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Onepost: Os Quatro Ventos | Evellyn Empty Onepost: Os Quatro Ventos | Evellyn

por Evellyn 24/08/17, 02:18 pm

Evellyn

Evellyn
Filho(a) de Hades
Filho(a) de Hades
Missão:

Já era alta madrugada e eu estava na arena envolta pela escuridão total. Me sentia revigorada e absorvia o máximo de energia que conseguia das sombras. Até os meus olhos, acostumados com a escuridão da noite, eram enganados com a fusão de meu corpo às sombras. A lua estava no seu caminho de descida para o horizonte, dando lugar ao sol e eu sabia que aquele era o momento de regressar ao meu Chalé e tirar um cochilo.

No caminho fiquei admirando o último brilho pálido das estrelas longínquas e pensando em toda a aventura que poderia viver na minha vida. A caminhada foi rápida, abri calmamente a porta e antes que pudesse me envolver debaixo das cobertas vejo que há um envelope branco em cima de minha cama. Dou de ombros e durmo pesadamente.

Em meus sonhos me encontro parada no submundo, na minha frente há uma casa grande construída em arquitetura feudal japonesa. Do seu interior emana um brilho que me faz ficar receosa por um momento, mas embutida do meu orgulho quanto uma filha de Hades me coloco em movimento em direção à estranha luz. Ao atravessar a porta frontal me encontro em uma sala de tacos de madeira, forradas com uma espécie de tapete de fibra de bambu. Um risada ecoa pelo cômodo e aos poucos vai sumindo, e eu acordo em minha cama.

Um brilho incomodo transpassa à janela mais próxima e ilumina bem na área da minha cama. Me levanto furiosa que o envelope, antes branco, agora está azul e com um rosto triste desenhado. “Mas que porra. Não havia nenhum rosto desenhado nesse envelope.”, meus sentidos me dizem que pode ser alguma pegadinha sacana de alguém do meu Chalé ou do Chalé de Hermes, mas uma voz assassina me diz que independente de quem for, meu Diamante ganhará mais uma alma.

Rasgo o lacre que há na parte de trás do envelope, incrustado na cera há uma espécie de brasão, no qual rostos gordos sobram ventos. “Éolo, ou algum de seus filhos”, penso sem muita paciência para aquele cabeças de vento e leio a carta.



“Refrescante Evellyn, soube recentemente de suas atividades no Acampamento Meio Sangue, principalmente sobre a ameaça de tomar as almas de meus pobres filhos em sua joia mortal, e imagino que somente alguém como você, que contém um coração tão gelado quanto os ventos que veem do Norte durante o inverno rigoroso, pode cumprir tal dever.
Preciso de sua friesa psicopática e calculista, alguns de meus ventis escaparam e eu preciso que você os capture. Eles se encontram em Boston. Capture-os e leve-os de volta ao Acampamento que mandarei uma de minhas brisas busca-los. Você receberá uma caixa com garrafas que os manterão presos quando aceitar a missão."
Éolo



Revirei meus olhos, não era a melhor aventura que queria, mas já era algo substancial. Pelo menos eu teria alguma liberdade para sair do Acampamento.

- Okay, vamos lá capturar alguns ventos.

E assim como descrito na carta, um vento vindo de não sei de onde invadiu o quarto e depositou sobre minha cama quatro garrafas de vidro. Então arrumei o meu equipamento, Éolo queria os seus ventos capturados e não mortos, mas isso não significava que eu não encontraria nenhum monstro no caminho, e poderia matá-lo. Uma agitação invadiu o meu ser, sai do Chalé e a luz do Sol me pegou de surpresa. Instantaneamente fiquei cega e xinguei um palavrão em alto e bom som, voltei e peguei meu óculos escuros.

Anunciei a Quíron sobre minha missão e parti para o meu destino. De Long Island à Boston era um longo caminho e eu precisava dar um jeito de chegar até lá. Por algum motivo creio que a boa fortuna sorriu para mim hoje, pois um caminhão estava passando e eu estendi o meu belo dedo feminino e pedi carona e, deuses, o caminhoneiro parou.

- Ei menina, para onde você quer ir? - É um velho barbudo, ele não parece ser muito perigoso e caso tente alguma coisa não se saíra bem.

- Boston!

- Estou indo até Nova York, mas de lá tenho um amigo que irá para Boston. Posso ver sua
identidade? - Ele parece ser um cara bacana, mas fico desconfiada.

