuz, junto de mascaras com o formato de rosto dos mais diversos animais. Mais uma vez fazendo referencia ao meu clã, que em suas missões furtivas utilizavam de mascaras de animais para esconder sua identidade. Aquele seria então, a roupa padrão para a maioria das missões da organização dali pra frente.

Abri então o mapa daquela área de Los Angeles, mostrando aos homens a rota que o comboio iria seguir. Indico com uma linha vermelha o local por qual ele seguiria, e indico com um circulo azul o local aonde faríamos nossa emboscada.

Spoiler:

--Eles vão sair da avenida principal e descer em direção ao centro de LA, seguindo por esse caminho indicado. O comboio é formado pelo carro forte, junto de mais quatro carros blindados que fazem a escolta. Eles estão possivelmente bem mais armados do que nós, além de muito bem preparados. No entanto, creio que se a nossa emboscada for realizada com perfeição poderemos sair de lá sem nenhuma baixa. –Explico – Todos de acordo?
Eu ainda possuía minha capa de pretor, o que fazia com minhas ordens soassem de forma inspiradora para os homens, motivando-os para a batalha. No entanto eu já sentia que aquela capa pesava em meu corpo. Sabia que meu lugar não era em Roma, mas sim nas ruas.  

Quando finalmente coloquei minha mascara com formato de serpente, senti meu corpo ficar mais leve do que nunca. As tropas adentraram em veículos que seguiram em direção ao local da emboscada, enquanto eu corria sozinho para o mesmo local. Obviamente, cheguei antes do que todos. Do alto de um prédio eu observava a movimentação da cidade. Obviamente o carro forte faria seu transporte pela parte da tarde. No entanto aquela rua era a parte mais perigosa do trajeto.  Por isso eu havia armado a emboscada ali, o local perfeito para abordarmos o carro forte e roubar todo seu dinheiro.

Quando você esta prestes a realizar uma grande ação, seu sangue gela, o nervosismo surge e um nó se cria em sua garganta. Eu já não sentia mais nada disso, estava tão calmo quanto ficaria em conversar com alguma mulher. Essas duas ações eram simples pra mim, tão natural quanto dormir ou respirar.

O carro forte virou a esquina, aproximando-se junto de sua escolta de outros quatro carros, dois na frente e dois atrás. Meus homens haviam deixado anteriormente uma caminhonete na frente, bloqueando a passagem com a capota levantada. Dois de nós estavam na frente da caminhonete, analisando como se o veiculo estivesse quebrado. Isso  seria o suficiente para parar o trajeto do carro forte em pelo menos dois minutos, o que era mais o que o suficiente.

Em meu ROLEX, marquei dois minutos.

No momento em que a escolta parou, comecei a descer do prédio. Contudo eu não pulei, mas sim corri para baixo utilizando a antigravidade das minhas botas na parede do prédio, pretendendo assim ganhar o máximo de velocidade possível. Fiz uma curva de 90 graus ao chegar ao chão, continuando a corrida em solo e ativando Dash II nos últimos metros. Com toda a força concedida pela minha velocidade, soquei a parede do veiculo, derrubando-o de lado no chão.

Imediatamente os homens da escolta puxaram suas armas prontas para o combate. Em contra partida, meus soldados surgiram por trás e pela parte da frente, carregando suas armas muito menos potentes do que os poderosos fuzis dos homens da escolta. Meus homens seriam massacrados. Mas por sorte, eles tinham o homem mais rápido vivo ao seu lado. Retirei uma esfera de fumaça da bolsa, fazendo com que ela se chocasse contra o solo e espalhasse fuligem por toda a área. Aproveitei disso para me movimentar rapidamente, iniciando uma serie de ataques físicos contra os mortais. Meus homens tinham total liberdade para atirar, sem se preocupar se iriam me atingir ou não.

Esquivava das balas da melhor forma que podia, e defendia algumas outras com minha armadura. Senti algumas balas rebatendo na minha armadura, rápidas demais para que eu pudesse esquivar. Mas sabia me locomover de modo a me proteger com a armadura, bloqueando coma as placas de escamas as balas que eu não conseguiria esquivar.

