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por Clark Kross 08/07/20, 11:04 pm

Clark Kross

Clark Kross
Filho(a) de Mercúrio
Filho(a) de Mercúrio

Formulário:
Nome da narração: A traição
Objetivo da narração: Averiguar a existência de animais mágicos próximo à Baía de Newark
Quantidade de desafios: 2
Quantidade de monstros: 2
Espécie dos monstros: Anão e Leão

Nem tudo acontece da maneira como esperamos. É a lição que a vida marca em meus joelhos dia após dia. Minha boca já não tinha forças para se abrir mais e o sangue que antes marcava minha face agora descia até minhas mãos e se encontrava no chão frio. "Nós merecemos os heróis que temos" Disseram-me. Mas não havia qualquer herói ali. Parei por alguns instantes para refletir além dos tapas que eram dados em minhas bochechas. Já não sabia se ainda estava sendo espancado ou se havia ocorrido há algumas horas. Só havia o arder da pele e o cheiro podre da masmorra. A pior parte era que algumas vezes me perguntava quem eu era. Por longos anos, eu só conseguia enxergar o acampamento num mix de recreação e treinamento, sem nunca pensar nada além disso. Descanso e sangue. Assim como agora. Não era isso que ela tinha me dito no começo? Eu não passava de um mero brinquedo na mão dos deuses, assim como era um brinquedo na mão de seus filhos. Não foi fácil ver isso. Menti para mim mesmo cada minuto em que estivera ali, dizendo que havia um bem maior para tudo que fazia e que com certeza o mundo ainda precisava de mim. Mas nos momentos finais comecei a me questionar se isso era verdade. Estava no cativeiro daqueles que achei que existiam para me ajudar.

Fazia algumas semanas desde que estava sendo mantido naquele armazém. Periodicamente, dois grandalhões entravam e me maltratavam. Era o preço da minha ignorância. Subestimara o maior dos monstros e o mais perigosos dos seres: O humano. Não sabia quanto tempo me deixavam sozinho entre uma surra e outra, mas percebia que era descanso o suficiente para o cicatrizar das feridas. Só era preciso que eles espalhassem um pouco de néctar ou seja lá o que fosse, para que eu me transformasse num saco de pancadas novo em folha após certo período. Alimentação e água se resumiam ao suficiente para não morrer. Um final solitário, longe de todos os que um dia chamara de amigos. "Nenhum deles veio te salvar" disse à mim mesmo.

Já havia passado por várias etapas no durar do cativeiro. A primeira delas foi o questionamento constante sobre meu resgate. Levou alguns dias para que a verdade massacrante me atingisse. Ninguém iria me socorrer. Antes, sorte seria se eu passasse a minha vida sendo torturado e não morto por capricho. Agora, sorte minha seria se minha vida não durasse um segundo a mais. Minha adaga sempre esteve à minha frente, com sua lâmina manchada de sangue. Haviam cogitado quebrá-la, mas perceberam que poderiam utilizar para me machucar. Vez ou outra brandiam-na para para cortar meus braços ou costas. Era a maneira deles de dizerem que estavam cortando minhas asas com minhas próprias mãos.

Passaram a trazer pessoas diferentes para me visitar após alguns dias. Estava vivendo uma nova manhã, pronto para ser castigado, quando entraram duas crianças. Uma delas parecia estar com medo. Tremia dos pés à cabeça enquanto balançava um chicote fino. Um velho conhecido. Conhecia tão bem cada um de seus espinhos tanto quanto lembrava do sorriso da minha mãe. Neguei, pedi, supliquei. O balançar das correntes ecoava pela sala, o bronze celestial tilintando enquanto eu o forçava para frente cada vez que era atingido. Não conseguia andar para tentar desviar e era inútil pedir ajuda aos deuses. Mercúrio, Belona... nenhum me dera forças suficiente. Em um dos meus momentos de descanso, parei para refletir com o que estava lidando. Eram outros semideuses. No fundo, sentia que eles haviam me dominado de outra forma, um controle mental forte. Senti minha pele se abrir a cada investida e a felicidade tomar conta dos pequenos que me batiam. Arregalei os olhos, surpreso. Para eles era satisfatório me ver sofrer. Começava a não poder julgá-los. A cada dia que passava ali, começava a pensar que era essa a natureza do ser humano: Ser mal.

