Formulário:
Nome da narração: A tarefa do falso amigo
Objetivo da narração: Ajudar Larry a eliminar os homem tigre
Quantidade de desafios: 1
Quantidade de monstros: 2
Espécie dos monstros: Werecat(Homem Tigre)
Segui o grupo de visitantes, enturmando-me quase de imediato. Eram cinco senhores de idade avançada, alguns lançaram a mim olhares tortos, mas nada que pudesse me intimidar. Devolvi-os com a mesma moeda e fiz questão de ficar colado a eles com um sorriso no rosto. Eram pouco numerosos e pareciam não odiar tanto a minha presença a ponto de contestá-la.
– Sejam bem-vindos a nossa galeria! – Anunciou o guia com entusiasmo. Ele tomava a frente do grupo, trajando um colete vermelho rubi, outros acessórios e vestimentas sociais. Seu rosto era estranhamente limpo de espinhas ou cabelo para um rapaz de não mais que dezenove anos. Ele depila as sobrancelhas? Que gozado – Pensei, parando ao ver que podia ofendê-lo se acabasse dizendo em voz alta. Olhei para os primeiros quadros apresentados na galeria, os abstratos. Lindos e com traços rígidos, retratando imagens um pouco distorcidas, mas transbordando um sentimento de alegria. Compartilhei de sua emoção, suspirando e entrando em transe. O primeiro após estes era formado quase na integridade por figuras geométricas. Parecia retratar um barco de guerra saindo de um porto, as partes do navio se assemelhavam com casas, o que dava uma abertura na sua interpretação.
–Um dia construirei um desses – Prometi baixinho. O segundo era feito em preto e branco e retratava uma espécie de peste negra descendo dos céus, talvez a explosão de um monstro em fogo negro (se quadros assim tem amplas interpretações, experimente adicionar fatos da mitologia greco-romana. Por que não?)
– Genial – Exclamei maravilhado. A cada passo meu sorriso se alargava e as minhas preocupações sumiam cada vez mais. Estava precisando disso. Há dias minha rotina se resumia a correr de um lado para o outro no acampamento com diversos afazeres mais do que tediosos. Razões para tentar me afastar disso não estavam em falta. Ver um pouco de arte me fazia feliz e lembrava-me um passado distante, quando minha mãe ainda me acompanhava. Além disso, meu pesadelo na noite passada me deixou com uma puga atrás da orelha.
[...]
As árvores queimavam e caíam com sons estrondosos, abalando o chão e testando o meu equilíbrio. Olhei para o centro da confusão. Uma mulher de cabelos negros balançava as mãos, como que controlando todo o caos. Me aproximei com minhas pernas quase cedendo. Seu cabelo tremeluziu e trocou de cor ao perceber o meu avanço, alternando entre tons fortes e ofuscantes, assim como a íris de seus olhos. Tentei falar com ela, me desculpar por alguma coisa. Chorei.
Não me lembrava do que tinha feito, mas sabia que tinha a magoado. Como se eu fosse uma piada, ela desatou a rir e a soltar frases em um idioma desconhecido.
- Você me enoja – Gritou de supetão, partindo meu coração e fazendo a própria realidade se quebrar em mil pedaços de vidro. O tecido do mundo pareceu se romper e a escuridão tomou conta do meu ser. Acordei.
[...]
- As cores das telas são a chave para um novo mundo. Quando realmente enxergar, vai poder criar o seu próprio universo também. A guerra que travamos sempre ficará gravada em um desses - Sussurrava minha mãe em um dos poucos diálogos que eu conseguia recordar. Com minha mente distante, meus passos tornaram-se menos largos e por pouco não me perdi da excursão. Notei a tristeza retornar. Sentia falta da minha mãe. Seu desaparecimento deixara um vazio dentro de mim. Era impreenchível, inesquecível. Acima de todos os outros desejos o de lembrar das nossas conversas permanecia. Eu não tinha nenhuma espécie de amnésia diagnosticada, mas era difícil lembrar com clareza de algo que aconteceu há muitos anos atrás. Cerrei meus punhos enquanto corria para alcançar novamente a multidão, contendo a emoção. Mostrar-me fraco diante dos demais era a última coisa que desejava. Sempre fui forte e não seria agora que fraquejaria. Encontraria ela um dia, só precisava me tornar mais poderoso para pedir a missão. "Esqueça isso por um tempo" Disse a mim mesmo em silêncio. Transformar um dia relaxante em um dia depressivo era a última coisa que almejava.
