É claro que o dano não seria tanto quanto eu pensava, Nem tudo é como nos livros que você lê, Sirena. Revirei os olhos para a voz particularmente irritante e me dei conta do esqueleto se virando novamente, com o som de uma risada ao fundo. Bocó.

Precisava agir, a espada não era tão leve mas já estava um tanto mais acostumada em segurá-la, mesmo tendo total certeza que não estava portando muito bem a arma... o que salvava deveria ser o sangue divino desconhecido em minhas veias, era isso que Trevor havia falado.

Ficaria preparada para um ataque direto do esqueleto, visando bloquear o golpe e arriscar um contra-ataque em corte lateral, na altura das costelas do bixo. Se isso não for possível, tento me defender da melhor forma e recuar, para observar a movimentação dele e assim ter uma base para um ataque mais sucetivo.

Fico um tanto satisfeita com o movimento um pouco mais preciso, encaro o esqueleto acabado mas não sinto pena... Afinal, era eu ou ele, não é? Vamos logo com isso, aquele cara está começando a tirar onda com você. Como o esqueleto já estava praticamente morto, apenas passo longe da espada dele e me aproximo o suficiente para travar a minha lâmina em seu crânio exposto. Não sabia se aquilo seria o suficiente, mas algo me dizia que sim.

Me afasto do monstro e encaro o cara encapuzado, o que ele está fazendo?! Vamos Sirena, não deixe ele continuar... mas estava curiosa, sabia que era algo ruim, mas que eu poderia fazer além de esperar? Não sabia do que ele era capaz, só me restava esperar aquilo acabar. O que ele queria dizer com enfrentar meus medos?

Também gostaria de saber.

Assisti em silêncio o ser encapuzado invocar outro esqueleto idêntico, eu não estava totalmente esgotada. Não fisicamente. Mas mesmo que matasse este esqueleto, ele continuaria a trazer mais um? Era desgastante, odiava joguinhos quando eram direcionados a minha pessoa. Geralmente, eu quem os fazia.

"Eu posso passar o resto da vida invocando esqueletos, e você? Consegue passar o resto da vida lutando?" - O garoto disse, havia conseguido enxergar através do capuz. Ele não parecia nada bem, mas havia me aborrecido. Estava me fazendo de besta, revirei os olhos e encarei o novo esqueleto. Será saudável descontar sua raiva nesse monte de ossos, vamos. A voz incentivou e eu resolvi seguir. Abri um sorriso largo para o garoto, ele estava mexendo com fogo.

Encarei o segundo esqueleto, parecia a mesma coisa que o outro, e se eu tentasse algo mais direto? Não queria perder mais tempo, estava decidida em saber o por quê daquilo tudo. Corro na direção do esqueleto com as duas mãos no cabo da espada, aquilo daria mais firmeza e segurança aos meus futuros movimentos, nesse impulso que pegaria na corrida tentaria fazer um corte horizontal direto, com minha força própria e com uma ajudinha da corrida. Se tudo desse certo, cortaria-o no meio.

Como ele deveria estar também armado, depois do corte tentaria rolar para desviar de um suposto contra ataque ou algo assim, recuaria depois para ver se havia dado certo. Isso se não tivesse me machucado, mas contaria com meus reflexos para que isso não acontecesse. Tendo efetuado o movimento, vou na direção do garoto com passos decididos e um semblante sério.