Nome da Narração: O Coração de Almas
Objetivo da narração: Iniciar uma série investigativa em Massachusets. Inicialmente a missão é chegar até lá.
Quantidade de desafios: Um no final da narração
Quantidade de Monstros: 2
Espécie dos monstros: Bicho Feio
Tive uns sonhos estranhos aquela noite. Não que isso fosse surpresa... Nós, semideuses, sempre tínhamos sonhos assim. Mas desta vez, eu sabia que não era só um sonho mas sim, o prelúdio de uma trama misteriosa que certamente se apresentaria para mim num futuro próximo.
E com futuro Próximo, lê-se Naquela Noite.
O dia passou bem. Como uma bruma de verão... Só que frio. O inverno havia chegado com graça ao Acampamento, e vez ou outra as fronteiras permitiam que a neve entrasse para enfeitar os campos de branco. Eu estava montando uns corvos de neve nos galhos de uma dríade quando senti um arrepio. Virei-me lentamente. Contrastando contra o laranja do céu de long island atrás de si, uma figura preta me observava. De alguma forma só de olhar para aquela forma negra eu soube que se tratava de um deus... Um deus da morte. Não tânatos, mas um de seus servos, um dos Ceifeiros.
- Shouto Koda – veio a voz do fundo daquele capuz negro – Eu tenho uma missão para você.
Uma hora depois, eu voava pelo céu noturno. O frio não afetava meu corpo de corvo, mas os ventos vez ou outra desviavam-me e me forçavam a voar mais baixo para evita-los. Estava feliz de partir em uma missão e, honestamente, aliviado de estar só depois de tanto tempo. Eu estava passando a maior parte do meu tempo com os demais guardas, sobretudo os da segunda e terceira divisão, treinando, treinando, treinando... Estudando e treinando mais um pouco. A companhia dos outros corvus não era desagradável, mas minha cota de socialização é particularmente baixa. Antes de sair tinha ido até o refeitório onde queimei uma pequena oferenda bem-montada em nome do senhor dos céus e sua esposa. O céu estivera cinzento como é de costume no inverno, mas teimara em não chover durante todo o dia. Eu esperava que continuasse assim, sem nenhum raio ou tempestade pra me arrancar dos céus, então não custava nada apelar pela disposição de quem controlava aquele domínio. Uma bela coxa, com macarrão ao molho e nuggets. Tudo de bom!.... né? E um copo com suco dos morangos mais vermelhos dos EUA. Eu esperava que isso fosse suficiente.
Quando aquele deus da morte misterioso apareceu, primeiro pensei que tinha vindo cobrar minha alma. Afinal... eu havia morrido. Duas vezes. Mas ainda estava aqui. Quando senti sua presença pensei “pronto... Tânatos percebeu que eu já devia estar no Inferno”. Mas aparentemente eu pagaria esta dívida ajudando os deuses da morte, e não sendo ceifado por eles.
O ceifador havia me entregado uma missão, por fim. Uma missão que, segundo ele, apenas um filho de Hades poderia fazer. E por isso, ele havia selecionado alguns de nós espalhados pelo país para cumprir com este papel, então eu já sabia que não era o único filho de Hades por ai buscando resolver este problema. O problema, inclusive... Se tratava do desvio em massa de almas do submundo. Depois de mortos os mortais deveriam simplesmente seguir pelo rio dos mortos guiados por Caronte, e então entrar na fila para serem julgados pelos três Juízes dos Mortos. Mas, recentemente, muitas das almas não estavam fazendo este trajeto e o mundo inferior já estava começando a sentir as consequências desta quebra de equilíbrio. A fila de julgamento estava menor, as almas a renascer estavam mais escassas, a própria estrutura do mundo inferior estava enfraquecendo lentamente. E aparentemente, eles ainda não haviam descoberto a fonte daquele desequilíbrio.
Com isto... Nós, filhotes de Hades, fomos enviados para os lugares onde o maior número de almas estava sendo desviado. Em cada lugar deste havia um ceifador responsável por gerenciar as almas, que já estava conduzindo uma investigação e aguardando a chegada dos filhos de Hades designados a cada respectivo lugar. Eu... Por estar em Long Island, fui mandado para Massachusetts. Eu nunca tinha ido até lá, mas adorava conhecer lugares novos. Especialmente sozinho.
