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Fórum de Mitologia Grega baseado em Percy Jackson e os Olimpianos e Os Heróis do Olimpo!


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por Hades 27/12/21, 05:15 pm

Hades

Hades
Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
Julius se remexeu inquieto na cama. O suor escorria de sua testa, confirmando o stress do garoto que, apesar de estar dormindo, não estava nada relaxado. Revirou-se mais uma vez, quase caindo da beirada. Por que aquele gato dos diabos não o deixava em paz?

Olhou para trás e lá estava; o gato. Suas patas pequenas faziam o mesmo som que os cascos de um cavalo contra o asfalto. Parecia sorrir para ele enquanto caminhava calmamente pela rua em sua direção. Julius andava e andava, seguindo reto naquela avenida escura que parecia não ter fim. Quando chegaria em casa? Já deveria estar em sua rua, mas não chegava, nunca chegava. Virou em uma esquina e dobrou na próxima esquerda. Adiantou o passo tanto quanto pode. Nenhum carro passava na rua, nenhuma alma viva caminhava pelas calçadas… Ninguém que pudesse testemunhar o gato que não parava de perseguí-lo.

Virou-se e por um momento sentiu alivio quando não viu o animal. Mas assim que olhou para trás, se arrependeu. Seus olhos ficaram vidrados na esquina, de onde sabia que viria aquele animal infernal. Sabia que apareceria ali. Sentiu seu corpo gelado, sua visão aguçando-se como se desse um zoom na curva lá atrás. Ouviu o som dos cascos… E, por fim, surgiu o gato. Não, não… Isso não estava acontecendo. Tentou virar-se para a frente para correr mais rápido, mas a visão daquele felino caminhando em sua direção o manteve torto olhando para trás enquanto tentava seguir em frente.

Ele estava cada vez mais próximo. Devia ser impossível, pois ele sequer estava correndo, mas ali estava o animal, 30, 20, 10 metros atrás dele. Quando tentou correr tropeçou em algo e, só assim, conseguiu descolar os olhos do gato. Machucou as mãos contra o asfalto, mas ignorou a dor. Tinha tropeçado em algo, tinha chutado algo antes de cair. Olhou para baixo e descobriu o rosto de um desconhecido encarando-o. Morto, pálido e inerte no chão… Ele tinha tropeçado em um cadáver.

Virou-se enquanto levantava, e a sombra daquele pequeno animal encobriu seu corpo. Os bigodes longos, grossos e tortos. As presas escapavam por entre os lábios finos e ferinos, e os olhos expressavam a mais pura loucura. Arrastou-se de costas no chão, impotente, incapaz de forçar seu corpo a levantar-se.

As chamas queimavam ao redor. A rua estava vazia até então, e ele por fim sabia o motivo. Ali estavam todos. Todos os corpos, ao menos. A cada metro que ele recuava se arrastando entrava em seu raio de visão mais um par de cadáveres. As crianças que deveriam estar brincando, os idosos que deveriam estar nas praças. Estavam todos ali, mortos, e Julius sabia que seria mais um em meio àqueles. Pela primeira vez, o medo que inchava seu coração não deixava-o mais forte. Pela primeira vez, o medo que queimava em seu peito minava suas forças e o deixava impotente como em um sonho. Quando o gato ameaçou tocá-lo, por fim, seu horror chegou ao limite. Tentou gritar, correr, virar-se e debandar em fuga. Mas tudo o que conseguiu foi…


Com um sonoro “Bang!”, Julius caiu do beliche de testa no chão. Seu corpo estava coberto de suor, e o lençol enrolado em seu corpo estava encharcado. Ele tremia da cabeça aos pés, confuso com tudo aquilo, confuso com aquele Medo que sentia.

Lá fora ouviu o sino da coorte tocar. O sino para que todos se apresentassem para a revista matinal antes do café da manhã.