– E agora os quadros de Maria da Silva. – Noticiou o funcionário, pondo fim a meu pensamento anterior e guiando-nos para um corredor com diversas pinturas por mim conhecidas e queridas. A nostalgia era evidente. Impressionei-me mais uma vez com o dom que ela tinha. Seus quadros eram simplesmente perfeitos. Os traços eram suaves e calmos, um mais complexo e real que o outro. Paramos frente a uma obra grande e o fitei apaixonado. Acima dele estava seu título em grego: ψυχρός πόλεμος. "Era seu preferido" Mentalizei com lágrimas nos olhos. Voltei a prestar atenção a explanação do guia.
– Este é o seu quadro mais famoso. Conhecido por “Guerra fria”. Retrata um cenário de guerra em um rio, como podem ver. É excepcional! – Concluiu, retornando a caminhar. Parei, deixando todos os outros irem, olhando as linhas e resistindo a tentação de tocá-las. Haviam vários tons de vermelho no chão retratado, logicamente sangue. O céu parecia ter sido dedicado a mim, com uma mistura entre azul, laranja e rosa, as cores do meu quarto quando criança. Respirei fundo, tentando disfarçar para os demais que me olhavam de canto e percebiam minha angústia. Era inútil. Senti como se meus joelhos fossem ser partidos ao meio. Cambaleei até um banco logo atrás e arregalei os olhos, encarando o chão e mergulhando fundo em minha mente.
[...]
– Porque tem que se meter tanto em confusões? – Perguntou minha mãe, passando de forma cautelosa um pano com néctar sobre meus ferimentos. Grunhi um pouco e logo sorri me desculpando. Havia me machucado enquanto me preocupava em chutar a bunda de alguns colegas de classe mal-educados em Nova Roma. No fundo não queria fazê-lo, mas eles pediram para apanhar. Ah, sim.
– Tem que ser mais calmo. Escute – Pediu ela ao perceber que eu fechara os olhos e buscava não escutá-la. Observei seus olhos azuis celestiais, perdendo-me em sua beleza – Você não é assim. Não precisa bater em todo mundo. Guarde sua força para o que quer te machucar de verdade. Garanta-me. –
– Juro pelo r... – Tentei pronunciar, mas ela tapou-me a boca com a palma de sua mão.
– Outra lição: Não faça promessas, pelo Estige, que não tem nenhuma chance de cumprir. – Sorriu ela beijando-me a bochecha. Em sintonia começamos a rir.
[...]
Apertei minhas mãos contra os meus antebraços, cruzando os braços. Balançando o rosto e tentando voltar a mim. Teria buscado focar em meu dia de folga se não tivesse escutado o respirar pesado do rapaz ao meu lado. O homem estuda a pintura profundamente, como se tentasse entende-la, ou como se procurasse algo que ele mesmo havia perdido nela. Usava um jaleco sujo de poeira e cinzas, como se tivesse acabado de sair das forjas. Era possível ver uma esfera brincando em seu ombro, como se um tatu bola autômato estivesse dançando pelo seu corpo. Contrai os lábios, tentando não ceder a vontade de comentar sobre a imagem com o estranho. Ora, talvez ajudasse tanto a ele quanto a mim.
- É um quadro de guerra, o preferido da autora – Disse direcionada a ele, sem qualquer ordem. – Era uma mulher pacífica, mas adorava as cores que se encontravam nesse cenário. O vermelho, ela dizia, que não necessariamente retratava a perda de uma vida, mas a dedicação de ambos que apostaram sua vida num duelo de vontades. Doentio para alguns, admito, mas eu vejo nobreza nisso. O céu é algo que eu não consigo entender com clareza, mas a obra parece ser tão real que é como se ela estivesse lá. Não consigo identificar os lados ou qual guerra é essa, mas com certeza ela não estava entre os combatentes. – Terminei, tentando pôr um pouco de humor, mas não conseguindo rir. Ao contrário do homem, que deu uma risada tão estrondosa não me deixando dúvidas de que o teto cairia ou que meus olhos saltariam para fora das órbitas caso ele continuasse.
