Heróis do Olimpo RPG - Logo
Herois do Olimpo RPG

Fórum de Mitologia Grega baseado em Percy Jackson e os Olimpianos e Os Heróis do Olimpo!


Você não está conectado. Conecte-se ou registre-se

Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para baixo  Mensagem [Página 1 de 1]

Missão One Post Empty Missão One Post

por Φ Orik Cromwell 23/08/17, 03:02 pm

Φ Orik Cromwell

Φ Orik Cromwell
Filho(a) de Netuno
Filho(a) de Netuno
Spoiler:
Estava um dia calmo no acampamento, desde que eu voltará do meu tempo de viagem pelo mundo aquele lugar tornará um recanto tranquilo e extremamente confortável, pois era ali que eu me sentia inteiramente em casa, e minhas preocupações sumiam por um momento. Era simples a rotina do Chalé 3 e Will assumirá o meu lugar com conselheiro com maestria. ”cá entre nós, você nunca gostou das reuniões do conselho na Casa Grande.” pensei comigo mesmo, e um sorriso zombeteiro surgiu em meus lábios, travesso como o mar de verão. Deixe-me levar por minhas pernas inconscientemente até a praia, onde as ondas quebravam com ferocidade e o mar me chamava para um mergulho. Tirei toda a minha roupa, caminhei para dentro das águas salgadas e assim que elas tocaram a minha pele já me senti revigorado e libreto de toda a tensão sentida por meus músculos.

”Aqui eu sou um príncipe, aqui eu sou o Filho do Mar.” – E foi com esse pensamento que eu mergulhei nas águas e comecei a nadar para cada vez mais longe da praia, indo para o oceano aberto, no qual as águas eram calmas, profundas e geladas. E foi assim que eu passei toda a minha tarde, debaixo d’água, em casa.

Quando submergi um sátiro me esperava na praia e eu sabia o que aquilo significava, ”deuses, o velho centauro me chama, Will com toda certeza é mais capaz do que eu para esse serviço!”, bufei e caminhei para fora do mar, deixando a água escorrer pelo meu corpo nú. No instante em que meus pés tocaram a areia úmida, constantemente carregadas pelo movimento das ondas, eu já me encontrava completamente seco.

- Creio que nudez não seja algo problemático para os Sátiros, dado as suas tendências sexuais. - Provoquei o Sátiro que me olhava de uma forma acusadora, como se eu tivesse fazendo algo errado. – No que Quíron precisa de mim?

- Ele não me disse senhor! Apenas me mandou busca-lo.

- Pois diga a ele que estou indo.

Assim, o Sátiro começou a correr e logo se fundiu a vegetação da trilha que levava de volta para o Acampamento. Caminhei seguramente até as minhas roupas, sentindo o sol de fim de tarde aquecer a minha pele dourada. Balancei-as para retirar os incômodos grãos de areia e as vesti preguiçosamente com toda a paciência do mundo, enquanto me sentava na areia e olhava o pôr do sol primaveril e sua beleza. Após isso, fui para à Casa Grande onde Quíron me esperava sentado na varanda fumando um cachimbo e ouvindo seu radinho de fitas antigas, que tocava uma música animada, algo entre o Jazz e o Blues.

- Boa noite potro velho.

- Boa noite Orik! Vejo que seu mergulho foi revigorante e lhe fez esquecer de suas obrigações como semideus hoje.

- Desculpe-me, venho a tanto tempo neste lugar e ainda não me acostumo com essas rotinas bobas. Prometo que amanhã ensinarei todo o Chalé de Demeter a regar as plantas e ensinarei os filhos de Afrodite a nadar graciosamente.

- Você não terá tempo disso amanhã, parte para uma missão rápida ainda hoje.  – Ele me olhou com aquele olhar ameaçador que somente um Centauro com milênios de idade e um currículo impecável de treinamento de heróis pode te olhar.

- Qual missão?

- Um monstro vem causando problemas em Manhattan e preciso que você resolva isso para mim, sei que esteve viajando pelo mundo e acabou de voltar, então essa seria um boa oportunidade para você demonstrar que não está enferrujado.

- Entendo você quer testar as minhas habilidades, para ver se continuo o mesmo.

- Sim.

- Parto após o jantar!

E assim foi, logo após o jantar no Refeitório fui para o Chalé 3 e me equipei, verifiquei a minha armadura, coloquei minha mochila nas costas e prendi o meu escudo em umas de suas alças. Alguns de meus irmãos ficaram me olhando partir, mas não pude ver espanto em seus olhares, dado que é normal um semideus sair para missões a qualquer hora do dia ou da noite. Antes de sair do acampamento passei na pira sagrada e fiz uma oferenda aos deuses Hermes, pedindo proteção no caminho até Manhattan, ao meu pai e à Aries, pedindo força em batalha. Logo caminhei para a Colina Meio-Sangue, na qual pude dar uma ultima olhada para o Acampamento com suas tochas acessas e os Chalés dispostos no símbolo ômega. O caminho até a estrada foi tranquilo, poucos monstros se aventuravam tão perto do acampamento por causa de suas defesas reforçadas. Joguei um dracma no asfalto e chamei pelo taxi das Irmãs Cinzentas.

