Sempre imaginei que dia eu seria derrotado. Tudo tinha um fim, principalmente a vida de semideuses. Eu devia ter pensado melhor antes de viajar para as terra antigas. Fugir da América não me trouxe nada mais que a morte certa.

Talvez assim fosse mais fácil. Quando você aceita a morte e a encara, as coisas perdem a importância e os instintos tomam conta de você. Se aquilo tudo estava acontecendo, de fato os deuses gregos deveriam estar em apuros, e por conseguinte, depositariam suas esperanças em nós, mesmo que não admitissem isso.

Eu estava no templo de minha mãe. Podia imaginar sua estátua ali mesmo, incinerando aqueles aracnídeos imundos. Não seria derrotado sem lutar e sem esgotar todas as minhas possibilidades, afinal.

- Não é o fim do mundo que você deseja! Onde estará sua vingança quando todos os seres perderem suas vidas e o mundo se tornar um caos onde os seus próprios predadores dominarão?!

Diria isso à Aracne, tentando encontrar alguma consciência nela. Precisava saber até que ponto aquela magia iria. Ao mesmo tempo tentaria me afastar e obviamente pular para os lados ao ser almejado por teias ou projéteis. Não ficaria imóvel num por um micro-segundo. O escudo e espada sempre agitados como forma destruir ataques e a mira dos inimigos.

Caso aranhas me alcançassem, faria um arco com a espada para eliminar toda a frente do ataque inimigo. Recuaria à procura de alguma coluna partida, ou qualquer pedaço de pedra alto o suficiente para chegar ao meu ombro. Queria algo que pudesse ser cortado, mas que não comprometesse a estrutura do local.

Ficaria atento ao movimento de todas as criaturas à toda minha volta, priorizando minha segurança.

Eu havia sido muito ingênuo. Aracne estava morta. Era só um corpo, um zumbi, portanto, não responderia a emoções de um ser vivo.

Aquela situação estava me irritando. Aquele escorpião estava ganhando uma quantidade de ódio que não fazia parte de mim, como filho de Atena. Porém, como devoto de Hera, o meu orgulho era ferido por aquela besta, que nem sequer se dignava a lutar contra mim. Ele estava subestimando os semideuses, e isso não ficaria impune.

Vejo a aglomeração de aranhas à minha frente e desejo que uma chuva de plumas caia sobre elas, empalando o maior número, inclusive a asquerosa Aracne.

Usaria minha espada heroica para, com um giro de 360º em volta de mim, cortar todas as teias que estivessem perto. Procuraria alguma passagem segura, onde eu tivesse espaço e pudesse enfrentar o escorpião de frente.

Caso meu plano seja bem sucedido, saco uma cápsula de ópio do cinto e engulo.

- E então, vossa majestade. Será que poderia me dar a hora de matá-lo agora?

Agora, caso meu plano dê errado, eu faria o melhor para me defender, cortando teias com a espada e com o escudo, e atacando qualquer ser que avançasse na minha direção.

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Nível 18 - Chuva de Plumas: Um campeão de Hera pode fazer uma “chuva” de plumas de pavão, porém as plumas serão afiadas como Espadas, e atingirão os seus inimigos. O uso da habilidade requer 100 pontos de energia e entrará em espera até o término da narração, ou a critério do narrador.

De certa forma, meu plano funcionou, em partes. O importante é que eu estava livre das aranhas, e aparentemente tinha conseguido uma aliada disfarçada como trunfo.

Observo a sala. Teia e penas de pavão afiadas decoravam o chão e paredes. Ao fundo, o senhor poderoso observava tudo, rindo. Aracne estava entre mim e ele.
Eu poderia tentar atrai-lo até mim e quem sabe as penas pelo caminho o prejudicassem um pouco, mas eu não tinha ideias para isso. Ele precisava continuar achando que Aracne e eu tentávamos nos matar, e por nenhum motivo ele sairia de lá para vir até nós.

Se ele não viria, nós teríamos que ir até lá. Só poderia contar com a habilidade de Aracne com teias para não ser ferida pelas plumas no caminho. Já eu, era imune de qualquer forma. Por segurança, evoco uma coruja, para ficar em algum canto, perto de onde eu estava no momento. Ela poderia ser útil posteriormente. Digo mentalmente para ela ficar escondida e para aguardar qualquer comando meu.

Em seguida, olho para a aranha: - Είναι ωραία. Με πιέστε προς αυτόν. (Tudo bem. Me empurre até ele).

Depois disso, esperando que ela entenda, giro 180º, ficando de costas para o escorpião, e começo a recuar. Espero que Aracne me ataque o suficiente para parecer quer me matar, mas sem me matar. De qualquer forma, teria o escudo para me proteger e tornar a batalha ainda mais convincente.

