Faziam dois meses desde o natal...
...mas ainda nevava em New York. O vento não era só frio, ele era forte ao ponto de congelar o orvalho e pintar os vastos campos de branco. Era lindo, entretanto, tudo que era vivo mostrava-se morrediço diante do tempo álgido. Planta alguma resistia, e mortais moribundos morriam nas sarjetas da cidade congelada.
Numa impiedosa manhã de neve, o filho de Quione acordou. Ao olhar pela janela, notou que as barreiras do acampamento não estavam protegendo o lugar - o que era incomum - e apesar de se sentir confortável, o semideus tinha razões para duvidar de que tudo estava bem.
Se tinha perguntas nascendo em sua cabeça, elas logo se apagaram quando de sua cama ele viu entrar uma mulher pela porta do chalé, o rosto não poderia ser descrito de outra forma que não: divino. Seus cabelos eram brancos, e pareciam se misturar com as vestes da mesma cor, por onde passava o chão congelava. Era fácil reconhecer uma visita de sua mãe, mas a razão era uma incógnita. Ela se dirigiu até Erack, que mesmo sendo um filho da Deusa da neve sentiu-se encarangado.
- Meu filho... - ela falava como se fosse algo que se custasse a acreditar. Afinal, Deuses quase nunca encontram semideuses diretamente, mas os tempos são outros... - Eu preciso... de um favor... - Ela se sentou na cama do semideus, e suas cobertas logo congelaram e ficaram duras como pedra. O ambiente do chalé de Quione sempre foi receptivo ao frio, com paredes de mármore branco e nenhuma chaleira acesa. - Preciso que busque algo para mim, algo que me foi tomado por um bando de ladrõezinhos verdes que foram adotados por um dos seus irmãos. É algo valioso, mas está longe do meu alcance. O norte não é lugar para gregos. - O tom na sua voz era de indiferença, como se estivesse se forçando a pedir algo para seu filho, como se este fosse um mero peão de descarte.
Ela abriu a palma de sua mãe, e neve tremulou até tomar a forma de um globo. Era obviamente uma réplica do planeta, e em seu topo um X era marcado, indicando o caminho.
- O norte dos nortes. - disse a Deusa. - Far-me-ia este favor? - a pergunta era retórica. Pois ela se levantou com promessas de recompensa a seu filho. Assim que saiu pela porta, seu corpo se desfez em flocos e a neve parou de cair no Acampamento Meio-Sangue.
A estranha formalidade daquele encontro - apesar de ter sido realizado em seu quarto - fez Erack se sentir extremamente desconfortável, mas algo em seu estômago tremia como uma borboleta buscando suicídio, e ele sentia que não teria escolha.
Numa impiedosa manhã de neve, o filho de Quione acordou. Ao olhar pela janela, notou que as barreiras do acampamento não estavam protegendo o lugar - o que era incomum - e apesar de se sentir confortável, o semideus tinha razões para duvidar de que tudo estava bem.
Se tinha perguntas nascendo em sua cabeça, elas logo se apagaram quando de sua cama ele viu entrar uma mulher pela porta do chalé, o rosto não poderia ser descrito de outra forma que não: divino. Seus cabelos eram brancos, e pareciam se misturar com as vestes da mesma cor, por onde passava o chão congelava. Era fácil reconhecer uma visita de sua mãe, mas a razão era uma incógnita. Ela se dirigiu até Erack, que mesmo sendo um filho da Deusa da neve sentiu-se encarangado.
- Meu filho... - ela falava como se fosse algo que se custasse a acreditar. Afinal, Deuses quase nunca encontram semideuses diretamente, mas os tempos são outros... - Eu preciso... de um favor... - Ela se sentou na cama do semideus, e suas cobertas logo congelaram e ficaram duras como pedra. O ambiente do chalé de Quione sempre foi receptivo ao frio, com paredes de mármore branco e nenhuma chaleira acesa. - Preciso que busque algo para mim, algo que me foi tomado por um bando de ladrõezinhos verdes que foram adotados por um dos seus irmãos. É algo valioso, mas está longe do meu alcance. O norte não é lugar para gregos. - O tom na sua voz era de indiferença, como se estivesse se forçando a pedir algo para seu filho, como se este fosse um mero peão de descarte.
Ela abriu a palma de sua mãe, e neve tremulou até tomar a forma de um globo. Era obviamente uma réplica do planeta, e em seu topo um X era marcado, indicando o caminho.
- O norte dos nortes. - disse a Deusa. - Far-me-ia este favor? - a pergunta era retórica. Pois ela se levantou com promessas de recompensa a seu filho. Assim que saiu pela porta, seu corpo se desfez em flocos e a neve parou de cair no Acampamento Meio-Sangue.
A estranha formalidade daquele encontro - apesar de ter sido realizado em seu quarto - fez Erack se sentir extremamente desconfortável, mas algo em seu estômago tremia como uma borboleta buscando suicídio, e ele sentia que não teria escolha.