Ter sido convocado por minha matrona, Hera, para voltar ao Acampamento havia sido agridoce. Eu gostava daqui, e os melhores anos da minha vida haviam sido passado ao lado de diversos campistas, mas eu já não me encaixava como um deles. Era mais velho, mais forte, mais sábio e mais cansado de todo o mundo divino do que as crianças e adolescentes que brincavam de ser heróis. Independente, respondi ao chamado da minha Deusa, e tomei a braçadeira para mim, aguardando o retorno de Crip. Dias se passaram, e eu me alternava em dar aulas de arco e flecha a todos os campistas, limpar o chalé 2, participar de conselhos infinitos sobre brigar idiotas, e sim, relaxar um pouco.

Foi em um desses raros momentos, em tive uma pausa em minhas outras atividades, que decidi ir tomar um bocado de sol, na beira do lago. Estava com os olhos fechados, sentindo aquele calor gostoso que sempre me deixa mais forte e revigorado, quando notei os filhos de Afrodite. Eles acenavam para que me juntasse a eles, e estava pensando em falar-lhes o quão de mal gosto era flertar com um homem comprometido, quando uma sombra se pôs entre eu e o astro rei. Um romano pálido e loiro, com olhos de cor diferente, se pôs a minha frente e me entregou um pedaço de papel. Eu não estava reclamando de ficar muito tempo no acampamento? Pois bem, uma missão seria divertido.

- Olá, sou James. - digo, abrindo um sorriso e estendendo a mão para o garoto – Parece que seremos companheiros de missão. Você já está com seus equipamentos? Preciso pegar os meus, te encontro nos estábulos em vinte minutos, ok?

Dou mais um sorriso ao humano, e vou pegar minhas tralhas no chalé 2. Passo vários irmãos, e explico rapidamente a Enzo no chalé 7 onde eu estaria por um tempo. Ao chegar em meu chalé, vou ao poleiro em que minha fênix se encontrava, acaricio suas penas, até que ela acorde do sono.

“Ruby, Medusa está de volta, vamos, precisamos detê-la.”

“Você me acordou… Por uma Medusa? Não consegue resolver essa, sozinho?”

“Consigo, mas vai ser divertido, estamos com um filho de Plutão e vamos de pégasos, você quer perder essa?”

A fênix soltou um pio, como quem ri, e levantou voo em direção aos estábulos, enquanto eu pegava meus itens. Uma vez equipado, vamos aos estábulos e preparamos dois pégasos para nos levarem a New Jersey, próximo ao rio Hudson. Eu não sabia certamente onde seria o empório, mas tinha minhas maneiras de descobrir. Ativo l Auxilio do Profeta [Avançado] l

“Delfos ouça meu chamado, revele-me o local dos petrificados, para o tártaro a mandar novamente, como minha fênix, essa cabeça quente”

Queria descobrir o local, o que estava nos esperando e como chegar lá. Antes de ir embora, uma vez que minha habilidade sempre me deixava bastante fraco, toco uma l Música de Cura l, para me recuperar e ao meu companheiro, completamente antes de irmos, bem como para deixar os pégasos que nos levariam mais relaxados. Ativo minha l Tatuagem da Ligação Empática l, me unindo a Arteniel e vamos para onde minha profecia mandar.

