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por Zeus 26/12/15, 11:24 pm

Zeus

Zeus
Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
O tempo é fluído por aqui.

No Submundo não há noite ou dia. Não há fim ou começo. O tempo não é um conceito finito e linear como no mundo lá fora. No reino de Hades, alguns poucos momentos podem durar séculos, e séculos podem passar em segundos. Seja como fosse, Kadie não sabia por quanto tempo passou desde que respirou o ar e sentiu os raios solares em seu rosto. Podia ter sido só um minuto, ou uma vida inteira atrás.

Os poucos que poderiam explorar todo o mundo inferior teriam medo de perceber ao perceber o quão extenso é. Zeus possuía o maior domínio, com toda certeza, mas era possível perder-se por uma eternidade nos cantos escuros.

É possível encontrar qualquer tipo de história no submundo.

"Arranquei os olhos do meu próprio filho e o fiz comer, quando ele descobriu o que eu fazia com a sua mãe e irmã", confessou uma alma. "Fui chantageado por um policial a fazer sexo com ele, ou ele prenderia os meus pais por assédio. Contraí AIDS, e os mesmos pais que tentei proteger me expulsaram de casa, até que morri sozinho num beco qualquer", uma chorosa de um michê relatou. "Testei e, indiretamente, matei dezenas de bebês para conseguir a cura de uma doença para o meu filho", uma mãe dizia.

Talvez Kadie encontrasse bilhares de histórias parecidas, algumas piores, outras melhores. E como agora estava anestesiada pela falta de linearidade do tempo, também parecia pouco se importar com as histórias que uma vez poderiam lhe trazer os piores pesadelos.

Até que alguém a encontrou.

Seu nome fora esquecido há muito, e ele não estava morto. E tinha algo em comum com a legionária: eram filhos do mesmo pai. Tinha a pele negra como ébano e os lábios grossos. Ele estava no submundo, embora ainda estivesse vivo, mas os seus olhos estavam mais mortos do que qualquer outra alma ali. Olhos carregados por mil vidas.

-
Sabe de uma coisa? Eu nunca morri. Já enfrentei exércitos sozinhos, e saí vivo todas as vezes. Enfiei lâminas em meu próprio peito e o meu coração continuava a pulsar. Afoguei-me em rios sujos como o pecado e continuei a respirar. E não, não estou amaldiçoado pelo Estige. - Sua voz era como o canto de um pássaro moribundo, já quase sem fôlego. - A única certeza de toda criatura é toque da morte, não? Então por que ela se esconde?

#1

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por Kadie Williams 27/12/15, 12:12 am

Kadie Williams

Kadie Williams
Filho(a) de Plutão
Filho(a) de Plutão
“Fugir”. Havia dito-me Lissa da última vez que me tomou, dominou meu corpo e se fundiu por completo à ele. Ela havia me batizado de ‘apocalipse’ quando usou meu poder para atrair a própria lua. Ela dizia ser minha amiga, e minha mente aceitou. Porém entrei no submundo. Os gritos, e a agonia se misturaram ao podre e natural ambiente dos mortos. Não tive paz, mas minha mente se silenciou. Me sentia uma criança escondida em uma casa no escuro, enquanto a guerra verdadeira acontecia lá fora.
 
Muita coisa havia acontecido em um curto período de tempo. Luna me aceitou como sua feiticeira, mas eu não sabia o que isso significava. Era como ter o título de ser humano, e não saber o sentido disso. Talvez, eu também não soubesse. Durante esse tempo, salvei uma fênix e ela passou a me seguir. Não neguei. Em um lugar como o submundo era bom não estar sozinha.
 
Por muito tempo, vaguei. A mente vazia, os olhos foscos e perdidos. Me sentia apenas uma alma vagando pelos cantos de Asfódelos. Como se estivesse esquecido o momento da minha própria morte. Deve ser isso que eles chamam de depressão. Para mim era só mais um dia normal.
 
Pela primeira vez, em um tempo indefinido encontrei vida. Não como a fênix, e sim um ser humano de carne e ossos. Um homem negro como uma terra morta. Eu reconheci seu coração, e o dele reconheceu o meu. Minhas intenções poderiam ser milhares, mas conversar não era uma delas. Até que sua voz arranhou as sombras.
 
- Sabe de uma coisa? Eu nunca morri. Já enfrentei exércitos sozinhos, e saí vivo todas as vezes. Enfiei lâminas em meu próprio peito e o meu coração continuava a pulsar. Afoguei-me em rios sujos como o pecado e continuei a respirar. E não, não estou amaldiçoado pelo Estige. A única certeza de toda criatura é toque da morte, não? Então por que ela se esconde?
 

- Quem sabe tenha medo. - Olhei para a palma de minha mão, não sabendo se a resposta era para ele ou para mim. Várias vezes desejei a morte, e ela respondeu ao meu chamado. Porém, mais parecia servir aos interesses de Lissa do que aos meus. - Ou talvez, sejamos os borrões da criação. Apagados, esquecidos. Apenas a mancha que perpetua atrás do desenho. - Já incluía eu e ele no contexto. Não conhecia ele, e nem ele à mim. Mas ele já me entendia melhor que qualquer um. Me viro novamente para seu rosto. - Se não está morto, o que faz aqui? 


