Eu estava lá, sentado a beira do lado na companhia de meu pet. Uma fênix de gelo, que já havia crescido um pouco, desde que eu a adquiri. Ela já voa e me ergue sem choro. Mas sua aura gélida também aumentou, o que me incomodava um pouco, já que ainda não me acostumei com aquilo. -- É, Singer... estamos bem, não estamos?-- Acariciei a cabeça de minha criatura, que soltou um pio alegre em resposta, junto a um sopro gelado. Naquele momento senti um arrepio, fui pego de surpresa e estava sem camiseta, ou nada que cobrisse o peito. Mas era engraçado.

Passado um tempo, filhos de Quione recém chegados apareceram no local, duas garotinhas e um garoto. Quantos anos tinham? Uns seis, ou sete? Não sei onde Quíron arranjou essa turminha. -- Tio Ryan... deixa a fênix brincar com a gente? -- As crianças falaram ao mesmo tempo, com aquela voz doce e suave, que me tirou um sorriso do rosto e me fez levantar, para bagunçar o cabelos dos três pirralhos. -- Você quer brincar, Singer? -- Olhei a criatura que já estava se ouriçando, enquanto as crianças também começavam a pular, saindo os três correndo atrás da fênix que voava a uma velocidade, que fosse possível que as crianças a alcançassem. Levei a minha destra aos meus cabelos, desembaraçando os mesmos e depois sacudo a cabeça, para tira-los de meu rosto. Então vem a minha cabeça, a vontade de ir a arena.

Serenamente fui caminhando até o meu chalé, onde peguei minha jaqueta de couro e a vesti, não precisava de uma camiseta... nunca precisei. Também vesti as luvas de neméia e coloquei o anel de Héracles, peguei a bainha em que minha espada espartana estava, então a envolvi em minha cintura. Mas ao passar no local de armas grandes, uma duvida me veio a cabeça. De um lado, uma lança espartana feita de oricalco e com o elemento venenoso. Do outro um martelo grande de dois lados, era de bronze e tal, mas era uma arma totalmente possante. Então fiquei estático por alguns minutos olhando as duas armas, até que eu escolhi o martelo e o peguei com a destra, saindo do chalé e indo direto à arena sem olhar para trás.

O portão se fecha as minhas costas, enquanto um vento gostoso bate em minha face, jogando meus cabelos um pouco para trás. Então eu flexiono os joelhos e seguro o martelo em duas mãos, tendo maior apoio para deixa-lo firme e fazer com que eu fique seguro, para realizar qualquer movimento de ataque ou defesa. O motivo de me armar em defesa, foi que uma criatura toda coberta veio seguindo em minha direção. Ela segurava uma esfera e vinha avançando tranquilamente, quebrando a distância que tinha entre nós. Me fechei um pouco mais e estreitei meus olhos, vendo que ela pega uma outra esfera e a joga no chão, fazendo uma névoa negra e densa envolver-nos. Mesmo assim, não tirei os olhos dela. Então do nada eu começo a ouvir vozes, que pareciam muito sofridas e clamavam por socorro. Mas não eram simplesmente vozes, era a vozes de pessoas que eu achava importante.

A primeira era a voz da tenente das caçadoras, uma mulher de origem desconhecida, mas que eu vi entrar no fórum e se tornar mais forte que eu. Lembro-me de ter dado uma guitarra para ela, não lembro de quando ou porquê, mas lembro que dei uma vez no refeitório. Até dancei nega maluca no dia, mas enfim. A segunda era de Johnny Singer, o cara que me derrotou no teste dos atletas, talvez o único que tenha me ganhado em algo aqui dentro. Mas não tenho ódio dele por isso. Ele é um amigo, um irmão. Pessoa que tem meu carinho e respeito. E por último, pude ouvir a voz de Daniel Ritter. Este eu nem me lembro a quanto tempo nos conhecemos. "No começo de nossa história", brigávamos por causa de umas putinhas por aí, mas hoje ele é meu melhor amigo. O que me deixou mais encucado é que os três, venceriam de mim numa batalha, tinham itens e poderes suficientes, para se virarem sozinhos. Além disso, eu não seria a melhor ajuda do mundo.

Então a imagem dos três surgem em meio as sombras, revelando que na verdade não seriam apenas vozes, isso me fez quebrar a distância entre nós e ir ver se eram eles mesmos, e o que havia acontecido. -- Lhoka, Johnny... Ritter... O que houve com vocês? -- Eu estava completamente incrédulo, ao estar diante dos três totalmente curvados e sem forças. Depois a voz tornou a falar novamente, dizendo para escolher um... e livrar os demais. Aquilo seria justo, segundo a voz misteriosa, mas pra mim não era nada justo. Não mataria nenhum de meus amigos, para que outros se safassem, muito menos aqueles três ali. A voz ainda me disse sobre uma besta, e que eu devia me apressar, antes que ela viesse. Então com a cabeça já a mil, enchi os pulmões e bradei com força.

-- Traga-me a besta e nós veremos, quem pedirá por socorro! --

equipamentos:

Com um movimento de escudo, consegui defender-me muito bem do ataque do lagarto, que rolou para trás ao ser empurrado com força. Eu fitava a criatura e via ódio em seus olhos, o que por alguns instantes me fez sorrir, enquanto eu bolava uma ideia simples para meu próximo movimento.

Aguardando o mesmo se aproximar, curvo-me para frente e escondo meu braço direito atrás do escudo, levando com ele a minha espada espartana. Permanecia com meus olhos fixos, no lagarto que se aproximava com mais cautela. Quando o mesmo estivesse a dois passos de mim, eu me lançaria contra o réptil, fintando uma estocada com o escudo. O movimento provavelmente assustaria o monstro, então aproveito a brecha, para enterrar minha espada na cabeça do mesmo.

Imediatamente já olho ao meu redor, esperando encontrar qualquer vestígio da bruxa, ou de qualquer outro monstro que viesse a mim. Também olho de canto para meus amigos, vendo o estado em que os mesmos se encontravam.

passivas ares:

passivas héracles: