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Herois do Olimpo RPG

Fórum de Mitologia Grega baseado em Percy Jackson e os Olimpianos e Os Heróis do Olimpo!


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Will Kross

Will Kross
Filho(a) de Netuno
Filho(a) de Netuno

Formulário:
Nome da narração: A traição
Objetivo da narração: Seria investigar roubos de artefatos mágicos, mas sou sequestrado no meio do caminho e aí preciso escapar.
Quantidade de desafios: 2
Quantidade de monstros: 3
Espécie dos monstros: Anão, semideuses (Filho de Ares) e Leão

Nem tudo acontece da maneira como esperamos. É a lição que a vida marca em meus joelhos dia após dia. Minha boca já não tinha forças para se abrir mais e o sangue que antes marcava minha face agora repousava em minhas mãos, em um ato de protesto que só os deuses podiam interpretar. "Nós merecemos os heróis que temos" Disseram-me. Mas não havia qualquer herói ali. Parei por alguns instantes para refletir além dos tapas que eram dados em minhas bochechas. Já não sabia se ainda estava sendo espancado ou se havia ocorrido há algumas horas, só havia o arder da pele e o cheiro podre da masmorra. A pior parte era que algumas vezes já não sabia mais quem eu era. Por longos anos, só conseguia enxergar o acampamento num mix de recreação e treinamento. Não sabia porque o faria. Não sabia se fazia aquilo para me proteger ou ser mais um peão para os deuses. Menti para mim mesmo cada minuto em que estava ali, dizendo que havia um bem maior. Começava a me questionar se isso era verdade. Estava sendo preso por aqueles que jurei ajudar. Fazia algumas semanas desde que estava sendo mantido naquele armazém. Periodicamente, dois grandalhões entravam e me maltratavam. Era o preço da minha ignorância. Subestimara o maior dos monstros e o mais perigosos dos seres: O humano. Não sabia quanto tempo me deixavam sozinhos entre uma surra e outra, mas percebia que era descanso o suficiente para o cicatrizar das feridas. Só era preciso espalhar um pouco de néctar ou seja lá o que fosse, para que eu me transformasse num saco de pancadas novo em folha. Alimentação e água se resumia ao suficiente para não morrer, longe de todos os que um dia chamara de amigos. "Nenhum deles veio te salvar" disse à mim mesmo.

Já havia passado por várias etapas no durar do cativeiro. A primeira delas foi o questionamento constante sobre meu resgate. Alguns dias depois eu notei a verdade massacrante. Ninguém iria me socorrer. Sorte antes seria se eu passasse a minha vida sendo torturado e não morto por capricho. Agora, sorte minha seria se minha vida não durasse um segundo a mais. Meu tridente sempre esteve a minha frente, manchado de sangue em suas pontas. Haviam tentado quebrá-lo, sem resultado. Pararam de tentar quando perceberam que poderiam utilizá-lo para me machucar. Vez ou outra brandiam-no para para cortar meus braços ou costas. Era a maneira deles de dizerem que estavam cortando minhas asas com minhas próprias mãos.

Passaram a trazer pessoas diferentes para me visitar após alguns dias. Estava vivendo uma nova manhã, pronto para ser castigado, quando entraram duas crianças. Uma delas parecia estar com medo. Tremia dos pés à cabeça enquanto balançava um chicote fino. Um velho conhecido. Conhecia tão bem cada um de seus espinhos tanto quanto lembrava do sorriso da minha mãe. Neguei, pedi, supliquei. O balançar das correntes ecoava pela sala, o bronze celestial tilintando enquanto eu o forçava para frente. Não conseguia andar e era inútil utilizar qualquer um dos meus poderes. Estava lidando com outros semideuses. No fundo, sentia que eles haviam me dominado de outra forma, um controle mental forte. Senti minha pele se abrir a cada investida e a felicidade tomar conta dos pequenos que me batiam. Arregalei os olhos, surpreso. Para eles parecia satisfatório me ver sofrer. Começava a não poder julgá-los. Parecia ser a natureza do ser humano: Ser mal. A cada investida tentei acumular umidade, conjurar um pouco de água atrás de mim, inutilmente. Estava cansado. Antigamente conseguia abrir brechas para tentar uma fuga. Agora eu havia sido resumido a uma atração. William Krosser, o freguês dos 7 mares.


