– Olá, desconhecido! O que o traz aqui? — Zuriel fala casualmente, indagando a criatura.

O zumbi abre a boca, soltando um som irreconhecível mesmo para os ouvidos treinados do filho de Apolo, algo similar à varias vozes falando em um tom de dor e agonia. O ser não parece muito afim de ir na direção do semideus, algo que o garoto percebe assim que o soldado levanta seu escudo, protegendo o seu tronco e grande parte da sua cabeça, e anda lentamente até Zuriel, indo para direita e para a esquerda enquanto vai na direção do garoto.

Ao observar com mais atenção, o semideus percebe que uma flecha dificilmente penetraria a armadura do zumbi com facilidade, mas havia pontos desprotegidos pela armadura que poderiam ser úteis para subjugar seu adversário, como seu cotovelo, sua cabeça e seu abdômen, sua coxa também está meio desprotegida, porém pode ser difícil para o arqueiro atingir devido ao escudo. Zuriel, vendo que o adversário se aproxima, invoca se arco e prepara uma flecha, procurando o ponto certo para atirar. Reparando um pouquinho mais no escudo do seu adversário, Zuriel vê que a área ao redor do ponto fragilizado é provavelmente mais frágil, já o resto precisaria de mais de duas flechas, ou uma flecha mais forte.

O morto vivo se aproximou 5 metros enquanto o semideus não se moveu. Zuriel ainda sentia frio, mas o sol está o ajudando à se manter um pouco melhor. 

– Você está com dor? - Indaga o filho de Apolo, mostrando simpatia à criatura. – Eu posso ajudá-lo, sou médico.

O morto vivo não reage as palavras do semideus, que abaixa o seu arco, tentando fazer a criatura reconsiderar a batalha. O zumbi continua andando na direção do garoto, que vendo isso, decide recuar atenciosamente. Ao ver que a criatura não estava lhe ouvindo, Zuriel fica cada vez mais certo de que ele não terá outra opção que não seja lutar contra a criatura.

Assim que fica à 12 metros do arqueiro, o guerreiro aumenta a velocidade de seus passos, e coloca a sua lâmina na frente de seu escudo, deixando um pouco de seu braço a mostra. Zuriel, ao ver que seria atacado de não fizesse nada, levanta seu arco e dispara uma flecha da parte fragilizada do escudo do zumbi. A flecha passa pelo escudo facilmente, mas não faz nada que afete o seu adversário fisicamente, apenas se crava em sua ombreira e o faz diminuir sua velocidade e perder o equilíbrio momentaneamente. Agora que uma parte maior de seu escudo está quebrada, o semideus adquiri uma visão maior sob a criatura, Zuriel consegue ver uma parte maior do lado esquerdo rosto do zumbi e um pouco de seu bíceps.

A criatura está à 9 metros do semideus. O curandeiro tem apenas 5 metros para recuar antes de encostar na parede.

O Zuriel vê a oportunidade surgindo e mira logo no pescoço do seu adversário, que não fica para parado e começa a correr na direção do garoto. O filho de Apolo inicialmente tem dificuldades para ajustar sua mira, mas assim que sua flecha aponta diretamente para o pescoço do morto-vivo, o semideus à dispara, deixando a flecha seguir sua trajetória. A flecha vai como um fogo de artifício barato até o pescoço da criatura, que tenta se esquivar, mas acaba sendo atingida de raspão pelo projétil, que inicialmente parece não afeta-lo, mas após alguns segundos, a criatura diminui a sua velocidade e encosta a mão que segura a o escudo em seu pescoço, ficando assim durante instantes, voltando a correr logo em seguida.

Após efetuar o disparo, o semideus começa a correr pela arena, seguindo pelo canto dela como se estivesse fazendo um caminho circular, o que normalmente facilitaria para inimigo lhe alcançar, porém o fato de se tratar de um ser putrefato dificultou para zumbi realizar a curva e se aproximar do garoto. Zuriel, ao se afastar, percebe que jorrava sangue fresco da ferida de seu adversário, algo que não deveria acontecer com um ser que pode estar nesse estado à centenas de anos, além disso, a ferida parecia querer voltar ao estado putrefato e se fechar.

O morto vivo está à 7 metros do garoto. A luz solar alcança o morto vivo, que estranhamente começa a rejuvenescer, se tornando um belo e poderoso guerreiro, porém sua ferida começa à lhe afetar cada vez mais.  

O guerreiro avança em uma velocidade cada vez maior na direção do garoto, que busca aumentar sua distância de uma forma ou de outra. O sangramento não parecia cessar, mas o guerreiro agia como se não fosse nada, seu único objetivo é o pescoço do semideus.

Zuriel pega uma flecha mais potente afim de finalizar a criatura rapidamente, uma flecha sônica. Sem pensar duas vezes, o semideus prepara a flecha e a dispara mirando nos pés do morto-vivo que a esse ponto estava à 3 metros do filho de Apolo. A flecha se choca no chão ao lado do pé do guerreiro e explode, jogando o homem 3 metros para longe do garoto e derrubando Zuriel no chão. Zuriel tem uma grande parte de seus sentidos afetados pela explosão, sua visão é afetada pela poeira levantada no ato, o garoto ainda conseguia ver o guerreiro, mas a poeira não o permitiu ver como o mesmo estava, apenas que ele estava tentando se levantar. Seu equilíbrio havia sido afetado também, mas não chega nem perto da sua audição, ele sentia uma dor terrível em seus ouvidos que apenas são capazes de escutar um zunido. Vendo o quão devastadora a flecha foi para si o garoto decide pensar antes de utilizar outra flecha sônica à essa distância.

Ambos estão à 5,5 metros um do outro, o guerreiro, já em pé, parece que está se aproximando lentamente, cambaleando para um lado e para o outro.