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por λ Dite Maniel 02/07/20, 10:42 pm

λ Dite Maniel

λ Dite Maniel
Filho(a) de Afrodite
Filho(a) de Afrodite
Eu já tinha ouvido muitas lamúrias na minha vida, algumas pessoas que preferiam ser humanos normais, ignorantes quanto ao que existia de místico no mundo. Alguns que perderam amigos, familiares ou outros entes queridos em uma missão. Alguns que simplesmente sentiam falta de coisas mais simples, que não gostavam da rotina que o acampamento proporcionava.

A verdade é que cada ser com a capacidade de pensar se lamentava por algo, e as vezes o que parece ser uma coisa pequena para nós é gigante para o outro, a vida é assim. Eu nunca havia encontrado alguém que não tinha nenhuma lamentação e acho que não encontraria tão cedo. Saio da enfermaria e fico refletindo sobre isso, eu me sentia muitas vezes como uma psicóloga e por incrível que parecesse eu gostava daquilo.

Será que eu teria feito psicologia em outros tempos?

Por fim chego ao meu chalé, para alguns poderia ser bastante solitário (talvez porque passei quase 4 anos sozinha nele) mas eu me sentia bem ali, era um local quieto, onde podia refletir e me aconchegar ao fogo. Sem contar a calmaria que me trazia, era uma espécie de ponto de equilíbrio na minha vida. Pego uma xícara de água e esquento na lareira, adicionando algumas ervas e fazendo um chá doce, pego a coberta na minha cama e me sento de pernas cruzadas. Assopro o vaporzinho que se elevava e na hora que tomo um gole sorrio.



Ou pelo menos, é o que eu me lembro de fazer, porque quando abro os olhos novamente estou no que eu acho ser um sótão, há uma pequena janela redonda de onde leves raios de sol entram, me indicando que já era dia. Não havia nenhum outro móvel comigo e eu não tinha nenhuma de minhas armas, nenhum anel, nenhum colar, absolutamente nada. Ergo minhas mãos e vejo que minhas tatuagens ainda estão ali.

Deve ser difícil remover tatuagens.

Tento invocar meu arco e por algum milagre consigo, suspiro e o mando de volta. Ok. Pelo menos eu não estava completamente indefesa, se aquelas estavam ali, minha tatuagem conciliadora também deveria estar. Fecho os olhos e tento contatar Enzo, nós também tínhamos um laço empático então de todas as minhas opções ele com certeza era melhor.

- Enzo? Pode me ouvir? – Por favor por favor. - [color=#ff9999]Enzo? Por favor... por favor... Eu não sei onde...

Meus pensamentos são interrompidos por um alçapão que estava no chão se abrindo lentamente. Me levanto do chão e me preparo mentalmente para o que veria. Entretanto, acho que nem toda preparação do mundo teria me ajudado, a pessoa que abria o alçapão e estava na minha frente era ninguém mais ninguém menos que eu mesma.

Se você olhasse com atenção, notaria algumas diferenças sutis, entretanto. O sorriso em seu rosto não era confortante, tinha um ar malicioso de quem ri interiormente de alguém, seu olhar emanava uma malícia que eu não reconhecia de lugar nenhum e havia o fato de que ela/eu estava com uma maquiagem que normalmente seria comum para os filhos de Afrodite mas que eu jamais usaria na vida.

- O que foi pequena Aphrodite? Gosta do que vê? – Diz ela e logo em seguida fecha o alçapão, mas não antes que eu possa ver um corredor simples e um par de pés que parecia estar sendo arrastado. Me alarmo nesse momento e começo a dar um passo pra frente, até meu outro eu estalar a língua e me fazer voltar minha atenção pra ela. - Acredito que antes de se preocupar em tentar salvar alguém, deveria olhar para si mesma, não? Sua situação não me parece boa, toda desarrumada, desarmada e ainda por cima sem usar magia. Que deplorável. - Nesse momento me toco de que ela estava certa, eu não sentia o poder normal do fogo que percorria minhas veias, nem mesmo a harmonia sutil de Afrodite que normalmente me deixava calma.

- Deixa eu te explicar uma coisa, garota. Você está numa espécie de... cela. É, uma cela. Uma cela feita justamente para pessoas como você, que diz que o mundo é cor de rosa, que tudo é bom e blá-blá-blá. Você se tornou fraca e tinha tanto potencial, MAS, não se preocupe, eu vou te ajudar a recuperá-lo. – Ela me dá um sorriso maléfico que me deixa hesitante. Que diabos ela queria dizer com me ajudar a recuperar meu potencial?