[...]

Senti minhas feridas abrirem a cada flexão. O suor caia ao chão enquanto eu forçava minha musculatura para realizar meus treinamentos diários. O fio da minha espada estava alinhada à minha testa, de modo que se eu descesse demasiadamente ou não tivesse forças para subir, teria mais um corte em minha cabeça. Parei por alguns instantes e me sentei no centro do lugar. Algumas prateleiras estavam espalhadas ao redor da sala, as grades da minha prisão. As paredes estavam manchadas, marcas vermelhas e rachaduras diversas. Em minha mente voltaram fragmentos de memória. Cada batida de desespero. Ah, sim, tinha sido no começo de tudo. "Havia sido sequestrado no meio de uma missão" falei para mim mesmo, tendo manter-me são e antenado da minha própria realidade. "Tudo que havia feito para tentar escapar estava pintado naquelas pedras. Todos os gritos para Pierre e Saito. Todos os apelos aos heróis. Tentara lançar jatos de água e até derrubar a porta com força física. Mas nada além de falhas dolorosas e castigos mais severos me aguardavam, fosse por fraqueza minha, fosse por desejo dos deuses" Agora eu nada fazia além de me conformar e treinar. Meu conforto estava em encarar meu tridente e tentar conjurar um pouco de água, sentindo-me um só com o oceano. Talvez por loucura minha, talvez não, sentia como se meu pai me observasse, aguardando uma reação.

- A dor salva e a dor corrompe. -
Recitei - A dor alivia e a dor reprime. É a dor que me mantém preso. É a dor que vai me libertar. - Ouviu-se o girar das engrenagens e eu me levantei. Sabia o que estava para vir, mais um teste. Havia alguns dias em que tinham me deixado ficar livre na cela e liberavam monstros para que eu derrotasse. Não fortes o suficiente para me matar, mas não fracos o suficiente para que eu tivesse uma vitória rápida. Estava sendo feito de palhaço, mas dessa vez existia um plano.

A porta se abriu, revelando um anão coberto por malha metálica. O guerreiro brandia seu machado no ar, praguejando em alguma língua que eu não compreendia. Parecia que o mestre dos magos tinha tomado esteroides e abusado dos entorpecentes. Enquanto ele avançava comecei a contar "1...2...3...". Arremessei o tridente, observando o anão se jogar para o lado, desviando das pontas da arma. Mas ele não era o alvo. A porta prestes a se fechar parou, sendo impedida pela parte de cima da minha arma. O oricalco segurava a minha saída, eu só precisava lidar com o oponente. O primeiro ataque veio e eu revidei, aproveitando a energia do néctar para expulsar meus demônios com uma rajada de água escura. Ele recuou, cuspindo com certo nojo em seus olhos. Me joguei para frente, segurando-o pelo braço e tentando jogá-lo longe. Me surpreendi com uma cabeçada, ficando um pouco atordoado. Comecei a lançar jarradas de ar, moldando-o em pequenas esferas e lançando-as. Caixas caíam das prateleiras e vidros quebravam quando o impacto as atingia.

- Cuidado com o que faz, filho de Poseidon -
Advertiu o anão. Cerrei os olhos, voltando a mim. Agora que estava mais perto pude enxergar alguns detalhes. Ele era horroroso. Sua pele era repleta de marcas esverdeadas e bolhas, como se tivesse mergulhado em um tanque de substâncias químicas. Suas mãos eram gordas e feias, como se um gordinho alérgico tivesse brincado de dar murro em colmeia de abelhas. Não era humano e cá entre nós, eu era muito bom em chutar traseiro de gente daquele tipo. Meus ossos doíam a cada caminhada e minha musculatura ameaçava ceder. Quando me dei conta, estava com o punho da espada em minhas mãos. O pingente se transmutara numa lâmina de ouro imperial brilhante, a espada que meu pai me dera. Movimentei-a, vendo a criatura apará-la por mais duas, três, quatro vezes. Girei o fio enquanto dava uma passada para frente, encarando-o de perto. [b"Bu"[/b] disse elevando minha mão frente ao seu rosto e lançando mais um jato com minha Hidrocinese. Não esperei para ver o que aconteceria. Comecei a correr, gemendo de dor e sentindo minhas feridas se abrirem. Pude ouvir os grunhidos vindo da sala quando retirei minha arma e a porta se fechou, prendendo o anão lá dentro. Minha expressão se alternava entre raiva e felicidade. Meus olhos lacrimejavam, lágrimas de um fugitivo. Meu coração saltava em meu peito e a adrenalina corria em minhas veias.