Ali, do céu noturno, as luzes da cidade se aproximavam rapidamente a partir do horizonte. Viajar como corvo era engraçado... Cansativo e relaxante ao mesmo tempo. Apesar de estar fazendo um certo esforço mental, eu não sentia o cansaço físico de bater as asas, ou de forçar-me contra o vento... O desgaste era mágico, espiritual. Apesar disso, ao mesmo tempo, havia uma sensação engraçada e revigorante... Eu sentia como se estivesse constantemente sendo suplementado na veia com uma solução energética. Eu sabia o que era isso; a noite, a escuridão me fortalecendo. Eu ainda achava isso engraçado e interessante como da primeira vez que eu havia sentido esta força me preenchendo.
A viagem durou algumas horas. Por fim, li a placa na estrada muito abaixo dizendo que estava entrando no estado correto... Massachusetts. Mais especificamente, na cidade de... Espere, Springfield? Gargalhei, grasnando entre um riso e outro. Então aquela cidade existia mesmo? Os Simpsons eram meu desenho favorito, de longe, e eu estava feliz de ter sido designado àquela missão só de ter a oportunidade de passar por ali.
Fui perdendo altitude aos poucos visando pousar em algum prédio para admirar o lugar e absorver sua organização. Talvez roubar um lanche em alguma lanchonete... Mas logo a sensação fria e perigosa da aura de monstros chegou até a mim. Aquela sensação de uma presença enrigelada se aproximando, sentindo em minha mente como se eles me tocassem mesmo à distância... Olho naquela direção e vejo com meus olhos afiados vultos cruzando o céu escuro, vindos da mesma direção que eu. Certamente tinham sentindo meu cheiro e vindo atrás de mim. Suspirei. Eu tinha conseguido viajar tranquilamente, sem tempestades ou chuva, mas... Aparentemente tem coisas que não dá para evitar.
Pousei no telhado de um edifício. E havia poucos ali. A cidade era bonita de um jeito simples; muito verde, casas bem construídas, avenidas largas. Mas sem muitos prédios. Seria difícil despistas os monstros voadores, então logo começo a me conformar que teria de me livrar deles do jeito difícil.
Voei até o chão em um parque vazio. Àquela hora da noite, passado das 1 da manhã, eu não me surpreendi que não houvesse ninguém pelas ruas. Apenas alguns jovens e bêbados, e eu esperava que nenhum viesse procurar gracinha comigo. Saí de dentro do corvo assim que este se aproximou do solo e então sentei em um balanço para fumar um cigarrinho enquanto esperava os meus convidados especiais... Que não demoraram.
Nossa, como são feios, comento com o corvo sentado numa árvore perto de mim.
De fato, respondeu ele, e enfiou a cabeça em baixo da asa.
Certo. Mas o que eram aquelas aberrações? Duas delas desceram em círculos sobre o parque, certamente buscando por mim e quando a primeira me identificou, veio direto em um rasante. Suspirei. Puxei o cigarro pra dentro de minha sombra e saquei minha adaga. Continuei parado enquanto ela se aproximava sedenta e então, quando estava a alguns metros, deixei que meu corpo e as sombras na noite se tornassem um só. A criatura passou direto por mim, suas asas se chocando contra a corrente do balanço. Ela foi puxada e deu um giro de 360º no balanço, me deixando com inveja, e caiu de cara no chão.
Eu não esperava isso comentei com o corvo com um sorriso, então chiei de dor e surpresa quando senti um liquido se chocando contra meu ombro direito. Pulei para longe, mas o estrago já estava feito. Minha camisa social derretia rapidamente. O peitoral de couro fervia, e meu ombro ficou avermelhado em poucos segundos. A queimação era como se água fervente tivesse sido despejada sobre mim. Inferno! O demônio cuspiu algum tipo de ácido em mim.
Tratei de pegar uma garrafa de água em minha sombra. Recuei de costas cortando sua tampa foracom a adaga e despejando o liquido no ombro. Trinquei os dentes quando o lugar doei mais ainda e o liquido misturou-se à água, escorrendo por minhas costas, peito e costela.
Ótimo! Eu sou mesmo um gênio!, falei comigo mesmo enquanto todo o meu tronco começava a arder como se estivesse em chamas. Inferno! A luta nem tinha começado e eu já sentia vontade de me encolher no chão de tamanha dor.
O monstro que estava no ar virou-se e planou em minha direção. O liquido verde ainsa escorria de seu bico. Percebi que sua garganta se mexia e entendi quase tarde demais que ele estava preparando outro cuspe de Chernobyl em mim, mas consegui saltar pro lado pra evitar este ataque. Troquei a adaga de mão e qual ele passou voando balancei a arma jogando-a em sua direção e ondulando a corrente de forma que a lamina na ponta batesse em sua asa como um chicote. O monstro guinchou sob o toque do estígio e oscilou em seu voo, batendo as asas pra tentar ganhar altitude. O gole fora superficial demais...