Não conseguira fazer nada dessa vez. Em outros momentos, até conseguia abrir brechas para tentar uma fuga, mas não sabia como. Eu estava no acampamento há muito tempo, mas não tinha experiência de campo. Era a minha primeira vez fora do acampamento. Estava cansado. Meus olhos pesaram enquanto passavam o gel em minhas feridas e eu desabei, aproveitando meu breve momento de paz.


[...]

Senti meus músculos se forçarem a cada flexão. O suor caia ao chão enquanto eu forçava minha musculatura para realizar meus treinamentos diários. O fio da minha Assassin's dagger estava alinhada à minha testa, de modo que se eu descesse demasiadamente ou não tivesse forças para subir, teria mais um corte em minha cabeça. Parei por alguns instantes e me sentei no centro do lugar. Algumas prateleiras estavam espalhadas ao redor da sala com vasos, livros e demais itens. Eram as grades da minha prisão. As paredes estavam manchadas de marcas vermelhas e rachaduras diversas. Em minha mente voltaram fragmentos de memória. Cada batida de desespero. Ah, sim, tinha sido no começo de tudo. "Havia sido sequestrado no meio de uma missão" falei para mim mesmo, tentando manter-me são e antenado da minha própria realidade. "Tudo que havia feito para tentar escapar estava pintado nessas pedras. Todos os gritos para Pierre e Saito. Todos os apelos aos heróis. Tentara lançar investidas e cortes rápidos nas laterais da porta e em qualquer lugar que eu visse pela frente e pudesse me dar brecha para escapar. Mas nada além de falhas dolorosas e castigos mais severos me aguardavam, fosse por fraqueza minha, fosse por desejo dos deuses" Agora eu nada fazia além de me conformar e treinar. Meu conforto estava em olhar a porta e tentar utilizar minhas aptidões de ladrão, sentindo-me como um meio-sangue preso em uma das minhas pegadinhas e tentando dar um jeito de sair dali. Talvez por loucura minha, talvez não, sentia como se meu pai me observasse, aguardando uma reação.

- A dor salva e a dor corrompe. - Recitei - A dor alivia e a dor reprime. É a dor que me mantém preso. É a dor que vai me libertar - Ecoou pela sala o girar das engrenagens e eu me levantei. Sabia o que estava para vir, mais um teste. Havia alguns dias em que tinham me deixado ficar livre na cela e liberavam monstros para que eu derrotasse. Não fortes o suficiente para me matar, mas não fracos o suficiente para que eu tivesse uma vitória rápida. Estava sendo feito de palhaço, mas dessa vez existia um plano.

A porta se abriu, revelando um anão coberto por malha metálica. O guerreiro brandia um pequeno machado no ar, praguejando em alguma língua que eu não compreendia. Parecia que o mestre dos magos tinha tomado esteroides e abusado dos entorpecentes. Enquanto ele avançava comecei a contar, da mesma maneira que havia tentado das outras vezes, torcendo que agora conseguisse "1...2...3...". Arremessei a adaga, observando o anão se jogar para o lado, desviando da ponta da arma. Mas ele não era o alvo. A porta prestes a se fechar parou, sendo impedida pelo cabo da arma. Faíscas voaram e fios saltaram da sua extremidade. Em poucos instantes a saída se abriu completamente mais uma vez. Era minha oportunidade de sair, eu só precisava lidar com o oponente. O primeiro ataque veio e eu revidei, girando para o lado e empurrando o anão para trás. Aproveitei a energia do néctar para expulsar meus demônios em uma corrida, me impulsionando para um salto. Minhas feridas ardiam, como se ameaçassem se abrir novamente. Antes que pudesse me arrepender, pulei por cima do anão, sentindo o meu braço doer em pleno ar. Não olhei para ver o que era. Preferi não, caminhei para a lateral quando ele tomou a minha frente novamente com a arma, me impedindo de sair. Percebi que eu respirava pesadamente, mas não era de cansaço. Filhos de mercúrio não se cansavam assim tão facilmente. Era de medo. Estava aterrorizado com tudo aquilo. Minhas mãos chacoalhavam como se eu estivesse em uma dança. Nunca havia passado por aquilo em nenhum dos meus treinamentos. Merda, eu não sabia que seria assim. Teria prestado mais atenção ou sei lá, arranjado um jeito de ficar mais forte. Engoli em seco e agarrei o monstro pelo braço. Não havia outra saída se não lutar. Busquei forças para jogá-lo longe. Teria conseguido não fosse a cabeçada em minha virilha. Cambaleei para trás, um pouco atordoado. Meu coração martelava no peito e a adrenalina corria por meu corpo, me deixando atento à cada aspecto do combate. Me joguei para o lado, a tempo de ver a lâmina do pequenino cortar o ar aonde segundos atrás eu me encontrava. Desabei a correr, tentando deixá-lo para trás. Não tardou para que eu sentisse que estava mancando. Havia caído de mal jeito.