O carro velho chegou com o estrondo de um trovão, sua lataria corroída e cinza, por causa dos anos e uso, era um aviso constante do risco de se pegar tétano em um passeio simples e rotineiro. As 3 velhas discutiram por todo o caminho sobre quem ficaria com o olho ou com o dente para morder o dracma de ouro, enquanto dirigiam perigosamente pela rodovia que ligava Long Island à Nova Iorque, as curvas acentuadas tornavam retas por causa da velocidade e por mais incrível que pareça, elas não colidiam com nenhum veiculo dirigido por um mortal ou obstáculo colocado na pista, contudo o meu jantar sacolejava em meu estômago e vez diversas vezes o trajeto do meu esôfago até a boca e voltava de volta ao meu estômago, de modo que o gosto de bile se tornou estranhamente forte e familiar. Assim que o carro freio abruptamente senti minha alma abandonar o meu corpo e voltar ao mesmo por um segundo.

Desci do taxi em uma experiência não muito agradável, pois minha mente havia se acostumado com a altíssima velocidade e minhas pernas estavam bambas, enquanto minha mente tentava se orientar no meio de uma multidão de mortais que deviam me olhar acusadoramente pensando que eu estava bêbado. Depois de um tempo deitado na calçada, recobrando meus sentidos, sinto um toque leve em meu braço direito e abro meus olhos espantado, já puxando o braço e com a mão esquerda indo para a espada.

- Desculpe, eu não quis te assustar. – Era um garoto, devia ter a minha idade, seus cabelos eram castanhos e sua pele branca. Seu penteado evidenciava a sua juventude e sua voz era amigável.

- Sem problemas – disse me levantando – é que foi meio estranho.

- Você está bem? – Havia certa preocupação em sua voz, e pude sentir alguma ternura no fundo.

- Sim estou, só peguei uma carona bem esquisita até aqui... – olhei em volta e vi que estava em frente ao Museu de História Natural.

- Imagino, você estava em alguma festa? – Ele cora um pouco, acho que vou olhar deve ter dado a resposta “isso não é da sua conta”  e isso me faz sentir um pouco mal.
- Mais ou menos isso. – Ajeito meu equipamento e confiro se tudo está no lugar, estendo a minha mão para o garoto. – Obrigado pela ajuda.

- Não tem por onde. – Assim que dei alguns passos senti um novo toque no meu ombro e assim que virei era ele. – Bom, isso vai parecer estranho, mas acho que você precisa de um banho e eu moro aqui perto, você se vomitou inteiro – eu olho para baixo e percebo que realmente já uma mancha de vômito na minha armadura – se... se você não quiser...

- Aceito, um banho seria maravilhoso.

Bom, estávamos em Nova York e eu era um filho de Poseidon, claro que aquilo era uma proposta arriscada e perigosa, mas era a oferta por um banho e eu não podia recusar a proposta. Além do mais eu sabia como lutar e eu tinha meu Tridente comigo, se aquele menino, aparentemente doce, fosse um monstro sua passagem só de ida para o Tártaro já estaria garantida. Ele realmente morava bem próximo, em questão de 5 minutos estávamos subindo para o seu apartamento. Eu estava meio encostado no canto, com a minha espada próxima o suficiente da minha mão.

- Então, você não é natural de Nova Iorque? – Ele me perguntou tentando quebrar o gelo.

- Não! – Respondi secamente, não queria passar informações minhas para um potencial inimigo.

- O que veio fazer na cidade então?

- Vim resolver um problema para um amigo, sabe como é... favores.

- Entendo.

Assim que as portas do elevador se abriram a conversa se tornou inexistente e caminhamos para fora. No corredor logo a frente havia quatro portas e entramos na segunda à esquerda. O apartamento era médio, tinha uma sala conjugada com a cozinha, dois quartos e um banheiro. Ele me indicou o banheiro e me deu uma toalha que eu aceitei de prontidão, assim que fechei a porta, tranqueia e me despi do meu equipamento que estava nojento com todo aquele vômito. Entrei debaixo do chuveiro e deixei que a água levasse o restante do mal estar que eu ainda sentia, aproveitei para lavar minha boca bochechando com água e pasta de dente para tirar o gosto de bile, sai do banho e me enxuguei com a toalha, mesmo que não precisasse, para disfarçar que eu era um humano normal.

Lavei a armadura, e a toquei para secá-la, contudo para disfarçar ainda mais sai do banho só de toalha e pedi uma camisa emprestada para o meu bem feitor. Não sei por que ele se ruborizou novamente e foi buscar algo para eu me vestir, voltando com uma camiseta e um shorts de praticar esportes. Ele parecia desconfortável e eu logo entendi o motivo, mesmo sendo um semideus não estava totalmente alheio ao mundo e sei o que aquilo representava.

- Você é gay? – Perguntei sem rodeios e o menino ficou ainda mais corado. – Relaxa cara! – Disse pegando em seu ombro e dando um sorriso maroto para ele.

- Sim, mas eu não te trouxe aqui com essa intenção... eu...

Interrompi a sua frase com um beijo, suave e lento, nossos lábios se tocavam com delicadeza e acariciavam um ao outro com cuidado. Tecnicamente a muito tempo eu não fazia isso, pois desde que voltara ao Acampamento não tive tempo de fazer outra coisa se não treinar. Os lábios dele eram doces e sensíveis tinham uma maciez natural, suas mãos eram tímidas e seguras ao mesmo tempo e ficaram reclusas aos meus ombros, enquanto eu o segurava pela cintura. O beijo foi longo e gostoso, o suficiente para nos envolver de desejo.

Após o sexo nos deitamos na cama e ele repousou sobre o meu peito e ficou delineando as minhas tatuagens com seus dedos. Como sempre seu toque era suave, delicado e gentil. Ele me beijou novamente e se aninhou.

- Você tem o cheiro do mar, é estranho, mas eu gosto. – Ele disse com um sorriso simples. – Sei que você deve ouvir muito isso, mas realmente você parece ser especial.