Olhei pra trás e vi o que tinha caído se levantando. Ele olhou pra mim e abriu as asas pra alçar voo. Abaixei-me e toquei o solo, concentrando-me. O chão rompeu sob ele e uma estaca de pedra negra se ergueu subitamente, mas fui lento demais. O monstro já havia saltado e vinha em minha direção, sua garganta contraindo-se como a de seu colega, e tive de me jogar e rolar pra evitar seu disparo ácido. Gemi de dor no chão quando grama e terra ficaram grudados em meu ombro ferido, a esta altura já sem a primeira camada de pele. Porra! Eu conseguia ver os contornos dos músculos abaixo da epiderme! Aquilo ia me corroer de verdade se eu fosse atingido de novo. A água tinha espalhado o ácido mas ao menos retardou sua ação, diluindo-o.
Inspirei profundamente. Já chega, Koda. Você é um corvus. Haja como tal, pelo amor dos deuses. , falei por fim, duramente em minha própria consciência. Assim, aguardei ambos os monstros contornarem no ar e voltarem contra mim. Puxei da cintura minha segunda lamina e aguardei até que estivessem a 5 metros, então balancei-a com força, disparando um corte através do ar. A lamina atingiu a asa do feioso voador nº 1, que caiu rolando com vomito acido escapando do bico. O segundo disparou contra mim mas eu já não estava mais ali... Corri à toda velocidade ao seu encontro para surpreendê-lo, passando por baixo de seu disparo e, uma vez ali, saltei, fincando a adaga de estígio em seu peito e deixando que ele rasgasse sua barriga na lamina ao passar em seu trajeto voador. A criatura se desfez em pó no ar, caindo em um monte dourado.
Comida falei pro corvo, que desceu da árvore e pousou sobre o monte. Observei enquanto uma sombra se manifestava abaixo dele e então, ele a tocou com o bico, “devorando-a”.
A segunda criatura se debatia pulando no chão. Ícor dourado escorria de sua asa decepada e ele não parecia mais ansioso para me atacar. Olhava para trás enquanto pulava pelo chão na direção contrária a nós e não pude deixar de ficar de mau humor vendo aquilo. O filho da puta veio, me atacou, e agora tentava fugir... Humf!
Com uma shuriken bem arremessada acertei sua cabeça. O monstro tombou inerte e começou a se desfazer também, passo ao qual meu corvo pousou sobre ele para devorar sua sombra também. Peguei meu Diamante e concentrei-me para puxar quase que gravitacionalmente as almas das duas bestas para meu diamante, impedindo-as de retornar ao submundo.
- Bom arremesso. Mas sério que você vai desviar mais almas do submundo? – Disse uma voz.
Sim, obrigado, respondi mentalmente, dando de ombros. Então saltei pro lado de susto – meio inútil, né? – quando percebi que uma garota estava parada do meu lado.
Eu não tinha percebido ou sentido sua aproximação de qualquer maneira. Percebi que ela era transparente e, aos poucos, ganhava cores e forma sólida. Um capuz surgiu sobre sua cabeça e em sua mão uma foice estava segura com displicência. Ela era...
- É, olá. Você deve ser o filho de Hades que enviaram para cá para me ajudar, né... Eu esperava alguém com uma aura mais... Firme. Você é meio apagado, né?
Continuei encarando-a. O corvo voou e pousou em meu ombro, parecendo meio amedrontado com ela, mas acariciei sua cabeça para acalmá-lo.
- Ora, vamos, não vai sequer me responder? Por que todos os filhos de Hades são assim?
Suspirei profundamente. Então pedi licença ao corvinho em meu ombro para dizer;
- Krack! Caham, olá. Sou Shouto Koda, filho de Hades. Vim para ajuda-la a investigar os desvios das almas. Peço perdão por minha aparente indelicadeza. Não – krek! – é minha intenção deixa-la sem resposta. Porém, sou mudo. Espero que entenda.
Eu não costumava ser tão formal mas, bom... Depois de me esforçar tanto para ler os romances e series de investigação que eu tanto gostava, mesmo com dislexia, eu gostava de me divertir ao utilizar o modo rebuscado de falar de alguns personagens. Era... Divertido. Especialmente saindo de um corvo.
