Centauros, semideuses, ninfas, monstros mitológicos, deuses... Sim, tudo aquilo era de mais para minha cabeça, no meu primeiro tour pelo local já havia sentido uma ponta de dor de cabeça após tanta informação. Deusa da beleza? Por quê? Bonito sou, claro, não posso negar algo verídico aos olhos de terceiros e o que tenho de beleza tenho de burrice, não era o ser mais inteligente da terra ainda mais quando se tratava de lutas... Sem sei como consegui matar aquele bendito cão com uma esgrima mal forjada!

No dia seguinte, durante a tarde, já arrumava minhas coisas para conhecer mais um pouco do acampamento. Abri minha mochila que mais parecia com aqueles brindes de empresas quando você faz uma visita com sua turma de escola e ganha lanchinho grátis, retirei de dentro os suvenires obrigatórios a todo campista novato até ser surpreendido por uma segunda voz masculina.
- Você é novo aqui não é garoto? – um dos meus irmãos havia percebido minha sigilosa presença no chalé.
- Ah, desculpe-me, meu nome é Joel Collins... O seu é? – dei um sorriso amigável enquanto segurava desajeitadamente um chicote que veio dentro da mochila.
- É, sem dúvidas você é o novato, meu nome é Draco Herrera, mas pode me chamar apenas de Draco! – o irmão soltou uma risada sem um pingo de malícia – Esse é o chicote de Afrodite, todo reclamado recebe um de presente de acordo com sua importância... Outros recebem anéis como aquele – apontou para uma meia irmã que passava por ali.
- Entendo... – devolvi o chicote para a mochila, não estava a fim de quebrar um presente divino.
- Então Joel, que tal ir conhecer a Arena? É um ótimo local para semideuses iniciantes como você, vai se divertir bastante! – logo desconfiei de que o jovem não era um meio irmão comum, parecia estar ali à bem mais tempo que os outros. – Se eu não estivesse cheio de coisas para fazer até te ajudaria, mas qualquer coisa só me chamar!

Saindo as pressas, Draco virou-se me dando um aceno de mão de despedida. Aquilo ficou perturbando minha cabeça a todo instante, eu deveria realmente ir até lá... Ao menos para testar o novo presente que tinha ganhado, nunca havia manuseado um chicote antes imagino até que proezas eu deveria fazer com aquela “arma”.

Joguei a mochila pelos braços pondo ela as minhas costas e fui para a Arena, minhas mãos suadas de ansiedade faziam me lembrar da mesma sensação de quando eu era o aluno novo na classe, o que acontecia constantemente. A tarde estava ensolarado com poucas nuvens, eu podia dizer que era um dia normal para os outros, mas para mim era o dia em que minhas atividades no acampamento se iniciavam. Um dia para nunca se esquecer.

Aos poucos meus olhos foram descrevendo a notória construção oval situada no centro do acampamento, em poucos minutos postava-me de frente para a imensidão de terra batida que compunha o solo do “mini coliseu”, estava realmente encantado com a estrutura do campo de batalhas.

- Que isso, um terremoto? – Assim que dei o primeiro passo, o chão a minha volta estremeceu-se tirando pouco do meu equilíbrio, as portas antes abertas estavam trancadas sem explicação.  – Tem alguém ai ? – o eco da minha voz eco pelas paredes.

Com os olhos serrados para o lado oposto ao meu, pude notar um segundo portal se abrindo, não tinha certeza, mas um ser pequeno saiu dela e veio em minha direção. Não hesitei em fazer o mesmo, quis me aproximar da área cimentada no centro da Arena, provavelmente usada para a apresentação dos “gladiadores”. Estava me sentindo em um torneio da Roma Antiga em que dois guerreiros se enfrentavam mortalmente até que um caísse perante o rei. Dessa vez não havia rei, e muito menos gladiadores... Apenas um filho indefeso de Afrodite que estava vivo por sorte e um... Uma espécie de anão verde, a distância não colaborava com os demais detalhes.

Por ser uma criatura pequena não senti a necessidade de me armar para uma luta, entretanto retirei meu chicote de dentro da mochila e a joguei de lado aliviando minhas costas um pouco suadas por causa do sol. Com o chicote em mãos, subo atentamente o pequeno espaço central na expectativa de ver por completo o anão.
- Ei, quem está ai? – vou relaxando os  olhos a medida que me aproximo do pequeno ser, minhas suspeitas estavam aumentando aos poucos de que iria enfrentar um gobl...

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