Equips:


Descrição dos Itens:



Obs de Narração:

#2

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por Zeus 27/12/15, 06:18 pm

Zeus

Zeus
Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
O homem apertou os seus olhos mortos, talvez examinando melhor a garota parada à sua frente. O olhar de todo filho de Hades vê o que está oculto nas trevas, mas os dele viam mais, ela sabia. Viam além do que era matéria. Enxergar através de sua carne. E o olhar rasgava-a até chegar em sua alma. E doía. Lá dentro, Kadie pôde sentir Lissa se escondendo. Se encolhendo em posição fetal como uma criancinha.

Até mesmo a pura loucura, que Kadie carinhosamente moldou em forma de uma persona, parecia tremer com os olhos mortos daquela alma tão antiga.

-
Certamente não conhece a morte. Não ainda. Talvez ache que se trate de Tânatos, mas ele é apenas um. Morte é uma mulher branca em vestes negras. Sempre vestida de forma adequada. Com a língua afiada e os olhinhos pequenos. Sorriu para mim, uma vez. E foi o suficiente para eu a amar. - Ele sorriu. Quase como se tentasse imitar o mesmo gesto que disse ter recebido da morte. Ou com o sabor doce em sua língua ao reviver a lembrança. - O tempo é fluído por aqui. Vivi por cerca de dois mil anos do lado de fora. Sabe como é passar dois mil anos sob a mesma pele? Todas as palavras conhecidas em todos os idiomas parecem ter sido usadas em todas as combinações possíveis. Nada nunca o surpreende. Você se deita em um campo e olha para as nuvens, procurando sentido na forma delas. E as nuvens se tornam estrelas. E as estrelas, nuvens. E, em certo ponto, você não consegue mais diferenciar. Você se senta em um banco, observa a doce e imaculada atividade das crianças. E o banco se torna uma extensão de você. Ou você dele. Até que não há mais crianças. E só reste você, você e você. Sempre você. - Se ainda lembrasse como, o homem choraria. Em vez disso, permaneceu impassível.

#3

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por Kadie Williams 27/12/15, 08:48 pm

Kadie Williams

Kadie Williams
Filho(a) de Plutão
Filho(a) de Plutão
Olhando para os seus olhos eu me sentia encarando uma estrada, tão longa que dava a volta ao mundo. Um caminho retilíneo e sem sentido. Uma estrada que não levava à lugar algum, só repetia. Suas palavras apenas confirmavam o que eu pensava. Palavras vazias e perdidas, como uma criança recitando o texto de um livro sem saber seu significado, tentando entende-lo. Comecei a me perguntar se algum de nós não era um fantasma, se algum de nós algum dia enfrentou a morte e se esqueceu dela, talvez já deixando de compreendê-la. Ou talvez, nenhum de nós tenha sequer já tenha existido.
 
O universo sempre foi grande, maior do que a compreensão humana ou divina. Não há mente capaz de decifrá-lo. Os homens sempre buscavam entender o seu próprio eu, tentavam dar significância aos seus feitos e à sua vida. Isso era inútil, no fim, todos somos um amontoado de poeira.
 

- Um corpo morto e um corpo vivo são exatamente iguais. Tem a mesma quantidade de partículas. A morte pode levar a alma depois, mas que diferença faz o lugar que ela vai? Ou se vai à algum lugar. Por que você se importa com isso? Por que você sequer se importa com a morte? No fim de tudo, não há diferença. 

#4

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por Zeus 27/12/15, 09:59 pm

Zeus

Zeus
Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
O sorriso nunca voltou ao rosto do homem negro.

Sua expressão parecia ter sido esculpida em mármore. E impenetrável como este. Seus olhos mortos a encaravam sem pestanejar e se Kadie olhasse diretamente para eles por muito tempo, era como se fosse levada para outro lugar. Longe dali. Uma ilha segura onde o chão era a vida e o oceano que a cerca era a morte. Era incrível a sede que se tinha quando se estava na ilha, e tudo o que era preciso era estender a mão e beber a água. Mas uma parede invisível tornava a tarefa impossível.

-
Existem algumas pequenas formas de morrer, ainda estando vivo. Os franceses chamam o orgasmo de pequena morte. Sonhar é como libertar-se da jaula de carne e voar com asas esculpidas pelo Morfeu em pessoa. Morte é um alívio. É água no deserto, é luz na escuridão, é heroína em suas veias. - Virou o rosto repentinamente, como se o vento lhe chamasse, embora não houvessem sopros de Éolo no submundo. - Devo ir agora, criança. Mas peço que busque a Morte por mim, faria isso? Não sei onde está, mas conheço o seu irmão. E ele sempre está com aqueles que o procuram. Ele era chamado Daniel, mas agora é mais do que isso. Você o encontrará no lado de fora.

