O tempo é fluído por aqui.
No Submundo não há noite ou dia. Não há fim ou começo. O tempo não é um conceito finito e linear como no mundo lá fora. No reino de Hades, alguns poucos momentos podem durar séculos, e séculos podem passar em segundos. Seja como fosse, Kadie não sabia por quanto tempo passou desde que respirou o ar e sentiu os raios solares em seu rosto. Podia ter sido só um minuto, ou uma vida inteira atrás.
Os poucos que poderiam explorar todo o mundo inferior teriam medo de perceber ao perceber o quão extenso é. Zeus possuía o maior domínio, com toda certeza, mas era possível perder-se por uma eternidade nos cantos escuros.
É possível encontrar qualquer tipo de história no submundo.
"Arranquei os olhos do meu próprio filho e o fiz comer, quando ele descobriu o que eu fazia com a sua mãe e irmã", confessou uma alma. "Fui chantageado por um policial a fazer sexo com ele, ou ele prenderia os meus pais por assédio. Contraí AIDS, e os mesmos pais que tentei proteger me expulsaram de casa, até que morri sozinho num beco qualquer", uma chorosa de um michê relatou. "Testei e, indiretamente, matei dezenas de bebês para conseguir a cura de uma doença para o meu filho", uma mãe dizia.
Talvez Kadie encontrasse bilhares de histórias parecidas, algumas piores, outras melhores. E como agora estava anestesiada pela falta de linearidade do tempo, também parecia pouco se importar com as histórias que uma vez poderiam lhe trazer os piores pesadelos.
Até que alguém a encontrou.
Seu nome fora esquecido há muito, e ele não estava morto. E tinha algo em comum com a legionária: eram filhos do mesmo pai. Tinha a pele negra como ébano e os lábios grossos. Ele estava no submundo, embora ainda estivesse vivo, mas os seus olhos estavam mais mortos do que qualquer outra alma ali. Olhos carregados por mil vidas.
- Sabe de uma coisa? Eu nunca morri. Já enfrentei exércitos sozinhos, e saí vivo todas as vezes. Enfiei lâminas em meu próprio peito e o meu coração continuava a pulsar. Afoguei-me em rios sujos como o pecado e continuei a respirar. E não, não estou amaldiçoado pelo Estige. - Sua voz era como o canto de um pássaro moribundo, já quase sem fôlego. - A única certeza de toda criatura é toque da morte, não? Então por que ela se esconde?
No Submundo não há noite ou dia. Não há fim ou começo. O tempo não é um conceito finito e linear como no mundo lá fora. No reino de Hades, alguns poucos momentos podem durar séculos, e séculos podem passar em segundos. Seja como fosse, Kadie não sabia por quanto tempo passou desde que respirou o ar e sentiu os raios solares em seu rosto. Podia ter sido só um minuto, ou uma vida inteira atrás.
Os poucos que poderiam explorar todo o mundo inferior teriam medo de perceber ao perceber o quão extenso é. Zeus possuía o maior domínio, com toda certeza, mas era possível perder-se por uma eternidade nos cantos escuros.
É possível encontrar qualquer tipo de história no submundo.
"Arranquei os olhos do meu próprio filho e o fiz comer, quando ele descobriu o que eu fazia com a sua mãe e irmã", confessou uma alma. "Fui chantageado por um policial a fazer sexo com ele, ou ele prenderia os meus pais por assédio. Contraí AIDS, e os mesmos pais que tentei proteger me expulsaram de casa, até que morri sozinho num beco qualquer", uma chorosa de um michê relatou. "Testei e, indiretamente, matei dezenas de bebês para conseguir a cura de uma doença para o meu filho", uma mãe dizia.
Talvez Kadie encontrasse bilhares de histórias parecidas, algumas piores, outras melhores. E como agora estava anestesiada pela falta de linearidade do tempo, também parecia pouco se importar com as histórias que uma vez poderiam lhe trazer os piores pesadelos.
Até que alguém a encontrou.
Seu nome fora esquecido há muito, e ele não estava morto. E tinha algo em comum com a legionária: eram filhos do mesmo pai. Tinha a pele negra como ébano e os lábios grossos. Ele estava no submundo, embora ainda estivesse vivo, mas os seus olhos estavam mais mortos do que qualquer outra alma ali. Olhos carregados por mil vidas.
- Sabe de uma coisa? Eu nunca morri. Já enfrentei exércitos sozinhos, e saí vivo todas as vezes. Enfiei lâminas em meu próprio peito e o meu coração continuava a pulsar. Afoguei-me em rios sujos como o pecado e continuei a respirar. E não, não estou amaldiçoado pelo Estige. - Sua voz era como o canto de um pássaro moribundo, já quase sem fôlego. - A única certeza de toda criatura é toque da morte, não? Então por que ela se esconde?