Após um minuto e meio todos os homens da escolta estavam mortos ou desmaiados, deixando o caminhão totalmente desprotegido. Faltavam 30 segundos para que a cavalaria fosse acionada, e logo em seguida aquele lugar estivesse repleto de policias.

Eu precisava ser rápido

Puxei meu canivete de 1001 utilidades, ativando a habilidade mixa e destravando a poderosa tranca do caminhão. Lá dentro havia mais dois guardas, que saíram de mãos levantadas e assim foram poupados. Rapidamente pegamos as bolsas com dinheiro, retornamos aos carros e saímos dali com ainda 5 segundos de vantagem.

Tudo foi perfeito.

Quando chegamos novamente no Dojo, abrimos a bolsa e contamos o dinheiro: Meio milhão de dólares. Não era o suficiente pra todos os planos que eu tinha, mas era um bom inicio. Com aquilo poderíamos recrutar mais membros futuramente e comprar armas melhores. Obviamente precisávamos fazer mais assaltos, e foi isso o que realizamos durante todo o resto do mês. O numero de membros só aumentava, e logo eles iam recebendo o treinamento necessário. O momento em que um recruta adquiria sua mascara, era quase como um ritual de aceitação dentro da Hebi.

Um, dois, três, quatro. Os assaltos não paravam, em poucas semanas transformamos Los Angeles em uma cidade desprotegida, com carros fortes sendo roubados a todo o momento por homens com mascaras de animais. As noticias se espalhavam rápido, e em pouco tempo os jornais anunciavam sobre a Hebi, o perigoso grupo que roubava o dinheiro de carros fortes e desaparecia antes da policia conseguir chegar, ou às vezes mesmo antes dela ser acionada.

Contudo isso não era o suficiente, eu precisava de mais.

O Dinheiro que aqueles assaltos nós rendia podia bancar o inicio de tudo, mas estava longe de ser o suficiente. Precisamos realizar algo grande, algo que rendesse dinheiro vivo de verdade.  Foi a partir desse momento que começamos a elaborar um grande plano, um assalto de verdade.

Um assalto a banco.

Estava com alguns dos membros mais proeminentes da organização planejando nosso próximo assalto: Roubar um banco.

Naquela manhã tentaríamos o empreendimento mais arriscado da Hebi desde sua criação, que datava de apenas um mês atrás. Naquele mês de funcionamento haviam assaltados um total de cinco carros fortes, angariando um total de quatro milhões de dólares. Investimento aquele dinheiro em mais equipamentos, conseguindo assim explorar ainda mais a quantidade de tarefas que poderíamos realizar. Compramos um furgão, armas, munições, computadores potentes e entre algumas outras coisas.

No subsolo do dojo , a nossa base começava a tomar uma verdadeira forma: Arsenal, dormitórios, área de treinamento, estacionamento, sala de computadores e muito mais. A Hebi possuía um potencial imenso, e me cabia a difícil tarefa de explorar todo esse potencial para um dia nós levar ao nosso auge.

Foi a partir disso que surgiu a ideia do assalto.

O furgão já estava pronto, com um grupo de cinco membros dentro dele armados com metralhadoras e explosivos. Acompanhando teríamos dois carros que ajudariam em qualquer imprevisto, estes também estavam armados com explosivos e metralhadoras.  Como sempre eu atuava sozinho, tentando realizar as tarefas mais complicadas do trabalho da forma mais rápida e discreta possível.

Eu acompanhava do alto de um prédio no momento em que os três veículos saíram de nossa garagem, rumando em direção ao centro de Los Angeles, local no qual assaltaríamos nosso primeiro banco. A viagem seguia tranquila, e após cinco missões facilmente concluídas os meus subordinados pareciam calmos e confiantes.

Mas nenhum treinamento ou experiência poderia preparar eles para o que estava por vir.