- Obrigado! Mas você também é especial, tem cheiro de verão. – E realmente ele tinha um cheiro de verão, um cheiro gostoso de brisa quente vinda do sul.

- Estranho, mas eu amo dias ensolarados. Meu avô era um apreciador nato de dias ensolarados, todos os dias de verão eram sagrados. Ele se sentava na varanda e tocada violão ou diversos outros instrumentos, cantando como o mais belo dos pássaros. – Em sua voz havia um certo saudosismo e eu pude sentir que ele realmente amou o seu avô. – Ele dizia que Apolo, o deus grego do Sol, tinha as suas musas e cantava canções inspiradas em cada uma delas enquanto cortava os céus com a sua carruagem solar. E é por isso que cada dia era um novo espetáculo.

- Seu avô não estava muito errado. – “Será que ele era neto de um semideus filho de Apolo?” indaguei comigo mesmo. – Seu avô tinha alguma outra habilidade?

- Sim, ele era um excelente jogador de qualquer esporte de arremesso, era um ótimo médico e podia ser campeão olímpico de Arco e Flecha. – Ele deu uma risada tímida. – Minha avó dizia que foi conquistada pela beleza do meu avô e por sua voz perfeitamente afinada. Ela era uma mulher muito bela, até o momento de sua morte parecia que os anos não passavam para ela, nenhum fio branco, uma beleza invejável.

“Definitivamente ele é neto de semideuses!”

- Eu não conheci meus avós, eles morreram muito cedo. - Na verdade a minha única família era a minha mãe e meus irmãos e amigos do Acampamento.

- Bom – ele bocejou – acho que podemos dormir um pouco. Por mais que eu queria continuar o papo minhas pálpebras estão pesadas e o sono cada vez mais próximo.

E com isso dormimos facilmente. A certa altura de meu sono um sonho esquecido começou, eu estava em pé bem no meio do refeitório do Acampamento, seu chão de mármore branco estava vermelho e grudento, parecia uma espécie de geleia vermelho escura, mas era sangue. Um sentimento de apreensão tomou conta do meu peito e eu corri para o Chalé de Poseidon. Quando cheguei encontrei apenas ruinas carbonizadas, as paredes haviam desabado em uma confusão de madrepérolas e conchas, todos os chalés estavam destruídos, o lago seco, as plantações mortas e os monstros que antes viviam nas florestas ocupavam o espaço dos semideuses. Nas arenas encontrei cadáveres sendo devorados por monstros e aquele visão me vez empalidecer e querer vomitar. Distante ouvi o grasno de um corvo, que ecoou como se estivesse dentro da minha cabeça e eu acordei, suado e desesperado.

O sol matinal brilhava do lado de fora da janela, meu peito subia e descia apressadamente tentando oxigenar meu cérebro. Minha cabeça doía e meu estômago novamente estava embrulhado. Aquelas visões pareciam ter sido gravadas à fogo em meus olhos. “Minha casa destruída”, só esse pensamento vez meu peito doer em desespero. Geralmente sonhos assim tinham um significado, semideuses não têm esse tipo de sonho atoa. Levantei-me e corri para pegar meus equipamentos, o menino, que no meio do sexo havia me dito que seu nome era Cíniras, ainda dormia belamente na cama. Eu precisava encontrar o monstro que Quíron havia me dito para encontrar, mas eu não tinha a menor ideia de como fazer isso. Então veio a minha mente que eu estava em Manhattan, próximo ao Olimpo e onde centenas de criaturas magicas viviam e podiam me dar alguma pista.

Eu não queria parecer um cafajeste com Cíniras, que era uma pessoa amável. Então escrevi um bilhete e deixei um dracmas de ouro, deixando instruções de como fazer uma ligação de íris para mim. Esperava que ele acreditasse e tentasse a sorte em me contatar. Vesti meu equipamento e deixei o apartamento, no qual eu havia tido uma bela noite em muito tempo.
Fui para o Central Park e procurei pelas Dríades que viviam no lago. Pedi informações sobre algum acontecimento estranho recente e elas não quiseram me falar, pareciam assustadas, seus olhos estavam arregalados e percebi que muitas delas estavam com alguns copos de café na mão. Estranhei aquela atitude, dríades não tomam café, aquilo faz mal para elas. Continuei minha jornada atrás de informações, rindo até o rio Hudson, e novamente nenhuma criatura aquática quis me revelar algo, elas pareciam exaustas e cansadas, mas seus olhos estavam vidrados como se não dormissem à dias.

- Ainda bem que esses humanos jogam todo tipo de coisa nos rios, porque aqui conseguimos ficar acordados com as pílulas que eles jogam e ele não nos pega.
Essa foi a única informação que eu consegui de uma criatura aquática que parecia sobre efeito de LSD. Aquilo me preocupou ainda mais, mas já era um avanço significativo. Agora eu sabia que eles não dormiam com medo de alguma coisa.

Esperei a noite cair novamente e com minha prancha de surfe percorri as ruas de Manhattan, evitando passar muitas vezes próximo ao Museu de Arte Moderna. Já se passava das 2 da manhã, então ouvi um grito. Avancei para a sua direção e então encontrei uma garota, ajoelhada, com as mãos sobre os olhos e chorando copiosamente.

- Me agachei e perguntei se estava tudo bem, mas a única coisa que ela fazia era chorar. – Então ouvi algo se movendo atrás de mim e já levantei sacando a minha Espada[Ferro Mortal & Bronze Celestial][H] ao mesmo tempo que puxava meu Escudo Cabeça de Leão.

- Então eles mandaram você, um filho do mar, atrás de mim? – A voz era um silvo baixo e arrastado, cada palavras parecia que cortava meu tímpano. – Pobres são eles, que não sabem que os filhos da noite veem para a desgraça do mundo.