A ceifadora me encarou uns momentos, seu olhar indo do meu rosto para o corvo em silêncio. Então ela fez um ‘Kya!’, e deu de ombros.
- Claro! Por que não? Um filho de Hades com um ventríloquo corvo. Vai servir!
Objetivo da narração: Iniciar uma série investigativa em Massachusets. Inicialmente a missão é chegar até lá.
Quantidade de desafios: Um no final da narração
Quantidade de Monstros: 2
Espécie dos monstros: Bicho Feio
Tive uns sonhos estranhos aquela noite. Não que isso fosse surpresa... Nós, semideuses, sempre tínhamos sonhos assim. Mas desta vez, eu sabia que não era só um sonho mas sim, o prelúdio de uma trama misteriosa que certamente se apresentaria para mim num futuro próximo.
E com futuro Próximo, lê-se Naquela Noite.
O dia passou bem. Como uma bruma de verão... Só que frio. O inverno havia chegado com graça ao Acampamento, e vez ou outra as fronteiras permitiam que a neve entrasse para enfeitar os campos de branco. Eu estava montando uns corvos de neve nos galhos de uma dríade quando senti um arrepio. Virei-me lentamente. Contrastando contra o laranja do céu de long island atrás de si, uma figura preta me observava. De alguma forma só de olhar para aquela forma negra eu soube que se tratava de um deus... Um deus da morte. Não tânatos, mas um de seus servos, um dos Ceifeiros.
- Shouto Koda – veio a voz do fundo daquele capuz negro – Eu tenho uma missão para você.
Uma hora depois, eu voava pelo céu noturno. O frio não afetava meu corpo de corvo, mas os ventos vez ou outra desviavam-me e me forçavam a voar mais baixo para evita-los. Estava feliz de partir em uma missão e, honestamente, aliviado de estar só depois de tanto tempo. Eu estava passando a maior parte do meu tempo com os demais guardas, sobretudo os da segunda e terceira divisão, treinando, treinando, treinando... Estudando e treinando mais um pouco. A companhia dos outros corvus não era desagradável, mas minha cota de socialização é particularmente baixa. Antes de sair tinha ido até o refeitório onde queimei uma pequena oferenda bem-montada em nome do senhor dos céus e sua esposa. O céu estivera cinzento como é de costume no inverno, mas teimara em não chover durante todo o dia. Eu esperava que continuasse assim, sem nenhum raio ou tempestade pra me arrancar dos céus, então não custava nada apelar pela disposição de quem controlava aquele domínio. Uma bela coxa, com macarrão ao molho e nuggets. Tudo de bom!.... né? E um copo com suco dos morangos mais vermelhos dos EUA. Eu esperava que isso fosse suficiente.
Quando aquele deus da morte misterioso apareceu, primeiro pensei que tinha vindo cobrar minha alma. Afinal... eu havia morrido. Duas vezes. Mas ainda estava aqui. Quando senti sua presença pensei “pronto... Tânatos percebeu que eu já devia estar no Inferno”. Mas aparentemente eu pagaria esta dívida ajudando os deuses da morte, e não sendo ceifado por eles.
O ceifador havia me entregado uma missão, por fim. Uma missão que, segundo ele, apenas um filho de Hades poderia fazer. E por isso, ele havia selecionado alguns de nós espalhados pelo país para cumprir com este papel, então eu já sabia que não era o único filho de Hades por ai buscando resolver este problema. O problema, inclusive... Se tratava do desvio em massa de almas do submundo. Depois de mortos os mortais deveriam simplesmente seguir pelo rio dos mortos guiados por Caronte, e então entrar na fila para serem julgados pelos três Juízes dos Mortos. Mas, recentemente, muitas das almas não estavam fazendo este trajeto e o mundo inferior já estava começando a sentir as consequências desta quebra de equilíbrio. A fila de julgamento estava menor, as almas a renascer estavam mais escassas, a própria estrutura do mundo inferior estava enfraquecendo lentamente. E aparentemente, eles ainda não haviam descoberto a fonte daquele desequilíbrio.
Com isto... Nós, filhotes de Hades, fomos enviados para os lugares onde o maior número de almas estava sendo desviado. Em cada lugar deste havia um ceifador responsável por gerenciar as almas, que já estava conduzindo uma investigação e aguardando a chegada dos filhos de Hades designados a cada respectivo lugar. Eu... Por estar em Long Island, fui mandado para Massachusetts. Eu nunca tinha ido até lá, mas adorava conhecer lugares novos. Especialmente sozinho.