- Cuidado com o que faz, filho de Mercúrio -
Advertiu o anão. Cerrei os olhos, voltando a mim. Agora que estava mais perto pude enxergar alguns detalhes. Ele era horroroso. Sua pele era repleta de marcas esverdeadas e bolhas, como se tivesse mergulhado em um tanque de substâncias químicas. Suas mãos eram gordas e feias, como se um gordinho alérgico tivesse brincado de dar murro em colmeia de abelhas. Não era humano e cá entre nós, eu tinha passado 5 anos no acampamento júpiter aprendendo a chutar traseiro de gente desse tipo. Meus ossos doíam a cada passo e minha musculatura ameaçava ceder. Caminhei para perto e meu plano dessa vez pareceria suicídio para muitos. Mas permanecer ali por muito mais tempo daria no mesmo resultado, então preferi arriscar. Deixei a criatura tentar me atacar e aproveitei-me dos mesmos giros e saltos de anteriormente. Ele parecia ser forte, mas era desengonçado. Eu não conseguiria sustentar um dos seus ataques, mas tinha algo que poderia fazer. Percebera o tempo que ele levava para levantar o machado e atacar novamente. Comecei a contar o número de investidas. "Uma...duas...três...quatro" movi minha mão pelo seu braço, descendo até o pulso e dando um leve toque em seu dedão com o meu. Puxei-o enquanto esticava os outros dedos para o machado, utilizando minha Punga para tomar posse do pequeno item. Me afastei, agora com a arma em mãos. Girei o fio na direção da cabeça do monstrinho, vendo-o esquivar da mesma maneira que eu o fizera. Ele não fora o único a aprender coisas novas. Ao invés de tentar levantar o machado, dei um passo para frente e reuni toda minha força num chute. Ele recuou, lutando contra seu próprio peso para não cair para trás. Pensei nas crianças que me torturaram, nas pessoas que vinham e tiravam prazer da minha dor. Senti o ódio cobrir o meu olhar, quando eu encarava o anão como se fosse a origem de toda minha dor. Vush. O machado agora estava enterrado num pequeno monte de pó dourado. Caminhei para a saída com o machado em mãos. No meu antebraço um corte se projetava, oriundo do primeiro dos ataques da fera. Mas eu não conseguia raciocinar direito àquela altura.

Estava atordoado. Uma mente resumida a um homem que estava a beira da loucura. No corredor surgiram os dois grandalhões que antes me torturavam. Em suas mãos nada além de soqueiras douradas esperavam para me interceptar. Comecei a perder o controle, algo que eles mesmos puderam perceber. A partir daí nada além de fragmentos de memória. Gargantas abertas. Os que apareciam eram sufocados pelo seu próprio sangue. Mas não era eu que era o responsável. Os grandalhões não eram vilões. Não eram monstros que retornariam ao tártaro e algum dia podiam voltar para me assombrar. Eram meio-sangues que haviam mexido com um cara normal e tiveram mortes normais no final. Mais inimigos, homens jovens e bonitos, com uma voz chamativa e um poder por trás das palavras. Tentaram controlar minha mente, como das outras mil vezes. Algumas coisas deram certo, outras não. Anjos sussurrantes lançando ameaças à minha alma. Meu corpo respondia que eu não sabia mais se havia uma alma para ser salva. Meu braço todo ardia com cortes e minha lucidez voltava a parcialidade. Sabia que eu não estava tendo controle do meu próprio corpo, mas não me importava. Cada célula do meu corpo era possuída pelo ódio naquele momento. Tentei utilizar a minha mão para pressionar as feridas, mas não eram poucas. Adiantaria alguma coisa agora? Seria um idiota de pensar que conseguiria sair dali naquele estado. Olhei para trás, onde os corpos estavam caídos ao chão. Eu havia os matado? Sabia que não. Alguém estava ali junto de mim. Caí de joelhos. Vendo surgir mais uma orda de inimigos. Não havia muito o que eu poderia fazer. Não fosse Will eu teria morrido. O filho de Netuno apareceu, atacando o grupo de semideuses que me afrontavam com rajadas de água e raios que se chocavam contra os demais. Respirei pesadamente, sentindo minha garganta secar e o gosto de sangue vir à tona. Deitei-me no chão, observando os passos do legionário na minha direção. Não sabia se ele também havia se voltado contra mim ou se viera me salvar. Antes de apagar, pedi aos deuses que, se tudo ali fosse um sonho, eu queria acordar logo.