- Ela sempre pintava nossas aventuras dessa forma – Comentou. Julgando-o louco, procurei pelo quadro alguém parecido com o rapaz. Me aproximei, identificando um homem com um jaleco por cima da armadura no centro da batalha. Distante, mas semelhante. Toda sua glória estava representada no estandarte erguido na sua mão. Ele acertava um inimigo com sua lança na cena, tomado pela fúria eu supus. Minha mente pareceu explodir em dúvidas curtas. “Como?”, “Quem?”, etc.... Ele se levantou sem olhar para mim e eu tremi com minha dedução. Uma possibilidade me incomodou, paralisando-me. Lembrei-me das histórias que li no diário da minha mãe. Escrituras sobre um outro filho de Vulcano, seu melhor amigo e o mais forte do acampamento júpiter da época. Mesmo assim, não era possível. Nenhum dos seus amigos tinha a menor chance de estar vivo. Nenhum havia ido me visitar quando minha mãe desapareceu.
- Me chamo Larry. Eu soube da excursão e vim atrás de você, amigo. Vá para a floresta. Recebemos a informação de que alguns burrões irão tentar invadir o acampamento. Não são lá grande coisa, mas... bom, você vai me ajudar – Determinou antes de se retirar. Eu fiquei ali. Parado e olhando para um quadro aleatório sobre uma privada divina, mais trêmulo do que uma ponte a ponto de cair. Após o que pareceram horas de fúria e incompreensão, tive coragem de refletir. Se estivesse correto, a primeira pergunta que tinha, além das dezenas de xingamentos em espanhol, inglês e latim: Por que agora? Todos esses anos ele estivera longe e não havia ido atrás de mim para saber como eu estava. Talvez nem sequer tivesse a decência de procurá-la. Agora tinha a coragem de vir no museu e pedir ajuda ao filho de quem ele cagou na memória? Levei as mãos a cabeça, tentando conter o ódio e não quebrar nada ali. Saí a passos largos, tentando concentrar minha mente. Mesmo a ponto de explodir, tentei focar na parte de mim que estava feliz contente por ele ter aparecido. Bom... a outra parte queria torturá-lo. Mesmo que odiasse a ideia, ele ainda era um veterano e eu precisava respeitá-lo devidamente. Ele me deixara uma tarefa a cumprir. O que ele não fizera por mim em toda a minha vida importava sim, mas não podia deixar que isso me motivasse a ir contra os princípios da legião. Não seja estúpido! Vá logo. Ordenei a mim mesmo. Abri a porta do museu, indo na direção da quinta coorte para preparar meu autômato. Não haviam opções se não dar o que o filho de Vulcano queria.
[...]
Não que eu visitasse o local com frequência, mas tinha a impressão de que a floresta não costumava ser tão perigosa assim. Entre as árvores, olhos brilhantes me fitavam, como se a cada arbusto algum monstro estivesse a espreita. Rugidos podiam se ouvir junto ao tilintar de metal se chocando. Ao meu redor, destroços de armaduras e algumas manchas de sangue estavam espalhadas aleatoriamente. As árvores pareciam ser a única coisa normal no ambiente, com copas de árvores se estendendo muito acima, com diversas camadas de vegetação levando até o topo delas. Caminhei por alguns estantes, com meu escudo colado ao meu corpo e os olhos atentos. "Me avise se ver algo" comentei para Jorge. O tigre dava passos pesados por entre as raízes, virando seu rosto e mostrando as garras para cada esquilo que aparecia. Após alguns minutos de tensão, me vi frente a uma clareira estensa. Curiosamente, era o lugar mais limpo de todo o percurso. O gramado era bem aparado e os arbustos decoravam o local pelas extremidades, como se fossem poltronas para assistir algum show. Além de algumas cocas diets jogadas aqui e ali, provavelmente por algum fauno bagunceiro, poderia ser um belo lugar para se fazer um piquenique. Infelizmente, um casal havia chegado primeiro. No centro do local duas criaturas pequenas me encaravam, batendo as espadas nos seus escudos improvisados (eram...caixas de madeira com pregos à mostra, talvez?), chamando-me para um combate. Tinham praticamente metade da minha altura, mas tinha a impressão de que eram mais fortes do que seu físico revelava.