Ali, do céu noturno, as luzes da cidade se aproximavam rapidamente a partir do horizonte. Viajar como corvo era engraçado... Cansativo e relaxante ao mesmo tempo. Apesar de estar fazendo um certo esforço mental, eu não sentia o cansaço físico de bater as asas, ou de forçar-me contra o vento... O desgaste era mágico, espiritual. Apesar disso, ao mesmo tempo, havia uma sensação engraçada e revigorante... Eu sentia como se estivesse constantemente sendo suplementado na veia com uma solução energética. Eu sabia o que era isso; a noite, a escuridão me fortalecendo. Eu ainda achava isso engraçado e interessante como da primeira vez que eu havia sentido esta força me preenchendo.
A viagem durou algumas horas. Por fim, li a placa na estrada muito abaixo dizendo que estava entrando no estado correto... Massachusetts. Mais especificamente, na cidade de... Espere, Springfield? Gargalhei, grasnando entre um riso e outro. Então aquela cidade existia mesmo? Os Simpsons eram meu desenho favorito, de longe, e eu estava feliz de ter sido designado àquela missão só de ter a oportunidade de passar por ali.
Fui perdendo altitude aos poucos visando pousar em algum prédio para admirar o lugar e absorver sua organização. Talvez roubar um lanche em alguma lanchonete... Mas logo a sensação fria e perigosa da aura de monstros chegou até a mim. Aquela sensação de uma presença enrigelada se aproximando, sentindo em minha mente como se eles me tocassem mesmo à distância... Olho naquela direção e vejo com meus olhos afiados vultos cruzando o céu escuro, vindos da mesma direção que eu. Certamente tinham sentindo meu cheiro e vindo atrás de mim. Suspirei. Eu tinha conseguido viajar tranquilamente, sem tempestades ou chuva, mas... Aparentemente tem coisas que não dá para evitar.
Pousei no telhado de um edifício. E havia poucos ali. A cidade era bonita de um jeito simples; muito verde, casas bem construídas, avenidas largas. Mas sem muitos prédios. Seria difícil despistas os monstros voadores, então logo começo a me conformar que teria de me livrar deles do jeito difícil.
Voei até o chão em um parque vazio. Àquela hora da noite, passado das 1 da manhã, eu não me surpreendi que não houvesse ninguém pelas ruas. Apenas alguns jovens e bêbados, e eu esperava que nenhum viesse procurar gracinha comigo. Saí de dentro do corvo assim que este se aproximou do solo e então sentei em um balanço para fumar um cigarrinho enquanto esperava os meus convidados especiais... Que não demoraram.
Nossa, como são feios, comento com o corvo sentado numa árvore perto de mim.
De fato, respondeu ele, e enfiou a cabeça em baixo da asa.
- Spoiler:
Certo. Mas o que eram aquelas aberrações? Duas delas desceram em círculos sobre o parque, certamente buscando por mim e quando a primeira me identificou, veio direto em um rasante. Suspirei. Puxei o cigarro pra dentro de minha sombra e saquei minha adaga. Continuei parado enquanto ela se aproximava sedenta e então, quando estava a alguns metros, deixei que meu corpo e as sombras na noite se tornassem um só. A criatura passou direto por mim, suas asas se chocando contra a corrente do balanço. Ela foi puxada e deu um giro de 360º no balanço, me deixando com inveja, e caiu de cara no chão.
Eu não esperava isso comentei com o corvo com um sorriso, então chiei de dor e surpresa quando senti um liquido se chocando contra meu ombro direito. Pulei para longe, mas o estrago já estava feito. Minha camisa social derretia rapidamente. O peitoral de couro fervia, e meu ombro ficou avermelhado em poucos segundos. A queimação era como se água fervente tivesse sido despejada sobre mim. Inferno! O demônio cuspiu algum tipo de ácido em mim.
Tratei de pegar uma garrafa de água em minha sombra. Recuei de costas cortando sua tampa foracom a adaga e despejando o liquido no ombro. Trinquei os dentes quando o lugar doei mais ainda e o liquido misturou-se à água, escorrendo por minhas costas, peito e costela.
Ótimo! Eu sou mesmo um gênio!, falei comigo mesmo enquanto todo o meu tronco começava a arder como se estivesse em chamas. Inferno! A luta nem tinha começado e eu já sentia vontade de me encolher no chão de tamanha dor.
