Antes de tudo acontecer....

Pôr do sol acontecendo.

_ Força Lira você só precisa se acalmar e fazer força. ~ Estava ajoelhada ao lado da dríade cercada de outros seres míticos da floresta e de minha cadela infernal secando o suor de sua testa e oferecendo-a água nos intervalos das contrações. Estávamos todos no centro da floresta prestes e testemunhar o milagre da vida: o nascimento.

Algumas horas se passaram enquanto eu auxiliava no parto até que graças a Pã a pequena dríade nasceu.  Era linda e atemporal, assim como a mãe. Enrolei-a num manto que me foi dado e a entreguei a mãe. Ao meu redor todos os seres cantavam de alegria e minha cadela uivava eufórica.

_ Parabéns você é mãe de uma linda garota, Lira. ~ Sorri satisfeita pelo trabalho feito.

_ Vai se chamar Rosa. Em sua homenagem Petala. Obrigada por tudo. ~ A dríade segurou minha mão equilibrando o bebe na outra e sorriu sincera.

_Bér!

Ouvi um balido agudo e desesperado vindo atrás de mim e quando me virei avistei Letus, pai da criança, que sem demoras se jogou para perto do bebe me ignorando um pouco. Sem jeito levantei disposta a voltar para meu chalé antes que ficasse ainda mais tarde.

_Petala espere! ~ O Letus me chamou de onde estava e eu parei ainda de costas para ele me permitindo apenas virar a cabeça para ouvi-lo.

_ Você ainda sera uma guardiã de Pã. Com um selvagem.

Sorri em montei na minha cadela e juntas fomos correndo de volta ao chalé 6.

_ Vou tomar um banho e já volto querida. ~Disse afagando os pêlos de Fofuxa.

Durante o banho minha cabeça ainda estava na floresta assimilando todo o momento do parto. Foi fascinante.

_Rauf! ~ Minha cadela latia impaciente no lado de fora do banheiro, talvez tivesse perdido tempo demais la dentro devaneando. Terminei meu banho e me troquei.

_ Estou pronta. Você deve ser a cadela infernal mais carente que existe, sabia? ~ Ri enquanto penteava o cabelo e da janela admirava a lua cheia.

Tudo aquilo que presenciei ainda corria pelo meu corpo como adrenalina e eu não conseguia ficar no meu chalé. A magia da vida ainda corria nas minhas mãos.

_ Vamos dar um passeio Fofuxa? ~ Minha cadela pulou de alegria e quase me derrubou, troquei a roupa de dormir por um vestido  e amarrei o cabelo num rabo de cavalo alto e coloquei meu elmo.

vestido:

Peguei minha pulseira e coloquei presa a bolsa que tem na cela da minha cadela minha adaga envenenada só por precaução . Então fomos caminhar pela colina nos arredores da fogueira. Quando cheguei la, parei um pouco para admirar a chama viva da nossa fogueira e alguma coisa nela me chamou a atenção.

_ Estranho, podia jurar que tinha visto algo se mexer na chama. ~ Fofuxa começou a rosnar e eu fiquei apreensiva.

Das chamas um golem surgiu e por instinto defensivo coloquei a mão na cabeça da minha cadela e a empurrei andando para trás, afim de nos afastarmos da coisa. Peguei minha adaga e a segurei escondendo-a atrás das minhas costas.

_ O que você quer? ~ Estava sem entender como uma criatura daquele tamanho poderia ter aparecido do fogo sagrado do nosso acampamento, então talvez não fosse uma ameaça por mais que meu corpo gritasse que era. Estava analisando o monstro e já sabia que era um golem. Conhecia tudo sobre um. Mas aquele era peculiar, nunca tinha lido sobre golens que surgem do fogo. Ainda mais da fogueira de Héstia. Qualquer que fosse o movimento que ele fizesse: ataque ou não meu corpo reagiria da melhor forma possível. Fosse pulando e rolando em caso de ataque  ou manter-se erétil para a conversa.