- Quem é você? – Perguntei sem demonstrar qualquer medo, mas minha voz saiu meio quebrada e frágil.

- Eu?! Eu sou o que Nyx trás, eu sou um de seus filhos.

E logo minha visão ficou turva, como se a cegueira tivesse tomado conta de mim. – Vamos ver o que você tem para me mostrar, vamos ver o quão negra é sua alma.
Nesse instante meu peito ficou apertado, como se eu fosse uma criança que havia se perdido de sua mãe no meio de uma multidão voraz, que não o deixava regressar, apenas seguir em frente junto ao fluxo, ficando assim cada vez mais sozinho e desamparado.

“Solidão...”, eu me senti sozinho, verdadeiramente sozinho. Como se todos tivessem me abandonado, eu era um indigente, não possuía família, amigos ou qualquer pessoa que reconhecesse meu corpo, sem vida e moribundo. Não conseguia me sentir amado ou desejado, não havia ninguém esperando por mim em casa. Era somente eu e o mundo, mais ninguém. O sentimento foi ficando cada vez mais profundo, incontrolável. Era o meu fim, eu não tinha escapatória, eu era um semideus.

Voltei para o oceano aberto, onde era profundo, calmo, escuro e isolado. Eu não era o Príncipe do Mar, eu não era Príncipe de lugar nenhum. Sentia as lágrimas quentes escorrendo por meus olhos, o seu gosto salgado me fazendo lembrar do gosto do água do mar, do reino de meu pai e de... Kristen. A minha amiga irmã, a primeira pessoa que eu me tornei amigo quando cheguei ao Acampamento, o segundo membro da minha família. E junto com essa lembrança veio a visão do dia em que fui reclamado, o mar estava revoltoso, Kristen, Alexis e Tide controlando o mar que quebrava violentamente contra a praia, enquanto o brilho verde do Tridente de Poseidon iluminava o topo de minha cabeça. Essa lembranças fizeram com que o sentimento ruim sumisse aos poucos e dessem espaço para a felicidade.

“Você estará sempre sozinho Filho do Mar!” a voz maligna sussurrou novamente em minha mente. “Nunca se casará, nunca terá filhos, nunca terá alguém...” E nesse momento a voz de Cíniras voltou a minha mente com a história de seus avôs, de como eles se amavam e como tiveram uma vida feliz. E novamente eu pude sentir aquele toque delicado e carinho em minha pele. Foi então que eu soube.

- Eu serei feliz sim, é possível sim!

Por mais bobo que pareça, essa mensagem carregou consigo um poder tão grande que foi capaz de quebrar o encantamento que o filho de Nyx havia lançado sobre mim, um ódio crescente por ele estourou em meu peito e eu lancei toda a minha fúria contra ele que parecia surpreso com a minha libertação de sua armadilha mental. Aproveitei desse momento e o acertei com toda a minha força com o escudo, ele ficou atordoado e então cravei a minha espada em seu peito, que o atravessou como se fosse papel.

- Você é fraco, você é solitário e jamais entenderá como é ser amado por alguém. Eu tenho pena de você.

Com isso ele  foi se dissolvendo lentamente em uma nevoa escura, carregado pela noite e levado para longe. Eu sabia que de alguma forma ele havia ido embora e dificilmente voltaria até aquele lugar. Peguei meus equipamentos e joguei outro dracma de ouro no chão para convocar o taxi das irmãs cinzentas de volta para o acampamento para reportar o meu sucesso à Quíron, a melancolia ainda tomava conta de mim, aquela experiência havia sido desagradável e me machucou. Por mais não tivesse ocorrido uma luta física a luta mental me desgastou.

Ao chegar na Casa Grande encontrei Quíron jogando xadrez com um filho de Atena, não conhecia o garoto, mas a expressão pensativa e estrategista era notoriamente familiar. Aquilo me encheu de alegria, tudo estava normal no Acampamento e meu sonho tinha sido apenas um pesadelo provocado pela presença do filho de Nyx. Quando terminei as informações o centauro me explicou que Nyx de vez em quando liberta o seus filhos para o mundo mortal para se alimentar da desgraça alheia, e muitos deles nos afetam sobre o sono e nossos pensamentos, aquele não era diferente, estava se alimentando dos piores medos das pessoas e criaturas mágicas, causando uma grande confusão à Hipnos e Morpheu ao provocar um medo tão grande que os mortais e seres mágicos resistiam em dormir. Me despedir do Centauro e caminhei para o Chalé 3, onde retirei meu equipamento e tomei um novo banho. Antes de dormir senti falta da cabeça de Cíniras apoiada em meu peito, por mais que tenha sido apenas uma noite, aquilo havia me dado uma força muito grande na luta contra o filho de Nyx e eu realmente queria reencontra-lo.
[/i]

#1

Missão One Post Empty Re: Missão One Post

por Juno 04/11/18, 03:49 pm

Juno

Juno
Deusa Olimpiana
Deusa Olimpiana
Orik Cromwell escreveu:
Spoiler:
Estava um dia calmo no acampamento, desde que eu voltará do meu tempo de viagem pelo mundo aquele lugar tornará um recanto tranquilo e extremamente confortável, pois era ali que eu me sentia inteiramente em casa, e minhas preocupações sumiam por um momento. Era simples a rotina do Chalé 3 e Will assumirá o meu lugar com conselheiro com maestria. ”cá entre nós, você nunca gostou das reuniões do conselho na Casa Grande.” pensei comigo mesmo, e um sorriso zombeteiro surgiu em meus lábios, travesso como o mar de verão. Deixe-me levar por minhas pernas inconscientemente até a praia, onde as ondas quebravam com ferocidade e o mar me chamava para um mergulho. Tirei toda a minha roupa, caminhei para dentro das águas salgadas e assim que elas tocaram a minha pele já me senti revigorado e libreto de toda a tensão sentida por meus músculos.