O monstro que estava no ar virou-se e planou em minha direção. O liquido verde ainsa escorria de seu bico. Percebi que sua garganta se mexia e entendi quase tarde demais que ele estava preparando outro cuspe de Chernobyl em mim, mas consegui saltar pro lado pra evitar este ataque. Troquei a adaga de mão e qual ele passou voando balancei a arma jogando-a em sua direção e ondulando a corrente de forma que a lamina na ponta batesse em sua asa como um chicote. O monstro guinchou sob o toque do estígio e oscilou em seu voo, batendo as asas pra tentar ganhar altitude. O gole fora superficial demais...
Olhei pra trás e vi o que tinha caído se levantando. Ele olhou pra mim e abriu as asas pra alçar voo. Abaixei-me e toquei o solo, concentrando-me. O chão rompeu sob ele e uma estaca de pedra negra se ergueu subitamente, mas fui lento demais. O monstro já havia saltado e vinha em minha direção, sua garganta contraindo-se como a de seu colega, e tive de me jogar e rolar pra evitar seu disparo ácido. Gemi de dor no chão quando grama e terra ficaram grudados em meu ombro ferido, a esta altura já sem a primeira camada de pele. Porra! Eu conseguia ver os contornos dos músculos abaixo da epiderme! Aquilo ia me corroer de verdade se eu fosse atingido de novo. A água tinha espalhado o ácido mas ao menos retardou sua ação, diluindo-o.
Inspirei profundamente. Já chega, Koda. Você é um corvus. Haja como tal, pelo amor dos deuses. , falei por fim, duramente em minha própria consciência. Assim, aguardei ambos os monstros contornarem no ar e voltarem contra mim. Puxei da cintura minha segunda lamina e aguardei até que estivessem a 5 metros, então balancei-a com força, disparando um corte através do ar. A lamina atingiu a asa do feioso voador nº 1, que caiu rolando com vomito acido escapando do bico. O segundo disparou contra mim mas eu já não estava mais ali... Corri à toda velocidade ao seu encontro para surpreendê-lo, passando por baixo de seu disparo e, uma vez ali, saltei, fincando a adaga de estígio em seu peito e deixando que ele rasgasse sua barriga na lamina ao passar em seu trajeto voador. A criatura se desfez em pó no ar, caindo em um monte dourado.
Comida falei pro corvo, que desceu da árvore e pousou sobre o monte. Observei enquanto uma sombra se manifestava abaixo dele e então, ele a tocou com o bico, “devorando-a”.
A segunda criatura se debatia pulando no chão. Ícor dourado escorria de sua asa decepada e ele não parecia mais ansioso para me atacar. Olhava para trás enquanto pulava pelo chão na direção contrária a nós e não pude deixar de ficar de mau humor vendo aquilo. O filho da puta veio, me atacou, e agora tentava fugir... Humf!
Com uma shuriken bem arremessada acertei sua cabeça. O monstro tombou inerte e começou a se desfazer também, passo ao qual meu corvo pousou sobre ele para devorar sua sombra também. Peguei meu Diamante e concentrei-me para puxar quase que gravitacionalmente as almas das duas bestas para meu diamante, impedindo-as de retornar ao submundo.
- Bom arremesso. Mas sério que você vai desviar mais almas do submundo? – Disse uma voz.
Sim, obrigado, respondi mentalmente, dando de ombros. Então saltei pro lado de susto – meio inútil, né? – quando percebi que uma garota estava parada do meu lado.
Eu não tinha percebido ou sentido sua aproximação de qualquer maneira. Percebi que ela era transparente e, aos poucos, ganhava cores e forma sólida. Um capuz surgiu sobre sua cabeça e em sua mão uma foice estava segura com displicência. Ela era...
- É, olá. Você deve ser o filho de Hades que enviaram para cá para me ajudar, né... Eu esperava alguém com uma aura mais... Firme. Você é meio apagado, né?
Continuei encarando-a. O corvo voou e pousou em meu ombro, parecendo meio amedrontado com ela, mas acariciei sua cabeça para acalmá-lo.
- Ora, vamos, não vai sequer me responder? Por que todos os filhos de Hades são assim?
Suspirei profundamente. Então pedi licença ao corvinho em meu ombro para dizer;
- Krack! Caham, olá. Sou Shouto Koda, filho de Hades. Vim para ajuda-la a investigar os desvios das almas. Peço perdão por minha aparente indelicadeza. Não – krek! – é minha intenção deixa-la sem resposta. Porém, sou mudo. Espero que entenda.