#1

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por Julius Mulder 27/12/21, 06:37 pm

Julius Mulder

Julius Mulder
Morto (Romano)
Morto (Romano)
Jamais eu tinha experimentado algo do tipo porque poucas coisas realmente me incomodavam e, estranhamente, um gato me perseguindo não era exatamente aalgo que eu devesse me preocupar. Talvez depois de tanto tempo atormentando as pequenas criaturas um representante decidiu se vingar pelos seus colegas de espécie. O suor escorria por meu corpo e era frio no clima da noite aumentando conforme eu andava para me distanciar daquele felino incômodo. Olhei mais uma vez para trás conferiindo que ele ainda estava lá, passos metódicos na marcha decidida em chegar até mim a qualquer custo. Seu olhar penetrante atraía o meu como um imã, eu podia imaginar o sentimento prazeroso de ver o tormento em outro e o sabor do medo exalado pelo corpo ainda que não me sentisse completamente atemorizado.

Tentei acelerar as passadas crendo que pudesse distrai-lo na próxima esquina e escapar de seus olhos arrepiantes antes de encontrar alguém, mas nada disso aconteceu. As ruas estavam desertas como de costume no caminho de casa, porém gostasse da solidão, hoje queria ver o menor sinal de movimento tão corriqueiro em outros horários. Por que isso estava acontecendo comigo? Em que hora eu seria o perseguidor e não o perseguido? Virei mais uma vez buscando a silhueta do gato e nada encontrei. Suspirei de alívio imaginado estar livre da criatura para finalmente relaxar em casa assistinndo um filme de terror e rir às custas dos personagens idiotas que tremiam ao menor sinal de perigo, mas, para meu desgosto e infelicidade, sabia de alguma forma que ele estaria na próxima virada da rua.

Não gosto de ser a presa, presas são fracas e quebradiças. E falando em quebrado, tropecei num corpo. Ótimo! Se eu quisesse um teria ido buscar pessoalmente.  :fuuu: Minhas mãos doíam contra o asfalto pelo impacto repentino, o desconhecido me encarava com seus olhos vazios e inertes enquanto uma figura se projetava sobre nós.  Lentamente me erguia do chão sabendo veria meu algoz com as presas de fora esperando o momento teatral ao projetar sua sombra, olhar de pura, conhecida e sádica loucura. Meus braços fraquejaram e eu só poderia arrastar meu corpo de costas pensando em como seria ridículo morrer ali nas patas de um gato. um sorriso de deboche triste escorreu por meus lábios sentindo o calor do fogo queimar ao redor. Como a vida de um semideus pode acabar assim, patética?

Os demais moradores da região esava um a um espalhados pelo resto da rua, espalhados a esmo nem o mínimo de remorso. E me arrastando via a face de cada um, ou os pedaços multilados que um dia lhes restara para meu início de desespero. O pulsar do coração finalmente soou mais forte em meus tímpanos com a realidade chegando a seu modo indiscreto, em poucos instantes eu seria o próximo e nada poderia fazer para evitar o inevitável. Pela primeira vez na vida eu tive medo de morrer, medo de ser incapaz de prosseguir com minhas metas, de chegar ao meu máximo potencial. Medo de não superar os fracassos que me atrfiibuíam ainda que soubesse sou melhor que tudo de ruim que só vêem em mim. Tive horror de mim em perceber que esse sentimento perpassava minha mente e me fazia tão normal, semelhante aos demais a quem jamais liguei e, com isso, que também desejava ter coisas normais como eles. Já não era forte, faltava-me esperança, a amargura de uma vida banal e o desespero de enfim ser tocado por aquela criatura antes objeto de minha curiosidade infatil em ver o que havia dentro sufocavam o grito selvagem. Queria correr, fugir dali o mais rápido que conseguisse, mas agora apenas lágrimas escorriam da face contorcida de quem outrora jamais demonstrara sentimentalismos. Eu ia morrer e não havia nada nem niguém que pudesse impedir.

Fechei os olhos tentando minimizar aquele momento, não dar ao felino o gosto de ver emoção em meu olhar e senti o toque final.... o chão frio cuja testa pressionava após a queda do beliche na Coorte. Levantei tremendo e atordoado pensando no que acontecera e tudo o que passei. Afinal, fora tudo um sonho? Um pesadelo depois de tantas coisas que passara e descobrira? O alarme da Coorte soou anunciando a inspeção matinal e os demais legionários terminando seus preprativos me olhavam questionadores, alguns curiosos talvez no que um filho de Timmor poderia ter tanto pavor, outros indiferentes - só um dia ruim? Independente do que eles pensavam não sei se eu seria o mesmo de agora em diante, eu precisava descobrir o que aquilo significava e se seria capaz de vencer o desafio de estar frente a frente com algo que aparentemente eu tanto emia. Seria capaz de lutar ou fugiria?