-Bom... eu estou indo fugida, quero ir ao show de rock e meus pais não quiseram deixar eu ir. Então, prefiro manter um certo anonimato.

-Entendo... - ele coça sua barba branca e longa - você pode ir no baú logo ali atrás, não quero que a policia te veja na cabine e crie problemas para mim.

-Okay!

Ele desceu do caminhão e abriu o baú, eu entrei e assim que ele fechou as portas eu pude pensei na burrada que eu havia feito. Me fundi às sombras e torci para esse caminhoneiro não me levar para longe do meu destino. Naquele baú eu perdi a noção do tempo e não pude dizer a duração da viagem. Assim que ele abriu a porta do caminhão me escondi por entre algumas caixas de mercadoria, esperei meus olhos se acostumarem à claridade que entrava para perceber onde estávamos.

- Venha filha de Hades, chegamos a Boston. Saia de seu esconderijo.

Lentamente puxei a minha Foice[Ferro Estigico] e esperei que o caminhoneiro/monstro subisse no baú. Assim que ele faz isso usei da minha Umbralcinese[Inicial] para criar cordas e fechar a porta do caminhão para fechá-lá.

- Creio que você veio para o lugar errado, mexer com a semideusa errada. - Falei com um tom gélido e mortal. Pude sentir os músculos de meu rosto se puxando para um sorriso sádico e psicopata. - Meu diamante está voraz por mais uma alma.

E com isso chuto às caixas para cima do caminhoneiro que se atrapalha e eu aproveito para passar a minha foice em um movimento em arco, mas ela corta apenas algumas caixas que começam a espalhar mercadoria por todo lado. É então que eu vejo que ele está transportando MMs. Chuto mais algumas caixas para cima do caminhoneiro, que desvia, mas não a tempo de evitar um chute em seu peito, é nesse momento que aproveito e faço um movimento que coloque a lâmina de minha foice atrás dele e a puxo, partindo-o ao meio.

Ele grita alto e tenho que de resistir em tapar os meus ouvidos, enquanto ele termina de morrer eu sugo sua alma para dentro de meu diamante, que brilha palidamente em sinal de agradecimento pela nova alma. Me sinto um pouco cansada, com a adenalina ainda correndo por minhas veias. Rasgo uma caixa próxima e começo a comer MMs.

- Preciso saber onde estou. - Digo para mim mesma com a boca cheia de MMs. Saliva, misturada com corante e chocolate escorre pelo canto da minha boca, pois eu realmente a lotei de balinhas. - Preciso achar um cemitério.

Me levanto e sinto um pequeno incômodo na barriga, "acho que comi de mais", penso um pouco enjoada de tanto doce, mas caminho. Chuto à porta do bau do caminhão e vejo que estou em uma estrada deserta.

"Humm... deve ser alguma estrada auxiliar, deve ter uma rodovia próximo." - Vejo árvores ao redor e fico ao lado do caminhão para ver se consigo identificar o sentido da estrada. Está anoitecendo, caminho até a cabine do caminhão e vejo que o mesmo tem um GPS. "Isso ajuda, mas pode ser um problema."

Sei como os monstros utilizam da tecnologia para caçar semideuses, mas naquele momento um GPS é o melhor equipamento que eu posso possuir. Segundo o dispositivo, há uma rodovia 3km ao norte de onde eu estou. Uma caminhada não muito demorada, contudo estou à 4 horas de Boston. Praguejo e me sento ao volante, à chave ainda está na ignição, mas qualquer pessoa acharia estranho uma garota de 12 anos dirigindo um caminhão baú e eu não quero mais atenção desnecessária. Distante vejo as luzes de um carro se aproximando e decido me esconder no matagal que há às margens da estrada. O veiculo para do lado do caminhão abandonado e é então que eu percebo que é um carro de policia e vejo uma oportunidade de ouro.

- Socorro! - Eu grito com todas as minhas forças. - Socorro!

Os policiais sacam suas armas e correm na direção do meu grito, enquanto eu corro na direção deles.

- Por favor policiais me ajudem! - Lágrimas falsas vertem dos meus olhos esbugalhados e da minha pele pálida. - Me levem para casa, me ajudem. - Me jogo no chão como se caísse de desespero e eles me amparam.

- O que aconteceu garota? - Um deles me pergunta, ele é um homem alto, negro e sua voz é grave. Ele abandona a sua arma ao meu lado enquanto coloca seus braços à minha volta. - Acalme-se.