Durante o trajeto em direção ao banco fomos interrompidos por uma figura. No topo de um prédio aos pés da rua em que passávamos um homem ajoelhado no chão esperava por mim. Paciente, assim como um tigre esperava pacientemente por sua presa. Ele possuía traços orientais muito semelhantes aos meus, mudando apenas o cabelo que era longo. Vestia um Kimono azul, e do seu lado uma Katana embainhada que esperava para ser sacada. O Traço mais marcante era seu braço, seu único braço.

Eu gostaria de tê-lo visto antes, gostaria de saber que ele estaria ali. Se pelo menos eu tivesse me antecipado alguns segundos, meus homens não estariam mortos agora.  No momento em que se levantou e abriu seus olhos, o homem saiu de seu estado de meditação e ativou uma poderosa habilidade, ganhando olhos verdes. No instante seguinte ele estava a frente dos dois carros que iam à frente, e com um rápido movimento de Sua katana ele cortou os dois automóveis ao meio, partindo e explodindo ambos os carros.

Ele sorriu para mim.

Com uma velocidade assustadora o samurai se jogou na direção do furgão em que eu estava. Eu conhecia aquele poder, ele havia utilizado a mesma meditação que eu utilizava para ganhar poder, senjutsu. Essa habilidade consistia em passar um tempo meditando e concentrando sua Adrenalina, no momento em que seus olhos se abrem a descarga de energia é tão grande que todas as suas habilidades são levadas a níveis incríveis. Quanto mais tempo você medita, mais forte fica a habilidade. Eu não estava com sorte, não tinha a menor ideia de quanto tempo ele havia meditado, mas por sua velocidade atual parecia ter sido muito.

Eu tinha de agir antes que ele acabasse com tudo. Rapidamente saquei minha Katana Kusanagi, sentindo seu poder drenar minha vida lentamente  e sussurrar palavras malditas em minha mente. Aquela Katana era um monstro que devorava minha alma, e eu sabia que um dia eu não teria força o suficiente para impedir que ela tomasse conta de meu corpo.

Mas agora eu não tinha tempo para isso, precisava salvar meus homens.

Ativei minha habilidade Adrenalina III, sentindo o surto de velocidade correr por todo o meu corpo, e ser duplicado instantaneamente pelo poder da espada. Pulei do Prédio em que estava e me lancei em direção a batalha, chocando minha arma contra a arma do meu inimigo.

O impacto gerado pelo golpe agitou seu kimono, revelando o que eu já suspeitava: O rosto de Minato Murakami, meu irmão.  

Trocamos olhares rapidamente, transmitindo lembranças antigas e sentimentos esquecidos para aquela batalha. Eu havia treinado com meu irmão e crescido junto com ele ate os 13 anos, momento da minha vida em que fugi para os Estados Unidos. Ele havia recebido um treinamento Japonês, e eu um treinamento Romano.

Mas por algum motivo eu cogitava ser melhor que ele com uma Katana.

Nada foi dito, nossos corpos dançaram em um ritmo sinfônico extremamente rápido e letal. Sangue, ferro e faísca voavam do combate, deixando apenas a visão de dois vultos cinza se colidindo no ar para os olhos mais despreparados. Eramos irmãos, mas aquela luta era para matar. Ninjas não podem ter pena, Shinobis devem sempre terminar seus objetivos.

Estávamos no ar quando recebi um chute no estomago que me fez perder o folego e também o equilíbrio, me chocando violentamente com a lateral de um prédio. Minato veio com velocidade rasgando o vento com sua Katana, e por pouco errando minha cabeça. Seu golpe foi evitado por um dos meus teleportes com a graça de meu pingente, que mais uma vez salvara minha vida.

Não podia perecer ali, não podia morrer e deixar que todos meus planos, esperanças e sonhos fossem perdidos pela lamina do meu irmão.  Mais uma vez nossas katanas dançaram juntas, rasgando o ar em um conjunto de golpes tão precisos que poderiam partir com exatidão a antena da menor das formigas.

