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Capitulo 3 - Entardecer| Stephen K. Bloodwine Empty Capitulo 3 - Entardecer| Stephen K. Bloodwine

por Stephen Bloodwine 02/11/14, 11:52 pm

Stephen Bloodwine

Stephen Bloodwine
Filho(a) de Hades
Filho(a) de Hades
Estava acomodado em meus lençóis naquela noite fria. Por mais que nós, filhos de Hades, tivéssemos nossas temperaturas corporais amenas a brisa já estava passando dos limites e chegando a um vento chato que corta a pele. Lembrava-me do episódio anterior em que um companheiro de batalha acabou tirando a própria vida. Segurava o diamante de almas passando eles por entre os dedos tentando fazer com que, de alguma forma, eu pudesse reverter aquilo mas era inútil. Eu sou um servo da Morte, meu trabalho é levar as almas até meu pai, não tirá-las dele.

Um baque me fez acordar de meus devaneios com um sobre-pulo. Um arrepio na espinha me dizia que algo estava prestes a mudar aquela noite tediosa, aquilo era um presságio que normalmente vinha com a morte. Olho para a porta, de onde viera o barulho e vejo claramente, o que para muitos seria impossível, uma garota. Ela possuía os cabelos negros e encaracolados, sua pele era negra como as sombras e seu olhar era difícil de distinguir, mas eu conseguia sentir a morte em sua vida.

-Vim aqui a mando de Tânatos. -Disse a garota com desdem.

-Muito bem My Lady, poderia ao menos saber seu nome antes de mais nada. -Disse tentando ser simpático, coisa que eu não era muito bom.

A garota apenas revira os olhos achando aquilo entediante. -Me chama Karma, sou uma de suas irmãs, também trabalho para Tânatos. Ele me pediu para acompanhá-lo em uma missão... complicada.

Olho para a garota e estreito os olhos "Sou sua irmã". Aquilo soava tão trivial quanto ir em uma missão pedida pela própria Morte. Levanto-me calmamente e e visto meu Manto Negro, depois disso vou até a cabeceira de minha cama e pego minha Mascara do Medo já a colocando no rosto. Não gostava de olhar diretamente para esse item, ele me fazia lembrar da morte de Hennet. Pego o resto dos meus pertences .

-Vamos? -Pergunto a garota, então percebo que ela me olhava com espanto, talvez com medo, ou algum sentimento parecido criado pela mascara.

-Va... vamos. -Disse ela vacilante.

Andamos até a colina onde estava amarrado a um tronco de árvore as rédeas de um cavalo, mas não um cavalo qualquer. De suas patas saia uma névoa densa, sua sombra dançava com a lua, sua pelagem era tão negra quanto a própria Nyx e seus olhos tinham um vermelho escarlate como a sangue do mais nobre rei. Tentei não manter-me espantado por ver tal criatura magnifica e então ele olho para mim. Olhava por dentro da mascara, diretamente em meus olhos, eu conseguia sentir, era como se estivesse lendo minha alma. A garota boleia a perna e sobe com rapidez na cela, ela já havia soltado os estribos e eu nem percebera.

-Vamos, não temos a noite toda.

Seguro sua mão que era mais fria que aquela noite e subo junto a ela no cavalo.

-Criatura peculiar, onde conseguiste?

Minha irmã não se da ao trabalho de responder, apenas bate com os calcanhares no corcel que dispara pela pequena rua. O animal é rápido como uma flecha, por onde ele passa um rastro de sombras é deixado e de dentro dessas sombras, olhos vermelhos sangue se sobressaem.

-Cães infernais, eles não ousariam atacar dois filhos de Hades, fique tranquilo. -Disse a garota com o mesmo tom de desde.

"Se eles não irão nos atacar, por que estão a espreita?" Guardo minha pergunta assim como o impeto de voltar ao meu chalé. Algo me dizia que aquilo não acabaria bem.

-Pelo menos você pode me dizer que missão tão importante é essa?

-Temos que pegar uma maça de ouro no jardim das Hespérides, será fácil pra você. -Dizia a garota com uma leve animação na voz.

-E pra que Tânatos quer uma maça de ouro?

