Adam suspeita por um momento da hospitalidade do casal, mas ao perceber que era apenas um chá mate quente ele deu um gole e agradeceu tê-lo feito. O líquido quente desceu por sua garganta fazendo-o parar de tremer de frio quase que imediatamente. Ele se impressiona com a deliciosa bebida e abaixa sua guarda no mesmo instante. Ele se dirigiu ao casal e perguntou quanto custava um quarto:

-Ah besteira meu rapaz, não cobraria uns rapazes nas condições de vocês... pobrezinhos. Vocês estão perdidos? Vivo aqui há muito tempo e nunca vi vocês. - disse a senhora bem preocupada

Ao mesmo tempo que ouvem a resposta, Argus pergunta a senhora sobre como faria para mandar um postal:

-Ah meu bem, o carteiro passa por aqui uma vez por semana. Ele esteve aqui ontem e duvido que ele volte tão cedo com a nevasca que está para cair. - disse Trudy confusa com a pergunta do rapaz.

-Trudy meu bem, irei aprontar o quarto para os garotos. - disse George enquanto seguia para a escada.

Adam combina seu plano com Argus e o coloca em ação:

Adam escreveu:Sra. Trudes, pode me mostrar onde fica a cozinha ou pegar um pouco de água? E se não for pedir muito, queria usar o telefone. Papai deve estar preocupado, ainda mais com essa noticia da nevasca que vi na TV. Quero avisar a ele que estamos bem. A propósito, eu sou o Adam, e aquele é meu irmão Argus. Desculpe pela falta de modos, o frio estava muito intenso... Hoje é meu aniversário e eu pedi ao nosso pai que nos deixasse visitar o Mt. Santa Helena, mas eu não sabia que estaria nessas condições.

-Oh meu pequeno, meus parabéns. E claro que pode usar o telefone, ele fica ali na recepção. Irei pega um copo de água para você, volto já. - diz a senhora enquanto seguia um dos corredores.

Argus então faz suas preces ao fogo pedindo a seu pai que afastasse a nevasca que se aproximava. O rapaz não sabia ao certo o que esperar, ou como seria a resposta de seu pai seja ela positiva ou negativa. Ele fica encucado com toda a cena pois só sente o cheiro de biscoitos e algumas frutas queimando.

-Querida o quarto está pronto, acho bom irmos dormir, será uma noite longa. Vamos meninos, mostrarei o local a vocês. - diz George convidando a dupla a subir para o segundo andar.

-Tome aqui o seu copo de água garoto, e George tem razão, já é tarde. Melhor irmos dormir, duvido que apareça mais alguém com a previsão de nevasca.

Mesmo com toda aquela desconfiança o cansaço leva a melhor sobre os garotos que desabam em suas camas e dormem. Adam tem um sono pacífico enquanto Argus era acometido com um estranho pesadelo.

Aquela criatura parasita que encontraram na rodoviária estava possuindo um novo hospedeiro sua garras estavam cravadas no peito do filho de Zeus que sentia uma dor aguda se espalhar por todo seu corpo. No instante seguinte o garoto acordo aos berro apertando as mãos contra o peito e com a respiração ofegante. Adam acordou com os gritos do companheiro temendo o pior, mas rapidamente identifica que não era um ataque e relaxa um pouco. Olhando pela janela ele não identifica nada de estranho. As ruas desertas e cobertas de neve, os primeiros raios de sol iluminavam o local fazendo cintilar aquele mar branco gélido, uma vista linda.

Leve batidas a porta capturam a atenção do garoto que tencionava seus músculos pronto para o combate, mas relaxou novamente ao ouvir a voz de Trudy:

-Está tudo bem ai? Ouvi alguns gritos... tudo bem se eu entrar? - diz a senhora num tom acolhedor e preocupado

Eu podia jurar que tinha sido atacado. A última vez que um sonho acabava comigo a ser atingido algo similar realmente aconteceu. Apertei o peito com força ao acordar sobressaltado, o parasita tinha cravado as suas garras e eu sentia uma dor fantasma no local.  Ouvia vozes no quarto e borrões de cores do corredor e da cama ao meu lado. Alguém chamou por mim? Não consegui perceber, eu ainda sentia os arrepios do pesadelo.

Vagarosamente arrastei o corpo até ao banheiro e depois de deixar a água correr por algum tempo molhei a cara. O zumbido que se tinha instalado nos meus ouvidos foi-se dissipando e eu ganhei consciência do ataque de pânico que acabara de ter. Levantei a cabeça para me olhar no espelho. Tentei controlar a respiração que ainda estava inquieta e organizar as imagens que tinham acabado de passar na minha mente.

Outro parasita, vai atacar? Ou vai pelo menos possuir alguém, no pior dos casos um de nós. Nevou durante a noite mas ainda não há tempestade? Temos de sair e apressar a missão, Adam já tinha dito algo do gênero.

Não sei quanto tempo demorei a processar as frases que Adam expeliu para mim mas sou capaz de reajustar a minha postura para algo mais natural e digo ao menino com rigidez:

- Vamos sair. O mais depressa possível. Inventa uma desculpa qualquer e engana os donos da pousada se for preciso... Enquanto você faz isso eu quero revistar o quarto como você fez ontem, e nos encontramos lá fora daqui a 10 minutos no máximo. Comemos enquanto subimos o monte.

Sentia as minhas pernas a querem tremer mas com as sobrancelhas cerradas num esgar de seriedade não podia demonstrar fraquezas ao filho de Atena naquele momento.

Nível 1 – Imponência de líder: De longe, são notáveis. De perto, são respeitáveis. Os filhos de Zeus são muito imponentes e sua presença de espírito emana muita segurança, isso faz com que suas palavras sejam ouvidas e consideradas com frequência. A força dessa habilidade é equivalente ao CHA do personagem.