Estava atordoado. Uma mente resumida a um homem que estava a beira da loucura. No corredor surgiram os dois grandalhões que antes me torturavam. Em suas mãos nada além de soqueiras douradas esperavam para me interceptar. Comecei a perder o controle. A partir daí nada além de fragmentos de memória. Gargantas abertas. Os que apareciam eram sufocados pelo seu próprio sangue. As pontas do meu tridente invadiam seus pescoços, como se devolvesse em uma só estocada toda a dor que me fizeram passar. Os grandalhões não eram vilões. Não eram monstros que retornariam ao tártaro e algum dia podiam voltar para me assombrar. Eram meio-sangues que haviam mexido com um cara normal e tiveram mortes normais no final. Mais inimigos, homens jovens e bonitos, com uma voz chamativa e um poder por trás das palavras. Tentaram controlar minha mente, como das outras mil vezes. Algumas coisas deram certo, outras não. Anjos sussurrantes lançando ameaças à minha alma se eu reagisse à sua vontade. Meu corpo respondia que eu não sabia mais se havia uma alma para ser salva. Meu braço todo ardia com cortes e minha lucidez voltava a parcialidade. Sabia que não era eu que estava no controle do meu próprio corpo, mas não me importava. Cada célula do meu corpo era possuída pelo ódio naquele momento. Tentei utilizar a água para pressionar as feridas e estancar o sangramento nos maiores pontos, mas eu não estava em minha melhor forma. Adiantaria alguma coisa agora? Seria um idiota de pensar que conseguiria sair dali naquele estado. Olhei para trás, onde os corpos estavam caídos ao chão. Eu havia os matado? Senti a pontada de dor em minha barriga, local o qual uma flecha se projetava. Caí de joelhos. Vendo surgir mais uma orda de inimigos. Não havia muito o que eu poderia fazer. Não fosse Black eu teria morrido. O ceifador apareceu das sombras, atacando o grupo de semideuses que me afrontavam. Respirei pesadamente, sentindo minha garganta seca e o gosto de sangue em minha boca. Deitei-me no chão, vendo os passos do Filho de Poseidon na minha direção. Não sabia se ele também havia se voltado contra mim ou se viera me salvar. Antes de apagar, pedi aos deuses que se tudo ali fosse um sonho, eu queria que acordasse logo.


[...]


Meus olhos se abriram para um ventilador de teto. Meu corpo todo estava dormente, efeitos da medicação. Estava melhor. Não sabia há quantos dias ou meses estava inconsciente. No fundo não importava. Sabia que não estava mais naquele lugar. Em minha mente ainda haviam fragmentos do que ocorrera. Sabia que nunca conseguiria esquecer aquilo. As cicatrizes não me permitiriam. Ezio entrou no quarto, trazendo-me um café da manhã simples. Encarei o bacon e os ovos como se fossem algo de outro mundo. Comecei a devorar a comida, quase me engasgando com o café.
- Olhe Will, houve uma armadilha. Eles me tiraram dali para conter você - Falou o filho de Poseidon com um olhar de culpa. Preferi não comentar.
-Acharam alguma coisa? - Perguntei, tentando desviar um pouco o assunto de mim. Percebi que minha mão tremia involuntariamente. Fechei os olhos e voltei-me novamente para minha refeição, ouvindo atentamente.
- Estão invocando alguma coisa grande. Conseguimos pegar alguns artefatos que eram de grande valia para o ritual, então atrasamos um pouco o processo. Tânatos havia me alertado a respeito disso. Seja lá o que essa coisa for, ele não quer que venha ao mundo mortal , a qualquer... -
- Custo - Completei. Ele assentiu.
- Você precisa voltar ao acampamento, não está em condições de ajudar -
- Não é um pouco tarde para isso? -
- Não foi um pedido. Pierre quer você de volta lá. Deixe que eu cuido disso, certo? - Levantou, caminhando até a porta e lançando um último olhar, estava se despedindo

