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Herois do Olimpo RPG

Fórum de Mitologia Grega baseado em Percy Jackson e os Olimpianos e Os Heróis do Olimpo!


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Hades

Hades
Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
Pássaros cantavam de cima das árvores. A brisa de outono soprava como se éolo estivesse com todo o bom humor do mundo naquele dia, trazendo o cheiro do sal do mar e dos morangos maduros das plantações direto para o lago, onde o som da água corrente se misturava com o som da lira de um filho de Apolo que tocava solitário à beira da água. Ou quase solitário, se não fosse pelos pássaros que se somavam à sua melodia, enchendo a manhã de graça.

Entre uma nota e outra o garoto observava o reflexo do sol no lago, assistido de volta pelo astro rei. Entre uma espiada e outra, uma mudança no brilho do sol chamou-lhe a atenção. Quando olhou, Enzo surpreendeu-se com o tom vermelho e difuso do sol, como se fosse uma esfera de chamas intensas e escaldantes a apenas alguns metros da terra, não há anos luz no espaço. Quando ergueu a cabeça para o verdadeiro sol, o filho de apolo prendeu a respiração por um momento. O calor do sol atingiu sua pele, rachando seus lábios e ofuscando seus olhos. O garoto tossiu com a garganta incomodada pelo ar quente e cheio de poeira. Um sol vermelho brilhava acima de sua cabeça, tingindo o céu com um laranja belo e terrível. À sua frente, um infindável mar de areia se estendia em um deserto brilhante. O vento uiva com selvageria. Apesar do garoto não estar tocando-a mais, o som da lira continua a encher o ar, agora em um tom mais rápido, mais tenso, mais tenebroso, sem um traço da graça e delicadeza que tinha a melodia do filho de Apolo.

Uma sombra encobriu a luz do sol, passando por cima do semideus. A sombra de asas, escuras como a noite, ainda maiores do que as asas dos pégasos no acampamento. O par de asas cruzou o céu e o garoto, pela primeira vez na vida ofuscado pela luz do céu, não conseguiu distinguir do que se tratava a forma humanoide erguida entre elas. A criatura alada cruzou o céu e pousou sobre uma coluna; uma coluna de pedra em estilo egípcio que erguia-se como um farol da areia, como o sinalizador de uma ruína antiga, um monolito solitário no deserto. Mesmo àquela distância o olhar da criatura cruzou o do semideus. E diferentemente do sol, aquele olhar lhe roubou todo o calor do corpo, fazendo o garoto desejar novamente o calor do sol. O garoto tentou mover-se mas era como se seus pés estivessem afundados na areia; e de fato, estavam. Enzo olhou para baixo, vendo um corpo que não era seu, com roupas que não eram suas, afundando até os joelhos em areia. O garoto ergueu novamente a cabeça e viu o monstro flexionar o corpo, preparando para saltar sobre ele. A criatura ergueu suas asas, encobrindo a luz do sol...


Um corpo encobriu a luz do sol, passando à frente de Enzo e tapando sua vista do reflexo do sol na água. O garoto ergueu a cabeça, confuso, sentindo o corpo refrescado pela briza da manhã agradável para a qual havia acordado.

-- Alou? Está aí? He... Por que parou de tocar? Eu estava gostando.

O filho de Apolo ergue a cabeça para ver Gustav olhando-o. O filho de Zeus estava nas proximidades e tinha sido atraído para lá pela melodia agradável que enchia a manhã de todos os sortudos que passaram por perto do lago do acampamento.

Enzo ergue a cabeça para o filho de Zeus mas o que chama sua atenção é uma figura que o encara ao lado do mesmo; uma pequena serpente esticava sua cabeça de um galho da árvore, parecendo não amedrontar os passarinhos ali sentados, e estava observando o filho de Apolo com interesse. Seus olhos brilham com um tom de verde que é, de alguma forma, nostálgica ao filho de Apolo, que sente o corpo frio enquanto a encara, como se encarasse uma criatura muito maior ou antiga que uma serpente fofa.

