Ω NOME: Alister Paden
Ω IDADE: 19
Ω APARÊNCIA: 1,71 de altura, porte atlético com cicatrizes que se estendem desde abaixo do olho esquerdo seguindo por todo o corpo. Com cabelos pretos que nunca parecem estar arrumados ou iguais ao dia anterior e um caso de heterocromia setorial herdada da mãe, característica essa que rendera uma mancha esbranquiçada no canto inferior direito da íris dos olhos já castanhos, Alister viveu boa parte de sua vida isolado do mundo em bosques com a sua mãe até o momento de sua morte. Desde então ele tem se mudado periodicamente entre paisagens remotas, sempre mantendo uma rotina diária de treinamento enquanto sobrevive.
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Características psicológicas:
Ω Humor: Com um temperamento forte desde mais novo, Alister gosta de fazer as coisas do seu jeito, afinal, é o certo, sempre foi. Recebeu toda a educação que tem de sua mãe, que lhe ensinou tudo que seria necessário para sobreviver em outros tipos de floresta, seja ela de concreto ou terra e madeira. Acostumou-se a viver rodeado de animais, que eram seus amigos confidentes e parceiros de caça, em especial Filtiarn, um lobo cuja presença Alister não solicitava ou controlava, mas que aparecia sempre que precisava. Isso lhe rende uma personalidade independente, entretanto, consciente que um bom companheiro pode ser decisivo nas horas difíceis.

Ω Três Qualidades: Leal,sincero e justo.
Ω Três Defeitos: Difícil de lidar no começo do trabalho em equipe, visto que normalmente prefere fazer sozinho, não saber expressar gentileza em certos momentos e falar de forma sarcástica mais do que deveria.
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Ω História:

Semideus.
A primeira vez que ouvi tal palavra ainda não tinha noção o suficiente para discernir o quão ela afetaria a minha vida e de todos ao meu redor. 6 anos de idade, minha mãe me coloca em seu colo enquanto a paisagem vista muda lentamente da janela do trem graças a uma tempestade se aproximando.
- Não precisa ter medo - falava enquanto seus olhos, um castanho e outro azul, me faziam sentir seguro - Você é um semideus e estes raios podem ser os seus maiores aliados no futuro se assim o seu caminho permitir - então sorri e olha para a janela.
O trem nos levara para uma vila afastada rodeada por florestas em algum ponto no norte da Escócia. Minha mãe dizia que a tranquilidade nos faria bem e que ali teríamos tudo que precisávamos. Uma tia nos recebe e nos leva para um chalé em uma área ainda mais isolada.

- Aqui já deve ser o bastante - diz em certo tom preocupada
- É tudo perfeito, muito obrigada pelo o convite, irmã. Daqui posso continuar com o Alister.
- Tomem cuidado e aproveitem bastante o lugar, que ele possa servir de repouso.

Essas palavras deram inicio aos 12 melhores anos que alguém poderia ter. No começo, apenas tinha aulas com minha protetora, de ciências a literatura, mas que com o tempo evoluíram para um teor mais prático, da importância da vida na hora da caça a subir em árvores para recolher frutas. Gostava de usar este último como pretexto para subir cada vez mais alto nas arvores do bosque.
- Estou vendo algo mais lá em cima!
Sentia-me melhor a medida que subia, a sensação de paz que existia nos lugares altos me fez perder boas horas de dias inteiros. O vento no rosto e o completo silêncio da sinfonia da floresta.

Foi em uma dessas escaladas que percebi algo diferente certo dia. Não havia vento, o céu estava cinzento de uma forma que nunca havia visto nesses 12 anos até então. Corro para o chalé e Filtiarn aparece no caminho.
- Filtiarn! Sabe de algo que esteja acontecendo?
Sem hesitar, o lobo também se pôe a correr na mesma direção que a minha.
Ao chegar avisto minha mãe já fora de casa com uma expressão preocupada, não é normal demonstrar tal sentimento.

- O que houve?
- Creio que seja hora de nos mudarmos.

Filtiarn começa a rosnar. O céu, antes cinzento, agora adquire tons avermelhados de sangue. Um incêndio se inicia.
- Precisamos ir! AGORA!
A cor vermelha se alastra mais e mais, escuto gritos.
- ELA FOI POR AQUI!
De repente, somos cercados por pessoas semelhantes a soldados.
- Vocês dois,identifiquem-se!
- Mas que rudes,invadem a casa dos outros e ainda não fazem a mínima questão de se apresentarem.
- Olha aqui, garoto, mais uma palavra e.... - Filtiarn não deixa o guarda terminar a frase ao pular em cima dele.
- Parece que ele não foi com a sua cara,hein.

De repente o fogo nos alcança e cerca.
- Não temos tempo a perder! Precisamos cuidar desse incêndio e achar a que fugiu! - fala um guarda ao que parece ser o capitão
-  Você,mulher! As suas características batem com as descritas por um de nossos guardas - saca a espada.
- Dê um passo a mais e..... - sou empurrado para fora do caminho.
- Irei acabar de uma vez com isso! - ergue a espada.
- NÃO! - recolho a espada caída pelo guarda e tento atacar o capitão que em um movimento repele o meu, o que faz a espada soltar das minhas mãos e voar por cima da cabeça.
- Capitão! Ela está ali! - aponta um guarda para além da parede de fogo, uma sombra volta a correr para longe.
Sem parecer se importar com mais nada, os guardas atravessam a parede em busca da sombra que se distanciava mais e mais. Recupero parte do folego e checo se todos estão bem, ao olhar para trás vejo uma cena que volto a enxergar em todos os meus pesadelos. A espada que havia se soltado das minhas mãos encontrou um outro alvo. Deitada contra uma arvore com a espada enfiada no peito, aproximo-me do corpo apenas para ouvir suas últimas palavras. São instruções acompanhadas de uma carta, há outros semelhantes a mim que podem me ajudar. O fogo aumenta a medida que presencio as respirações derradeiras daquela que me deu a vida. Filtiarn não está mais ali também. Levanto-me e ponho-me a repetir o exemplo dos guardas. Nada mais importava realmente. Corri até não poder lembrar mais porque corria.

Estava sozinho. Não, não era verdade, tinha a mim mesmo, isso, eu mesmo já me bastava. Viajei por um ano dessa forma, sempre mantendo a rotina de treinamentos um dia ensinada, mas a medida que prosseguia percebia que tudo já não era a mesma coisa, como se a qualquer momento tudo pudesse se repetir. Era hora de ficar mais forte do que já era.

- Para onde era esse tal de Acampamento mesmo? - perguntei-me uma última vez antes de prosseguir viagem.