O fato de meu irmão possuir menos um braço me dava uma vantagem, mas sua ambidestria junto de sua inigualável pericia com a katana igualava a situação. Senti um golpe na minha perna, acertando bem a parte desprotegida pela armadura. Reagi com um golpe em seu tórax, realizando um corte em seu flanco esquerdo e removendo carne.

Sentia em minha mente a espada maldita se animando pelo confronto de irmãos. A Lamina de Suzano se animava com a situação, implorando por ainda mais sangue e destruição. Os golpes de nossas armas se seguiram por um poderoso choque, jogando um para cada lado e afastando-nos.



“Existe a lenda de dois irmãos que um dia lutaram entre si em nome da honra. Yasuo e Ioni, ambos se confrontaram a luz do luar se enfrentando pelo que achavam certo. Conduta, honra e disciplina, essas são as palavras que movem o coração de qualquer Shinobi. Yasuo um prodígio arrogante falhara com sua missão e perdera sua honra, sendo sentenciada a morte pelo seu povo. Não aceitando esse veredito, o samurai fugiu. Seu Irmão Ioni o perseguiu, ate que finalmente ambos se encontram na margem do atual lago de sangue. Yasuo fora muito mais veloz, e com sua Katana assassinou seu irmão.”


A Historia uma vez contada pelo mestre agora ecoava em minha mente, tornando-se um dejavu naquela situação.
Corri na direção de Minato, e Minato correu na minha direção.

A batalha seria decidida naquele instante.

Ideias sendo confrontados naquele segundo e definidos pela ponta da espada.

Utilizamos ao mesmo tempo a habilidade trespassar. Após o golpe, veio o silencio. Nossos corpos estavam tão rápidos que a espera para saber quem tinha feito o melhor golpe parecia durar uma eternidade. Mas então eu senti, e com isso fui levado ao chão.

Minato havia atingido alguma veia importante do meu corpo, fazendo com que eu perdesse litros de sangue em um único movimento. Minha visão estava começando a ficar turva, sentia que em pouco tempo iria desmaiar. Além disso, utilizo o poder da espada sempre me cansava, deixando toda a situação ainda mais complicada.

Mas meu irmão também havia sofrido com o golpe, e quase não conseguia ficar em pé após o confronto. Lentamente Minato andava em direção a mim, afim de finalmente terminar a batalha com um ultimo golpe. Sua habilidade de meditação também cansara seu corpo, o deixando extremamente enfraquecido.

--Nosso pai me enviou para captura-lo vivo, mas acho que não cumprirei essa ordem... Você vai morrer!
Fechei os olhos.

Minha hora finalmente chegou.













Silencio.

Som de balas sendo disparadas.

Novamente abro os olhos e vejo que os meus soldados que haviam ficado vivos  estavam de pé a minha frente com suas metralhadoras em mãos, atirando em direção a meu irmão que recebera alguns tiros, mas logo correu para se proteger. Minato levantou uma parede de fumaça com uma esfera, sumindo de vez em seguida.

--Nós veremos novamente – Disse antes de sumir.

Nosso assalto ao banco não seria mais possível, por isso os homens da Hebi me colocaram de volta no furgão e me levaram de volta a Little Tokyo, sabendo eles que eu não precisava de medico para me curar. Apenas descanso e meditação eram o suficiente para me recuperar de qualquer ferimento que fosse.

Quando finalmente me dei conta já estava em meu escritório no dojo. Comi um pouco de ambrosia e posicionei meu corpo, começando a meditar para recuperar meu corpo e cicatrizar meus ferimentos. Isso acelerava meu metabolismo de uma força sobrenatural, cicatrizando meu corpo e recuperando minhas forças muitas vezes mais rápido do que o normal.

Quando finalmente me recuperei, percebi o que realmente havia acontecido: Eu devia minha vida aos meus soldados.
Aqueles homens, aquela facção, eles eram minhas família agora. Hebi era meu clã, eles eram minha gente e meu povo. Hebi era o pedacinho de Japão que eu havia transferido pra América, um clã no qual eu era o mestre.
Com um pergaminho aberto na mesa, junto de uma caneta eu comecei a escrever as palavras que mais me doeriam à alma.  