O filho de Zeus encara o filho de apolo que encara a serpente que encara o filho de apolo de volta (?). E a Terra segue girando em volta do céu.



Última edição por Hades em 31/05/20, 09:50 pm, editado 1 vez(es)

#1

Ω Enzo Stark

Ω Enzo Stark
Filho(a) de Apolo
Filho(a) de Apolo
O Lago de canoagem sempre foi meu lugar favorito dentro do acampamento. Já faz 7 anos que estou por aqui, e parece que esse lugar virou uma espécie de refúgio ou porto seguro para quando preciso tirar um tempo, seja da enfermaria, da movimentação incessante do chalé 7 (ainda mais agora que fui nomeado conselheiro de chalé), ou mesmo das conversas dos campeões do chalé de Hera. A lira que foi meu presente de reclamação tornou-se minha parceira durante todo esse tempo e esteve comigo nos meus melhores – e piores – dias desde então.

Estava tocando para espairecer no horário que deveria ser de almoço, pois o sol estaria brilhando com seu máximo esplendor e não haveria plateia ou pessoas me chamando, seria realmente um momento raro de tranquilidade para um semideus cansado de tanto trabalho. Bem, era isso que eu planejava, pelo menos.

À medida que eu executava as notas, sinto-me preenchido por sensações terrivelmente realistas, em que o sol é encoberto por uma criatura gigante e seu brilho radiante se torna algo sinistro. Vejo o que parece ser areia movediça me rodear enquant me vejo afundar lentamente. Sinto que meu corpo começa a formigar e por um momento, sinto que me falta ar. Deuses, seria esta a visão mais realista que tive em toda minha vida?

Sou trazido à realidade por uma voz relativamente familiar, que pergunta por que parei de tocar. Aquele era Gustav, um legionário romano que conheci há alguns anos e com quem já tive a oportunidade de trabalhar junto em algumas missões e treinamentos na arena. Ele parecia completamente diferente do garoto indefinido e metido a super herói que conheci. Permaneço ainda em silencio tentando processar todo o ocorrido e, como se não bastasse, vejo que sou observado por uma serpente, da forma mais anormal possível. Não consigo dizer se naquele momento o som da lira estava trazendo harmonia para o ambiente como de costume a ponto de afetar e agradar pequenos animais ou... se aquilo poderia ser algum sinal. Aqueles olhos verdes focados depois de uma visão realista não são o que se pode chamar de combo para descanso como eu queria que fosse.

Levo alguns segundos para me recompor. Começo novamente a tocar um [Acorde Perfeito] e me levanto olhando fixamente para a serpente. Isto serviria até como uma desculpa subsequente para Gustav, afinal, eu acabei o ignorando, e espero que ele entenda que eu estava de olho na serpente enquanto toco e me afasto aos poucos, mas sem parar de olhar para o animal, tentando descobrir através de meus dons de profecia se ela representava algo ou se eu ainda estava no meio de um surto.

No momento mais oportuno, cumprimentarei o legionário conhecido como se deve e o questionarei sobre o que o traz ao acampamento meio-sangue novamente. Espero que seja apenas mais uma das visitas casuais que ele costuma e gosta de fazer.

Passivas Importantes para o post:

#2

Gustav Lorenzo

Gustav Lorenzo
Filho(a) de Zeus
Filho(a) de Zeus
Uma folga do Acampamento Júpiter cairia super bem.

Desde que larguei o posto de pretor do acampamento, a quantidade de obrigações diminuiu bastante, a ponto de os treinos e tarefas diárias parecerem brincadeira de criança. Uma vida sem burocracias era tudo o que eu queria.

E foi com este pensamento que eu peguei uma autorização com Elie, centuriã da primeira coorte, para dar um pulo no acampamento grego. Um daqueles combinados de me deixa passear que te trago alguma coisa pras suas poções que sempre funciona. É muito bom negociar com cientistas e magos, pelo menos quando eles são seus amigos.