- Eu sou sua melhor versão. Sou o que você seria se tivesse seguido o lado certo, invés de ter aceitado essa baboseira de Héstia naquele dia do sequestro simulado. Você sabe das brincadeiras dos Deuses, das brincadeiras dos mortais, de como a vida é dura. E se tivesse seguido o caminho de Éris. – Ela caminha até a janela e coloca a mão na mesma, sem olhar pra mim. - Você moraria nessa mansão, teria vários companheiros sem nunca faltar nada a ninguém e nem ter de compartilhar nada. Fazendo o que quisesse, quando quisesse. Sem missões inúteis nem riscos por pessoas que valem menos do que você...

- E quem é você, pra decidir quanto vale a vida de alguém?

- Um indefinido de 11 anos de idade, que não acrescenta nada ao mundo vale mais que uma filha de Afrodite poderosa? Você acha mesmo que algum dos seus amigos escolheria um desses ao invés de você?
- Esse indefinido que aparentemente não acrescenta nada ao mundo, pode ser um ponto chave no destino. Esse indefinido pode TE salvar depois de um tempo. Você não é nada, nem ninguém para decidir sobre a vida de alguém.

- E quem é você? Você teve uma chance em um milhão de escolher nascer de novo como humana, até mesmo de ir para os campos Elísios e invés disso escolheu o que? Continuar como semideusa e voltar para seus colegas... Os mesmos colegas que te deixaram despencar do céu como se não fosse nada. Ou eu estou errada?

Endureço meu coração naquele momento, eu não sabia daquilo com toda certeza. Eu apenas tinha tentado salvar eles e acabei no submundo. Eu não sabia por exemplo que tinha caído e ninguém havia tentado me segurar.

- Isso mesmo, não moveram um dedo para te salvar e quer saber o melhor? Todos eles tinham alguma habilidade de vôo. Engraçado, não? Aliás, se bem me lembro, o filho de Ares pensou algo como: “A imprudência com a falta de experiência tinham feito a sacerdotisa se jogar precipitadamente, causando sua morte.“

- Você não sabe de nada.

- Não sei? – Ela me pergunta com um sorriso arrogante e a sobrancelha erguida, saindo logo em seguida e me deixando ali plantada.

Ela não estava certa, estava? Mesmo que esteja, não importa. Não é todo mundo que tem os mesmos instintos que você. Exceto que... Marvolo também era um sacerdote. Aquilo fazia meu coração doer um pouco. Foi uma das poucas missões em que eu tive autorização para usar meu poder em força total contra qualquer tipo de criatura. Será por isso que Marv não me ajudou? Mas e quanto ao Aaron? E mesmo assim, quem teria um pensamento tão cruel? Sinto meu rosto quente e vejo algumas lágrimas escorrer. Não. Não. Seco as mesmas e me sento no canto do sótão.

Foi só uma missão idiota, só uma missão idiota.




- Hora de acordar, bela adormecida. – Aquela voz, minha voz me acorda e vejo que não estou apenas sonhando. Sinto minha garganta seca de todo aquele tempo dormindo e ergo apenas uma sobrancelha. Enquanto pensava em tudo decidi que o melhor jeito de responde-la era com o silêncio, filhos de Afrodite eram arrogantes demais para tentar se argumentar.

- Aqui, pra você. – Ela diz e me entrega uma vasilha, dentro da vasilha tinha o que? Morangos. Sinceramente. - O que foi? Isso te faz lembrar de alguma coisa? Talvez do seu amigo... Enzo? Aposto que ele nem deve ter percebido que você sumiu, vocês tem estado meio afastados ultimamente não é? E a culpa é de quem? Você se diz tão amorosa mas não respeitou a decisão dele. Que feio Dites. – Ela pisca pra mim mais uma vez e sai novamente.

Então era isso, algum tipo de tortura psicológica com todos os meus erros do passado. Nem fodendo que eu ia ficar pra ver aquilo. Como os morangos silenciosamente enquanto traço um plano.




Não durmo, não sei quanto tempo se passa exatamente, tento contar ele através da luz que invadia a janela mas perco a conta depois do que suponho ser o terceiro dia. Meus olhos pesam, minha vida passa por mim, cada momento pequeno. De tristeza até alegrias. A fome é o pior, desde os morangos eu só tinha ganhado uma garrafa d’água. Se eu não fosse semideusa provavelmente já estaria desmaiada. Ouço o clique do alçapão e instantaneamente me movo até o ponto cego dele, na parte traseira. Espero até ele estar totalmente aberto e a cabeça do meu outro eu aparecer e me procurar e então coloco minha mão para o lado de fora.

Por favor não me abandone agora.[i]

Tento invocar minha Salamandra Sagrada, demora um pouco e logo meu outro eu me vê e da um sorriso irônico fechando a madeira encima da minha mão. Sinto meus ossos estralarem e minha mão esquerda ser quebrada, grito de dor mas não perco o foco. Ela disse que era apenas do lado de dentro.