A partir daí só me restava assistir um reality show de autônomos na TV Hefesto. Apesar de achar até interessante, minha mente estava distante. Não suportava a ideia de que tudo aquilo tinha sido em vão. Toda aquela dor e aquela raiva. Não acreditava que eu tinha fracassado mais uma vez. Minha mão tremia com o punho cerrado. Parte de mim queria colocar Black de joelhos e lhe esmurrar a cara por não ter me alcançado mais cedo. Se ele tivesse um mínimo de discernimento teria me esperado e me ajudado quando precisei. Agora tinha de voltar de mãos abanando. Não sabia se podia me julgar fraco ou se a culpa fora de outra pessoa. Eu não pude prever que seria traído. Fechei meus olhos e a própria escuridão entre as minhas pálpebras tremeu, sentia como se voltasse no tempo para mais uma lembrança. Estava na rodoviária de novo. Balançava os pés enquanto encarava as cartas de Denise. Para minha surpresa, a filha de Ares tinha a coleção inteira do "Baralho Divino, Edição Cronos Esmaga Mendigo".

- Você não está com medo? - Perguntei, tentando fazê-la levar a sério a situação.
- Não sei em roma, mas os gregos de hoje em dia não tem medo de monstros - Retrucou de maneira mais xenofóbica impossível. Estava diante de uma das que acreditavam que os gregos eram superiores. Poderia argumentar que já estivera do outro lado ou que na realidade éramos mais organizados e disciplinados, mas não levaria a lugar algum. Estaríamos sempre em pé de desigualdade. Suspirei fundo. - Não são monstros... - E de fato não eram. Kyle tinha pedido a Pierre minha ajuda. Como um dos filhos de Netuno mais fortes, eu seria o melhor para fazer o rastreio. A missão era simples: Rastrear um grupo de semideuses que estavam roubando itens mágicos de semideuses espalhados por Nova Iorque. Na maioria dos casos não havia sucesso em capturá-los, mas todas as vezes a trilha deles acabava num mesmo local: Baía de Newark. Acreditava-se que havia algum filho de Poseidon envolvido e que havia ajudado a escaparem pela água. A parte que me deixava mais aflito era o que acontecia com as vítimas dos roubos: Mortos em pedacinhos. Aparentemente a polícia mortal também estava se envolvendo, investigando um possível serial killer.

O motorista pigarreou, chamando nossa atenção. Notei que o homem estava de pé nos encarando talvez já algum tempo. Peguei a passagem em um dos meus bolsos e estendi à ele.
- Ahm... desculpe.
- Não se preocupe meu jovem. - Amenizou - Você parece atordoado. Tem alguns leões para derrubar mais tarde ein - Sorriu. Queria que ele estivesse errado. Em um piscar de olhos já estávamos em Nova Jersey. A maioria dos passageiros já havia descido, talvez todos eles. A campista comentava comigo alguma coisa sobre as cartas enquanto pegávamos nossas mochilas quando ouvi o rugir logo a frente. A porta se fechou. Virei meu rosto para o motorista e percebi a ironia que ele tinha na sua fala anterior. O terno azul da empresa de transporte se transformava em uma bola de pelo enquanto suas mãos se contorciam em quatro patas gigantes. As presas rasgaram o estofado dos assentos quando ele se apoiou. O leão tinha olhos amarelos pulsantes, sedentos por... bom, gente como nós. Percebi que ele se colocara de lado, tentando impedir nossa passagem pelo corredor. Meus instintos gritavam e a adrenalina corria pelo meu corpo. Não estava com medo. Estávamos em maior número e acreditava que conseguiríamos lidar com ele trabalhando com ataques duplos. Quando dei um passo a frente, pronto para transmutar meu tridente, senti um frio em minha garganta. O brilho dourado em meu pescoço me surpreendera como um tapa na cara. Denise estava às minhas costas, empurrando sua espada contra mim.