E então, como se pudesse fazer ventar no mundo inferior, o homem escapou como uma brisa e deixou Kadie sozinha com seus pensamentos e delírios.

#5

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por Kadie Williams 29/12/15, 04:03 am

Kadie Williams

Kadie Williams
Filho(a) de Plutão
Filho(a) de Plutão
Ele respondeu ao chamado do vento, e desapareceu como se fosse um pequeno monte de cinzas dentro de uma tempestade. Fiquei sozinha apenas com minhas loucuras de companheiras. Lissa se mexia, inquieta em minha mente. Era como um leão arranhando uma caixa para escapar.

Meus olhos se fecharam. O homem havia me pedido para procurar a morte, através de um tal “Daniel”. Eu ouvi lendas sobre ele, um dos, se não o mais forte homem grego. Mas o que ele quis dizer com “Agora ele é mais que isso”? Pra ser sincera, não dava a mínima. Na verdade, não fazia ideia do porque havia conversado com ele. Ele era um estranho, apenas alguém que eu provavelmente nunca mais veria. Por que eu deveria obedecê-lo ou atender ao seu desejo?

Você precisa!

Eu preciso!” Concordei com o sussurro do leão em minha mente, me colocando de pé com a fênix ao meu lado. Caminhei pelo submundo. Conhecia os caminhos do mundo inferior como o fio da minha espada. Encontraria Daniel do outro lado, o lado onde me perderia na loucura. Mas onde no outro lado? O mundo exterior era enorme, gigante. Ele poderia estar em qualquer lugar do planeta, como poderia encontrar alguém assim? Não importava, eu apenas precisava. Mas por hora, tinha que encontrar uma saída.

#6

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por Zeus 29/12/15, 02:14 pm

Zeus

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Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
Se Daniel Ritter fosse quem Kadie estava procurando, poderia encontrá-lo facilmente. O Príncipe do Submundo estava onde era o seu lugar: no reino de seu pai. E exercia o seu título de forma plena.

#7

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por Kadie Williams 29/12/15, 03:22 pm

Kadie Williams

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Filho(a) de Plutão
Filho(a) de Plutão
Eu ia procurar Daniel Ritter mas a loucura já me tomava Troll Face  e minha mente se perdia. Aos poucos, através de sussurros disfarçados de ideias Lissa me controlava para fora do Submundo. 


Enfim, continuo até encontrar uma saída.

#8

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por Zeus 29/12/15, 03:56 pm

Zeus

Zeus
Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
Assim que saiu do submundo, achou que ficaria cega.

O Sol queimava seus olhos e o vento cortava a sua pele. Doía estar do lado de fora. Era quase como se tivesse voltado ao útero, e então saído novamente. Seu primeiro instinto talvez fosse chorar. Assim que os olhos se acostumaram com a luminosidade, começou a perceber os seus arredores.

Havia encontrado a saída do letreiro de Hollywood. Era próximo de meio dia, imaginou, já que o Sol brilhava no centro do céu. Deveria estar pronta para seguir o seu caminho a procura de sabe lá quem ela estava a procura, mas então olhou para o lado e assustou-se. Uma menininha de cabelo laranja, baixa e magra, com um olho verde e outro azul, a encarava. Quieta ao ponto de sequer respirar. Mas seus olhos transmitiam tanta curiosidade que palavras eram desnecessárias.

Ela tinha cheiro de vinho azedo, sonhos quebrados e meias verdades.

#9

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por Kadie Williams 30/12/15, 03:00 am

Kadie Williams

Kadie Williams
Filho(a) de Plutão
Filho(a) de Plutão
A fronteira entre o mundo mortal e o submundo me assustava. Era como estar em uma sala escura mas de repente as luzes se acenderem. Como acordar na manhã amaldiçoando o sol. Mas isso não foi o que me provocou, eu tinha medo de atravessar a fronteira pois a partir dali Lissa começaria a agir. Engoli a saliva em uma tentativa de fazer o mesmo com o medo, falhei miseravelmente. Pisei para fora do submundo, a luz me cegou, Lissa abriu os olhos, e o mundo ruiu.
 
Em minha cabeça ela gargalhava, libertando-se das correntes que à prendiam. Logo ela tomaria o completo controle. Da última vez que ela assumiu controle do meu corpo eu matei meu próprio Pretor. Isso criou um vínculo, um atalho. Um grupo de memórias que forma uma ponte para que ela domine meus pensamentos. E logo ela sairia por de trás dos meus olhos como uma aranha.
 
Por hora eu tinha controle. E depois do sol ofuscante, me vi nos letreiros de Hollywood. Ao meu lado, uma garota de cabelo meio ruivo me encarava curiosa. Pessoas curiosas são as mais perigosas, descobrem coisas que acabam com suas vidas ou com a de todos ao seu redor. Por sorte, eu e minha fênix éramos os únicos por perto. Seus olhos tinham cores diferentes.
 

- Quem é você? - Essa era a pergunta mais óbvia que eu podia fazer.

#10

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