Desenrolei o lençol do corpo e comecei a arrumar minha cama, vesti meus equipamentos e segui para o local da inspeção - já havia tomado um banho de suor e não poderia perder mais tempo ou teria de encarar o enfado de reporte a/o centuriã(o).


Equipamento:



Última edição por Julius Mulder em 28/12/21, 04:04 pm, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : Acréscimo do escudo)

#2

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por Hades 28/12/21, 04:57 pm

Hades

Hades
Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
Sem tempo para o banho matinal Julius apenas se arruma rapidamente, calçando seus coturnos, afivelando as peças da armadura com pressa e correndo para juntar-se à formação que dava início a um dia normal. Normal... ou quase.

Cuidar dos unicórnios, rondas, treinos com espada em formação. Uma após a outra as atividades vieram e se foram, consumindo aos poucos as horas daquele dia tão estranho para Julius. O problema era que ele não entendia bem o motivo da estranheza. Quer dizer, entendia... Mas era este o problema. As cenas daquele sonho continuavam incomodando sua mente. A cada vez que ouvia o som de cascos se virava, esperando ver um gato, o que não fazia sentido. Seus olhos pregavam-lhe peças; uma poça no chão se tornava um felino enrolado. Um capacete sobre a mesa parecia um gato encarando-o. Pelos cantos dos olhos ele tinha a impressão de vê-los se movendo pelas sombras, sorrateiramente. Gatos. Desde quando tinha problemas com gatos?

- Julius Mulder, Quarta Coorte.

A voz de uma legionária tirou-o de seus pensamentos incertos enquanto Julius polia uma peça de armadura qualquer no Arsenal. Ela esticou uma carta e o entregou.

- Sua presença é requisitada no Pequeno Tibre em trinta minutos. Foi instruído que vá com seus equipamentos de preferência.

A legionária assumiu possição de sentido antes de dar meia-volta e seguir a passos firmes para longe.

Na carta Julius encontrou a informação de que estaria sendo enviado a uma missão nas proximidades, mais especificamente em uma cidadezinha ao sul de São Francisco, chamada de São Bruno. Devido à pouca distância até o local de missão, receberia apenas uma quantia de 100 Dólares e nenhum mantimento, sendo a previsão de tempo de missão de apenas um dia. O inimigo era desconhecido mas, aparentemente, um monstro ou mais estavam desenvolvendo o hábito de comer mortais, além de causarem disturbios psicológicos nos mesmos. As informações foram coletadas por um legionário aposentado de passagem, que percebeu que havia algo de errado, como uma presença monstruosa no lugar. Ele relatou que apesar de passar duas noites lá, nenhuma criatura apareceu para atacá-lo, o que era estranho visto que monstros adorariam a oportuniade de comer um semideus ao invés de mortais.

Por fim, Julius largou o trabalho de polimento de lado e correu para se arrumar, além de tomar um banho extra rápido. Em trinta e dois minutos estava chegando ao pequeno Tibre. Lá encontrou três figuras; Aurora, a Centurião da Quarta Coorte, e mais dois colegas pertencentes à mesma; Heitor Garfield e James Summer.

- Ótimo. Toda a informação que temos está nas cartas que receberam. Não vacilem, tomem cuidado e busquem por pistas com o que tiverem à disposição. Monstros que se escondem geralmente são ardilosos... Tomem cuidado.

Ela esticou uma carta para cada, que era a permissão para deixar Nova Roma em missão. Os outros dois cumprimentam Julius com um aceno e por fim eles seguem para os túneis de saída. Passam pelos guardinhas numa boa apresentando sua permissão e por fim, estão na avenida principal de entrada em São Francisco. O sol brilha no céu em meio a algumas nuvens branquinhas. O trânsito parece intenso. São 13:30 da tarde.

