Quando se trata de relações com deuses, eu aprendi a jogar mais alto do que realmente quero conseguir. Dessa forma, meu objetivo não iria parecer tão absurdo. Quem diria que a psicologia funciona até mesmo em divindades? Era esperado que o ego do deus do submundo seria atingido ao falar do elmo, que é um de seus símbolos e motivo de orgulho e treta no mundo divino, e faz meu pedido real ser considerado como "providenciável" assim, sem nenhum tipo de ressalva. Sinceramente? eu acho que não conseguiria ter essa postura de não descer do salto mesmo pedindo um favor... Mas a resposta dele me colocava a mais um passo do meu objetivo de ser alguém "normal".
Podia parecer algo bobo ou totalmente sem sentido, mas que eu gostava em mim e que poucos, fossem amigos ou inimigos, pareciam notar. Eu simplesmente não saía desfilando pelo acampamento ou por minhas missões exibindo espadas enormes, armaduras chamativas ou ainda, armas e itens berrantes que mais pareciam acessórios de intimidação do que equipamentos de necessidade. (mesmo tendo vários trecos assim à disposição). À primeira vista, tirando a aura e a pressão de um semideus veterano, eu andava como um mortal comum e isso já me ajudou e salvou várias vezes. Mesmo monstros poderosos caem na armadilha de me julgar e subestimar pela aparência ou pelo estereótipo, e quando percebem, é tarde demais. Retirar essa pressão e aura que eram como um chamariz para me encontrar deixaria as coisas bem mais fáceis. Eu poderia levar semideuses novatos pra passear e treinar sem o risco de aparecer um demônio ou dragão no local, por exemplo. Ou poderia simplesmente curtir uma praia em paz sem ser incomodado, sei lá.
Meus devaneios de sucesso se vão quando Hades abre pessoalmente as portas para seu reino. A princípio o acompanho, e ao chegar no destino depois do que parecia uma descida infinita de elevador, me recordo sobre como aquele lugar sempre conseguia ser desagradável. O ar era mais pesado, o som beirava o caótico e a minha visão superaguçada mais atrapalhava do que ajudava. Eu já havia pego algumas manhas sobre apenas conseguir enxergar almas olhando pelo canto dos olhos, mas fazer isso com olhos tão bons ou melhores que os de uma águia não era exatamente uma tarefa simples.
Outro ponto incômodo era a falta de luz. Estar em um lugar cuja natureza é oposta a tudo o que você representa torna as coisas ainda mais complexas. E isso não parece mudar independente do nivel e experiência adquiridos em todos esses anos de "serviço", por assim dizer, e mais do que em qualquer outro lugar, fico com um desejo internalizado de "Preciso acabar logo para me livrar logo". E com base nisso, começo a tentar me concentrar em detalhes da missão.
A primeira coisa da qual me lembro era da pedra dada por Hades no começo disso tudo, que seria algo que ajudaria em nossa ida ao encontro da alma de Orfeu, e ao verifica-la, vejo que ela estava começando a derreter, como um cubinho de gelo no meio de um calorão infernal. E é com esse pensamento comparativo que engulo a pedrinha, aguardando por seus efeitos.
Paralelo a isso, começo a tentar treinar um pouco mais a minha visão para com almas. "Não ligar o modo visão 58K FULL HD, Enzo", era o que eu dizia a mim mesmo mentalmente. Dessa forma, espero que mesmo que aos poucos, eu comece a melhorar este aspecto para visualizar melhor as almas por ali e não ter grandes problemas quando encontrar a alma que procuramos.
Também começo a pensar sobre o que eu gostaria de fazer. Nathan estava sendo previsível no sentido de arrumar confusão e uma luta com seu "acabar ou acabar", mas eu estava com um pensamento um pouco mais ponderado. Não sei se pelo fato de ter traços em comum com o músico lendário, um pouco de ansiedade por conhecer um mito que poderia até me dar uma aula de música (coisa que eu não tenho desde que me descobri como semideus), ou pela simples curiosidade de saber o por quê dele fazer o que está fazendo agora, depois de tanto tempo. Mas ja é um fato que eu não sairia começando uma batalha e causando destruição como costumo fazer, por exemplo.
Podia parecer algo bobo ou totalmente sem sentido, mas que eu gostava em mim e que poucos, fossem amigos ou inimigos, pareciam notar. Eu simplesmente não saía desfilando pelo acampamento ou por minhas missões exibindo espadas enormes, armaduras chamativas ou ainda, armas e itens berrantes que mais pareciam acessórios de intimidação do que equipamentos de necessidade. (mesmo tendo vários trecos assim à disposição). À primeira vista, tirando a aura e a pressão de um semideus veterano, eu andava como um mortal comum e isso já me ajudou e salvou várias vezes. Mesmo monstros poderosos caem na armadilha de me julgar e subestimar pela aparência ou pelo estereótipo, e quando percebem, é tarde demais. Retirar essa pressão e aura que eram como um chamariz para me encontrar deixaria as coisas bem mais fáceis. Eu poderia levar semideuses novatos pra passear e treinar sem o risco de aparecer um demônio ou dragão no local, por exemplo. Ou poderia simplesmente curtir uma praia em paz sem ser incomodado, sei lá.
Meus devaneios de sucesso se vão quando Hades abre pessoalmente as portas para seu reino. A princípio o acompanho, e ao chegar no destino depois do que parecia uma descida infinita de elevador, me recordo sobre como aquele lugar sempre conseguia ser desagradável. O ar era mais pesado, o som beirava o caótico e a minha visão superaguçada mais atrapalhava do que ajudava. Eu já havia pego algumas manhas sobre apenas conseguir enxergar almas olhando pelo canto dos olhos, mas fazer isso com olhos tão bons ou melhores que os de uma águia não era exatamente uma tarefa simples.
Outro ponto incômodo era a falta de luz. Estar em um lugar cuja natureza é oposta a tudo o que você representa torna as coisas ainda mais complexas. E isso não parece mudar independente do nivel e experiência adquiridos em todos esses anos de "serviço", por assim dizer, e mais do que em qualquer outro lugar, fico com um desejo internalizado de "Preciso acabar logo para me livrar logo". E com base nisso, começo a tentar me concentrar em detalhes da missão.
A primeira coisa da qual me lembro era da pedra dada por Hades no começo disso tudo, que seria algo que ajudaria em nossa ida ao encontro da alma de Orfeu, e ao verifica-la, vejo que ela estava começando a derreter, como um cubinho de gelo no meio de um calorão infernal. E é com esse pensamento comparativo que engulo a pedrinha, aguardando por seus efeitos.
Paralelo a isso, começo a tentar treinar um pouco mais a minha visão para com almas. "Não ligar o modo visão 58K FULL HD, Enzo", era o que eu dizia a mim mesmo mentalmente. Dessa forma, espero que mesmo que aos poucos, eu comece a melhorar este aspecto para visualizar melhor as almas por ali e não ter grandes problemas quando encontrar a alma que procuramos.
Também começo a pensar sobre o que eu gostaria de fazer. Nathan estava sendo previsível no sentido de arrumar confusão e uma luta com seu "acabar ou acabar", mas eu estava com um pensamento um pouco mais ponderado. Não sei se pelo fato de ter traços em comum com o músico lendário, um pouco de ansiedade por conhecer um mito que poderia até me dar uma aula de música (coisa que eu não tenho desde que me descobri como semideus), ou pela simples curiosidade de saber o por quê dele fazer o que está fazendo agora, depois de tanto tempo. Mas ja é um fato que eu não sairia começando uma batalha e causando destruição como costumo fazer, por exemplo.