O contato entre os Acampamentos obriga constantemente que semideuses viagem de um lugar para outro, entregando mensagens e alertas. Era minha vez de contatar o Acampamento Meio-Sangue, e no meio do caminho fiquei me perguntando como falaria com o coordenador daquele lugar. Me isolei por alguns meses após voltar do treinamento de Lupa, e fiquei praticando esgrima sozinha. Não que eu tenha conquistado alguma habilidade mirabolante mas, agora a espada não cai... muito. Chegando na casa grande, que por sinal, se chamava exatamente isso ‘Casa Grande’ eu encontrei um centauro. Tenho um medo muito grande de criaturas mitológicas, meu último encontro com elas não foi muito agradável e por isso, apesar de saber que aquele era o famoso Quíron, irmão de Zeus e imortal treinador de semideuses, eu estremeci o suficiente para sentir minhas pernas bambearem.
Balbuciei a primeira coisa que veio na cabeça, entreguei a carta dos pretores e saí o mais rápido possível dali, agradecendo aos deuses por ele não ter perguntado nada. Respirei fundo, e descansei por ali mesmo, sentada à uma árvore de sombra agradável onde não passava muita gente. Minha companhia foi um roedor de olhos carentes que imediatamente conquistou minha amizade, e enquanto um gélido arrepio percorreu minha espinha ele correu. Com meus sentidos gritando que eu não deveria ficar ali, segui o roedor sem olhar para trás. Aquele medo repentino era estranho, como se uma tempestade se formasse em minha cabeça, trazendo outra vez as imagens de minha falecida mãe à tona.
Tentei afastar esse pensamento da mente enquanto seguia o bichinho, me obrigando a olhar constantemente para o céu, para confirmar pra mim mesma que nenhuma tempestade estava se formando. Só percebi que entrei na arena do Acampamento grego, quando ouvi o baque surdo atrás de mim, e imediatamente fiquei paralisada de pânico. Sentia a pele do meu rosto ficando fria, provavelmente eu estava com a palidez eventual que só o medo sabia provocar. Mas suspirei de alívio ao ver um garoto próximo à mim, encarando meu rosto com uma expressão fria, e recuei um passo.
Eu evitava ir na arena do Acampamento Júpiter, pois sabia que seria incapaz de ver outra criatura mitológica sem começar a tremer. Só agora havia notado o quão medrosa eu era, e o barulho das engrenagens só contribuiu nesse pensamento. Os portões se abriram, revelando uma criatura verde e bruta, e só consegui imaginar em que tipo de furada os Deuses me meteram. O garoto começou a se preparar para a luta. “
Isso só pode ser uma brincadeira, aposto que o Saito vai aparecer de trás dos portões rindo de mim cedo ou tarde” eu comecei a pensar.
Mas meus instintos gritaram que isso definitivamente não iria acontecer. E imediatamente murmurei.
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Droga! -- O mais alto que minha voz alcançava ainda não seria alto o suficiente para o Orc me ouvir dessa distância. Isso porque tenho um problema no timbre da voz, perdi 60% do seu tom um dia, e agora ela sai baixinha e levemente aguda. Isso me faz parecer frágil, e eu realmente odeio a ideia de passar uma imagem fraca.
Levei a mão até a cintura. “
Agora não tem mais jeito” sussurrei para mim mesma, e saquei a espada. Seu peso e a tremedeira me atrapalharam imediatamente e ela caiu no chão enquanto eu gemia de vergonha, imaginando que o grego estaria me olhando. Meu rosto que estava pálido provavelmente agora estava tão vermelho, que eu devia estar parecendo um tomate. Me recompus, e peguei a espada. Lembrando-me do treinamento com Lupa “
Respire fundo, e busque aprender sobre o adversário”.
O garoto ia atacar a distância, e eu tinha apenas minha espada. Sei que o ataque do garoto precisava de estabilidade, então pensei em chamar a atenção da criatura. Por isso, corri com cautela e medo até ele, afinal eu não tinha muita experiência em uma batalha real. O objetivo era me aproximar. Li em um livro da biblioteca romana, que um monstro como o Orc, tem baixa inteligência e busca atacar com tudo. Musculatura e armas grandes acabam tornando a maioria dos ataques, lentos, e eu sou acostumada a treinar com lobos gigantes e lupa. Meu estilo de batalha é mais focado em fuga e evasão, logo, torcia para fazer isso e sair inteira, afinal sou pequena, e um golpe daquela coisa seria o suficiente para me esmagar.
Tento me aproximar, e quando estiver próxima o suficiente (cerca de 2m) para que ele comece a atacar, tento girar pela lateral do seu corpo, mantendo-me atenta para desviar de chutes ou outros golpes e se conseguir, tento dar uma estocada na parte de trás do seu joelho esquerdo. Lembrando que o objetivo desse movimento, é chamar a atenção para que o garoto grego consiga fazer o movimento. No fim de tudo, tendo recuar para a direção contrária do garoto. Mantendo o monstro entre ele e eu.
Passivas:
Nível 1 - Aparência Agradável: Você tem uma beleza sobrenatural para os padrões de sua era. O filho de Vênus tem uma beleza erótica. (+5 CHA)
- Equipamentos:
Equipamento:
- Elmo Comum
- Peitoral de Couro
- Espada Curta
- Observação de narração:
Eclair tem medo de Tempestades e perdeu 60% do timbre de sua voz. Ao entrar em contato com eletricidade, seu cabelo fica branco.