Predição de Apolo: Apolo é conhecido por ser o deus da profecia. Seus filhos podem ser agraciados com uma ou mais profecias durante uma narração, tendo seus efeitos ampliados de acordo com o nível da profecia: Avançada
Auxilio do Profeta: Uma profecia será concedida pelo narrador a respeito das narrações (não pode ser usado em batalhas). Os filho de Apolo receberão essa profecia falando, escrevendo, como uma visão ou mesmo em um sonho. A habilidade melhorará de acordo com o nível de profecia que o filho de Apolo tiver. No nível básico será breve, no nível intermediário ele terá mais ciência do que viu/ouviu. No nível Avançado a profecia é quase completa e o filho de Apolo terá mais facilidade de interpretá-la, e no nível Mestre o filho de Apolo entenderá os acontecimentos como se já tivesse vivido eles, bem como saberá todos os principais eventos que irão ocorrer. O Narrador deverá apresentar a profecia e não pode ser uma mentira. O custo dessa habilidade é metade do WIS do usuário (mínimo 60 e maximo 400). Pode ser usado somente 3 vezes durante uma narração. Esta habilidade não pode ser usada durante um PvP.
Música da Cura: O uso dessa habilidade faz seus companheiros se sentirem relaxados, revigorando a energia e vida deles e de si próprio por rodada ativada. Requer que o filho de Apolo tenha pelo menos 30% dos pontos de energia para ativar a habilidade (esses pontos não serão consumidos). Ao ser tocado com instrumento, ocupa o personagem e recupera 30% dos pontos totais de WIS como vida e energia por turno/rodada. Ao ser cantado com a ativa Vocalista recupera 20% dos pontos totais de WIS como vida e energia por turno/rodada. O personagem não poderá realizar grandes movimento e nem usar habilidades ativas que forem de nível acima da passiva Habilidades musicais que ele tiver, uma vez que para permanecer cantando este precisará de uma concentração muito grande. Só pode ser tocada por 3 rodadas, a habilidade entrará em espera durante 3 rodadas após o termino do efeito dessa habilidade.

Equipamentos:

Itens Mágicos:

Estar entre os vivos depois de milênios apenas ceifando almas era algo muito estranho. Não me entenda mal, eu tenho um enorme respeito pelos semideuses com quem conviva, mas saber que todos morrerão em algum momento e que eu terei de levar suas almas ao Elísio é algo muito pesado para ficar ruminando. Naquele dia em especial, decidi ver a outra parte do mundo divino, os gregos. O Acampamento Meio-sangue era um lugar calmo, que dava um calor gostoso no peito, cheio de crianças e adolescentes que corriam de um lado para o outro, numa mistura de treinamento e brincadeiras muito mais harmoniosa do que em Nova Roma.

Como era costume, me apresentei ao diretor do acampamento, um guri filho de Zeus que estava atuando como tal, enquanto Quíron não era refeito. O garoto me mandou encontrar um outro campista, filho de Apolo e Campeão de Hera, e meu primeiro instinto foi procurar no local mais ensolarado que consegui, a beira do lago foi um bom local. Vi um campista que tinha uma aura forte, quente e brilhante como o sol, e me aproximei dele. Entreguei o bilhete, meio desajeitado de estar tão próximo de um campista tão… Cheio de luz. E aguardei.

- Me chamo Arteniel, filho de Plutão. - digo ao garoto, fazendo uma pequena reverência com minha cabeça em sinal de respeito – Estou preparado, até lá então.

Vou até os estábulos, reparando em toda a vida ao meu arredor, fascinado. Até esqueço por um momento que iria viajar pelos céus, mas bem… Espero que o Campeão seja forte o suficiente para que Júpiter não nos arremesse em direção aos reinos do meu pai e de meu senhor.

Equipamentos:

Itens Mágicos:

Ser capaz de dizer profecias não era novidade para mim, mas sempre me deixava nauseado por algumas horas. Nada de comer alguns morangos antes de ir para missão, eu sabia que eles voltariam na hora. Acabo de pegar meus equipamentos, e encontro Arteniel, ao ver o filho de Plutão falo sobre minha profecia. Nenhum pégaso para nós, e sinto a inquietação de Ruby de algum lugar acima dos estábulos.

“Se fosse apenas você, já estaríamos voando, deixa o romano para trás!”

- Bom, tem um túnel que ligar Nova Iorque a Nova Jersey, podemos tentar esse primeiro, e depois ver para onde o vento sopra, o que acha?

Ignoro a minha fênix e vou ver se Argos está no acampamento para nos dar uma mãozinha.