"Acho que não, romano. Você tem duas escolhas. Pode se unir a nós ou afundar na baía." Franzi as sobrancelhas. A primeira coisa que me veio à mente foi "Que porra é essa?". Para o bem ou para o mal, não consegui raciocinar direito. Meu corpo pedia para reagir, como fizera boa parte da minha vida lutando contra ameaças piores. Respirava fundo, tentando afastar mais sua lâmina da minha pele, um velho truque que aprendera no acampamento. Fechei os olhos, buscando uma resposta. Não conseguiria conversar. Uma palavra errada poderia significar sushi de semideus. Sabia que se tentasse transmutar meu tridente não seria rápido o suficiente. Tinha de utilizar minhas habilidades como neto de Magia. Respirei fundo mais uma vez, concentrando-me no ar que estava ao meu redor. Foquei em fazer o mesmo que aprendera com a água, mas dessa vez manipulando uma rajada de vento. Ordenei que empurrasse a espada para longe de mim. Vum. Uma pancada de ar empurrou o braço dela para frente, o suficiente para que eu o segurasse. Denise empurrou a lâmina de volta de volta, forçando seu braço contra o meu. O leão urrou, ameaçando vir para cima. Ela gritou para que ele parasse, afirmando que tudo estava sob controle. O orgulho de Ares era quase que um presente nessa hora. Sabia que não poderia aguentar por muito tempo. Antes que pudesse me esgotar, foquei em meu bracelete e no poder do oceano que continha dentro de mim, imaginei as ondas avançando na direção da praia e chamei a água para perto de mim. Próximo ao meu calcanhar, lancei o líquido o mais forte que consegui. A pancada foi suficiente para que ela se desequilibrasse. Joguei o braço para frente, batendo-o num dos assentos e a desarmando. O som do ouro imperial tocando o chão foi como o botão de raiva que o leão esperava. O monstro avançou, pronto para comer salmão de Kross.

Não tive mais que alguns segundos para reagir. Denise já se levantava mais uma vez para me segurar. Me joguei abaixo do leão quando ele saltou e apontei para o chão abaixo da filha do deus da guerra. O símbolo do pentagrama se formou numa luz roxa brilhante, o desenho segurou a garota tempo suficiente para que a confusão acontecesse. A fera fechou a boca, tentando não devorar sua própria companheira. Mas com aquele impulso eu duvidava que o freio de uma ferrari pudesse pará-lo. Os dois bateram na parte traseira do veículo, fazendo tudo chacoalhar. Comecei a correr, percebendo que estava um pouco tonto. Olhei para meu braço enquanto descia do ônibus, sentindo o desconforto. Sangue. A espada de Denise havia me acertado em algum momento. O corte me deixara mais lento, como se me drenasse de alguma forma. Não tinha como tratar aquilo agora. Rapidamente me juntei à um grupo aleatório que passava pelo local, se dirigindo à entrada do local. Observei e vi que todos ali carregavam placas de "Tenho DST e assumo". Peguei um dos panfletos que falavam sobre Herpes Genital e comecei a seguí-los, copiando sua expressão de felicidade. Uma velhinha lançou-me uma piscadela seguida de um "Não há do que se envergonhar, filho!". Aproveitei a oportunidade para olhar de canto para trás. Outros passageiros desciam dos demais ônibus e Denise se perdia na multidão, seguindo outra direção. Suspirei e caminhei com o grupo até uma entrada que dava acesso direto ao metrô. Aparentemente ninguém seguia por ali, mesmo aparentando estar aberto. Desci as escadas apressadamente e pulei a catraca. Lembrei-me do que Kyle havia dito. Black Wolf estaria nos esperando ali para nos ajudar. Ao que tudo indicava, nossa missão envolvia o Deus da Morte. Estudei o ambiente. O local estava iluminado por algumas lâmpadas espalhadas em pontos entre uma pilastra e outra. Havia duas trilhas paralelas, a que eu estava iria até o centro da cidade e a outra para uma cidade vizinha. Não havia sinal do filho de Poseidon em qualquer lugar. Estava sozinho. Peguei uma garrafa de água de um dos meus bolsos e derramei o líquido gentilmente em meu braço. A água se juntava ao ferimento, não me sentia muito melhor, não era água o suficiente. Permite que me molhasse, de maneira a limpar um pouco do sangue. Olhei para os lados e praguejei em latim quando as patas estavam descendo as escadas. O leão havia me farejado, mas Denise não estava com ele. O monstro saltou por cima da catraca e só agora pude ouvir os gritos ao longe. Podia deduzir que a névoa não tivera muito trabalho para disfarçá-lo aos olhos mortais.