Quando passei pelo portal, por volta do meio dia, ouvi o som de uma música vindo de longe, era tão agradável que chegou ao ponto de me fazer seguir a origem do mesmo. E foi chegando ao lago de canoagem que vi Enzo, um dos meus amigos gregos e uma das primeiras pessoas que conheci nessa vida de semideus. Afinal, enquanto indefinido, eu fiquei abrigado no acampamento grego, e acabei mudando para o Acampamento Júpiter depois de descobrir que meu pai era na verdade a contraparte romana de Zeus.

Mas rapidamente lembro do por quê achar este lugar mais agradável. Nada tão militarizado e até mesmo as diferenças de perfis de semideuses que, na teoria, tem o mesmo progenitor. No acampamento Júpiter, os filhos de Febo são chamados de Áugures, e parecem uns malucos tentando fazer profecias por meio de escrituras antigas. Nada tão simples ou refinado como a melodia de uma lira num dia comum. Momentos como este no lago – apesar de eu aparentemente estar de penetra – me fazem me sentir um pouco mais perto de uma pessoa normal.

Só que o Enzo, que parecia não ter notado minha presença, parou de tocar repentinamente e ficou parado por alguns segundos, como se estivesse em transe. A primeira coisa que fiz foi tentar cumprimenta-lo, perguntando por que ele parou de tocar, porque estava realmente bom. Espero que ele não diga que eu acabei atrapalhando ou incomodando de alguma forma, seu momento de paz.

#3

Hades

Hades
Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
Estranhamente confuso o filho de Apolo se levanta, recuperando a compostura e voltando a tocar sua melodia na Lira. O filho de Zeus penas o observa meio constrangido pelo silêncio do filho de Apolo mas, ao acompanhar seu olhar confuso enquanto tocava Gustav se surpreende com a serpente do seu lado que sequer o olhava, encarando diretamente o filho de Apolo.

Ao som da musica a cobra abre ainda mais os olhos verdes. Uma névoa verde espiralava dentro deles como se não passassem de orbes de vidro vazios cheios de fumaça. A serpente escorrega do galho revelando para a surpresa dos dois um par de asas em suas costas, onde suas escamas verdes davam lugar sutilmente a penas douradas que esvoaçaram suavemente no ar enquanto a serpente plana do galho até o instrumento do semideus, sua cabeça serpeando no ritmo da música. Sem sentir qualquer ameaça naquela criaturinha, Enzo a encara de perto, seus narizes quase se tocando enquanto o garoto toca o instrumento. A serpente o olha nos olhos e então se vira pro norte, rio acima, e assim permanece.

Os pássaros voltam a cantar das árvores.

#4

Ω Enzo Stark

Ω Enzo Stark
Filho(a) de Apolo
Filho(a) de Apolo
Inofensivo.

Essa foi a conclusão que o turbilhão de informações na minha cabeça conseguiu organizar a cerca daquilo que eu achave ser uma serpente comum. Conforme tocava a lira, acreditando estar apenas chamando a atenção do animalzinho, percebo que está longe de ser o que parece. Quando saía dos galhos da árvore, a criatura exibe suas asas e penas douradas. Os seus olhos eram tão nebulosos quanto os de um filho de Zeus em meio a uma forte tempestade, e após nos encararmos, ela passa a olhar a direção norte.

Filho de Zeus. Droga!

Hey, desculpa se eu te ignorei. Eu acho que viajei um pouco no meio de uma visão - Digo para o filho de Jupiter, de quem praticamente esqueci a presença.

Olho novamente para o animal, que encara a direção do norte e digo para o filho de Júpiter que infelizmente não poderemos conversar como eu gostaria, porque parece que algo está prestes a acontecer. O Sol havia me dito por meio de uma visão. E um símbolo do meu pai estava ali, diante de mim.

Neste momento assovio chamando por Amber, o lobo gigante que ganhei de Dite Maniel e que costuma carregar meus equipamentos pelo acampamento. Peço-lhe que me traga os itens habituais enquanto eu me preparava para sair.

