Coço a cabeça.
- Eu devia ter ido plantar maconha - Falo comigo mesmo ao ver a harpia vindo em minha direção. Estava um pouco nervoso... Era minha primeira batalha ali, afinal. Eu não conhecia ninguém, e não queria ficar popular por ter sido surrado por uma pomba gigante em minha primeira visita à arena.

Abro as pernas, flexionando os joelhos e apertando o cabo da foice, minha única arma. Gostava dela. Aguardo a proximidade da harpia, tentando calcular quando ela me alcançaria. Seguro a foice pela ponta com firmeza, usando as duas mãos e, dando um passo para o lado, eu a balanço na direção da harpia, visando atingi-la quando estivesse um ou dois metros à frente, juntando o alcance máximo da foice com o alcance dos meus braços. Tento atingir no peito dela ou em qualquer parte do tronco, com o lado da lâmina da foice.

Conseguindo acertar eu tento segurar ela no chão se ela cair, empurrando seu pescoço com o lado sem lâmina da foice. Se eu errar eu só tento abaixar e sair da frente pra ela não me alcançar com suas garras afiadas.

Encosto a lamina da foice no chão, de forma que seu cabo aponte para cima, num ângulo de 90º. A monstra parecia não ser de todo burra, como os que eu havia visto fora do acampamento.

Aguardo até que ele esteja a dois metros para balançar a foice para cima, levantando terra com a lateral de sua lâmina na direção do rosto da harpia. No mesmo movimento de erguer a foice para jogar a terra, eu preparo um ataque, dando um passo à frente e descendo a foice novamente, contra o ombro da harpia.

Se der certo eu puxo a foice, rasgando a monstra. Se não eu recuo com a foice na frente do corpo, pronto para usá-la para bater nas garras da criatura, com o cabo da foice, ou apenas mantê-la afastada.

Percebo que a criatura ainda tinha vontade de lutar. Talvez aquele fosse o momento de maior perigo; quando ela já está quase acabada, e está disposta a tudo.

Flexiono os joelhos e passo o cabo da foice por trás do pescoço, segurando-a pela extremidade com a mão esquerda e perto da lâmina com a direita. Começo então a fazer tensão com a mão direita, segurando o cabo com a esquerda.

- Venha - Digo para a harpia, dando um passo em sua direção.

A ideia era atrair a maldita. Quando ela estivesse no alcance de meu ataque, iria soltar a mão esquerda, que prendia o cabo, usando minha nuca para alavancar a foice, liberando a tensão de uma vez, criando um ataque mais rápido que o comum contra a monstra, mirando seu pescoço.

Caso ela venha, faço o que foi descrito. Se não, eu salto para sua lateral direita, para tê-la ao alcance de meu ataque e mantê-la também à minha direita, onde seria mais fácil mirar o ataque, e solto a mão esquerda, fazendo o mesmo ataque de antes.

Caso tudo dê certo eu tento recuperar o fôlego, recuando alguns passos. Caso algo dê errado, eu fico pronto pra tentar usar o cabo da foice pra barrar seus ataques, pulando para trás para sair de seu alcance.

Observo o inimigo. Um minotauro. Me vem à mente o dia em que meu pai me tirou de casa e me levou até o acampamento, uma semana antes. Um minotauro semelhante àquele atacou nossa fazenda atrás de mim, e meu pai quase morreu tentando derrotá-lo. Aparentemente, os tiros de sua espingarda não tinham efeito nenhum naquela aberração.

Mas agora eu podia lutar dignamente. Aperto o cabo da foice em minha mão e então bato com sua lâmina no chão de terra da arena, puxando-a e abrindo um vão ali, como que arando o solo. Eu era filho de Deméter. Estava na hora de tentar alguns truques que meus irmãos disseram ser possíveis. Concentro-me, desejando fazer Brotar ali uma Liana, uma trepadeira comum em climas temperados, conhecida por ser uma das mais resistentes e de crescimento mais rápido.

Uma vez que a planta comece a nascer eu começo a correr para um lado, visando atrair o minotauro. Apenas aguardo a aproximação do monstro e, quando estivesse próximo, eu me jogo e rolo para a frente, visando evitá-lo. Seguro a foice na horizontal à frente do corpo, de forma que dê para rolar com ela sem me machucar ou me atrapalhar.

Caso eu consiga evitar ele, aproveito o tempo que o monstro levaria "dando a volta" para voltar a me atacar para concentrar-me na trepadeira, Controlando a Planta para que ela crescesse logo abaixo do solo, ramificando-se e engrossando, alongando seus cipós.

Faço o necessário para me manter afastado do monstro, pulando pros lados, correndo, etc.

Controle de Plantas I: O filho de Deméter tem poderes sobre a natureza, sendo assim, ele pode controlar as plantas. Neste nível você pode controlar algumas plantas fazendo pequenos movimentos. [Gasta 10 de energia para utilizar/ativar este poder]


Brotar I: Faz nascer e crescer instantaneamente uma planta ou árvore pequena [Ipê-de-jardim]. Pode fazer o que quiser com ela depois utilizando o poder Controle de Plantas, qualquer tipo de fruta/erva adquiridos durante a narração deve(m) ser usado(s) na mesma. [Gasta 10 de energia para utilizar/ativar este poder][1 turno de espera, 0 se estiver sob o efeito de Bem Estar]

Vejo o minotauro correndo em minha direção e corro paralelo às trepadeiras, de forma que eu fique a dois metros delas, entre elas e o minotauro.

Aponto a mão esquerda para elas, concentrando-me em sentí-las atrás de mim, Controlando-as de forma que cresçam o máximo que eu conseguir fazer, subindo e criando "alças" acima do solo. Porém não perco meu foco no monstro. Caso ele faça outro ataque desgovernado eu tento, mais uma vez, evitá-lo usando minha velocidade.

Desta vez eu faço uma finta, fingindo que iria pular para a esquerda, mas então me jogo e rolo, mesmo que desajeitadamente, para a direita, deixando que ele passe direto. A ideia era que, ao desacelerar sua corrida após passar direto de mim, ele estivesse com baixa velocidade ao passar pelo campo de Lianas. Assim, seria mais fácil para mim controlá-las, fazendo-as se agarrarem fortemente a suas pernas, trepando nelas como adoram fazer em árvores.

Caso saia como desejado, é o que faço; concentro-me em agarrar ao menos um dos pés do minotauro, usando as alças crescidas nas lianas, fazendo-as envolver sua perna o máximo possível.

Caso dê certo, é só no que me concentro; em manter o minotauro preso, enrolando as trepadeiras em suas pernas o máximo que conseguir. Tinha esperanças de um bom resultado, uma vez que "trepar" é o que as plantas naturalmente fazem.

Caso algo saia errado, desde minha esquiva a aprisionar o minotauro, eu tento me manter afastado correndo dele, afastando-e em zigue-zague para atrapalhar sua movimentação.

Controle de Plantas I: O filho de Deméter tem poderes sobre a natureza, sendo assim, ele pode controlar as plantas. Neste nível você pode controlar algumas plantas fazendo pequenos movimentos. [Gasta 10 de energia para utilizar/ativar este poder]