- Bem, você não é apenas filho de Plutão, certo? Essa sua foice… Um Ceifador?

Em silêncio dou graças a meu pai por não haverem pégasos disponíveis, eu não gosto de voar, e estava terminantemente satisfeito com aquele desenvolvimento de nossa aventura. O filho do Sol se aproxima e me conta de uma profecia, sempre achei engraçado essa coisa de profecias, tão uteis e tão devastadoras ao mesmo tempo. Selam o destino de tantos deuses, semideuses e mortais de maneira tão bela.

- Bom, tem um túnel que ligar Nova Iorque a Nova Jersey, podemos tentar esse primeiro, e depois ver para onde o vento sopra, o que acha?

-É uma boa ideia. - digo, suavemente.

Começamos a andar para procurar Argos, o Gigante de Mil Olhos, na Grécia Antiga ele era assustador, gostaria de ver a forma que ele expressava nesse novo século.

- Bem, você não é apenas filho de Plutão, certo? Essa sua foice… Um Ceifador?

- Você tem bons olhos, James. A muito tempo me dedico a morte serena, para todos os mortais. Meu senhor, Mors, me acolheu em meu momento de maior dificuldade, e por isto, serei eternamente seu servo.

Graças a Hera, Argos estava no Acampamento e conseguiu nos dar uma carona até a estação de ônibus mais próxima. Sair da barreira protetora criada pro Zeus, e reforçada pelos Heróis da Guerra dos Titãs, não era novidade para mim. Meus sentidos automaticamente se ampliaram, me peguei olhando repetidamente ao meu redor, esperando algum ataque, nada de novo na vida de um semideus. Notei que Arteniel estava tranquilo até a chegada na estação, o garoto exibia os mesmos comportamentos que eu.

- Precisamos ficar mais atentos agora. - constatei, indo até o ônibus. - Já estamos fora das proteções divinas, e por nossa conta… Mas, enquanto estamos aqui, me diz, como foi essa situação com Tânatos… Ops, Mors?

Me mantenho atento aos meus arredores, esperando o ônibus.

O Campeão consegue nosso transporte até uma estação de ônibus. Carros, vocês já perceberam como o conceito é estranho? Eles são extremamente potentes, mais rápidos que qualquer cavalo será algum dia, e bebem óleo. Aquilo não fazia sentido para mim, passei a viagem examinando a van e fiquei absolutamente fascinado pelo rádio que tocava uma melodia suave. Ao chegarmos na tal estação, verificamos que faltava meia hora para o nosso ônibus partir, mais do que tempo suficiente para algum monstro nos atacar.

- Precisamos ficar mais atentos agora. - falou o filho de Apolo, indo até o ônibus. - Já estamos fora das proteções divinas, e por nossa conta… Mas, enquanto estamos aqui, me diz, como foi essa situação com Tânatos… Ops, Mors?

- Você é bastante amigável, James. - falei suavemente, algo nele me lembrava de uma promessa de uma vida melhor, talvez o gigantesco sol que sentia em sua energia – Sou velho, nasci em Roma, na Velha Roma. Não tive uma boa infância, demorei para ser reclamado por meu pai… Foram tempos difíceis, Mors me ofereceu a possibilidade de escapar de tudo aquilo. Existir fora dos problemas desse mundo. Eu aceitei, e por três mil anos cumpriu meus deveres como Ceifador… Mas agora, decidi que gostaria de viver um pouco.

Dou um sorrisinho para o garoto, e vejo todas as pessoas fissuradas em seus celulares. Outro conceito estranho, como podem ter toda sua vida nas palmas das mãos, e nunca olharem para o mundo que as cerca? Fico atento a minha l Sensibilidade l para avisar James de qualquer monstro.

Sensibilidade: O Ceifador tem sentidos para encontrar sinais da morte. Os ceifadores tem ciência de pessoas morrendo ou que acabaram de morrer ao redor de onde estiver (alcance de 10m de raio), como se fosse um radar da morte.