No meio tempo entre estas ações, conto para Gustav o que eu havia visto e neste momento e pergunto-lhe se ele estaria disponível para me acompanhar. Afinal, além de um reforço poderoso, eu teria um amigo confiável.

Dando tudo certo, trilharemos o caminho para o norte, onde chamo o taxi das irmãs cinzentas para ir inicialmente ao aeroporto de NY, mas antes avisando ao pessoal do chalé 7 no refeitório e fazendo uma oferenda aos deuses na fogueira, afinal, era hora do almoço no acampamento e haveria bastante guloseimas para ofertar a Zeus, Hera, Apolo, Hermes e Héstia.

#5

Gustav Lorenzo

Gustav Lorenzo
Filho(a) de Zeus
Filho(a) de Zeus
Fico atônito com a cena que me parece ser uma dupla sessão de hipnose de Enzo e da cobrinha voadora que mais parecia um monstro. Eu confesso que me assustei com o fato dela aparecer ao meu lado, e mais ainda quando ela manifestou sua forma bizarra e os dois ficaram se encarando...

Credo – Sussurro mentalmente pra mim mesmo. No acampamento romano nunca aparecem monstros fora da arena, mesmo que sejam... Fofinhos? E nenhum deles é intrigante a ponto de aparecer sem querer te matar. Confesso que estava vendo a hora daquela coisa abrir a mandíbula e tentar engolir o filho de Apolo.

Tudo parece tender a se normalizar quando Enzo começa a falar comigo e a cobrinha se vira para o norte. Presto atenção em suas palavras e bem... Uma aventura externa não estava na minha agenda, mas não é um pedido que se possa recusar, afinal, veio do que eu posso chamar de velho amigo, pelo menos desde a época em que me tornei semideus... Tipo uns 3 anos.

Acompanho o filho de Apolo até o refeitório para almoçar e sigo seu exemplo de fazer uma oferenda aos deuses antes de sair em uma missão. No primeiro momento me pergunto se isso seria realmente efetivo. Quer dizer... Eu penso se poderia ter evitado alguma encrenca se tivesse feito isso antes de sair em minhas missões externas. Vivendo e aprendendo, Gustav!

Dedico as oferendas especialmente a Jupiter, Baco e Vesta. E também a Mercúrio, pra ele nos agraciar com uma viagem tranquila ou nos ajude um pouco, afinal, não temos um destino certo... Só o norte que foi pra onde a cobrinha apontou e o Enzo decidiu seguir.

#6

Hades

Hades
Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
Por cinco minutos todos permanecera observando a jovem serpente que continuava se mexendo no ritmo da musica de Enzo, olhando questionadora para o garoto quando ele ousava interromper os acordes.

Quando o lobo de Enzo chega com seus pertences os garotos partem para o norte, subindo aos poucos o cume pelo qual escorria o riacho. Passo a passo eles chegam ao topo e logo preparavam-se para rumar em direção à pista de long island, quando a serpente virou a cabeça mais para o lado, olhando fixamente naquela direção como estava até então. Intrigado, Enzo altera seu destino e caminha em direção aos bosques e ao punho de zeus, de onde escorria o lago e para onde aparentemente a serpente olhava.

Quando se aproximaram novamente leves maneios da cobra os guiaram dentre as rochas do punho de zeus, fazendo-os atravessar a nascente do lago com a água nos calcanhares e por fim, parar diante de uma gruta cuja entrada estava coberta por uma cortina de buzios e argolas. Com um sobressalto Enzo percebe que conhecia aquele lugar; fora o ultimo lar do oráculo de Delfos dentro do Acampamento, onde a mortal Rachel Dare, anos antes na grande guerra, havia se hospedado.

Os garotos entram. Cheiro de mofo e terra enchem a caverna, embora ali dentro o calor de tochas de chamas verdes queimassem como se alguém morasse ali ainda. Uma cama, estantes de livros, uma penteadeira e um guarda roupas com espelho eram tudo que encontraram ali. Além disso apenas uma cadeira de balanço se mexia sozinha num canto.

