Tinha a noite como meu turno preferido, sentia-me confortável em ambientes escuros, como se as sombrqs me abraçassem, o que não era muito comum para a maioria dos campistas, lnão que eu os conhecesse bem. Estava à pouco tempo no acampamento e ainda não havia me acostumado nem com o chalé de Hermes. Havia um jantar farto me esperando todas as noites e um café da manhã todos os dias, coisa que a muito tempo não tinha. Era até estranho. Minha vida saira das ruas, como um sem-terra, para um acampamento de semideuses, como um filho de um deus. Era um grande exemplo de superação de vida que não precisou da ajuda de programas do governo ou
reality shows.
Sentia um certo receio de que era perigoso sair assim sem supervisão no meio da noite afinal a maioria das coisas que fazia tinha um conselheiro ou um coordenador para me guiar, não gostava disso. Sabia que era fraco como meio-sangue mas não gostava de sentir isso, era como se esfregassem na minha cara que precisava de um milhão de treinos para se tornar algo razoável. Queria mostrar para eles, e era o que iria tentar fazer. Depois de buscar meus equipamentos debaixo de meu beliche, me dirigi para o unico lugar que sentia que ia conseguir um desafio dentro do acampamento, a arena. Adentrei o local e apertei a empunhadura da espada quando vi a névoa ao meu redor, surpreendendo-me. Estava claro que algo bem estranho acontecia lá, sentia no fundo até um certo arrependimento, logo minha mente se pôs a pensar. Focaria em meus outros sentidos, ou melhor, em todos eles. Sabia que tinha sentidos de batalha, reflexos naturais como semideus, derivados da minha hiperatividade. Concentraria-me neles, procurando qualquer coisa que me desse uma direção, um vulto, um cheiro, um ruído por mais baixo que fosse. Caso encontrasse algo vindo em minha direção iria tentar desviar com um salto ou giro para o lado direito(ou para o oposto, dependendo de onde ele vinha) procurando um contra-ataque com minha lâmina. Caso nada viesse, iria avançar a passos calmos, reunindo a paciência e tentando ser precavido. A névoa poderia esconder algo.
Levaria também a possível existência de outro tipo de névoa. Havia descoberto que existia um véu mágico responsável por enganar os sentidos dos mortais, mascarando a realidade sobre monstros e diversos acontecimentos que seriam inexplicáveis. Caso estivesse em uma ilusão tentaria achar uma chave para me livrar disso, algum detalhe estranho fora a névoa, algo que fora deixado passar. Se meu oponente(se existisse realmente um) quisera que eu perdesse a visão sobre o solo abaixo do meu peito era porque tentaria um golpe naquela direção. Tentaria desviar esperando que o golpe vinha daquela direção e revidar com um corte diagonal sempre que pudesse na direção em que meus instintos me guiassem pela névoa grossa. Temia no fundo ser acertado mas caso fosse, tentaria ser frio, ignorando a dor e tentando me recuperar para um contra-ataque. Tirando mais conclusões sobre a névoa e o ambiente ao redor. Por ser inverno esperava que tivesse neve lá e isso ajudasse minha audição para com passos de algum indivíduo.
- Itens:
- Espada Curta
- Peitoral de couro
- Elmo comum