- Você é realmente uma piada. – Vejo que ela se aproxima de mim e é nesse momento que sinto meu fogo na ponta dos dedos, o expando máximo que dá e o lanço por toda a casa, deixo que ele seja livre e selvagem como sempre é e queime a casa toda. - Você não consegue nem pensar em um plano de fuga melhor? Em me enfrentar? Francamente, como se essa mão para fora... – Ela interrompe suas palavras quando o cheiro de queimado e a fumaça nos alcança. Levanto e ergo minha mão delicadamente até o peito, dando um sorriso irônico para ela.
- Pelo que eu me lembro, você não é imune ao fogo, é?

- Vamos nos encontrar de novo, perdedora. – Ela me diz, lançando um olhar de ódio puro antes de abrir o alçapão e pular para baixo, correndo logo em seguida. Suspiro de alívio, olho para o andar de baixo pelo buraco e vejo o fogo por todo lado, ouço os cracks da madeira queimando e me apresso em descer. Podia ser imune ao fogo, mas não seria muito daora. Pulo no andar de baixo, ainda mantendo minha mão próxima ao peito e me dou 5 segundos para me estabilizar. Podia ser uma semideusa mas todo aquele tempo sem dormir e comer, somado a tensão pré-plano e uma mão quebrada estavam cobrando seu preço.

Engulo a seco e começo a procurar a saída da casa. Por um momento me lembro dos pés sendo arrastados mas não tenho muito tempo para pensar naquilo, tudo que eu queria era ir embora daquele lugar, seja lá onde ele fosse. Depois de quase 10 minutos de tortura vejo uma porta de saída e rumo ao ar livre. Me vejo rodeada de árvores, sem nenhum sinal de civilização a vista. Respiro fundo e começo a sair dali, mal tinha andado 100 metros quando me vejo cercada por pelo menos 4 ciclopes, dois cães infernais, duas harpias e uma dracanae. Que maravilhoso.

[i]Enzo... Nathan... Esse seria um ótimo momento pra vocês aparecerem. Olha que floresta daora com monstrinhos que eu estou.


Mando essa mensagem pela tatuagem mas não tinha como ter certeza de que eles receberam ou poderiam me ajudar de qualquer forma. Invoco meu Santuário com minhas últimas forças, ganhando pelo menos um pouco mais de tempo. Os monstros batem no escudo invisível ao meu redor e tudo que eu vejo antes de desmaiar é um fucking ônibus amarelo voador.




Acordo novamente na enfermaria, era irônico estar deitada na cama e não curando os outros. Ergo meu olhar e vejo Nathan ali.

- Oh sua merdinha, finalmente acordou. Cê acha que pode gritar na cabeça dos outros e depois dormir por 4 dias numa boa? Tá achando que eu sou desocupado minha filha?

Assim que vejo meu amigo começo a chorar, não aqueles choros bonitinhos, era um puta choro catarrento, com direito a soluço e tudo.

- Eu disse sem emoções fortes, carai. - Diz Enzo entrando logo em seguida e dando um tapa na nuca de Nate. Porra, que alívio era ver eles dois. Que alívio era não ter sido abandonada e devorada.

- Vocês... Vocês...- Tento falar mas parece que cada palavra vem junto de mais choro e só consigo ficar encarando os dois.

- Sim sim, a gente salvou sua vida, te encontramos desmaiada, o Enzo te deu uns tapas na cara pra acordar e tudo mais, agora. O que diabos aconteceu lá?

- Sinceramente... Nem eu sei.

Itens e Habilidades:

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#1

Vulcano

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Deus Olimpiano
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| One-Post Aceita |

Xp recebido:
2500*2=5000
Dracmas: 1750


Comentários:
- Como leitor, eu gostei muito dessa one-post, tanto por achar interessante a ideia quanto a forma como você escreveu ela e me fez ver como a Aphrodite pensa, se sente e a maneira como ela age, sem deixar isso mecânico demais.
- A one-post foi coerente e eu gostei muito desse começo de enredo, já que é a parte I. Estou curioso pra entender melhor e se você continuar, estarei contente em ler a próxima Manolo
- Não encontrei nenhum erro gramatical ou ortográfico que me impedisse de compreender o que estava acontecendo. Quando comecei a ler, terminei sem dificuldades e isso tornou tudo ainda mais gostoso e divertido
- Xp e dracmas recebidos conforme nível da personagem, qualidade do enredo e tipo de narração
- Houve a falta do formulário das one-post livres no começo da narração, peço que adicione o seu preenchimento no começo do tópico para cumprir a formalidade e a avaliação esteja concluída (não atualizei ainda)
- Parabéns Manolo

#2

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