”Aqui eu sou um príncipe, aqui eu sou o Filho do Mar.” – E foi com esse pensamento que eu mergulhei nas águas e comecei a nadar para cada vez mais longe da praia, indo para o oceano aberto, no qual as águas eram calmas, profundas e geladas. E foi assim que eu passei toda a minha tarde, debaixo d’água, em casa.

Quando submergi um sátiro me esperava na praia e eu sabia o que aquilo significava, ”deuses, o velho centauro me chama, Will com toda certeza é mais capaz do que eu para esse serviço!”, bufei e caminhei para fora do mar, deixando a água escorrer pelo meu corpo nú. No instante em que meus pés tocaram a areia úmida, constantemente carregadas pelo movimento das ondas, eu já me encontrava completamente seco.

- Creio que nudez não seja algo problemático para os Sátiros, dado as suas tendências sexuais. - Provoquei o Sátiro que me olhava de uma forma acusadora, como se eu tivesse fazendo algo errado. – No que Quíron precisa de mim?

- Ele não me disse senhor! Apenas me mandou busca-lo.

- Pois diga a ele que estou indo.

Assim, o Sátiro começou a correr e logo se fundiu a vegetação da trilha que levava de volta para o Acampamento. Caminhei seguramente até as minhas roupas, sentindo o sol de fim de tarde aquecer a minha pele dourada. Balancei-as para retirar os incômodos grãos de areia e as vesti preguiçosamente com toda a paciência do mundo, enquanto me sentava na areia e olhava o pôr do sol primaveril e sua beleza. Após isso, fui para à Casa Grande onde Quíron me esperava sentado na varanda fumando um cachimbo e ouvindo seu radinho de fitas antigas, que tocava uma música animada, algo entre o Jazz e o Blues.

- Boa noite potro velho.

- Boa noite Orik! Vejo que seu mergulho foi revigorante e lhe fez esquecer de suas obrigações como semideus hoje.

- Desculpe-me, venho a tanto tempo neste lugar e ainda não me acostumo com essas rotinas bobas. Prometo que amanhã ensinarei todo o Chalé de Demeter a regar as plantas e ensinarei os filhos de Afrodite a nadar graciosamente.

- Você não terá tempo disso amanhã, parte para uma missão rápida ainda hoje.  – Ele me olhou com aquele olhar ameaçador que somente um Centauro com milênios de idade e um currículo impecável de treinamento de heróis pode te olhar.

- Qual missão?

- Um monstro vem causando problemas em Manhattan e preciso que você resolva isso para mim, sei que esteve viajando pelo mundo e acabou de voltar, então essa seria um boa oportunidade para você demonstrar que não está enferrujado.

- Entendo você quer testar as minhas habilidades, para ver se continuo o mesmo.

- Sim.

- Parto após o jantar!

E assim foi, logo após o jantar no Refeitório fui para o Chalé 3 e me equipei, verifiquei a minha armadura, coloquei minha mochila nas costas e prendi o meu escudo em umas de suas alças. Alguns de meus irmãos ficaram me olhando partir, mas não pude ver espanto em seus olhares, dado que é normal um semideus sair para missões a qualquer hora do dia ou da noite. Antes de sair do acampamento passei na pira sagrada e fiz uma oferenda aos deuses Hermes, pedindo proteção no caminho até Manhattan, ao meu pai e à Aries, pedindo força em batalha. Logo caminhei para a Colina Meio-Sangue, na qual pude dar uma ultima olhada para o Acampamento com suas tochas acessas e os Chalés dispostos no símbolo ômega. O caminho até a estrada foi tranquilo, poucos monstros se aventuravam tão perto do acampamento por causa de suas defesas reforçadas. Joguei um dracma no asfalto e chamei pelo taxi das Irmãs Cinzentas.

O carro velho chegou com o estrondo de um trovão, sua lataria corroída e cinza, por causa dos anos e uso, era um aviso constante do risco de se pegar tétano em um passeio simples e rotineiro. As 3 velhas discutiram por todo o caminho sobre quem ficaria com o olho ou com o dente para morder o dracma de ouro, enquanto dirigiam perigosamente pela rodovia que ligava Long Island à Nova Iorque, as curvas acentuadas tornavam retas por causa da velocidade e por mais incrível que pareça, elas não colidiam com nenhum veiculo dirigido por um mortal ou obstáculo colocado na pista, contudo o meu jantar sacolejava em meu estômago e vez diversas vezes o trajeto do meu esôfago até a boca e voltava de volta ao meu estômago, de modo que o gosto de bile se tornou estranhamente forte e familiar. Assim que o carro freio abruptamente senti minha alma abandonar o meu corpo e voltar ao mesmo por um segundo.

Desci do taxi em uma experiência não muito agradável, pois minha mente havia se acostumado com a altíssima velocidade e minhas pernas estavam bambas, enquanto minha mente tentava se orientar no meio de uma multidão de mortais que deviam me olhar acusadoramente pensando que eu estava bêbado. Depois de um tempo deitado na calçada, recobrando meus sentidos, sinto um toque leve em meu braço direito e abro meus olhos espantado, já puxando o braço e com a mão esquerda indo para a espada.

