Thor começou a se lembrar de tudo. Todo o passado lhe veio a mente em questão de segundos.

Ambos ficaram observando uns aos outros. O monstrinho deixara de ser pivete e agora agia como um verdadeiro inimigo. Levanta a mãe empunhando na direção do semideus. Thor olhava seu oponente atentamente, e começou a perceber algumas características que ele tinha: Não parecia ser muito rápido, apesar da malandragem, ele parecia inseguro e a ponto do seu emocional desmoronar de raiva, tornando-se completamente impulsivo. Então depois de menos de um segundo quando Thor deu-se por conta, o monstro avançara contra ele.

Thor deixava seu braço em frente seu rosto, para proteger-lhe a face, mas com a outra mão segurava seu Mjölnir. Assim que o garoto chegou a uma distância perfeita para o contra-ataque, Thor subiu com força seu martelo, fazendo-o bater no queixo do inimigo. Sua cabeça levantou alguns centímetros acima, e ele caiu no chão, mas tentava se levantar. Thor sabia que ele era fraco. Ele não tinha nenhuma chance contra o semideus. Acabaria Thor com tudo de uma vez por todas? Seria a coisa certa a se fazer. Lupa teria concordado se o fizesse.

O monstrinho tentava se levantar apoiando as duas mãos no chão, mas faltava u pouco de força. Thor podia ver sangue gotejando do queijo dele, uma coloração estranha, parecia um azul escuro avermelhado.

Thor levantou seu grande martelo enquanto o monstro estava olhando para baixo. Finalizou sua última frase enquanto descia o grande martelo contra a cabeça do monstro, que não passava de um pequeno ser insignificante. Em instantes tudo se resumiu a um pó dourado, que foi deixado para trás na visão do “pequeno” filho de Vulcano, que então recuperou sua sacola com os dólares. Olhou para fora do beco e se deparou com o olhar assustado de uma mulher, praticamente sem ação pelo que vira. Suas bolsas estavam prestes a cair, e seu próprio corpo também, mas por misericórdia, o jovem correu para abraça-la antes que tocasse no chão. Ele a segurou em seus braços, mas ela já estava desmaiada. O jovem chamou por ajuda e logo apareceu um homem, que no celular ligava recorrendo a uma ambulância.

Nada mais poderia atrasar o semideus. O tempo ia passando, mas ele tinha que cumprir logo seu objetivo — aniquilar os caos selvagens. Ele montou em seu tigre autômato que parecia nunca perder a disposição de correr, poderia dizer que ele sempre estava motivado para um objetivo, mas na verdade ele não passava de uma máquina altamente desenvolvida e qualificada, que mesmo não apresentando sentimentos, apresentava falsas semelhanças a esses.

Enquanto corria montado em seu tigre autômato, pessoas não tinham dúvidas que era o mesmo garoto que salvara uma loja de três assaltantes, e o mais incrível é que o garoto se mostrava humilde, apenas acenava com a mão, mas desviava a maior parte dos olhares, sem parece arrogante, e acima de tudo sempre sorrindo. Por fim, o garoto, ou melhor, seu tigre, dobrou a esquina de uma rua que passava exatamente em um parquinho de crianças, bem grande até. Parou na entrada, sabia que era ali, pois sentia o forte cheiro de cachorro molhado, e acima de tudo, o forte cheiro de medo. Ele entrou no parquinho, lindo e gramado, flores rodeavam os arbustos e árvores preenchiam o local. Não estavam cheio, tampouco vazio, estava convidativo para passa um ótimo fim de tarde. Porém esse não era o real motivo do semideus.

Seu tigre robótico andava lentamente ao seu lado, como um cachorro que segue seu dono. Thor começou a seguir de onde vinha o cheiro, e alguns instantes de passos curtos e lentos, ele avistou de longe quatro cães, ferozes e raivosos, atormentando a vida de alguns seres da natureza. As ninfas estavam amedrontadas e não sabiam por onde correr. Mais ao longe, atrás das ninfas, mais quatro cães as cercavam. Thor percebeu que a luta seriam consideravelmente injusta, apenas ele e seu tigre contra oito cães raivosos, mas por enquanto, quatro deles estavam ocupados demais prestando atenção nas ninfas, já os outros quatro olhavam para o semideus. Eles não estavam muito perto, o semideus teria tempo suficiente para pensar no que fazer, os quatro cães mais próximos estavam a maios ou menos 15 metros de distância.

Thor tinha consciência que os humanos à sua volta não veriam nada além de alguma coisa que parecesse normal, até porque, o público alvo do parquinho são as crianças, que na melhor das hipóteses não são maliciosas. Balanços, escorregadores, trepa-trepa, e muitos outros rodeavam o campinho gramado, todos feitos de metal. Certamente o semideus poderia usá-los para alguma coisa se assim desejasse.