#3

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por Julius Mulder 28/12/21, 06:04 pm

Julius Mulder

Julius Mulder
Morto (Romano)
Morto (Romano)
Paranoia. Esta simples palavra parecia descrever bem os detalhes do meu dia até agora. Se eu olhava de relance poderia dizer que vi uma rala sombra se esgueirar para longe de minha visão, poças como pequenos felinos disfarçados se remexendo só esperando o momento que eu virasse de costas para saltarem em cima de mim e me dilacerarem; ou ainda em cima da mesa com seus olhos esbugalhados de quem viu um fantasmas encarando de dentro de capacetes apoiados. O fato se resume nessa inconstância sobre minha segurança e os espiões de patas fofas, embora o som de suas pisadas no meu sonho soassem como as de um equino. Outro problema a ser citado em decorrência de uma noite mal dormida.

Procurava distrair a mente polindo meu novo artigo de luxo barato como compensação de Timmor pelo abandono paterno acumulado, mas os pensamentos estavam um turbilhão devido os traços de hiperatividade. Confesso que já estava pronto a me deitar no chão e esperar pra ver se algum deles realmente viria me atacar e quando menos esperassem eu apontaria a espada gritando: A-HÁ! externando a veracidade de minhas desconfianças e que eles não tinham sido tão silenciosos quanto imaginavam. Um pequeno trunfo comparado ao deles, eu sei, mas a dúvida estava me consumindo de um jeito desconfortante até que uma legionária falou e as coisas começavam a vir à tona.

- Julius Mulder, Quarta Coorte. - inicio a mensageira enviada [color=#9933cc]- Sua presença é requisitada no Pequeno Tibre em trinta minutos. Foi instruído que vá com seus equipamentos de preferência.[color]

Então seria hoje que resolveram acertar as contas comigo e estavam prontos para a guerra. Traição!, pensei enquanto pegava a carta de suas mãos.

- Conspiradores! - resmunguei mais raivoso que gostaria de transparecer, mas meus nervos estavam abalados depois da última noite. Certamente ela era uma enviada deles e um sorriso poderia estar desenhado em seus lábios agora enquanto marchava na direção oposta, provavelmente tentando disfarçar o deleite em minha decadência gradual. Desejei os mais assombrosos e terríveis pesadelos a todos que se aliassem aos miadores demônios de bigode que planejavam a minha ruína. Respirei profundamente tentando reduzir o estresse súbito e recuperar a compostura que um legionário deveria ter ao menos quando se encaminha ao combate final. Ainda acredito que a tarefa se tratava de uma estratégia, uma desculpa para me afastarem dos demais e armarem uma cilada para me pear desprevenido. Mas eu não agiria tão ingênuo, mostraria àqueles desprezíveis que também sei lidar com o horror.

Pegando o escudo apoiado no chão e ajeitando os demais que carregava comigo, eu sigo em direção ao Pequeno Tibre, afinal, uma missão é uma missão independente de quem a designa. No caminho vou refletindo acerca de que tipo de criatura eles planejavam enviar contra mim, porém, as características descritas não se encaixavam a um predador muito forte - aparentemente. Segundo o relato da pessoa aposentada, eu poderia deduzir que a preferência por carne mortal ao invés de semidivina indicava uma das duas: ou a criatura era fraca comparada a um semideus como ele (cujas medições de força, expertise e desenvoltura desconheço) ou possuía inteligência suficiente para evitar intencionalmente uns e outros escolhendo seres incapazes de se defenderem de suas investidas. nenhuma das opções parecia realmente boa nessa situação. Embora a missão se alinhasse como investigativa, a princípio, sobre o que poderia causar esse burburinho entre o departamento em uma cidade pequena como São Bruno, seria prudente pedir algum acompanhante para cobrir a retaguarda. Se há uma coisa que tenho aprendido com as histórias de semideuses mais velhos é que algo ruim sempre pode piorar e como não conhecia muito bem a cidade as chances disparam. Se bem que seria legal aterrorizar o dono do YouTube para ganhar umas vantagens interessantes em chantagem.



Mantenho os mesmos equipamentos.

#4

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por Hades 30/12/21, 05:44 pm

Hades

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Deus Olimpiano
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Os garotos permanecem um longo minuto admirando o dia de sol de São Francisco. Por fim o mais antigo na coorte, Julius Summer, pigarreia e se pronuncia;

- Hã, então... E aí pessoal, acho que devemos pegar um ônibus na entrada Sul da cidade. Temos grana suficiente pra ir, voltar, e ainda dá pra pagar um hotel barato se for encessário... Pelo que a carta diz devemos ir para a primeira zona rural de São Bruno. Fica bem no centro da cidadela... As pousadas devem ser baratas por lá.