Eu não costumava ser tão formal mas, bom... Depois de me esforçar tanto para ler os romances e series de investigação que eu tanto gostava, mesmo com dislexia, eu gostava de me divertir ao utilizar o modo rebuscado de falar de alguns personagens. Era... Divertido. Especialmente saindo de um corvo.
A ceifadora me encarou uns momentos, seu olhar indo do meu rosto para o corvo em silêncio. Então ela fez um ‘Kya!’, e deu de ombros.
- Claro! Por que não? Um filho de Hades com um ventríloquo corvo. Vai servir!
- Equipamentos Levados:
Equipamento:
- Peitoral de Couro
- Espada Curta
- Adaga Média "Double" [Ferro Estígio][4/50][-4-]
- Adaga Longa "Kazefang" [Comum][Diorito][Encantada][Resistência +25%][-6-]
- Diamante de Almas [10x]
- Esqueite
- Katares "Noite sem Luar" [Ferro Estígio][Venenoso][Comum][+45% Resistência][+20% Corte][Transmutação: Bandagens-de-Pulso][-7-]
- Traje do Andarilho [-9-]
__________________
Acessórios:
- Camiseta do acampamento (Laranja/Roxa)
- Pacote de cigarros
- Pingente Negro [-1-]
- Chifre de Unicórnio [-2-]
- Medalhão Sonoro [x6][-3-]
- Filtro de Sombras [-5-]
- Tesoura “Fim” [Ferro Estígio e Oricalco][Corte Aprimorado 50%][Transmutação – Chaveiro]
- Esfera Explosiva [Grande][10²][x7]
- Luvas [Par][Oricalco]
- Bomba de Fumaça [x2][#¹]
- Shuriken [Bronze Celestial][x4]
- Shuriken [Ferro Estígio][Sombras][x5][Resistência +25%]
- Shuriken [Ferro Estígio][x10]
- Adaga de Arremesso [x7]
- Adaga de Arremesso [x4][Ferro Estígio][+25% Resistência]
- Bobina Retrátil [Bronze Celestial][Fio de Oricalco][100m]
- Esqueiro
- Cantil de Nectar [3/3]
- Barra de Ambrosia [3/3]
- Apito para Patos Ateniense
- Yen [1x]
- Habilidades Usadas:
- Habilidades Únicas Usadas:
- Nível 2 - Sem-Sal: O semideus sempre foi uma pessoa fácil de passar despercebida; mudo e sem sal, sempre se mantém à espreita e quieto, chamando pouca atenção e passando despercebido. Somado a hábitos do grupo em que se encontra, sua presença torna-se cada vez mais imperceptível. Mantém-se nos cantos, no escuro, sempre em silêncio ( Criação de Habilidades GREGAS - Página 40 3083760296 ), e intrometendo-se pouco, ele chama pouco a atenção, sendo facilmente ignorado e esquecido.
Nível 4 - Punho Firme: O guri tem uma afinidade por armas de arremesso e por correntes/chicotes, seus principais recursos de batalha. Ao utilizá-las treina para conseguir, com movimentos preciso de punho, girar as correntes pra alterar e controlar seu trajeto no ar, ou ainda curvar o trajeto de seus arremessos de shuriken. No nível Inicial pode apenas mirar um pouco melhor com estas armas, mas no intermediário já pode usar correntes pra se enrolar nas coisas ou mudar seu trajeto com balanços do punho, e o mesmo com shuriken, fazendo leves curvas. No avançado aprimora sua habilidade para conseguir fazer isso com precisão. [Funciona apenas com armas de estígio. Se dependerem apenas da pericia Leve, será considerado um nível a menos no efeito da habilidade]
Nível 10 - Saco de Sombras: O garoto sabe há um bom tempo como entrar em uma sombra e sair em outra, algo comum aos filhos de Hades, mas aprendeu então a enfiar as coisas na sombra... E deixá-las lá. Isso permite que o filho de Hades guarde equipamentos dentro de sua própria sombra. Será como se ele começasse um Passeio nas Sombras e não o terminasse, deixando seus equipamentos no limbo da própria sombra. Equipamentos grandes (armas grandes como lanças, armaduras, escudos etc) levam uma rodada para saírem - ele começa em uma mas só pode usar na outra. Até 200 WIS pode guardar no máximo espadas. Até 400, pode por escudos e lanças. Acima de 400, poderia guardar até uma armadura.