A serpente deslizou da lira do garoto, flutuando até a cadeira, onde se acomodou no encosto. A serpente olha para Enzo e então para o acento. E de volta para o semideus.

#7

Gustav Lorenzo

Gustav Lorenzo
Filho(a) de Zeus
Filho(a) de Zeus
Acho que o plano inicial do chefinho teve umas alterações. Parece que a cobrinha estava no comando ali. Em uma ocasião normal, eu já estaria desconfortável por não estar à frente da missão em si. Mas precisava reconhecer que um dos caras que me acolheu – E que certamente é um semideus mais poderoso que eu, e que está no território dele, e com alguns dons de profecia – saberia tomar as melhores decisões. Ou pelo menos era nisso que eu queria acreditar.

Não deixo de questiona-lo por que estamos seguindo uma cobra voadora enquanto descemos o lago de canoagem e entramos numa gruta esquisita que eu nunca tinha visto ou ouvido falar, mesmo tendo explorado bastante o acampamento, fosse no tempo que morei aqui como indefinido ou durante as visitas. Tudo bem que eu passava boa parte do tempo com os filhos de Poseidon/Netuno, mas ok.

Quando vejo a pequena figura bizarra finalmente sair da Lira do filho de Apolo e ficar encarando ele e aquela cadeira de balanço que por algum motivo estava se movendo, pergunto a ele se ele pretende cintinuar seguindo aquela coisa. Ele realmente sentaria naquela cadeira?

Observo ainda o espaço e procuro sentir se aquele lugar estava com alguma presença. O espaço era simples, mas contava com uma fogueira acesa. Era a primeira vez que eu via chamas naquela cor e realmente não sei o significado, mas aproximo-me dela para tentar encontrar alguma coisa com meu dom de vestal.

Felizmente tenho algumas barras de ambrosia na minha mochila, e acabo optando por um sacrifício aos deuses para tentar me situar naquilo que me parece uma baita cilada.


Nível 10 – Sacrifício aos Deuses: Sacrifícios aos deuses feitos pelos sacerdotes possuem maior chance de serem recompensados com auxilio divino, como informações, bençãos (temporárias) e qualquer outra coisa que o narrador quiser. O auxílio será equivalente ao sacrifício.

#8

Ω Enzo Stark

Ω Enzo Stark
Filho(a) de Apolo
Filho(a) de Apolo
Dispenso Amber depois que ela me traz os equipamentos e, junto com Gustav, sigo a serpente lago abaixo. A forma como ela nos guia é estranha, porém, é como se eu não tivesse opção.

Em dado momento da caminhada, o filho de Jupiter questiona o por quê de estarmos seguindo tal animal, e eu lhe respondo – mesmo não tendo certeza do que está acontecendo - que a cobra alada é um dos símbolos de meu pai, e que pode ser uma obra dele para nos guiar.

O destino foi um tanto quanto mais impressionante. Estávamos na gruta que fora usada para abrigar o último corpo que abrigou o oráculo de Delfos durante a grande guerra de décadas atrás. Não havia muitos detalhes chamativos. Ao mesmo tempo que o lugar parecia abandonado e esquecido pelo tempo, a sensação de desconforto que sinto se mantém. Uma cadeira de balanço está a se mover sem que nada – ou ninguém – faça nada. Para completar, a serpente voa e se acomoda na cadeira e parece sinalizar que eu devo me sentar ali,

Respiro fundo e tento colocar os neurônios para trabalhar, mas não é uma tarefa fácil quando você não é um filho de Atena, tem TDAH e um leque de informações bate no seu cérebro, junto com um animal que parece querer te dar ordens. Mas mesmo assim eu não retruco e sento na cadeira.

-
Bom... O que acontece agora? – Pergunto pra cobrinha, mesmo sabendo que ela não fala, ou fala?