[...]


Meus olhos se abriram para um ventilador de teto. Meu corpo todo estava dormente, efeitos da medicação. Estava melhor. Não sabia há quantos dias ou meses estava inconsciente. No fundo não importava. Sabia que não estava mais naquele lugar imundo. Estudei o ambiente. Era um quarto comum, com uma cama, guarda roupa e outros móveis comum em um kitnet mortal. Talvez encontrasse idênticos à aquele em Nova Roma. Por mais que não parecesse nada demais, sabia que estava seguro. Era a casa do meu primo. Em minha mente ainda haviam fragmentos do que ocorrera. Sabia que nunca conseguiria esquecer aquilo. As cicatrizes não me permitiriam. Will entrou no quarto, trazendo-me um café da manhã simples. Encarei o bacon e os ovos como se fossem algo de outro mundo. Comecei a devorar a comida, quase me engasgando com o café.
- Olhe Clark, houve uma armadilha. Eles me tiraram dali para conter você - Falou com um olhar de culpa. Preferi não comentar.
-Acharam alguma coisa? - Perguntei, tentando desviar um pouco o assunto de mim. Percebi que minha mão tremia involuntariamente. Fechei os olhos e voltei-me novamente para minha refeição, ouvindo atentamente.
- Estão invocando alguma coisa grande. Conseguimos pegar alguns artefatos que eram de grande valia para o ritual, então atrasamos um pouco o processo. Mors apareceu para mim e me alertou a respeito disso. Seja lá o que essa coisa for, ele realmente não quer que venha ao mundo mortal, a qualquer... -
- Custo - Completei. Ele assentiu.
- Você precisa voltar ao acampamento, não está em condições de ajudar -
- Não é um pouco tarde? Talvez alguns dias atrás... se entrasse ali onde eu estava e dissesse isso fosse melhor - Percebi que lágrimas desciam dos meus olhos.
- Não foi um pedido. Pierre quer você de volta lá. Deixe que eu cuido disso, certo? - Levantou, caminhando até a porta e lançando um último olhar, estava se despedindo

A partir daí só me restava assistir um reality show de autônomos na TV Hefesto. Apesar de achar o programa até interessante, minha mente estava distante. Não suportava a ideia de que tudo aquilo tenha sido em vão. Toda aquela dor e aquela raiva. Não acreditava que eu tinha fracassado. Quer dizer, a missão havia sido cumprida. Mas ainda havia alguma parada cheirando mal ali. Minha mão tremia com o punho cerrado. Parte de mim queria colocar Will de joelhos e lhe esmurrar a cara por não ter me alcançado mais cedo. Se ele tivesse um mínimo de discernimento teria me esperado e me ajudado quando precisei. Agora tinha de voltar de mãos abanando. Não tinha sido forte o suficiente. Como poderia? A única lição que havia tirado dali era que precisava começar a dar meu próprio jeito de resolver as coisas. Mercúrio já havia me dado a vida, o que mais eu iria pedir? Mas veja bem, nem tudo é culpa minha. Eu não pude prever que seria traído. Fechei meus olhos e a própria escuridão entre as minhas pálpebras tremeu, sentia como se voltasse no tempo para mais uma lembrança. Estava na rodoviária de novo. Balançava os pés enquanto encarava as cartas de Denise. Para minha surpresa, a filha de Ares tinha a coleção inteira do "Baralho Divino, Edição Cronos Esmaga Mendigo" , e fazia questão de conferir uma a uma enquanto aguardávamos dentro do ônibus.

- Você não está com medo, esquentadinha? -
Perguntei, tentando fazê-la levar a sério a situação.
- Não sei em roma, mas os gregos de hoje em dia não tem medo de monstros - Retrucou de maneira mais xenofóbica impossível. Estava diante de uma das que acreditavam que os gregos eram superiores. Poderia argumentar que na realidade éramos mais organizados e disciplinados, mas não levaria a lugar algum. Estaríamos sempre em pé de desigualdade. Ainda não havia decidido se iria roubar algumas cartas raras para dar-lhe uma lição. Suspirei fundo. - Não são monstros... - E de fato não eram. Pierre tinha pedido a Kyle a ajuda de algum outro semideus. A maioria estava ocupado com os casos de ataques de animais. Aparentemente estavam acontecendo de maneira frequente pelos arredores Nova York. No fundo, entendia que o pretor só queria que eu não fosse sozinho na minha primeira missão. A tarefa era simples: Tratar de um monstro que atacava turistas próximo à Baía de Newark.