É como se dois tigres tivessem nascido com problemas de desenvolvimento e tomado esteróides. Sussurrei para mim mesmo
- Monstros:
Logo atrás deles, três guerreiros da mesma espécie tentavam lidar com as ofensivas de Larry, se jogando no chão a cada esfera de fogo arremessada por ele. Mesmo de longe, notei que eram bem maiores e mais bem equipados que os que me fitavam. Provavelmente toda a bagunça atrás de mim tinha sido provocada pelo rapaz tentando conter todos os cinco tigres. No fundo, fiquei contente por ter de lidar com eles e não com o semideus.
– Não podemos conversar? – Questionei-os na esperança de chegarmos a um acordo. Naturalmente, os Werecats grunhiram como se zombassem de mim, cuspindo no chão a cada vez que me estudavam dos pés à cabeça. Se estavam tentando me ofender, bom, conseguiram. Assenti, dobrando meus joelhos tentando expulsar o nervosismo. Era a primeira vez que enfrentava criaturas como aquelas em um duelo real. Estava treinando a alguns meses e havia descoberto que era até que bom com machados, mas perante o perigo real, parecia que no fundo eu não sabia bem o que fazer. Respirei fundo e pedi aos deuses que me ajudassem nesse combate. Vendo minha inércia, avançaram ao mesmo tempo. Fui em sua direção, com medo de escorregar e cair devido alguma lata de refrigerante, mas não ousando tirar meus olhos dos oponentes. Meu TDAH me atrapalhou na hora de |analisá-los| logo de cara. Era difícil achar um ângulo onde as armas não me acertariam, então resolvi não tentar desviar. Coloquei meu escudo próximo ao meu corpo e defendi o primeiro ataque. O homem-tigre empurrou sua lâmina com força, jogando-me para o lado. Sem tempo de respirar utilizei o impulso para continuar indo para a lateral, esquivando-me de um segundo ataque. A lâmina passou a alguns centímetros a frente do meu rosto, fazendo-me fechar os olhos. Foi aí que fui acertado. Senti uma pata tocar meu peitoral e me empurrar para trás. Caí e rolei próximo a um arbusto, com meu tronco dolorido. Parecia que tinha levado um tiro de borracha à queima roupa. Grunhindo, busquei me levantar antes que fosse morto. Me pus de pé tremendo com meu machado. Os dois tinham sincronia e uma agilidade admirável, mas se pudesse quebrar essa simultaneidade e levar um a atrapalhar o outro talvez tivesse alguma chance defensiva. Meus olhos moveram-se freneticamente, tentando prestar atenção a todos os ângulos, guiados pelos meus reflexos. Havia visto como eles se moveram da outra vez, resolvi então tentar a sorte.
Visei acertar um dos opositores, que apenas defendeu com o escudo e se preparou para uma estocada. Saltei para o lado, jogando seu golpe para o vento e vendo a possibilidade de atingir seu braço. Antes que pudesse acertar a brecha criada tive de me proteger de um outro golpe, chocando a minha lâmina com a do segundo tigre, que recuou e deu espaço para o primeiro vir mais uma vez. Tentei caminhar mais para a lateral, encolhendo meu corpo e colocando o escudo em sua direção. Só pude sentir o calor da lâmina se espalhando pelo vento em meio aos seus golpes diagonais. Não fosse meu item, certamente teria virado picadinho de semideus.
- Agora! - gritei. Eles ignoraram, lançando golpes consecutivos, talvez acreditando que eu havia perdido minha sanidade. Um deles conseguiu se virar a tempo de defender a mordida do meu autômato, deixando sua espada cair ao chão e se empenhando em não ser destroçado diante das presas de bronze celestial. Busquei um contra-ataque em uma investida vertical no adversário que restara a minha frente, fazendo-o recuar. Para junto do seu companheiro. Queria acompanhá-lo e impedir que fizesse algo, mas não conseguia. Parei alguns segundos, recuperando meu fôlego. Por mais que quisesse acabar com eles em um piscar de olhos, não conseguia fazer isso como os outros semideuses. - Merda - Falei quando vi os Werecats deceparem a perna de Jorge. O tigre tentava fazê-los se afastar, mas era inútil. Me empenhei a correr e tentar açoitá-los pelas costas, mas eles apenas foram na direção oposta, se reunindo alguns metros ao sul e estudando meus movimentos. Toquei a cabeça do meu robô. Por mais que ele não sentisse dor, não queria vê-lo daquela forma. Meu presente de natal era meu xodó. Coloquei minha mochila próximo à ele e peguei uma poção de energia, bebendo um gole - Um protege o outro - sussurrei, posicionando-me próximo a cabeça do autômato.