“Eu Saito Namikaze, Pretor do acampamento Júpiter, Relâmpago Cinza, Reis das ruas e protetor de Nova Roma
Venho por meio de esse anunciar que abdico de meu cargo e todos os direitos e deveres que o acompanham.

Por anos eu servi lealmente como um dos dois lideres do acampamento Júpiter, mas agora eu anuncio que essa fase da minha vida chegou ao fim. Fiz muito por Roma, mas creio que já fiz meu máximo.

O Cargo de segundo Pretor permanecera vago ate que Nova Roma eleja um novo líder, seja por mérito de batalha ou por votação.

Permanecerei fiel ao acampamento, ajudando sempre que possível. No entanto, abdico também do direito de morar em Nova Roma, seguirei minha vida na cidade de Los Angeles. Mas não abandonarei meus companheiros, protegerei Roma ate a morte.

Quando os inimigos chegarem.
Quando o perigo surgir
Quando Nova Roma precisar
Eu estarei lá.

Atenciosamente, o Ex-Pretor Saito Murakami”

Assinei a carta e envelopei, entregando nas mãos de Tobi e dizendo que essa carta só deveria ser lida por Fiuk e ninguém mais.

Essa fase da minha vida havia passado, agora eu não era mais pretor. Desistindo do cargo eu rompia com todas minhas responsabilidades com Roma, podendo focar apenas na minha facção. Um dia nós dominaríamos todo o crime da Costa Oeste da nação, mas para isso Hebi precisava que eu estivesse 100% com eles.

Aqui começa minha nova caminhada.


Recompensa:

Hebi: Saito deixou para trás Nova Roma e seu cargo de Pretor para liderar sua própria família da Yakuza, a Hebi. Essa facção criminosa é versátil e habilidosa, focada em serviços sujos, trafico e venda e obtenção de informações. Os membros da Hebi recebem algo semelhante ao treinamento de um ninja, sendo ensinados a combater tanto com armas brancas, armas de fogos e também são ensinados a serem furtivos. O numero de membros da facção, alem de seu poderio militar pode ser aumentado através de narrações e one-posts.

Contagem de Membros:
Mortais: 50
Monstros: 0
Semideuses: 1

Arsenal:
Armas brancas
Armas de porte leve e médio: Fuzis, pistolas, revolveres e sub-metralhadoras.
Explosivos

#1

Hebi No Su  Empty Re: Hebi No Su

por Hera 22/04/16, 01:30 am

Hera

Hera
Deusa Olimpiana
Deusa Olimpiana
Saito sempre escreveu bem, mas nessa OP se superou.
Nenhuma crítica, apenas parabéns. 


Exp Recebida: 10.000
Dracmas Recebidos: 5.000
+1 Respeito

Recompensa:
Hebi: Saito deixou para trás Nova Roma e seu cargo de Pretor para liderar sua própria família da Yakuza, a Hebi. Essa facção criminosa é versátil e habilidosa, focada em serviços sujos, trafico e venda e obtenção de informações. Os membros da Hebi recebem algo semelhante ao treinamento de um ninja, sendo ensinados a combater tanto com armas brancas, armas de fogos e também são ensinados a serem furtivos. O numero de membros da facção, alem de seu poderio militar pode ser aumentado através de narrações e one-posts. 

Contagem de Membros:
Mortais: 50
Monstros: 0
Semideuses: 1 

Arsenal:
Armas brancas
Armas de porte leve e médio: Fuzis, pistolas, revolveres e sub-metralhadoras. 
Explosivos 

+

Cabeça da Serpente: Existem semideuses na Hebi, subordinados de Saito. A qualquer momento em uma missão o Pretor pode chamá-los por auxílio e vice-versa. 

+

Alma Doente: A espada está cada vez mais se apoderando de Saito, dominando e corrompendo sua mente e espírito. A cada momento segurando-a ele fica mais sádico, mais louco, e viciado por poder. 


#2

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