E então, quando a primeira estrela caiu...
...Shouto se virou para o céu, e viu que a noite havia engolido o dia. Ele se sentia bem assim, pertencia ao escuro, e as sombras lhe seduziam como se quisessem tirar algo dele. No fim, tudo pertencia ao nada, e o nada consumia a realidade que se ajoelhava ao tempo, que era a farsa criada pelos homens para medir a existência. Um vento frio corria pelo acampamento meio-sangue naquela noite, como se os Deuses quisessem afastar todo o calor que um corpo podia carregar, e roubar para o Tártaro.
O chalé dos filhos de Hades parecia um dente podre, destacado entre os outros chalés como uma mancha de podridão. Não parecia ser receptivo, nem adequado para se viver. Os sátiros e as ninfas sussurravam por entre as florestas que era um lugar amaldiçoado, assim como os filhos do Rei do submundo. E por isso, quando os sons do casco de um sátiro ecoaram pelas paredes do chalé, Shouto foi de imediato ver quem era. E de fato, uma das criaturas da natureza havia tomado coragem o suficiente para entrar ali. Quer dizer... Coragem é uma palavra muito forte, ele tremia como um pedaço de bambu, e parecia uma criança sendo forçada a caminhar por entre aquelas casas de terror que existem nos parques infantis. Não que fosse menos assustador, a diferença era que ali dentro, os demônios tinham nome, vestiam sapatos de adolescente e gritavam com pesadelos.
- M... Mii... Mi... - O Sátiro engoliu seco, ao ver o filho de Hades na sua frente. - Minotauros.. S-Senhor. Na floresta.
Não eram os homens touro que o assustavam, Shouto sabia disso. Era aquele lugar, aquela presença sombria e cadavérica que Hades os deixou de herança. Era o desespero dos príncipes, que sonhavam com mães mortas, dilaceradas, famílias torturadas. Era o cheiro de agonia, que os fazia revirar os olhos até que seus nervos rompessem e sangrassem, era a morte vestida de adolescente. As paredes sorriram, como se o diabo estivesse vendo o pecado, e o aprovando. Aquele lugar fazia isso às vezes. Não aguentando ficar ali por muito tempo, a criatura da natureza trotou para fora aos tropeços, e se enfiou entre as árvores. O campista, entretanto, sabia que tinha uma tarefa.
O chalé dos filhos de Hades parecia um dente podre, destacado entre os outros chalés como uma mancha de podridão. Não parecia ser receptivo, nem adequado para se viver. Os sátiros e as ninfas sussurravam por entre as florestas que era um lugar amaldiçoado, assim como os filhos do Rei do submundo. E por isso, quando os sons do casco de um sátiro ecoaram pelas paredes do chalé, Shouto foi de imediato ver quem era. E de fato, uma das criaturas da natureza havia tomado coragem o suficiente para entrar ali. Quer dizer... Coragem é uma palavra muito forte, ele tremia como um pedaço de bambu, e parecia uma criança sendo forçada a caminhar por entre aquelas casas de terror que existem nos parques infantis. Não que fosse menos assustador, a diferença era que ali dentro, os demônios tinham nome, vestiam sapatos de adolescente e gritavam com pesadelos.
- M... Mii... Mi... - O Sátiro engoliu seco, ao ver o filho de Hades na sua frente. - Minotauros.. S-Senhor. Na floresta.
Não eram os homens touro que o assustavam, Shouto sabia disso. Era aquele lugar, aquela presença sombria e cadavérica que Hades os deixou de herança. Era o desespero dos príncipes, que sonhavam com mães mortas, dilaceradas, famílias torturadas. Era o cheiro de agonia, que os fazia revirar os olhos até que seus nervos rompessem e sangrassem, era a morte vestida de adolescente. As paredes sorriram, como se o diabo estivesse vendo o pecado, e o aprovando. Aquele lugar fazia isso às vezes. Não aguentando ficar ali por muito tempo, a criatura da natureza trotou para fora aos tropeços, e se enfiou entre as árvores. O campista, entretanto, sabia que tinha uma tarefa.