Modificando com este pensamento a minha estratégia me preparei para me esquivar. O primeiro tigre veio arriscando cortar minha garganta e eu me agachei, ascendendo com meu machado e fazendo um corte em sua barriga. O monstro começou a se contorcer e se jogou na minha direção. Não tive tempo de reagir. Tentei endurecer um pouco o meu ombro antes dele desferir uma mordida. Gritei enquanto nós dois caíamos ao chão. Se não tivesse meu companheiro comigo, seria meu fim. Jorge reuniu toda a força que pôde em suas três patas restantes e saltou por cima, obedecendo a ordem que havia lhe dado e mordendo o Werecat pelas costas. A última imagem que tive foram dos olhos do tigre se encherem de lágrimas antes de seu corpo inteiro virar amontoado de pó dourado e cair por cima de mim. O outro monstro recuou, percebendo que agora estava sozinho. O autômato soltou um som estranho e parou, me fitando. Não podia exigir mais dele. Prometi mentalmente que o consertaria assim que tivesse a chance.
O homem tigre bateu sua espada no chão, transtornado pela morte do seu duo. Ele disparou, replicando os mesmos cortes que fizera no começo da batalha. Sabia que ele aguardava que eu utilizasse meu escudo. Infelizmente, eu não via outra opção. Levantei meu item e fui na direção da sua finta, sentindo a espada trespassar minha coxa. Gritei, sentindo a carne da perna e do braço arderem ao mesmo tempo.
Antes que ele pudesse recuar, reuni minha força no cabo da arma e a escolhi como minha |Arma favorita| depositando minha confiança nela. Arremessei. Bom, sabe aqueles momentos em que tudo parecesse passar em câmera lenta e você está em uma situação de alta tensão ou está apaixonado? Não foi o caso. Tudo acontecemiu em ritmo ainda maior. Sem a oportunidade de ver se minha estratégia havia dado certo ou não, me senti caindo para trás, como se meu corpo desejasse um momento de descanso. Ao tocar a grama, larguei meu escudo e pressionando as minhas feridas. O monstro dava alguns urros e soltava barulhos estranhos. Levantei um pouco o pescoço, vendo-o retirar o machado do seu abdômen, mostrando um corte talvez mais superficial do que eu esperava. Praguejei por não ser tão bom em arremessos e tentei usar minha perna boa para levantar, sentindo os ferimentos se abrirem mais a cada tentativa. Em um piscar de olhos, o Werecat me levantava pelo peitoral, tirando-me do solo como se eu fosse um brinquedo para ele. Era impossível dizer o que ele estava sentindo agora, mas certamente eu teria passado de almoço para saco de pancadas.
Senti o murro em minhas costelas e o vento rasgar ao meu redor. Voei alguns metros para trás, caindo em um arbusto tão dolorido quanto um velhinho após uma maratona. Minha coluna estralou quando tentei rolar para o lado, abrindo a boca para reunir o ar que faltava em meus pulmões. Não sabia se havia quebrado algum osso e pensar nisso agora não iria me ajudar em nada. Olhei para minha perna, sentindo a região toda queimar enquanto o sangue descia do ferimento. Conheci o peso da arrogância em acreditar que daria conta daquilo facilmente. Olhei atentamente para o lado, observando os passos lentos da criatura na minha direção, pronto para dar o bote. Dirigi minhas preces à Vulcano, pedindo forças. Minha arma havia caído em algum lugar ali perto e meu tigre não estava em condições de me ajudar. Tudo que poderia fazer era apostar nos poderes do meu pai. O guerreiro se jogou em cima mim, tentando perfurar a minha face com sua espada. Podia ter ficado parado e morrer ali mesmo. Poderia te dizer que pensara que, se o fizesse, nunca encontraria minha mãe ou que, se falecesse, os deuses acreditariam que eu nada mais era do que uma menino fraca e inútil, mas o que me motivou a reagir foi sentir ainda mais aquele sentimento. Sentir a emoção de um duelo e de estar quase morto diante do inimigo e mesmo assim almejar a vitória. Empurrei-me para o lado, vendo a sua lâmina perfurar as folhas aonda eu