-Não são maças qualquer, elas tem o poder de deixar imortal a pessoa que comer.

-E pra que a Morte quer tal item? -Pergunto incrédulo.

-Pergunte isso para ele quando o encontrar. -E pela segunda vez ela mudava o tom de sua voz, agora parecia irritada.

Resolvo não continuar com aquilo, afinal ela era a primeira irmã que eu conheci, não queria estragar qualquer chance de ter um relacionamento com pergunta imbecis.

-Então, eu nunca te vi pelo acampamento. Tens residencia fixada aonde?

-Sou uma ceifadora, e nós, ceifadores de verdade, não vivemos em acampamentos ou em qualquer outro lugar. Sempre temos que fazer trabalhos para Tânatos e não temos tempo para isso.

Senti como se tivesse tomado um tapa em minha face. Eu estava indo ajudá-la em uma missão que eu não fazia ideia de como seria, e ela me retribuía daquela forma.

-Tudo bem, vamos falar sério agora. Não foi Tânatos que te pediu a maça. É melhor falar a verdade antes que eu de meia volta.
A garota fica pensativa por alguns instantes.

-Realmente, não é para ele, é para mim. -Disse tristemente enquanto parava o cavalo por completo. -Minha irmã esta morrendo Stephen, Tânatos foi cruel o bastante para dar a mim o trabalho de ceifar sua alma, mas eu não tive coragem. Achei um meio de esconder ela do Deus, mas um dia ele vai achá-la. Tenho que pegar essa maça para que isso não ocorra. Alguma vez você já amou alguém o suficiente para desafiar tudo e todos?

A verdade é que eu nunca amara nada. Minha mãe havia me abandonado, os monges que me criaram tinham medo de mim. Meu pai não era um poço de ternura e presença. Bom, eu não tinha nada a perder, afinal.

-Entendo. -Falo tentando parecer sincero, por mais que isso fosse mentira. -Irei te ajudar, afinal, se ela é sua irmã esta tudo em familia. -Esbanjo um sorriso da melhor maneira que consigo, então acontece o inesperado. Um abraço.

Minha irmã se virou tão depressa quanto o cavalo que estávamos montados. Aquele era o primeiro abraço que eu recebi na vida.

Seguimos cavalgando através do tempo, sim, parece que aquele cavalo conseguia fazer isso. Ele de uma certa maneira distorcia o tempo, ou alguma coisa parecida. Ela chamava-o de Shadowfax, ele era a encarnação das sombras no nosso mundo. Era a coisa mais magnifica que eu já vira nesses "poucos" anos em que pisei sobre o solo de Gaia.

Ela nos levou até São Francisco. Uma viagem que duraria mais de 40h com os chamados carros, durou apenas 12h em cima do Shadow. Nesse tempo, eu e Maka, o nome de minha nova irmã, conversamos bastante. Ela me contara como sua vida foi difícil, perder sua mãe e seu padrasto, ter que cuidar da irmã doente e tudo mais. Contei a ela sobre a minha vida, sobre eu ter mais de 1000 anos e tudo mais. Fora uma viagem agradável, a luz do sol não invadia o um estranho campo de sombras que nos cercava.

Maka é uma pessoa tímida no final das contas. Toda a sua brabeza era apenas um escudo para esconder sua fragilidade e estado de espirito. Nós tínhamos muito em comum, por mais que eu estivesse atrasado cerca de um milênio em tecnologia, conseguimos conversar por um bom tempo.

Enfim, chegamos no local. O crepúsculo estava especialmente bonito. O monte Tamalpais era grandioso, tanto em tamanho quanto em sutileza. Pássaros voam procurando seus ninhos por entre as árvores para ter o seu quinhão diário e alguns pequenos animais passeiam por entre a relva. A nossa frente, dois portões gigantescos. Eles eram feito de Ouro Celestial e estavam abertos, parecia que estavam convidando o entardecer para entrar.

Digamos que o local não era exatamente um esconderijo de macieiras douradas. Elas estavam espalhadas por todos os cantos formando um circulo, o problema todo era o que estava no meio do circulo. Um dragão! Mais precisamente um dragão de cem cabeças descansava tranquilamente no local.