- Eu entreguei a passagem errada? -
Perguntei com as mãos tocando meu bracelete. Engrenagens giraram e o metal se dobrou até adquirir um formato que eu conhecia há muitos anos. Vi-me com o tridente em mãos. Girei o cabo no ar em ameaça. - Aqui é fora das terras do reino, Simba - Visto que tentou me morder em seguida, não achei que ele tivesse gostado da referência. Saltei para o lado, vendo ele morder o ar. Invoquei o escudo grande de minha tatuagem no momento em que ele tentara raspar suas garras em mim. Aparei com o item e vi minha defesa cair ao chão. Aaah, merda.. Estoquei, raspando a ponta elétrica no meu tridente em sua juba. As chaspas de eletricidade lhe fizeram recuar com certo desconforto. Recuei, sentindo meu braço arder com os três cortes. As garras do animal abriram três cortes em meu antebraço, forçando-me a segurar o tridente com a outra mão. Arremessei a arma, vendo as pontas baterem em suas costas e caírem ao chão. Nada além de um desconforto. Anotação mental: eu não era tão bom arremessando coisas. Toquei o chão, sentindo o piso tremer a medida que o monstro se aproximava. Aguardei, até parecer que ele estava bem próximo de me atingir. BUM. O chão se partiu, dando espaço para um Geiser em tamanho reduzido. As águas negras jorravam em alta pressão para cima, aumentando de altura até atingir 4 metros. Um vulto caiu ao chão, se desfazendo em poeira dourada.

- Acabou a brincadeira, Kross -
Disse uma voz familiar mais ao longe. Me virei para a entrada e lá estava Denise com mais dois brutamontes. Os três me encaravam com um olhar de maldade. A partir desse momento minha visão começou a ficar embaçada. O braço onde Denise havia me acertado começou a arder e eu só tive tempo de chamá-la de vagabunda antes de desabar no chão frio do metrô.

[...]

Estava numa cela iluminada apenas por velas. Era do tamanho de um quarto. Havia uma única entrada indicada por uma placa de metal azul. Não havia maçaneta, mas era possível ver alguns fios na lateral, como se fosse acionada à longa distância. Meu tridente estava deitado alguns metros à minha frente junto à meu pingente. Denise estava caminhando por entre as velas, encarando a chama delas com um sorriso no rosto.

- Você não facilitou para nós, não é? -
Contraí o bíceps, colocando força para frente e percebi que estava amarrado. As correntes de bronze não me deixavam me movimentar muito para frente. Me mantive calado, aguardando.

- Você vai implorar para se juntar a nós. E quando isso acontecer, vai nos ajudar a dar um fim à tudo. -
Falou caminhando para a porta - Quando acharmos divertido, vamos tirar essas correntes. Aí brincamos mais. É isso que fazem no acampamento, não é? - Ironizou. A porta se abriu horizontalmente e ela saiu, me deixando sozinho com meus pensamentos. Esse foi o começo do período mais difícil da minha vida. Uma missão que sequer pôde ser concluída. A minha missão tinha acabado ali, naquele hospital. Mas não podia deixar a história acabar por aí.

- Vamos, peixe -
Disse Clark na porta da sala, aguardando para me escoltar de volta para o acampamento.


Passivas:
Nível 4 - Regeneração Aquática [Inicial]:
Por cada turno que permanecer em contato direto com a água (pelo menos até a altura da cintura, ou dos joelhos, no caso de água corrente), o herói irá regenerar 3% pontos de MP e 3% pontos de HP.

Nível 5 - Tridente:
Possuindo um tridente, o filho de Poseidon tem seus poderes sobre a água aumentados, melhorando todos os poderes baseados neste elemento.

Nível 5 – Especialização Elemental I:
O filho de Hécate escolhe um dos cinco elementos (Ar, Água, Terra, Fogo e Trovão), e especializa-se nele. Recebendo bônus em dano e controle sempre que o usar, além de gastar 10% de WIS a menos em energia em habilidades com este elemento. (O personagem deverá colocar na ficha qual é o elemento escolhido) (+5% DO WIS QUANDO USADO COM ELEMENTO ESCOLHIDO). O semideus também pode criar UMA Habilidade Única Extra relacionada ao seu elemento Especializado para este nível.