- Desculpe, eu não quis te assustar. – Era um garoto, devia ter a minha idade, seus cabelos eram castanhos e sua pele branca. Seu penteado evidenciava a sua juventude e sua voz era amigável.

- Sem problemas – disse me levantando – é que foi meio estranho.

- Você está bem? – Havia certa preocupação em sua voz, e pude sentir alguma ternura no fundo.

- Sim estou, só peguei uma carona bem esquisita até aqui... – olhei em volta e vi que estava em frente ao Museu de História Natural.

- Imagino, você estava em alguma festa? – Ele cora um pouco, acho que vou olhar deve ter dado a resposta “isso não é da sua conta”  e isso me faz sentir um pouco mal.
- Mais ou menos isso. – Ajeito meu equipamento e confiro se tudo está no lugar, estendo a minha mão para o garoto. – Obrigado pela ajuda.

- Não tem por onde. – Assim que dei alguns passos senti um novo toque no meu ombro e assim que virei era ele. – Bom, isso vai parecer estranho, mas acho que você precisa de um banho e eu moro aqui perto, você se vomitou inteiro – eu olho para baixo e percebo que realmente já uma mancha de vômito na minha armadura – se... se você não quiser...

- Aceito, um banho seria maravilhoso.

Bom, estávamos em Nova York e eu era um filho de Poseidon, claro que aquilo era uma proposta arriscada e perigosa, mas era a oferta por um banho e eu não podia recusar a proposta. Além do mais eu sabia como lutar e eu tinha meu Tridente comigo, se aquele menino, aparentemente doce, fosse um monstro sua passagem só de ida para o Tártaro já estaria garantida. Ele realmente morava bem próximo, em questão de 5 minutos estávamos subindo para o seu apartamento. Eu estava meio encostado no canto, com a minha espada próxima o suficiente da minha mão.

- Então, você não é natural de Nova Iorque? – Ele me perguntou tentando quebrar o gelo.

- Não! – Respondi secamente, não queria passar informações minhas para um potencial inimigo.

- O que veio fazer na cidade então?

- Vim resolver um problema para um amigo, sabe como é... favores.

- Entendo.

Assim que as portas do elevador se abriram a conversa se tornou inexistente e caminhamos para fora. No corredor logo a frente havia quatro portas e entramos na segunda à esquerda. O apartamento era médio, tinha uma sala conjugada com a cozinha, dois quartos e um banheiro. Ele me indicou o banheiro e me deu uma toalha que eu aceitei de prontidão, assim que fechei a porta, tranqueia e me despi do meu equipamento que estava nojento com todo aquele vômito. Entrei debaixo do chuveiro e deixei que a água levasse o restante do mal estar que eu ainda sentia, aproveitei para lavar minha boca bochechando com água e pasta de dente para tirar o gosto de bile, sai do banho e me enxuguei com a toalha, mesmo que não precisasse, para disfarçar que eu era um humano normal.

Lavei a armadura, e a toquei para secá-la, contudo para disfarçar ainda mais sai do banho só de toalha e pedi uma camisa emprestada para o meu bem feitor. Não sei por que ele se ruborizou novamente e foi buscar algo para eu me vestir, voltando com uma camiseta e um shorts de praticar esportes. Ele parecia desconfortável e eu logo entendi o motivo, mesmo sendo um semideus não estava totalmente alheio ao mundo e sei o que aquilo representava.

- Você é gay? – Perguntei sem rodeios e o menino ficou ainda mais corado. – Relaxa cara! – Disse pegando em seu ombro e dando um sorriso maroto para ele.

- Sim, mas eu não te trouxe aqui com essa intenção... eu...

Interrompi a sua frase com um beijo, suave e lento, nossos lábios se tocavam com delicadeza e acariciavam um ao outro com cuidado. Tecnicamente a muito tempo eu não fazia isso, pois desde que voltara ao Acampamento não tive tempo de fazer outra coisa se não treinar. Os lábios dele eram doces e sensíveis tinham uma maciez natural, suas mãos eram tímidas e seguras ao mesmo tempo e ficaram reclusas aos meus ombros, enquanto eu o segurava pela cintura. O beijo foi longo e gostoso, o suficiente para nos envolver de desejo.

Após o sexo nos deitamos na cama e ele repousou sobre o meu peito e ficou delineando as minhas tatuagens com seus dedos. Como sempre seu toque era suave, delicado e gentil. Ele me beijou novamente e se aninhou.

- Você tem o cheiro do mar, é estranho, mas eu gosto. – Ele disse com um sorriso simples. – Sei que você deve ouvir muito isso, mas realmente você parece ser especial.

- Obrigado! Mas você também é especial, tem cheiro de verão. – E realmente ele tinha um cheiro de verão, um cheiro gostoso de brisa quente vinda do sul.

- Estranho, mas eu amo dias ensolarados. Meu avô era um apreciador nato de dias ensolarados, todos os dias de verão eram sagrados. Ele se sentava na varanda e tocada violão ou diversos outros instrumentos, cantando como o mais belo dos pássaros. – Em sua voz havia um certo saudosismo e eu pude sentir que ele realmente amou o seu avô. – Ele dizia que Apolo, o deus grego do Sol, tinha as suas musas e cantava canções inspiradas em cada uma delas enquanto cortava os céus com a sua carruagem solar. E é por isso que cada dia era um novo espetáculo.

- Seu avô não estava muito errado. – “Será que ele era neto de um semideus filho de Apolo?” indaguei comigo mesmo. – Seu avô tinha alguma outra habilidade?