-Meu senhor, o que é aquilo? -Pergunto incrédulo.

-Seu desafio. -Dizia Maka animada. -O nome dele é Ladão, nem Héracles foi tolo o bastante de enfrentá-lo cara a cara.

Isso era animador. Eu tinha que conseguir colher uma maça sem ser percebido por um dragão, a minha sorte é que já havia sombras no local. Meu pai comandava as sombras e isso poderia virar o jogo ao meu favor.

-Por que você mesmo não pega?

-Nosso pai saberia se eu usasse as sombras para me locomover. Sim, por isso trouxe você aqui, nós somos os poucos que conseguimos passar despercebidos por todos .

Faço um sinal que sim com a cabeça e começo a agir. Uso minha habilidade Corpo de Sombras para me locomover pelas sombras ambientes e chego perto de uma das arvores e já arranco um dos pomos de ouro que estava em um galho mais a baixo. Nada acontece. Isso era estranho, esperava que o dragão viesse até mim e me engolisse com apenas uma mordida de uma das suas 100 bocas. Volto para o lugar onde Maka estava.

-Aqui está a maça, tome. -Levo o item até suas mãos.

-Pode ficar com ele por enquanto, vamos sair daqui. -Ela aponta para Shadowfax.

Começo a caminhar na direção dos portões quando alguma coisa acontece. O tempo começa a ficar devagar até se congelar por completo, então tudo fica escuro.

...

-Você deveria seguir mais os seus instintos. -Um homem de pele totalmente negra dizia essas palavras enquanto segurava uma espécie de livro digital.

-Não o entendo, senhor. -Dizia isso a Tânatos, mas era como se meus lábios não se movessem.

-Você deve parar de se preocupar com a aceitação dos outros. Há trevas em você, negá-las será a mesma coisa que negar a si próprio.

A imagem começava a clarear. Eu estava vendo meu próprio corpo parado na frente dos portões, mas não era isso que me preocupava. Maka estava logo atras de mim, com sua espada pronta para apunhalar minhas costas.

Tânatos estava ao meu lado, ele era muito bonito apesar de ser a Morte.

-Mas por que? -Perguntei incrédulo para ele. O vento gelado da noite anterior voltara.

-Ela quer sair dos Ceifadores só que isso não é possível. Todos vocês tem uma marca em suas almas na qual não pode ser apagada. Ela quer a maça para que eu não consiga mais ceifar sua alma e ela continue andando por entre os vivos.

-Mas e a sua irmã que estava doente?

-Você não acreditou nessa história. Desde o começo esta tentando se convencer de que tudo isso é real só para ter alguém pra chamar de família.

Ele estava certo, toda aquela história era muito superficial.

-O que devo fazer agora? Eu serei morto?

O Deus vira seu livro digital e nele estava escrito um nome Maka Bonfire.

-Você sabe o que fazer, apenas aceite as trevas em você.

Então eu volto para dentro de meu corpo e instantaneamente me transforme em névoa. A espada de minha irmã atravessa meu corpo imaterial, então me teleporto para traz dele e cravo minha espada em seu pulmão. Ela não consegue nem gritar, o ar lhe deixa assim como sua alma que é carregada direto para o submundo, aos cuidados de meu pai. Nesse instante,  frio não me incomodava mais, na verdade, nada parecia me incomodar, até o fato de eu ter mato minha irmã.

Meu batimento cardíaco estava calmo, a maça de ouro ainda estava em minhas mãos e então eu sinto um bafo quente nas minhas costas. Me viro calmamente e vejo Ladão logo atrás, ele me olhava parecendo irritado com o fato de eu estar com a maça nas mãos. Resolvo então atirar a maça para ele, o monstro o abocanha facilmente e volta para seu repouso.

Vou até shadowfax que continuava parado, novamente ele parecia ler minha alma, só que dessa vez o mesmo faz uma reverência para mim e me deixa-o montar.

Volto para o acampamento meio-sangue por enquanto, por mais que aquele lugar não fosse mais a minha morada.




Experiência: 5000
Dracmas: 2500

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