- Ele me sequestrou... onde eu estou? Me levem para casa, por favor! - Eu sabia que aquelas aulas de teatro com os filhos de Dionísio serviriam para algo útil qualquer dia desses.

- Próximo à Nova York. - O policial que me amparava continuou ao meu lado, enquanto o outro vasculhava o caminhão atrás de qualquer pista.

- O que? Muito longe... eu sou de Boston. - Disse entre soluços e longas puxadas de ar.

- Aconteceu alguma luta? - O outro policial perguntou. - Tem caixas rasgadas por todo lado e sinais de uma boa luta.

- Sim... ele me colocou na parte traseira do caminhão, eu tive que rasgar algumas caixas para ver se tinha comida e encontrei MMs. Então ele entrou e...e... ele... - voltei a chorar copiosamente, lágrimas e mais lágrimas vertiam dos seus olhos, salgadas e geladas.

- Vamos te levar para a central de sequestros em N...

- N-não! M-me levem para Boston, por favor. - Pedi com um olhar suplicante e pude ver o desconforto da negação em seus olhos.

- O procedimento é...

- Não podemos fazer em Boston? - Perguntei interrompendo o policial.

- Creio que sim! - Quem respondeu foi o que me acolhia. - Vamos, te levaremos para a Delegacia e de lá pedimos transporte com escolta para você.

- O-obrigada.

E com isso entrei na viatura e fui levada de volta à Nova York, onde os policiais providenciaram todo um aparato de transporte para Boston, como me apresentei com uma identidade falsa e por ser menor de idade nenhum veiculo de impressa foi notificado ainda. Isso me dava uma marguem de vantagem até o meu destino final. Estava tomando uma xícara de chocolate quente com creme quando uma policial se aproximou e sentou ao meu lado.

- Bom Lili, meu nome é Blue e eu sou a Assistente Social desse departamento. É muito importante notificar a sua família sobre o ocorrido, a nossa sede em Boston já está procurando pelo seu sequestrador, mas temos de realizar procedimentos.

Ergui minhas mãos e estalei meus dedos em frente à ela para moldar a nevoa ao seu redor.

- Vocês já localizaram os meus pais e eles estão ansiosos pelo meu regresso ao lar, contudo eles querem que a investigação permaneça em sigilo total, pois eles são extremamente religiosos e muito influentes politicamente.

- Sim! - Ela respondeu de imediado e se levantou saindo.

Quarenta minutos depois estava tudo pronto para a minha partida, um carro comum ia me levar para Boston para não atrair mais atenção. No carro iriam eu e mais 4 policiais, todos comovidos com a história da garota de 12 anos sequestrada próximo à escola e levada para longe de sua cidade que escapou por pouco de um estupro. Todos me perguntavam porque eu não me separava daquele "cajado", e eu dizia que me sentia segura com ele.

Ao nos aproximar de Boston alguns dos policiais dormiam levemente, pude ver ao longe que bandeiras e letreiros balançavam freneticamente em seus postes. O ventos deviam estar aprontando muito, pois pessoas se protegiam da ventania que eles calçavam se abrigando atrás de obstáculos como pilastras e marquises.

- Caraca, ventos de 80km/h. Não me lembro de Boston ventar tanto assim.

- Esses ventos tem causado muita bagunça. - Disse em um tom de sabedoria infantil que os adultos amam.

Assim que chegamos ao departamento de policia de Boston, pedi para ir ao banheiro. Eles disseram que iriam ligar para os meus pais e me deixaram livre para ir onde eu quisesse.

- Okay Evellyn, agora é a hora de você mostrar o que pode fazer.  - Pensei em como eu iria escapar daquela delegacia enquanto eu realmente usava o banheiro. Foi então que eu ouvi uma graslho familiar. Subi na privada e olhei pela janela apenas para ter o mais belo dos pássaros voando ali perto, um corvo. - Hey, psiu, vem cá.

O corvo veio me minha direção de bom grado, pousou sobre a janela e grasnou mais uma vez em saudação.

-Olá amiguinho! - Eu disse lhe acariciando a pequena cabeça. - Você faria um favor para mim? Pode ser um favor extremo, mas que vai me ajudar muito.

Uma rajada de vento forte soou pela janela e balançou alguns fios de eletricidade que estavam expostos do lado de fora da delegacia, fazendo as luzes piscarem. Uma ideia surgiu em minha mente e eu resolvi mudar o meu pedido para algo muito mais perigoso.