O motorista pigarreou, chamando nossa atenção. Notei que o homem estava de pé nos encarando talvez já algum tempo. Peguei a passagem em um dos meus bolsos e estendi à ele. Tinha um sorriso grande no rosto, como se tivesse encontrado um maço de quatrocentos dólares no caminho para o trabalho. Seu juliete amarelo não deixava que enxergássemos seus olhos, mas imaginava que estivessem reluzentes. Era como ver uma criança encarar um boneco do Buzz Lightyear no WallMart.
- Ahm... desculpe.
- Não se preocupe meu jovem. - Retrucou [b]- Você parece preocupado com alguma coisa. Tem alguns leões para derrubar mais tarde ein - Sorriu. Queria que ele estivesse errado. Em um piscar de olhos já estávamos em Nova Jersey. A maioria dos passageiros já havia descido, talvez todos eles. Denise comentava alguma coisa sobre sua carta do Herácles que havia caído no chão e descido para baixo de uma das cadeiras. Joguei minha mochila nas costas, impaciente. Quando ouvi o rugido logo a frente, era tarde demais. A porta se fechou e Denise mandou um "Isso não é bom sinal". Virei meu rosto para o motorista e percebi a ironia que ele tinha na sua fala anterior. O terno azul da empresa de transporte se transformava em uma bola de pelo enquanto suas mãos se contorciam em quatro patas gigantes. As presas rasgaram o estofado dos assentos quando ele se apoiou, agora na forma de um leão com olhos amarelos pulsantes, sedentos por... bom, gente como nós. Meus instintos gritavam e meu TDAH disparava. Me perguntava se estávamos prontos para aquilo. Puxei minha adaga da minha cintura e coloquei-a junto a meu corpo, tentando respirar calmamente.

- Aqui não. Vamos atraí-lo para fora. - Disse a filha de Ares, transmutando seu relógio em um escudo de bronze com os dizeres "Meu escudo, minhas regras". Ela mandou algo como "Distrai ele aí" e foi para trás de mim. Dei um passo para frente, tentnado dar um sorriso carismático. A julgar pela expressão de fome da criatura, não havia funcionado também. "Então, aqui é fora das terras do reino, simba." Comentei, tentando soar como o Mufasa dando sermão no Simba. O leão avançou, com as garras afundando no piso. O calor que elas emitiam derretia o metal, marcando suas pegadas como se caminhasse na areia. Praguejei em latim, percebendo o que ele se preparava para fazer. "Se abaixa" disse antes de me jogar ao chão. O monstro saltou, rasgando o ar aonde antes estava a minha cabeça. Denise saiu de trás de um dos assentos e começou a correr. Dei uma olhada para trás e vi uma coisa estranha. Talvez normal para os padrões de um semideus. No fundo do veículo o leão encarava um javali adulto. Suas presas soltavam labaredas de fogo e seus olhos ameaçavam o leão, que queria mais que tudo sair dali e fazer churrasco de semideus. Começamos a correr, buscando maneiras de despistá-lo. Denise me puxou, fazendo com que nos juntássemos à um grupo aleatório que passava. Notei que todos ali carregavam placas de "Tenho DST e assumo", com expressões de felicidade talvez um pouco forçadas. Peguei um dos panfletos que falava sobre Herpes Genital e dei um sorriso falso. Uma velhinha lançou-me uma piscadela seguida de um "Não há do que se envergonhar, filho!". Aproveitei a oportunidade para olhar de canto para trás. Outros passageiros desciam dos demais ônibus e o motorista se perdia na multidão, seguindo outra direção, tentando se guiar por algum cheiro confuso. Suspirei e caminhei com o grupo até uma entrada que dava acesso direto ao metrô. Aparentemente ninguém seguia por ali, mesmo aparentando estar aberto. Desci as escadas apressadamente e pulei a catraca. Lembrei-me do que Kyle havia dito: Will estaria nos esperando ali para nos ajudar. Ao que tudo indicava, ele havia sido enviado para uma missão nas proximidades e precisava de ajuda para alguma coisa. Estudei o ambiente. O local estava iluminado por algumas lâmpadas espalhadas em pontos entre uma pilastra e outra. Havia duas trilhas paralelas para que o metrô passasse, o lado que eu estava iria até o centro da cidade e o outro para uma cidade vizinha. Não havia sinal do filho de Netuno em qualquer lugar. Estávamos sozinhos. Peguei uma garrafa de água da mochila de Denise e derramei o líquido gentilmente em meu braço. O ferimento era recente. Talvez quando o animal saltara, uma de suas garras havia me atingido. Não me lembrava disso, mas era a única explicação. Olhei para os lados e praguejei em latim quando notei o que estava descendo as escadas. O leão havia nos farejado, O monstro pulou por cima da catraca e só agora pude ouvir os gritos ao longe. Era perceptível que a névoa não tivera muito trabalho para disfarçá-lo aos olhos mortais.