Como nenhum dos outros dois havia expressado nenum plano, eles entraram no túneo ao lado da saída de Nova Roma e seguiram até o outro lado. Chegaram à estação sul e aguardaram o primeiro ônibus que passaria por São Bruno, o que não levou quinze minutos. Logo estavam na estrada e casinhas, fazendas, montanhas e bosques passavam voando a 80km/h do lado de fora da janela. Uma viagem de duas horas e meia estava prevista, e Julius sentou-se na vaga solitária atrás da fileira onde estavam seus dois companheiros de missão.

O guri encostou a cabeça na janela e definitivamente não tinha a intenção de dormir, mas logo estava pendendo pro sono. Tinha sido uma noite cansativa; estava se sentindo mais cansado depois do que antes de dormir, e sabia bem o motivo. Apesar do temor de sonhar de novo com aquela... criatura, ainda assim, o cansaço venceu.

Julius estava ali. No ônibus. Mas o acento ao seu lado não estava mais vazio. Uma figura, como um avatar humano estava sentado ali. Uma aura de medo emanava dele, fazendo Julius tremer paralizado no mesmo lugar. Mas não se sentiu exausto, debilitado como havia se sentido no sonho. Aquele medo era o medo natural, o pânico irracional e primitivo ao qual estava habituado. Apesar de paralisado sentia-se bem, e apesar do medo que o fazia tremer, sentia um pouco das forças que deveria ter recuperado na noite passada retornarem a seu corpo.

Conseguiu esgueirar o olhar para o lado e, de soslaio, viu a sombra em forma humana. Era como se quem quer que fosse aquilo, simplesmente não quisesse ser visto. Mas algo destoava contra a forma escura, um objeto em suas mãos; um cajado, aparentemente feito do longo galho de uma árvore, com folhas ainda verdes na ponta. Julius não sabia que espécie era aquela, nem o que significava. Mas observou com cuidado já que era a única coisa que podia fazer.

O homem ergueu o cajado. Apontou-o e girou-o para o lado, como se fizesse um gesto. Julius teve a impressão de que ele estava falando algo, e então o homem se curvou para a frente em uma reverência.

Ele endireitou-se e seu rosto virou para Julius. Ainda pelo canto do olho, com o globo ocular doendo pelo esforço de manter-se olhando pelo canto, o guri o viu acenar a cabeça e desaparecer.



Julius nao sabe em que ponto este sonho terminou e o outro começou, mas dormiu tranquilamente o resto da viagem. Pouco mais de duas horas depois do início a viagem chegou ao fim, e agora os três semideuses estalavam seus coturnos contra o piso da estação oeste de São Bruno. Parecia uma área predominantemente rural; casas de madeira, cercados para animais, grandes plantações de milho e trigo e moinhos num lago distante.

- Ehh... Ok, eu não sou muito experiente nessas missões. Alguém já fez uma investigação antes? - Perguntou James, hesitante e olhando ao redor.

- Eu... não - corou Garfield.

Eles olham para James com expressões esperançosas.

#5

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por Julius Mulder 03/01/22, 03:46 pm

Julius Mulder

Julius Mulder
Morto (Romano)
Morto (Romano)
Seguimos nosso caminho sem muitos problemas e a viagem segue aparentemente tranquila e sem armadilha de meu algoz da noite passada. Meus ombros ainda estavam tensos e uma precipitação de cefaleia acusava a falta de sono adequado enquanto o ruído do ônibus em movimento soava como uma canção de ninar. A última coisa que me lembro antes de adormecer é observar os flashes de mato e pedras através do vidro da janela.