- Voe até aquele fios e pouse neles. Assim que você pousar haverá uma explosão e eu poderei sair daqui. - O corvo grasnou mais uma vez em tom de "nem fudendo" - Relaxe, assim que eu sair daqui eu pegarei o seu corpo e oferecerei à Tânatos uma das almas do meu Diamante pela sua. Uma troca justa não?

Ele grasnou mais uma vez, dessa vez parecia que ele havia concordado e voo para o fio. Assim que o pobre bicho pousou uma explosão aconteceu e as luzes apagaram. Um alarme soou alto e eu me camuflei às sombras e corri para fora do prédio. Assim que cheguei na rua, peguei o corpo moribundo do pequeno corvo e o levei comigo pela rua, agora, totalmente escura. Parei em um beco e retirei o meu anel do bolso, havia o colocado lá ainda em Nova York para não chamar muito a atenção dos policiais, e fiz uma prece.

- Pai, Lorde Tânatos e Juízes do Submundo. Peço encarecidamente que aceitem essa troca, uma das almas de meu diamante pela alma desse pobre corvo que morreu para me ajudar. - Mordo meu dedo deixando que eu pouco de sangue caia sobre o corvo, então o pássaro se levantou em um pulo e grasnou alegremente para mim. - Obrigado amiguinho! Agora preciso capturar uns ventos malandros.

O corvo se empoleirou em meu ombro direito e grasnou novamente, entendo aquilo como um "vamos lá" corri novamente para a rua.

- Preciso achar um cemitério para pegar informações sobre os ventos fujões. Os mortos sempre tem algo para dizer.

Fui guiada até um cemitério não muito longe dali. As lápides brancas estavam mais pálidas com a iluminação fraca. Alguns grupos de jovens bebiam entre as lápides, alguns espíritos se escondiam próximos à eles tentando compartilhar de suas felicidades, mas sem poder participar. Alguns outros me notaram, mas não aproximaram. Mais uma rajada de vento que balançou as folhas nas copas das árvores violentamente e quase derrubou o corvo do meu ombro. Vi uma cena que me chamou a atenção, uma mulher penteava seus longos cabelos sobre sua lápide, preguiçosamente. Segui em sua direção e ela não se afastou, mais uma rajada e seus cabelos se bagunçaram.

-Que inferno esses ventos. - Ela falou com uma voz cadavérica. - Não consigo pentear meus cabelos. Na verdade eu nem sei porque continuo nessa merda de mundo, por quê não fui para o céu?

-Porque não existe um céu. - Respondi rispidamente.

-Finalmente alguém que consegue me ver e ouvir. Sinto em você a energia da morte, você também está morta?

-Não, mas tenho uma ligação forte com vocês espíritos.

- Entendo. - Mais uma rajada de vento e novamente seus cabelos se bagunçaram. - EU TO MORTA PORRA! PORQUE NÃO POSSO PENTEAR MEUS BELOS CABELOS?

-Deve ser alguma praga. E eu posso te ajudar... preciso de informações!

- Que tipo de informações eu posso te dar?

-Bom, você deve ouvir algumas coisas por ai. Eu preciso saber onde os quatro espíritos do vento, responsáveis por toda essa ventania, estão. O mestre deles me mandou para captura-los.

-Sim, eu ouvi algumas conversas. Eles chegaram na cidade a pouco tempo e já causaram a maior bagunça, derrubaram árvores e tudo mais. Soube que em uma dessas brincadeiras eles destruíram o túmulo do Velho John. - Ela abaixou e sussurrou próximo a mim. - Ele ficou furioso porque aquela lápide velha foi destruída.

-Então você sabe onde eles estão?

-Não! - Ela respondeu e voltou a pentear seus cabelos. - Somente sei que nessa região o vento é frio, e na contraria o vento é quente. Não me importo, fantasmas não sentem calor ou frio, somente vivemos essa eternidade entediante.

Me afastei saindo do cemitério e pensando no que ela disse. "Quatro espíritos do vento, e os contrários sobram ventos com temperaturas diferentes..."

-Claro! Norte, sul, leste e oeste. O vento do norte é gelado, o do sul quente e os outros dois não faço nenhuma ideia, mas sei onde encontra-los.

Precisava achar um mapa, ou um GPS, para me localizar. Felizmente encontrei com um mortal andando pela rua, manipulei à Nevoa, para ele não me ver como uma criança e chamar atenção, e perguntei em qual Zona da cidade estávamos e descobri que estava na Zona Norte da cidade.