- Entregamos a passagem errada? - Perguntei com as mãos tocando meu bracelete. Ele não faria nada se eu não o alimentasse. Ele almejava sangue. Girei o cabo da Assassin's dagger em ameaça. - Hakuna Matata - Visto que tentou me morder em seguida, não achei que ele tivesse gostado da referência. Saltei para o lado, vendo ele morder o ar. Denise agora portava uma espada flamejante do tamanho da minha perna.

O animal atacou, derretendo o piso da estação a cada patada. Me joguei com tudo no chão antes que ele passasse por mim como uma locomotiva desenfreada. Não havia como chegar perto dele o suficiente para fazer alguma coisa letal. Comecei a correr para próximo dele, tentando pensar em algum plano no meio do caminho. Ao meu lado uma lâmina se projetou, girando e partindo na direção do leão. O monstro rebateu o montante com as garras, como se fosse uma bolinha de ping pong. Aproveitei a brecha, lançando um corte horizontal em uma das suas patas. Recuei, tentando me afastar rapidamente dali. Meu coração martelava no peito e era a pior hora de todas para ter crise de ansiedade. Tinha medo de que ocorresse alguma coisa e eu não conseguisse lidar. Tinha medo de que causaria a nossa derrota. Quando a criatura veio novamente, não vi outra saída, saltei na diagonal, estendendo meu braço e rasgando a lateral do monstro. O leão urrou, sentindo a dor da minha arma. Não contive o sorriso no rosto. Teria tomado distância novamente não fossem as suas patas traseiras. O monstro me jogou ao chão com as garras traseiras, colocando o metal em meu peito e pressionando-o contra mim. O metal começava a tomar um brilho vermelho e, não fosse Denise, eu teria virado espeto de Kross naquele momento. A filha de Ares realmente havia me feito de distração. A sua lâmina partira o peito do leão, fazendo com que ele grunhisse, rugisse e chorasse. Os três ao mesmo tempo. Numa explosão de pó dourado nossa missão foi embora. Tão rápida quanto fora dada. Estava para prometer néctar por minha conta quando ela fechou seu rosto, como se eu tivesse feito algo muito errado.

- Levem o Kross - Disse olhando para alguém mais distante. Me virei para a entrada e lá estavam dois brutamontes de cabelo liso e barba rala, como se John Wick tivesse feito uma fusão com o Léo Stronda. Não entendia o que estava acontecendo. Antes que pudesse questionar, minha visão começou a ficar embaçada. O braço onde havia sido ferido começara a arder e eu pude ver o sorriso no rosto da filha de Ares, como se isso fosse obra dela. Só tive tempo de chamá-la de vagabunda antes de desabar no chão frio do metrô.

[...]


Estava numa cela iluminada apenas por velas. Era do tamanho de um quarto. Havia uma única entrada indicada por uma placa de metal azul. Não havia maçaneta, mas era possível ver alguns fios na lateral, como se fosse acionada à longa distância. Meu tridente estava deitado alguns metros à minha frente junto à meu pingente. Denise estava caminhando por entre as velas, encarando a chama delas com um sorriso no rosto.

- Você não facilitou para nós, não é? -
Contraí o bíceps, colocando força para frente e percebi que estava amarrado. As correntes de bronze não me deixavam me movimentar muito para frente. Me mantive calado, aguardando.

- Você vai implorar para se juntar a nós. E quando isso acontecer, vai nos ajudar a fazer alguns roubos, Clark. Precisamos fazer animais melhores. -
Falou caminhando para a porta - Quando acharmos divertido, vamos tirar essas correntes. Aí brincamos mais. É isso que fazem no acampamento, não é? - Ironizou. A porta se abriu horizontalmente e ela saiu, me deixando sozinho com meus pensamentos. Esse foi o começo do período mais difícil da minha vida. Uma missão que foi concluída e ao mesmo tempo sequer havia começado. Agora já não estava mais lá. Possívelmente havia sido recolhido à uma das casas dos semideuses que viviam no mundo mortal.