Nível 13 – Devorasombras: O garoto possui um elo enigmático com sua sombra, a qual possui as próprias propriedades peculiares mesmo dentre os filhos de Hades. Assim como o diamante das almas absorve as almas e o ferro estígio a essência dos corpos dos mosntros mortos, o semideus consegue absorver suas sombras para a sua própria, fortalecendo-a. A cada sombra devorada (requer contado sombra-com-sombra após a morte) o semideus recebe 1 Stack. Cada 5 Stacks fornecem 1% de WIS bônus ao utilizar a própria sombra. Cada Stack fornece 1 WIS base que pode ser utilizado por rodada para ser utilizada com habilidades/umbracinese usando a sombra do garoto, sem consumir sua energia para tal (ou seja, com 50 stacks poderia usar umbracinese equivalente a 50 WIS sem gasto de energia, ou utilizar sua habilidade Chamado da Noite para invocar a quantidade equivalente de corvos de sua sombra sem gasto de energia, etc).
Nível 6 - Chamado da Noite: O semideus já sabe dar vida a formas de sombra iguais a ele, e com alguma prática conseguiu dar falsa vida também a corvos feitos de sua própria sombra, os quais possuem as mesmas propriedades de seus Fantasmas [Intangíveis, podem falar e duram 3 rodadas de Dia, tempo indeterminado à Noite]. O número máximo de corvos será igual a [WIS/20], e ao usar sua Umbracinese [+10 energia] pode torna-los sólidos [10 Energia pra CADA corvo solidificado, pra poderem pegar coisas, bicar olhos, etc]. Consome entre 10 e 100 de energia a depender da quantidade de corvos invocada.
- Habilidades Passivas e Ativas Gerais:
Nível 7 – Coração de Pedra [Inicial]: A personalidade forte e odiosa dos filhos de Hades basicamente “blinda” seus corações e mente, quando em situações de intimidação ou lisonja eles ganham 5% do WIS como bônus em FORT.
Nível 8 – Arauto da Sombra [Inicial]: Quando em ambientes escuros (noite, caveras de iluminação fraca, etc) os filhos de Hades têm suas forças aumentadas ao ápice, tornando-se mais ágeis e suas magias mais potentes (5% de AGI e WIS). Efeitos potencializados em ambientes completamente desprovidos de luz (10% de AGI e WIS).
Nível 9 - Perícia do Styx [Intemédiaria]: Confere nível [Intermédiaria] para a perícia com armas feitas inteiramente de ferro estígio. Não permite que o herói treine suas outras perícias.
Nível 11 – Radar Tartárico: Agora os filhos de Hades possuem uma espécie de radar, capaz de localizar monstros nas proximidades. O Radar tem o alcance de WIS em metros.
Nível 13 - Regeneração Sombria [Intermediário]: Na ausência completa de Luz, serão regenerados 10% pontos de Vida e Energia. Em lugares muito escuros, porém não completamente, serão regenerados 5% em cada.
Nível 9 – Furtividade [Intermediário]: Agora, mais bem-treinados e experientes, os Corvus conseguem se mover de forma quase imperceptível em lugares fechados, camuflando-se nas sombras e formas do ambiente, silencioso como como uma pena caindo. Conseguem ocultar sua presença dos demais, quase como se não estivessem ali.
Nível 9 - Perícia com Armas Leves [Intermediário]: Confere perícia Intermediária a armas leves (que pesem até 1,35kg);
Nível 10 – Estrategista Veterano: Agora você já tem certa experiência e consegue entender e planejar estratégias mais complexas.
Nível 11 – Agilidade [Intermediário]: Agora os membros desta divisão são extremamente ágeis, com movimentos precisos e leves.
Nível 12 – Destreza: Agora você consegue ser preciso em seus ataques e movimentos no geral, que envolvam saltos, rolamentos, se equilibrar e etc.
Nível 13 – Evasão [Intermediário]: Agora suas técnicas de esquiva são mais aprimoradas, permitindo que você escape até mesmo de mais de um ataque simultâneo, esgueirando-se com agilidade e leveza por entre os inimigos.
Nível 1 – Ladrão de Almas: O filho de Hades aprende um truque que vai lhe ser muito útil até o resto de suas vidas; roubar a alma de seus inimigos mortos em batalha. São capazes de absorver a alma dos mortos para o seu Diamante das Almas, por um preço de 10 pontos de Energia.
Nível 7 – Rochas do Tártaro I: O filho de Hades consegue fazer uma estaca de pedra brotar do chão ao redor, extremamente afiada. Consome 35 pontos de Energia e entra em espera por 5 rodadas.