repousava. Girei meu corpo de volta, dessa vez com meu punho envolto em chamas. Reuni toda a força que tinha em um soco em seu nariz. Ouvi o crack e um sangue verde descer da sua narina. Ele largou a arma e tapeou as bochechas, respirando pela boca e agoniado com a situação. Procurei pelo meu machado, afastando as folhas e passando minha mão pelo solo. Quando percebi que a havia arremessado antes de voar longe, foi a tempo de me jogar para o lado diante de mais uma investida. Nesse momento senti meu sangue ferver e pulsar, e encandeci meu punho mais uma vez. Em um ato de revolta, soquei seu rosto novamente, fazendo-o cambalear para trás em agonia. Tomei alguns instantes para recuperar meu fôlego e saquei a sua espada caída ao chão. Antes que ele se recuperasse, dei alguns passos a frente e desci a lãmina tal qual fazia com meu machado, tentando cortá-lo do trapézio à clavícula. Após alguns segundos de pó dourado caindo ao chão, senti minha visão ficar turva. Pude ver alguém se aproximar de mim, estendendo as mãos. Só consegui ouvir Larry chamando meu nome antes de apagar mais uma vez. Da próxima vez que acordasse estaria na Quinta Coorte. Larry havia deixado o autômato próximo ao meu beliche, pronto para mais um conserto. Embora ainda o odiasse e tivesse perguntas a fazer, estava com a sensação de dever cumprido. Mesmo que fosse uma tarefa de alguém que talvez não merecesse minha ajuda.
Passivas:
Nível 3 - Perícia Bárbara [Inicial]: Confere nível de perícia [Inicial] para a perícia Bárbara. Permite que o legionário treine suas outras perícias até o nível [Inicial]. (+5 FOR)
Nível 1 - Ambidestria: O herói controla armas com as duas mãos com total habilidade.
Nível 1 - Regeneração de Batalha I: Os heróis regeneram 5% dos pontos de vida por rodada, quando estão em batalhas mortais contra algum inimigo.
Ativas:
Nível 2 – Soco |Castellan| Boladão: Sobretudo quando estiver sob estresse, o filho de Vulcano consegue envolver seu punho em chamas por um breve momento, suficiente para desferir um soco fortalecido e envolto em fogo. Consome 20 de Energia. Fortalece com a força fisica e pirocinese do usuário.
Nível 3 - Heavy Metal [Inicial]: O filho de Vulcano consegue transformar sua pele em um local ou membro em aço por uma rodada, ficando altamente resistente a ataques - NAQUELE ponto. Neste nível ainda não é capaz de aparar golpes fortes de bronze, mas flechas etc podem ser barradas. Consome 30 de Energia na primeira rodada, e mais 20 por rodada seguinte.
Nível 1 – Analise I: O Filho de Marte consegue analisar todos os aspectos do combate ao seu redor, podendo assim elaborar estratégias e ataques mais facilmente. Na rodada seguinte, seu terá uma chance maior de ter sucesso. Gasta 30 de energia e entrara em espera por três rodadas.
Nível 2 - Arma favorita: O filho de Marte escolhe dentre as suas armas a sua favorita e, durante 3 rodadas, ela ganha bônus em seus ataques, sejam cortantes, perfurantes ou esmagadores. Gasta 35 de MP e só pode ser usada uma vez na narrativa.
- Cantil de Energia[Comum] [x1 Gole] (Consumido)
- Itens:
Equipamento:
- Scutum médio
- Kit de Couro Revestido com Ouro
- Machado
__________________
Acessórios:
- Tigre Autômato [bronze celestial]*
__________________
Mochila Comum:
- Cantil de Energia[Comum] [x1 Gole] (Consumido)
*Tigre Autômato [bronze celestial]: O animal terá as proporções de um tigre adulto, programado para obedecer apenas o seu dono, fará tudo que o mesmo quiser, servindo como suporte em batalha e até em transporte, tendo uma cela acoplada o mesmo. O mesmo será rápido como o próprio animal, mas furtivo como um robô pesado, batendo contra o chão. Não é indestrutível, mas pode ser consertado pelo dono independente do seu nível de forja.
Observações:
- Gostaria de solicitar avaliação de pontos para perícias. Fica a critério do senhor avaliador, mas acredito que me empenhei nas seguintes: Perícia Bárbara, Perícia com Escudos e Perícia de Arremesso.