No momento em que fiz a pergunta, a menina parou, dando um pontapé na água e fazendo todo o rio borbulhar de um lado do horizonte ao outro.
Ela se voltou em minha diração, e pude perceber claramente sua expressão vazia e o fato de que seu olho direito brilhava em uma luz avermelhada.

- Não consegue nem vê-lo? Você me enoja. Diga-me, Andromeda Panagakos, quem é você? - não sei o que me surpreendeu mais: a pergunta muito estranha e a garota aparemente saber o meu nome ou o fato de que mesmo sua boca não tendo mexido em momento algum, eu conseguia entender não só o que ela dizia como também a irritação em sua voz, como se estivéssemos nos comunicando mentalmente. Eu queria perguntar como ela sabia o meu nome e como aparentemente conseguia se comunicar mentalmente, mas sentia que deveria primeiro responder o que me tinha sido perguntado.

Ela me encarava, apertando o cabo da foice com força enquanto a água fervia cada vez mais forte. Estava bem claro que se a resposta que eu desse para a sua pergunta não a agradasse, provavelmente a garota pretendia usar a arma contra mim. E tínhamos adentrado o bastante da floresta para que ninguém me ouvisse gritar por ajuda ou para escapar se uma briga começasse.

- Sou só uma semideusa indefinida que está tentando achar o melhor amigo. - depois de respirar fundo, decidi dar essa resposta para a pergunta da garota misteriosa, torcendo para que ela achasse que o eu disse fosse aceitável.

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Assim que a resposta saiu da da minha boca, eu soube que tinha dado a resposta errada.

A menina da foice sumiu, como se tivesse sido engolida pelo vapor que saia das águas. O burbulho tinha cessado e o único som que pairava pela floresta naquele momento eram os sons de insetos e grilos.

Mal o pensamento de sair dali ou de pelo menos me mover passou pela minha cabeça, a garota reapareceu, colando a lâmina da foice ao meu pescoço. O fio gélido da arma me fez tremer muito, como se eu estivesse tendo uma horrível crise de pânico.

- Indefinida? - a voz da garota misteriosa era um sussuro- Você não tem a menor ideia de quem é seu... PAI?

Na palavra "pai", ela gritou, girando o cabo da foice e me dando um soco como o de um lutador de MMA. Cerrei os dentes, tendo a sensação de que por pouco aquele impacto não tinha me custado um deles.

Fui arremessada alguns metros para trás, ficando de costas coladas contra uma árvore. Pisquei os olhos tentando me recuperar, só que antes mesmo que eu pudesse erguer minha espada, a menina tinha novamente desaparecido, deixando apenas uma pergunta para trás.

Naqueles instantâneos de quietude, o riacho de águas cristalinas e a lua cheia eram minhas companhias, enquanto eu tentava pensar sobre o motivo de estar sendo atacada e porque saber sobre meu pai era tão importante.

No fundo do meu consciente, porém, as palavras da menina coma foice ainda ecoavam. Uma indagação constante. Você não tem a menor ideia de quen é seu pai?

De repente, muitas lembranças vieram: o professor de natação que tinha quando tinha cinco anos, que me elogiu bastante e disse que eu tinha pegado o jeito da coisa maravilhosamente rápido, minha mãe falando que conheceu meu pai na praia, a vez eu jurava que um dos cavalos que puxavam carruagens para turistas no Central Park tinha ficado tentando me seguir pelo parque. Meu conhecimento sobre mitologia ainda era básico, mas eu tinha uma ideia de qual quebra-cabeças autoras montavam.

- Eu acho - falei em voz alta, caso a menina ainda observando por ali - Que meu pai é Poseidon.

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Depois de recordar várias lembranças e falar o nome do deus em voz alta, pude ouvir a garota dar uma forte gargalhada. Próximo a borda do rio, a garota da foice se materializou, apoiando-se nela enquanto contia os risos.

- Cuidado com os nomes, garota. Hihihi. Eles tem poder. Olha só! Você se acha filha de um dos três grandes, mas levou essa pancada minha e já está chorando aí - a garota bastou o cabo da arma no chão e o impacto fez uma pequena pedra se estilhaça. Estava óbvio que ela era mais forte e mais ágil do que eu, mas também estava óbvio que ela estava me chamando para um combate e que recusar não seria um opção.

- Vem cá, me prova o contrário - Estávamos doze metros uma da outra e a garota parecia bem despreocupada e eu tinha a sensação de agora seria minha melhor chance de conseguir acertar um golpe, embora precisasse ter muito cuidado para não levar outro golpe no queixo.

Com a espada nas mãos, resolvi queceu iria tentar golpea-lá no braço, na esperança de que ela acabasse derrubando a foice.

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Eu avançei, aceitando o pedido de combate da garota com a foice e bradando minha espada horizontalmente. Minha tentaviva de acertar seu braço foi desengonçada e desviou perfeitamente, como se conseguisse prever muito facilmente os meus movimentos.

A foice se ergueu e como eu tinha ficado tão focada em atacar, acabei esquecendo da defesa. A lâmina e foi rasgou a manga da minha camisa. Acabei recebendo um pequena corte, superficial mas ainda assim um aviso que lembrar da defesa seria muito importante se eu quiser ter alguma chance de derrotar aquela forte adversária.

A garota recua mais alguns passos na direção do rio, chamando-me outra vez. Eu tentava pensar em como agir atrás da ardência do corpo no braço.

Resolvi que iria tentar ataca-lá com a espada no ombro dessa vez e para me defender tentaria ficar o mais atenta possível a foice da garota e tentaria pular para longe se ela tentasse me atacar com a foice.

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Reunindo toda a minha coragem, ataquei com minha espada, conseguindo acertar o braço da garota. Sangue jorrou de um corte que apesar de não ser muito profundo, claramente tinha irritado a minha adversária.

A foice partiu mais uma vez em minha direção, mas consegui me esquivar com um salto lateral. Não tive tempo de comemorar, pois a garota da foice parecia estar ainda mais irritada, brandindo sua arma no ar e correndo em minha direção.

Embora ela tivesse se mostrado rápida e precisa anteriormente, agora eucpodia perceber que minha oponente estava tão cega de ódio que não se dava o trabalho de ser inteligente, apenas tentando me atingir a todo custo.

Nesse momento, pude notar que haviam algumas raízes grandes que provavelmente tornariam esquivas é investestidas mais difíceis se eu não tivesse o cuidada de olhar para ao chão ao tentar algo. Resolvi que iria tentar ataca-lá na perna, na tentativa de que isso me permitisse tanto atacar quanto ter cuidado com as raízes no chão e que eu iria tentar bloquear a foice da minha oponente com a espada para me defender no caso de um ataque dela.

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