- Sim, ele era um excelente jogador de qualquer esporte de arremesso, era um ótimo médico e podia ser campeão olímpico de Arco e Flecha. – Ele deu uma risada tímida. – Minha avó dizia que foi conquistada pela beleza do meu avô e por sua voz perfeitamente afinada. Ela era uma mulher muito bela, até o momento de sua morte parecia que os anos não passavam para ela, nenhum fio branco, uma beleza invejável.

“Definitivamente ele é neto de semideuses!”

- Eu não conheci meus avós, eles morreram muito cedo. - Na verdade a minha única família era a minha mãe e meus irmãos e amigos do Acampamento.

- Bom – ele bocejou – acho que podemos dormir um pouco. Por mais que eu queria continuar o papo minhas pálpebras estão pesadas e o sono cada vez mais próximo.

E com isso dormimos facilmente. A certa altura de meu sono um sonho esquecido começou, eu estava em pé bem no meio do refeitório do Acampamento, seu chão de mármore branco estava vermelho e grudento, parecia uma espécie de geleia vermelho escura, mas era sangue. Um sentimento de apreensão tomou conta do meu peito e eu corri para o Chalé de Poseidon. Quando cheguei encontrei apenas ruinas carbonizadas, as paredes haviam desabado em uma confusão de madrepérolas e conchas, todos os chalés estavam destruídos, o lago seco, as plantações mortas e os monstros que antes viviam nas florestas ocupavam o espaço dos semideuses. Nas arenas encontrei cadáveres sendo devorados por monstros e aquele visão me vez empalidecer e querer vomitar. Distante ouvi o grasno de um corvo, que ecoou como se estivesse dentro da minha cabeça e eu acordei, suado e desesperado.

O sol matinal brilhava do lado de fora da janela, meu peito subia e descia apressadamente tentando oxigenar meu cérebro. Minha cabeça doía e meu estômago novamente estava embrulhado. Aquelas visões pareciam ter sido gravadas à fogo em meus olhos. “Minha casa destruída”, só esse pensamento vez meu peito doer em desespero. Geralmente sonhos assim tinham um significado, semideuses não têm esse tipo de sonho atoa. Levantei-me e corri para pegar meus equipamentos, o menino, que no meio do sexo havia me dito que seu nome era Cíniras, ainda dormia belamente na cama. Eu precisava encontrar o monstro que Quíron havia me dito para encontrar, mas eu não tinha a menor ideia de como fazer isso. Então veio a minha mente que eu estava em Manhattan, próximo ao Olimpo e onde centenas de criaturas magicas viviam e podiam me dar alguma pista.

Eu não queria parecer um cafajeste com Cíniras, que era uma pessoa amável. Então escrevi um bilhete e deixei um dracmas de ouro, deixando instruções de como fazer uma ligação de íris para mim. Esperava que ele acreditasse e tentasse a sorte em me contatar. Vesti meu equipamento e deixei o apartamento, no qual eu havia tido uma bela noite em muito tempo.
Fui para o Central Park e procurei pelas Dríades que viviam no lago. Pedi informações sobre algum acontecimento estranho recente e elas não quiseram me falar, pareciam assustadas, seus olhos estavam arregalados e percebi que muitas delas estavam com alguns copos de café na mão. Estranhei aquela atitude, dríades não tomam café, aquilo faz mal para elas. Continuei minha jornada atrás de informações, rindo até o rio Hudson, e novamente nenhuma criatura aquática quis me revelar algo, elas pareciam exaustas e cansadas, mas seus olhos estavam vidrados como se não dormissem à dias.

- Ainda bem que esses humanos jogam todo tipo de coisa nos rios, porque aqui conseguimos ficar acordados com as pílulas que eles jogam e ele não nos pega.
Essa foi a única informação que eu consegui de uma criatura aquática que parecia sobre efeito de LSD. Aquilo me preocupou ainda mais, mas já era um avanço significativo. Agora eu sabia que eles não dormiam com medo de alguma coisa.

Esperei a noite cair novamente e com minha prancha de surfe percorri as ruas de Manhattan, evitando passar muitas vezes próximo ao Museu de Arte Moderna. Já se passava das 2 da manhã, então ouvi um grito. Avancei para a sua direção e então encontrei uma garota, ajoelhada, com as mãos sobre os olhos e chorando copiosamente.

- Me agachei e perguntei se estava tudo bem, mas a única coisa que ela fazia era chorar. – Então ouvi algo se movendo atrás de mim e já levantei sacando a minha Espada[Ferro Mortal & Bronze Celestial][H] ao mesmo tempo que puxava meu Escudo Cabeça de Leão.

- Então eles mandaram você, um filho do mar, atrás de mim? – A voz era um silvo baixo e arrastado, cada palavras parecia que cortava meu tímpano. – Pobres são eles, que não sabem que os filhos da noite veem para a desgraça do mundo.

- Quem é você? – Perguntei sem demonstrar qualquer medo, mas minha voz saiu meio quebrada e frágil.

- Eu?! Eu sou o que Nyx trás, eu sou um de seus filhos.

E logo minha visão ficou turva, como se a cegueira tivesse tomado conta de mim. – Vamos ver o que você tem para me mostrar, vamos ver o quão negra é sua alma.
Nesse instante meu peito ficou apertado, como se eu fosse uma criança que havia se perdido de sua mãe no meio de uma multidão voraz, que não o deixava regressar, apenas seguir em frente junto ao fluxo, ficando assim cada vez mais sozinho e desamparado.

“Solidão...”, eu me senti sozinho, verdadeiramente sozinho. Como se todos tivessem me abandonado, eu era um indigente, não possuía família, amigos ou qualquer pessoa que reconhecesse meu corpo, sem vida e moribundo. Não conseguia me sentir amado ou desejado, não havia ninguém esperando por mim em casa. Era somente eu e o mundo, mais ninguém. O sentimento foi ficando cada vez mais profundo, incontrolável. Era o meu fim, eu não tinha escapatória, eu era um semideus.