Agora eu só precisava achar o espirito do vento, pedi para o corvo voar e procurar o local onde a temperatura do vento era menor, pois seria ali que a chance do espirito está. Me sentei e já preparei a primeira garrafa, a colocando em um bolso lateral da minha mochila, enquanto o corvo não voltava. Passou-se cerca de 30 minutos até que ele voltou e pousou em meu ombro novamente, grasnou e começou a voar na minha frente me guiando até o local que de maior probabilidade de encontra-lo.

A medida que chegássemos mais perto mais frio e forte o vento ficava. No alto de um edifício o havia um redemoinho escuro, a rua estava toda iluminada e eu precisava lutar no escuro, pois teria de ser furtiva para chegar próximo do espirito. Minha Foice não seria necessária na batalha principal, mas sempre podiam surgir batalhas secundárias. Procuro uma entrada para o edifício, mas não acho nenhuma que não chame a atenção de alguém, então vou para a rampa de garagem e vejo que seria mais fácil, entrar por ali. Me fundindo às sombras caminho por elas até o topo, onde o espirito se encontra. Quanto mais eu subo mais difícil fica de me manter nas sombras e não ser expulsa por uma ventania, quando chego próximo ao centro do redemoinho é mais complicado ainda, tenho que usar toda a minha força até que consigo ficar bem embaixo do centro onde o vento brinca zombeteiro, sobrando para todos os lados e disparando xingamentos contra Éolo.

Ele está tão entretido que não percebe a minha chegada, então eu me jogo para fora das sombras, já pegando a garrafa e apontando para ele. Instantaneamente ele é sugada para dentro do frasco, ele tenta resistir, mas não tem jeito. Quando ele é aprisionado a garrafa é selada e a coloco de volta no frasco.

- Foi até fácil, e eu detesto coisas fáceis. Vamos para os outros.

Decidir ir para o Leste, em vez de seguir direto para o Sul. O vento leste foi rápido de encontrar, já que ele cruzou os céus rapidamente, xingando os mortais e seus malditos prédios. Corri atrás dele, seguindo-o, mas ele era impossível de ser alcançado. Precisava achar alguma coisa que o fizesse parar, ou que o trouxesse até mim. E então eu tive uma ideia, o que melhor para parar um vento do que uma parede?

Aquilo ia fazer um estrago, mas era a minha chance. Procurei por um prédio próximo que tivesse qualquer coisa que pudesse servir como uma barreira para o vento na altura que ele estivesse voando. A única coisa viável era um outdoor, localizado no terraço de um prédio de 3 andares. Subi pelas escadas de incêndio e utilizei da solda do meu Canivete 1001 Utilidades para desestabiliza-lo, mas de modo que ele não desabasse, pedi o corvo para voar e grasnar quando visse o espirito chegando. E assim foi, quando ele viu o espirito ele grasnou alto e eu terminei de derrubar a placa. Quando ele passou o outdoor desabou bem encima dele, peguei mais uma garrafa e abri apontando para ele. Automaticamente o mesmo foi sugado para dentro da garrafa.

- Ótimo, dois já foram e logo logo a policia vai chegar.

Me afastei daquele local o mais rápido que eu consegui, pude ouvir sons da confusão formada pela queda da placa, sirenes e buzinas, e só me senti segura quando cheguei na zona sul da cidade. Ali o clima estava mais ameno, uma brisa morna, preguiçosa e quente soprava, músicas animadas vinham dos bares lotados de jovens aproveitando a madrugada de Boston. Ali seria difícil me esconder nas sombras, pois havia muita iluminação. Caminhei sorrateiramente pulando de sombra à sombra para me disfarçar.

Acho uma área próxima a um galpão que está escura o suficiente para que eu possa me locomover em minhas observações da multidão. Não vejo nenhum sinal do espírito do vento sul e aos poucos as ruas, antes apinhadas de jovens, vão ficando vazias. Minhas pálpebras estão pesadas, e o sono aos poucos vai minando minha resistência, até que acabo dormindo.

- Veja só! Dá até uma comoção no coração essa criança adormecida, se eu não soubesse do que ela é capaz. – Ouço alguém falando meio desperta – Contudo, você já capturou dois de meus irmãos de volta para aquele déspota, que nos obriga a sobrarmos nossos ventos apenas da direção que ele deseja.