- Vamos, Clark -
Disse Theo na porta da sala. Ele não falou mais nada, mas eu sabia que aguardava para me escoltar de volta para o acampamento.


Passivas:
Nível 1 - Sem Atrito:
O filho de Mercúrio quando usa suas habilidades não sofrerá atrito com o ar.

Nível 1 - Destreza [Inicial]:
O herói é mais rápido, ágil e veloz que os demais campistas. (+5 AGI)

Nível 2 - Fôlego:
Os filhos de Mercúrio podem fazer exercícios e atividades físicas que não se cansam tão facilmente. (+5 CON)

Nível 3 - Perícia com Armas Leves [Inicial]:
Confere nível de perícia [Inicial] para a perícia com armas leves (Pesem até 1,25 kg). Permite que o herói treine suas outras perícias até o nível [Inicial]. (+ 5 AGI)

Nível 3 - Amizade:
O filho de Mercúrio assim como o seu pai e capaz de fazer amigos em qualquer lugar que vá, ele tem a lábia muito boa e pode vir a conseguir aliança em batalha com outros seres. (+5 CHA)

Nível 1 - Regeneração Bélica:
Quando em combate, o herói regenera 5 pontos de energia e vida.

Nível 1 - Ambidestro:
O herói controla armas com as duas mãos com total habilidade.

Nível 6 - Mil Olhos e Um:
Quando em batalha, o legionário consegue se manter atento em todos os ângulos. Suas chances de esquivar são maiores e são reduzidas as maneiras de surpreende-lo.

Ativas:

Nível 1 - Corrida I:
O herói ganha mais velocidade que o normal, sem perder o fôlego. O uso desta habilidade requer 10 pontos de energia para cada 5 metros.

Nível 2 - Punga I:
o herói é capaz de fazer pequenos furtos com mais precisão, neste nível só é possível roubar pequenos objetos ou armas. O custo desta habilidade requer 10 pontos de energia.

Nível 3 - Corte Rápido I:
Essa habilidade é definida por um único golpe cortante, rápido e preciso, dando um dano maior na vítima. O uso desta habilidade requer 15 pontos de energia.


Itens:

Equipamento:

- Elmo Comum
- Peitoral de Couro
- Espada Curta

- Assassin Dagger
__________________
Acessórios:

- Braçadeiras sanguinárias *

*Braçadeiras sanguinárias - O portador dessas braçadeiras, poderá recuperar de danos sofridos com 1/3 de dano aplicado no inimigo. Apenas danos que levam a sangramento.

#1

Baco

Baco
Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
Clark Kross escreveu:
 
 Formulário:
   Nome da narração: A traição
   Objetivo da narração: Averiguar a existência de animais mágicos próximo à Baía de Newark
   Quantidade de desafios: 2
   Quantidade de monstros: 2
   Espécie dos monstros: Anão e Leão

Nem tudo acontece da maneira como esperamos. É a lição que a vida marca em meus joelhos dia após dia. Minha boca já não tinha forças para se abrir mais e o sangue que antes marcava minha face agora descia até minhas mãos e se encontrava no chão frio. "Nós merecemos os heróis que temos" Disseram-me. Mas não havia qualquer herói ali. Parei por alguns instantes para refletir além dos tapas que eram dados em minhas bochechas. Já não sabia se ainda estava sendo espancado ou se havia ocorrido há algumas horas. Só havia o arder da pele e o cheiro podre da masmorra. A pior parte era que algumas vezes me perguntava quem eu era. Por longos anos, eu só conseguia enxergar o acampamento num mix de recreação e treinamento, sem nunca pensar nada além disso. Descanso e sangue. Assim como agora. Não era isso que ela tinha me dito no começo? Eu não passava de um mero brinquedo na mão dos deuses, assim como era um brinquedo na mão de seus filhos. Não foi fácil ver isso. Menti para mim mesmo cada minuto em que estivera ali, dizendo que havia um bem maior para tudo que fazia e que com certeza o mundo ainda precisava de mim. Mas nos momentos finais comecei a me questionar se isso era verdade. Estava no cativeiro daqueles que achei que existiam para me ajudar.