Voltei para o oceano aberto, onde era profundo, calmo, escuro e isolado. Eu não era o Príncipe do Mar, eu não era Príncipe de lugar nenhum. Sentia as lágrimas quentes escorrendo por meus olhos, o seu gosto salgado me fazendo lembrar do gosto do água do mar, do reino de meu pai e de... Kristen. A minha amiga irmã, a primeira pessoa que eu me tornei amigo quando cheguei ao Acampamento, o segundo membro da minha família. E junto com essa lembrança veio a visão do dia em que fui reclamado, o mar estava revoltoso, Kristen, Alexis e Tide controlando o mar que quebrava violentamente contra a praia, enquanto o brilho verde do Tridente de Poseidon iluminava o topo de minha cabeça. Essa lembranças fizeram com que o sentimento ruim sumisse aos poucos e dessem espaço para a felicidade.

“Você estará sempre sozinho Filho do Mar!” a voz maligna sussurrou novamente em minha mente. “Nunca se casará, nunca terá filhos, nunca terá alguém...” E nesse momento a voz de Cíniras voltou a minha mente com a história de seus avôs, de como eles se amavam e como tiveram uma vida feliz. E novamente eu pude sentir aquele toque delicado e carinho em minha pele. Foi então que eu soube.

- Eu serei feliz sim, é possível sim!

Por mais bobo que pareça, essa mensagem carregou consigo um poder tão grande que foi capaz de quebrar o encantamento que o filho de Nyx havia lançado sobre mim, um ódio crescente por ele estourou em meu peito e eu lancei toda a minha fúria contra ele que parecia surpreso com a minha libertação de sua armadilha mental. Aproveitei desse momento e o acertei com toda a minha força com o escudo, ele ficou atordoado e então cravei a minha espada em seu peito, que o atravessou como se fosse papel.

- Você é fraco, você é solitário e jamais entenderá como é ser amado por alguém. Eu tenho pena de você.

Com isso ele  foi se dissolvendo lentamente em uma nevoa escura, carregado pela noite e levado para longe. Eu sabia que de alguma forma ele havia ido embora e dificilmente voltaria até aquele lugar. Peguei meus equipamentos e joguei outro dracma de ouro no chão para convocar o taxi das irmãs cinzentas de volta para o acampamento para reportar o meu sucesso à Quíron, a melancolia ainda tomava conta de mim, aquela experiência havia sido desagradável e me machucou. Por mais não tivesse ocorrido uma luta física a luta mental me desgastou.

Ao chegar na Casa Grande encontrei Quíron jogando xadrez com um filho de Atena, não conhecia o garoto, mas a expressão pensativa e estrategista era notoriamente familiar. Aquilo me encheu de alegria, tudo estava normal no Acampamento e meu sonho tinha sido apenas um pesadelo provocado pela presença do filho de Nyx. Quando terminei as informações o centauro me explicou que Nyx de vez em quando liberta o seus filhos para o mundo mortal para se alimentar da desgraça alheia, e muitos deles nos afetam sobre o sono e nossos pensamentos, aquele não era diferente, estava se alimentando dos piores medos das pessoas e criaturas mágicas, causando uma grande confusão à Hipnos e Morpheu ao provocar um medo tão grande que os mortais e seres mágicos resistiam em dormir. Me despedir do Centauro e caminhei para o Chalé 3, onde retirei meu equipamento e tomei um novo banho. Antes de dormir senti falta da cabeça de Cíniras apoiada em meu peito, por mais que tenha sido apenas uma noite, aquilo havia me dado uma força muito grande na luta contra o filho de Nyx e eu realmente queria reencontra-lo.
[/i]


Bem como meu primeiro one post, eu vou me basear no que foi pedido no one post pré-determinado com o que você escreveu, por isso, eu também aviso que também passará por uma segunda avaliação, pois por ser minha primeira one-post, eu não sei se farei certo :fuckit:

Bem primeiramente vou falar do texto, está bem desenvolvido, bem estruturado,muitos poucos erros de português que não me atrapalhou em nada para entender o que você escreveu, achei os momentos de comédia bem estruturada e a parte amorosa bem fofa kk, mas eu acho que a parte da luta contra o monstro pareceu que foi só mais um tópico, não pareceu ser um momento clímax e pra mim você deveria ter desenvolvido um pouco mais, mas a interpretação dessa parte foi excelente como o resto.

Na questão do que foi pedido pelo one-post pré-determinado, teve duas partes dos tópicos que você contornou por assim dizer, tipo, você fez, mas não como foi instruído, a primeira foi na parte do Quíron, que foi pedido para ser apresentado no primeiro paragrafo, mas foi um pouco depois, entendo que havia a questão de manter a narração, mas acredito que mesmo assim, poderia ter colocado ele no primeiro paragrafo.

E a segunda parte parte foi um pouco de falta de criatividade na hora de você ir contra a criatura, tipo, acho que você podia um pouco mais alem do que foi feito, mas ressalto que mesmo que essa parte não foi muito feita, sua questão de interpretação e de saber como se colocar na história,  fez a leitura fluir muito bem, não me senti cansado ou desanimado de ler e eu acredito que isso foi o ponto mais predominante pra mim, você saber como relatar sem cansar a vista do avaliador.

XP = 3100 de xp

dracmas = 1650 dracmas
*20% (item do orik)
[/b]
[b]

dracmas total = 1980

#2

Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para o topo  Mensagem [Página 1 de 1]

Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos