Nessa noite, os mortos cantaram. Sentia o tártaro sugando tantas almas que tremia sob meus pés. Minha respiração modificada pelo som da máscara me fazia parecer um monstro, e meus olhos escondidos pela lente negra me davam a sensação de que eu via a alma das pessoas. Eu via a escuridão dentro e fora delas, dos monstros, dos humanos... No olhar de pessoas que encaravam a morte eu via o arrependimento, como se soubessem que no submundo ninguém será perdoado. Seus pecados iriam ser julgador pelos 3 juízes do Hades, e as almas me amaldiçoariam pela eternidade por tê-las matado, até que finalmente esqueceriam meu nome.
Minha mente estava atormentada, o caos bebia minha insanidade e cuspia um ódio que não era meu, um ódio que trucidava, matava. Sabia disso, pois apesar do caos me alimentar, alimentar minha vontade de fazer aquilo, não havia sentido. Balançava a lâmina de Ferro Estígio em vão. Minhas mãos tão gélidas como o metal que forjou ela, e minha mente tão vazia quanto a dos cadáveres que deixei no caminho. Se olhasse para trás, talvez visse minha sombra demoníaca me controlando, com olhos vermelhos como cães e uma risada tão ameaçadora que eu mesmo tinha medo. No momento que me entreguei para o Caos, eu sabia... Sabia que acabaria me tornando um monstro. Mas confiava que o motivo que me fazia seguir em frente desde antes, me faria seguir com sanidade pelas cantos caóticos do mundo sem perder meu foco. Mas agora, eu me perguntava o que diabos era isso.
Num instante, eu estava olhando a entrada pré-destruída da área VIP. No outro eu vejo algo loiro vindo em minha direção, e de repente minha visão escurece com a pancada. Quando abro os olhos, me vejo flutuando em um mar escuro. Não havia ar, não haviam sombras nem luz, nem sequer existia caos. Era só um aglomerado de trevas, um canto perdido e sem sentido do mundo, um canto que não tinha importância alguma no planeta e apenas se mostrava ser um câncer na vida das pessoas. Aquele lugar, era minha alma.
Eu me sentia leve, como uma pena, como um nada. Não caia na escuridão, e nem o vento tocava minha pele, pois ali eu não existia. Assim como não existia mais motivo para andar na linha, para abandonar o caos. Só existia motivos para mostrar minha própria essência ao mundo, e trazer à eles o caos que é de fato aquilo que eu sirvo. Sou um agente do caos. Não, não sou. Sou um filho da escuridão.
“
Não, você não é!”
“
Sim, sou!”
Abro meus olhos na escuridão, e vejo duas réplicas minhas discutindo. Um era pálido como um palhaço, a boca distorcida em um sorriso agonizante. Seus olhos acinzentados e sem sentido pareciam vermes saindo do globo ocular. Enquanto o outro, era meu eu mascarado, vestindo a roupa negra e o modificador de voz, seus olhos não eram visíveis por causa da máscara mas seu porte era sombrio, sua própria voz carregava o tom da morte, ele era como um demônio. Ambos discutiam, discutiam para ver quem era dono de mim. E eu soube quem eram, e onde eu estava. Dias atrás me joguei no abismo que é o sangue de Hades. Almas sussurraram em meus ouvidos, e me entreguei para aquilo que reneguei e segurei por toda minha vida. E então, me entreguei à Éris. Em busca de puro poder.
Esse lugar que eu estava, era o fundo do abismo, no mais profundo da minha alma onde eu apenas via meus pensamentos entrando em colapso, os poderes que havia recebido dos deuses dentro de mim, tentavam se sobrepujar uns aos outros. E eu me perguntava por que tinha aceito isso. Só busquei poder por tanto tempo que esqueci a razão da busca, esqueci porque corria nessa estrada, apenas estava continuando em frente e perdendo meu foco.
Até que ouvi, como veludo para meus ouvidos, uma voz distante e doce. Ela dizia que me amava, que nunca iríamos nos separar. Até que um ciclope tirou ela de mim, tirou minha irmã de mim. Pensava que ela tinha morrido por carregar o sangue de Hades, por ter o poder do Deus do submundo. Mas ela estava viva, no Acampamento Romano. Aquele Pretor maldito havia feito-a enlouquecer, mas ele era o único culpado, ele era o desgraçado que ia pagar. Mas como eu iria fazer ele pagar se não conseguia controlar o poder que havia recebido? Me tornando um monstro? Não, monstro era o que ELE é. Eu vou trazer Kadie de volta.
“
Você quer ela de volta?” Perguntou uma terceira voz, uma outra réplica minha. Esse mais triste, mais melancólico e que parecia carregar um peso absurdo nas costas. O peso de tentar controlar os dois, havia dor em seus olhos. Havia medo em suas palavras, talvez ele desejasse que eu falasse não, pois eu não suportaria carregar Caos e Morte ao meu lado.
“
Eu VOU ter ela de volta”. Respondi. E a réplica se desfez, assim como as outras, apenas sua voz me chamou, me chamou na escuridão que tanto me atormentava. Uma velha amiga que arranhava minha alma por dentro tentando sair, mas que por tanto tempo eu continha. Agora me fundia à ela, aceitava-a para mim, e fazia ela me aceitar.