#9

Hades

Hades
Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
Os semideuses se entreolham por um momento, o filho de Júpiter com um pé atrás e o outro mais atrás ainda, o filho de Apolo com a batalha de sentimentos entre seu instinto de autopreservação e a atração que sentia por aquela criaturinha à sua frente.

Gustav caminha até as tochas, de onde não sente nenhum calor fluindo, embora sinta uma magia mais antiga que a das chamas douradas que ele próprio conjurava, uma energia ao mesmo tempo familiar e estranha a ele, como a que sentia sempre que lidava com magia do lado Graecus da força. O garoto puxa uma barra de Ambrosia da mochila e faz uma breve oração, levando-a até as chamas. Enquanto isso, o filho de Apolo se senta na cadeira de balanço sentindo um leve arrepio. As chamas verdes consomem a barra de ambrosia em uma labareda, fazendo-a desaparecer. Os filhos de Apolo e de Júpiter voltam a se encarar.

- Bem... O que acontece agora? - Pergunta Enzo, e a serpente estica o pescoço por cima do seu ombro para encará-lo.

- Agora - Fala a cobra - você morre.

Com um bote certeiro, a serpente pica o pescoço do semideus. Enzo sente um choque gélido percorrer seu corpo enquanto todos os músculos enrijecem. Gustav fez questão de avançar para tentar ajudar mas no momento que os olhos de Enzo brilham em um verde-esmeralda intenso e ofuscante o garoto fica paralisado.

Do deserto vieram, e às areias retornaram,
os primeiros dos deuses mais uma vez derrotaram;
Imortais em sua essência, poderosos por nascença,
os deuses do Deserto uma vez mais fazem presença,
Pelo sol foi trazido e pelo ódio corroído,
nas sombras enclausurado por um homem estudado,
A sombra de suas asas mais uma vez percorre
o deserto onde tudo mais que vive morre.
Pelo mesmo sol que a vida lhe deu, amaldiçoado permaneceu,
E pelo dom que lhe foi dado, só por ele será parado;

O deserto se passa em câmera ultra-rápida na mente de enzo. Quilômetros e quilômetros de areia se passam em um segundo, e o garoto vê novamente a torre de pedra em meio ao deserto onde encontrou o demônio em sua visão. Agora, porém, uma construção crescia de sua base, visível antes de ser enterrada por toneladas de areia, uma pirâmide com estátuas de sois alados enfeitando o deserto. O garoto vê uma entrada para ela na base da pirâmide e outra abertura, maior e mais decorada, na base da torre que cresce do topo da construção. Ali, uma escuridão anormal oculta o interior da torre como se a sombra da torre, projetada pela luz do sol, formasse uma cortina negra no portal de pedra.

Enzo pisca e tosse. O garoto abre os olhos para uma serpente que o olha novamente inofensiva, os olhos agora ofídicos como deveriam ser. A cobrinha projeta sua língua bifurcada, cheirando o semideus, e então acaricia seu nariz com o focinho.

Gustav observava tudo bestificado. O garoto ouviu a profecia saindo da boca de seu amigo, mas a voz que chegava a seus ouvidos era a mistura de uma centena de vozes. O garoto sente um arrepio enquanto dos cantos e das esquinas ao redor pequenas serpentes de névoa verde deslizavam, serpeando pelo lugar e repetindo as palavras do filho de Apolo Possuído, somando suas vozes serpeantes às vozes que recitavam a profecia. Quando a serpente soltou o pescoço de Enzo e ele piscou acordando de seu transe, as serpentes de névoa se dissolveram no ar, como se nunca tivessem estado ali.

Os semideuses se encaram novamente. Enzo sente uma pontada em sua testa que muda de lugar à medida que o garoto se move, apontando sempre na mesma direção: Leste. Cada vez que se concentrava nesta pontada o garoto via em sua mente a imagem do pilar, e sabia que se seguisse aquele radar seria levado até ele, onde seu desafio o esperava. A cobrinha dá uma volta no pescoço do garoto e deita pra dormir, escondendo a cabeça entre as asas fechadas pra ter privacidade em sua soneca.

#10

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