“Então você é o Vento Sul!”, nesse momento já despertei completamente, sinto as sombras a minha volta e sei que ainda tenho algumas vantagens. “Preciso captura-lo rapidamente, já que esse não parece ser tão idiota como os dois anteriores.”

Lentamente, utilizo da minha umbracinese para esticar as sombras para embaixo de mim, formando uma espécie de “pegada”, vai ser um longo tiro no escuro, mas preciso tentar. Ainda controlando as sombras faço com que elas me impulsionem na direção da voz do Espírito, que é pego de surpresa pelo meu movimento, e tenta desviar, só que durante a impulsão movi minha energia para a minha mão que ficou gelada e consegui tocar no mesmo. Entretanto ele também havia sido rápido e sobrou um vento tão forte que me jogou para trás, quando bati no chão, senti uma dor na lateral do meu corpo, mas a ignorei pois precisava cumprir a minha missão. Como o espirito estava paralisado por causa do meu toque seria fácil captura-lo.

Peguei a garrafa e a abri apontando para ele que foi instantaneamente sugado para dentro da mesma. Peguei o frasco de vidro e pude ver que ele fez uma careta para mim, dei de ombros e o coloquei na mochila junto de seus irmãos.

- Três já foram. – Vejo que o corvo que me acompanhava subiu, procuro por ele, mas como não o vejo sigo para a Zona Oeste de Boston, onde o ultimo vento espera para ser capturado e levado de volta à Éolo.

Foi fácil chegar à parte Oeste, e mais ainda achar o ultimo espirito. Por algum motivo ele já me esperava.

-Finalmente você chegou para me capturar. – Ele disse em tom melancólico. – Assim eu poderei voltar para a minha amada.

- Sério? Você não vai querer lutar? - Perguntei incrédula. – Por que você fugiu então?

- Bom, eu vim por causa de meus irmãos. Somos muito unidos e não queria deixa-los virem sozinhos. Contudo, nunca apoiei o que ele fizeram, Éolo veio que é chato, mas entende das coisas. Quero voltar para a fortalece dele e rever a minha brisa amada.

- Tudo bem. – Respondi desapontada, não esperava que ele fosse desistir assim tão facilmente. – Você é patético, desistir assim... – buffei.

Peguei a garrafa e o capturei sem qualquer esforço. Minha vontade foi de lhe dar uma surra, mas não queria arrumar encrenca com os deuses. Assim que capturei o ultimo espírito soube que era hora de voltar ao Acampamento, sem contudo pegar outra carona de caminhão. Cheguei ao Aeroporto de Boston em poucos minutos, olhei o painel de voos e descobri um que ia para Nova Iorque e já estava quase saindo. Fui até o saguão, onde a sombra do edifício no nascer do sol cobria uma grande área, sorri e me fundi novamente às sombras caminhando até o avião e conseguindo entrar no compartimento de cargas.

Foi a melhor e mais rápida carona para casa que eu já havia pego. Cheguei ao Acampamento no meio da manhã, reportei a minha volta a Quíron e entrei as quatro garrafas que continham os ventos para uma das brisas de Éolo que me esperava ansiosamente. Recebi seus agradecimentos, sem contudo parecer receptiva à eles e saí da Casa Grande de volta para o meu Chalé, no qual pude dormir até o cair da noite do mesmo dia.

Hab. Usadas:

Nível 1 – Umbracinese [Inicial]: Os filhos de Hades possuem a habilidade de manipular as sombras de acordo com a sua vontade. Neste nível podem apenas moldá-las ou desgrudá-las das superfícies, usando-as para erguer pequenos objetos e coisas do tipo. As sombras de outros seres vivos não podem ser utilizadas. Esta habilidade não pode ser utilizada sob luz direta do sol.. O uso dessa habilidade consome 25 pontos de energia.
Nível 5 – Passeio nas Sombras: O filho e Hades é capaz de DISSOLVER seu corpo nas sombras do ambiente, movendo-se por elas como se uma fosse. Pode percorrer distâncias rapidamente com esta habilidade, especialmente em casos de ambientes fechados. Não pode fazer saltos grandes de uma sombra para outra, apenas entre sombras ligadas/próximas. Neste tempo ficará imune a ataques físicos, mas ainda pode ser expulso e atingido nas sombras por ataques luminosos, como raios ou fogo. Consome 30 pontos de Energia, mais 10 por rodada de uso.

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