“
Então estenda a mão!”. Obedeci, estendi a mão para frente. E como se várias pessoas começassem a falar do meu lado, eu me vi diante da arena novamente. Vestindo a armadura negra enquanto estendia a mão em direção ao ciclope. Estava sem minha arma. Apenas o sangue de Hades e o Poder de Éris. Pessoas brigavam à minha volta, ao menos aquelas que sobreviveram ao fogo negro. Minha Aura Caótica se estendia, ela fazia o caos continuar, a não ser que eu desejasse que ele parasse. E eu desejei. Desejei do fundo do meu coração que ele parasse. O macaco tomava parecia pisar na cidade, pisar no mundo. Mas ele quem seria pisado.
-
Kadie. Kadie... KADIE! - Gritei em baixo da máscara, fazendo o modificador de voz erguer seu nome ao meu redor. O nome que me dava poder, que me fazia continuar em frente sem fraquejar. Eu iria salvar minha irmã... EU VOU salvar minha irmã.
Com a mão estendida, fiz uma |
Fenda do Tártaro| sugar o ciclope na minha frente. Fiuk estava ao meu lado, será que ele via através do vidro negro? Via em meus olhos que a sede de sangue tinha desaparecido? Ele deveria ver, ou sentir... Sentir que eu não havia escolhido nem o Demônio, nem o Palhaço, eu era o cavaleiro. Que vagava sozinho nas sombras, carregando em mim mesmo o peso que há muito tempo
-
O que está esperando, Fiuk? Ele está morrendo de medo. - Falo sobre o Ciclope atrás de mim, o outro que também nos cercava enquanto eu usava |
Amedrontar| para deixar o filho deformado de Poseidon paralisado.
Com a mente sã novamente, observo o cenário ao meu redor enquanto bebo uma |
Poção de Energia Mítica|. Se houver algum sobrevivente humano, grito com o modificador de voz “Fujam”. Enquanto manipulo o poder caótico em mim, e com um |
Whisper of Chaos| faço os monstros de baixo intelecto me obedecerem. Misturando isso com minha voz persuasiva.
-
Ataquem o Macaco - Isso tudo bonificado pelo caos que por ora continuava. Mas quando não houverem mais humanos no lugar, estendo minha |
Aura Caótica| novamente. Vou em busca de minhas espadas. Era hora de mostrar pra esse macaco quem está no topo da escala evolutiva.
Ativas:
Nível 8 - Fenda do Tártaro: O personagem abre uma fenda no chão que suga os inimigos para o Tártaro, deixando uma marca no chão. O uso desta habilidade requer 60 pontos de energia. A habilidade entrará em espera durante 7 turnos.
Nível 9 - Amedrontar: O personagem cria uma ilusão com os maiores medos de seu inimigo, fazendo-o ficar paralisado e aterrorizado. Essa Habilidade consome 40 pontos de energia. A habilidade entrará em espera durante 3 turnos. O narrador decide os efeitos específicos desse poder. (Requer 8 CHA)
Nível 7 – Whispers of Chaos II: O servo de Éris agora pode plantar uma ideia na mente de um alvo de maior intelecto; o mesmo pode ser feito em múltiplos oponentes de baixa inteligência. O uso desta habilidade requer 50 pontos de energia e entrará em espera por quatro rodadas.
Passivas:
Nível 10 - Aura Caótica: Quando presente em uma situação caótica, o servo de Éris passa a exibir uma aura. Ela acentua o caos ao redor, impedindo-o de parar até que Gean saia do lugar. Ex: Se uma briga se inicia perto do garoto, não será possível pará-la até que Gean saia dali, a não ser que ele deseje. A intensidade da treta aumenta de acordo com o nível do garoto.
Nível 9 - Aura Gélida: O poder "Pele Gelada" é aumentado, criando uma aura de frio em volta do filho de Hades, fazendo com que todos que se aproximem a menos de 3 metros, sintam-se gelados. Este poder pode ser abrandado ou aumentado de acordo com o humor e sua intensidade; se muito triste ou com raiva, maior o frio. O narrador decide os efeitos específicos desse poder. (+10 WIS)
Nível 2 - Mentiras Impecáveis I: Seja pela sua fala mansa, pelo charme natural, ou por qualquer que seja o motivo, o personagem é um mentiroso convicto e chega até mesmo a transparecer uma pura credulidade nas mentiras que conta, sendo assim muito mais convincente que o normal. [+5 CHA]
Nível 3 - Revolucionário: É comum o servo ser visto como um líder inspirador, uma vez que grandes revoltas, motins e tumultos são facilmente incitados por sua figura de liderança. [+5 CHA]
Nível 7 - Persuasão: Ao contrário do que muitos acreditam, na maioria das vezes os servos de Éris apenas querem fazer o que deseja - mesmo que isso muitas vezes signifique causar o caos -, e não diretamente corromper situações. Por este fato, o personagem convence mais facilmente do que o normal a outros enxergarem pelo seu ponto de vista. [+12 CHA]
Nível 10 – Força do Caos: Em meio a acontecimentos caóticos (batalhas sangrentas, ou com muitos integrantes, tufões, maremotos, terremotos, etc) o Servo de Éris tem suas capacidades ampliadas e é capaz de ignorar o caos, focando-se em seus interesses. [+15 em todos os atributos nessas condições]
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