Continuaria recuando, soltando gritos e interjeições de quem está acuado e sendo vencido. Espero até chegarmos ao pé do palco onde estava o escorpião. Subo alguns degraus, ainda me defendendo do monstro e então finjo que foi mordido em algum momento anterior.

Caio de joelhos, abaixo do escorpião.

- Não! Veneno! Aranha miserável, isso não vai ficar assim! Você... - indago o escorpião - Não irá matá-la?

Espero para ver o desenrolar da situação. Ficaria atento caso ele tentasse me atacar, obviamente desviando e colocando o escudo em frente. Mas acreditava que ele não me atacaria, à princípio. Enquanto isso, olho em volta, procurando algum cantinho no qual eu coubesse. Queria poder ter a chance de me esconder, se fosse preciso.

Olho para Aracne e para o Escorpião. Eu tinha várias ideias para aquele momento, mas precisava colher informações do local e da reação do monstro antes de me decidir.

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Nível 6 – Coruja de Atena: O herói pode invocar o animal sagrado de Atena, a coruja (50/50 HP), para ajudá-lo tanto em batalha como para explorar as redondezas. O uso desta habilidade requer 20 pontos de energia.

Tudo aconteceu tão rápido que eu mal conseguia processar o que estava se passando. Meu TDAH fazia hora extra para acompanhar tudo. Eu já havia estado em lutas mais longas, mas em todas elas as minhas estratégias eram suficientes para me salvar. Agora eu enfrentava um monstro poderoso, importante e inteligente. Nada que eu já havia feito na minha vida seria capaz de derrotar ele.

Eu precisava me reinventar, mais uma vez. Com todos aqueles escorpiões chegando, e aquele monstro enorme, com o rabo sob a terra, na minha frente, eu podia estar a um passo de matar ou morrer. Eu preferia tentar matar.

Olho com desprezo para o escorpião rei: - Φάτε τη γη.

Ele não sabia, mas a minha maldição era real. Ele deveria comer terra. Sua cauda buscaria a terra o mais fundo que conseguisse, e ficaria lá.

Espero que funcione e que o monstro fique com a bunda grudada no chão. Em seguida, correria contra ele, com toda a minha defesa ativada, afastando suas pinças com o escudo até atingir sua face, a qual eu atacaria com a espada, fincando onde alcançasse, fosse o pescoço, a cara, o peito, o ombro. Giraria a lâmina e pularia pra trás, utilizando minha defesa ampliada para me defender de todas as criaturas e tentando não ficar encurralado, com inimigos às costas.

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Nível 14 - Mestre de Defesas II: O filho de Atena consegue se defender de quase todos os golpes mesmo sem escudo . O uso desta habilidade requer 40 pontos de energia. A habilidade entrará em espera por 2 rodadas.

Nível 18 - Amaldiçoar III: O Semideus agora pode amaldiçoar das mais diversas formas, invertendo os nervos do adversário(Quando ele desejar mover a perna esquerda, mover o braço direito.. E etc...) ou até mesmo provocar uma cegueira por 2 turnos. Gasta 30 Mp e entra em espera por 10 rodadas.

Aquele escorpião estava dando pano pra manga. Numa tentativa frustrante de impedir que ele fugisse, saco e finco a minha lança no ponto em que ele estava sumindo, na esperança de feri-lo mais. Caso percebesse que a terra sugaria a lança para ela, puxaria de volta para mim.

Observo a situação à minha volta.

Queria saber a reação dos reforços do escorpião. Uma tropa se intimidaria ao ver seu chefe ser derrotado, mas vê-lo ser ferido E fugir momentaneamente, devia ser ainda pior.
Caso os monstros não batessem em debandada, eles poderiam me atacar a qualquer momento, então eu precisava tomar a dianteira antes que os estupor do acontecido acabasse. Enfim, a luta propriamente dita chegara, e nisso, eu tinha experiência. Pularia com vigor na direção da criatura mais próxima e sem pestanejar, fincaria minha lança na sua cabeça, usando o escudo com maestria para afastar as pinças e a cauda.

Em seguida, me afastaria e giraria 360º com o escudo, me protegendo de qualquer animal que tentasse me atacar. Tento me movimentar bastante, de maneira a não ficar encurralado e nem ser atacado. Também fico atento ao solo, caso o monstro chefe tentasse alguma gracinha. Minha sensibilidade seria capaz de notar qualquer alteração no ambiente à minha volta.

Fico com os joelhos flexionados, o escudo cobrindo a maior parte do corpo e a lança em frente, na posição perfeita tanto para se esquivar, quanto para atacar, principalmente com aquele tipo de arma.