Agora é confuso explicar exatamente como as coisas se desenrolaram na sequência porque dormi e ao mesmo tempo parecia que ainda estava acordado. Não fosse o assento ocupado ao meu lado poderia dizer que estaria sonâmbulo. O sentimento selvagem e familiar percorria meu corpo, mas esse era diferente de meu pesadelo com o felino; era o puro horror que eu estava acostumado a sentir nos covardes antes de irem ao coliseu treinar e também quando encontravam algo que os causasse o assombro. O verdadeiro medo deixava minha boca com gosto de ferrugem fazendo meu sangue gelar nos vasos condutores, a paralisação dos membros reagindo à figura ao meu lado forçavam a tremedeira na incapacidade de controlar o desejo inato de fugir. No entanto, eu não me sentia atemorizado como é de costume dos demais.

Ainda que fosse incapaz de olhar diretamente para quem estivesse próximo me forcei a vislumbrar a silhueta enevoada pelo canto do olho no pingo de domínio próprio restante constatando semelhança com um humano. De certa forma sentia minhas forças revigoradas apenas de estar na presença dele. Admiração daquele poder é o que melhor descreve a sensação do momento. Porém, algo em suas mãos chamou minha atenção pelo fato de sobressair a massa escura cuja forma se ocultava, uma espécie de cajado recém moldado de uma árvore com folhas ainda verdes no topo de seu galho-base. De toda aquela aparição misteriosa era o único item que eu podia distinguir com clareza  e logo suposições inundavam minha mente. Botânica não é minha especialização natural, mas se fosse pra fazer um chute seria de carvalho. Parece que as criaturas mágicas tem uma tara em relação a coisas feitas desse material. :fuckit: Mas o mais estranho aconteceu depois. O que pensei ser um homem balançou o cajado ao lado do corpo como num malabarismo irando e apontando nalguma direção. Sons ininteligíveis deram a sensação dele estar falando alguma coisa e após uma reverência e aceno de cabeça ele desapareceu me deixando com sonhos indistintos e opacos. Quando acordei já estava na hora de descer em São Bruno.

"Não falamos do Bruno, não", cantarolava de boca fechada enquanto caminhamos pela estação oeste da cidade interiorana. Quase podia imaginar o som de gado mugindo no pasto e galinhas correndo soltas pelas ruas da cidade, o cheiro de grama empesteando todo saguão. Torci o nariz por esse lugar me lembrar da vez que a legião fora ao acampamento graecus "confraternizar" boas relações. "Idiotas."

- Ehh... Ok, eu não sou muito experiente nessas missões. Alguém já fez uma investigação antes? - Perguntou James, hesitante e olhando ao redor.

- Eu... não - corou Garfield.

What Guy Eu não conseguia acreditar no que meus olhos viam, simplesmente não podia. Garfield COROU! Não consegui disfarçar o choque estampado em meu rosto por estar naquela situação. Que  Até relevava o fato de serem _inexperientes em investigações_ mas ELE COROU DESCARADAMENTE! :fuuu: [Missão-Teste] Siga o Medo - Julius Mula 1534052115 Inaceitável para um legionário que se respeitasse.

"INCOMPETENTES! Voltem ao raio que os partam! Cortem-lhes as cabeças!" Tantas frases invadiam minha mente e quase se tornaram audíveis, mas fechei a boca e dei as costas. :desprezo:  Como lidaria com alguém assim, claramente indicando que era afetado pelas emoções desprezíveis e sutis de bondade e sentimentalismo barato? Respirei fundo tentando aplacar meu ânimo e sorri ao pensar que ele choraria se quebrasse uma unha, mas mantive a expressão séria de sempre antes de virar novamente em direção a eles.

- Tudo bem, vamos até o centro da cidade e lá buscamos uma banca de jornal. Geralmente sabem o que se passa na cidade. - expirei soltando o ar que tinha prendido antes e relaxei a tensão acumulada. Tentando manter a postura de quem tem alguma ideia do que está fazendo, eu pergunto enquanto caminhamos: - O que mais preciso saber de vocês? Quero um breve histórico de parentesco divino, habilidades e defeitos.

Embora fôssemos da mesma Coorte contato social não era o meu forte, via mais como um desperdício de energia e sanidade. Agora que estava nessa situação começava a repensar tal conceito pela necessidade de recursos humanos.
Capa do Destemor: Uma capa que expande a habilidade de destemor, de modo que ela se torne uma habilidade passiva. Enquanto usa-la, o filho de Timmor poderá trabalhar em grupo sem o receio de causar medo em seus aliados.

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