Nível 9 - Forças Extras:
Agora o filho de Hécate conseguira criar elementos com a habilidade ativa Forças. A criação elementar terá sua força definida pela quantidade de WIS do personagem.

Nível 9 - Perícia com Lanças [Intermediário]:
Confere nível de perícia [Intermediário] para a perícia com Lanças. Permite que o herói treine suas outras perícias até o nível [Intermediário].

Nível 10 - Invocação da água:
Agora o Semideus consegue invocar a água com a ativa de Hidrocinese .

Nível 11 - Filho do Mar:
O herói agora sente o Mar dentro de si, e pode usá-lo para melhorar suas habilidades.



Ativas:

Nível 1 - Forças:
O filho de Hécate manipula um dos cinco elementos em quantidades de acordo com o número total de WIS do semideus. Por exemplo: Pode usar uma tocha pra disparar uma bola de fogo básica ou fazer uma labareda gigantesca. Requer no mínimo 20 pontos de energia que podem ser acrescidos de acordo com a quantidade de elemento controlado, a decisão ficando ao encargo do narrador. Essa habilidade poderá ficar ativa por mais de uma rodada, como por exemplo para fazer uma esfera de água flutuar no ar, caso isso ocorra o custo por rodada será igual ou semelhante ao custo inicial, tudo definido pelo narrador.


Nível 1 - Hidrocinese:
O herói é capaz de manipular a água e controlar quantidades do mesmo de acordo com a sua WIS vezes 1,5, desde pequenas agulhas de água até ondas gigantescas. O uso desta habilidade requer no mínimo 20 pontos de energia que podem ser acrescidos de acordo com a quantidade de elemento controlado, a decisão ficando ao encargo do narrador. Essa habilidade poderá ficar ativa por mais de uma rodada, como por exemplo para fazer uma esfera de água flutuar no ar, caso isso ocorra o custo por rodada será igual ou semelhante ao custo inicial, tudo definido pelo narrador.

Nível 5 – Pentagrama I:
Um círculo que contem uma estrela de cinco pontas se desenha nos pés do oponente, levando poucos segundos para se completar. Esse círculo prende o oponente por 2 rodadas (3 contra seres do submundo). Seu efeito é como se o alvo estivesse preso dentro de um enorme cone invisível que não o deixa sair do raio do círculo. Efeitos específicos desses habilidade podem ser decididos pelo narrador (se vai funcionar contra oponentes grandes ou pequenos). O uso desta habilidade requer 50 à 80 pontos de Energia e entrará em espera durante 4 rodadas após o fim de seu efeito. Quanto maior o alvo, mais propenso a quebrar se torna o pentagrama (equivalente ao WIS), e ainda pode se vencido por WIS ou FOR muito superiores à WIS do conjurador.

Nível 8 - Geiser [Inicial]:
Em posse de um tridente, o herói é capaz fazer água do mar jorrar do chão com uma pressão muito alta, aumentando até chegar a um potente geiser que poderá alcançar até 6 metros de altura durante 1 rodada. O uso da habilidade requer 40 pontos de energia. As habilidade Geiser, Tormenta e Fúria da Maré entrarão em espera durante 3 rodadas após o término do efeito.


Itens:
Equipamento:

- Calça Leve com compartimento para 6 garrafa -1- (Com 1 garrafa de água)
- Armadura Espartana Completa [Bronze] (Tatuagem “Pégaso”, Costas) -2-
- Escudo Grande (Tatuagem “Tridente”, Pulso)
__________________
Acessórios:

- Bracelete do Mar -6-
- Tridente [Oricalco][Gélido&Elétrico][Transmutação:Bracelete][H] -4-
- Espada [Ouro Imperial][Média][Gélida][Transmutação:Pingente]

__________________

Obs: - 1 Garrafa de água.

#1

Ártemis

Ártemis
Deusa Olimpiana
Deusa Olimpiana
|CANCELADA|

De acordo com o tutorial: "Continua possuindo as mesmas regras de uma missão comum"
Então vc não pode postar uma one post enquanto participa de uma narração (vc esta na missão do surubão)

|postar depois que terminar essa missão|

#2

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