Fazia algumas semanas desde que estava sendo mantido naquele armazém. Periodicamente, dois grandalhões entravam e me maltratavam. Era o preço da minha ignorância. Subestimara o maior dos monstros e o mais perigosos dos seres: O humano. Não sabia quanto tempo me deixavam sozinho entre uma surra e outra, mas percebia que era descanso o suficiente para o cicatrizar das feridas. Só era preciso que eles espalhassem um pouco de néctar ou seja lá o que fosse, para que eu me transformasse num saco de pancadas novo em folha após certo período. Alimentação e água se resumiam ao suficiente para não morrer. Um final solitário, longe de todos os que um dia chamara de amigos. "Nenhum deles veio te salvar" disse à mim mesmo.

Já havia passado por várias etapas no durar do cativeiro. A primeira delas foi o questionamento constante sobre meu resgate. Levou alguns dias para que a verdade massacrante me atingisse. Ninguém iria me socorrer. Antes, sorte seria se eu passasse a minha vida sendo torturado e não morto por capricho. Agora, sorte minha seria se minha vida não durasse um segundo a mais. Minha adaga sempre esteve à minha frente, com sua lâmina manchada de sangue. Haviam cogitado quebrá-la, mas perceberam que poderiam utilizar para me machucar. Vez ou outra brandiam-na para para cortar meus braços ou costas. Era a maneira deles de dizerem que estavam cortando minhas asas com minhas próprias mãos.

Passaram a trazer pessoas diferentes para me visitar após alguns dias. Estava vivendo uma nova manhã, pronto para ser castigado, quando entraram duas crianças. Uma delas parecia estar com medo. Tremia dos pés à cabeça enquanto balançava um chicote fino. Um velho conhecido. Conhecia tão bem cada um de seus espinhos tanto quanto lembrava do sorriso da minha mãe. Neguei, pedi, supliquei. O balançar das correntes ecoava pela sala, o bronze celestial tilintando enquanto eu o forçava para frente cada vez que era atingido. Não conseguia andar para tentar desviar e era inútil pedir ajuda aos deuses. Mercúrio, Belona... nenhum me dera forças suficiente. Em um dos meus momentos de descanso, parei para refletir com o que estava lidando. Eram outros semideuses. No fundo, sentia que eles haviam me dominado de outra forma, um controle mental forte. Senti minha pele se abrir a cada investida e a felicidade tomar conta dos pequenos que me batiam. Arregalei os olhos, surpreso. Para eles era satisfatório me ver sofrer. Começava a não poder julgá-los. A cada dia que passava ali, começava a pensar que era essa a natureza do ser humano: Ser mal.

Não conseguira fazer nada dessa vez. Em outros momentos, até conseguia abrir brechas para tentar uma fuga, mas não sabia como. Eu estava no acampamento há muito tempo, mas não tinha experiência de campo. Era a minha primeira vez fora do acampamento. Estava cansado. Meus olhos pesaram enquanto passavam o gel em minhas feridas e eu desabei, aproveitando meu breve momento de paz.


[...]


Senti meus músculos se forçarem a cada flexão. O suor caia ao chão enquanto eu forçava minha musculatura para realizar meus treinamentos diários. O fio da minha Assassin's dagger estava alinhada à minha testa, de modo que se eu descesse demasiadamente ou não tivesse forças para subir, teria mais um corte em minha cabeça. Parei por alguns instantes e me sentei no centro do lugar. Algumas prateleiras estavam espalhadas ao redor da sala com vasos, livros e demais itens. Eram as grades da minha prisão. As paredes estavam manchadas de marcas vermelhas e rachaduras diversas. Em minha mente voltaram fragmentos de memória. Cada batida de desespero. Ah, sim, tinha sido no começo de tudo. "Havia sido sequestrado no meio de uma missão" falei para mim mesmo, tentando manter-me são e antenado da minha própria realidade. "Tudo que havia feito para tentar escapar estava pintado nessas pedras. Todos os gritos para Pierre e Saito. Todos os apelos aos heróis. Tentara lançar investidas e cortes rápidos nas laterais da porta e em qualquer lugar que eu visse pela frente e pudesse me dar brecha para escapar. Mas nada além de falhas dolorosas e castigos mais severos me aguardavam, fosse por fraqueza minha, fosse por desejo dos deuses" Agora eu nada fazia além de me conformar e treinar. Meu conforto estava em olhar a porta e tentar utilizar minhas aptidões de ladrão, sentindo-me como um meio-sangue preso em uma das minhas pegadinhas e tentando dar um jeito de sair dali. Talvez por loucura minha, talvez não, sentia como se meu pai me observasse, aguardando uma reação.

- A dor salva e a dor corrompe. - Recitei - A dor alivia e a dor reprime. É a dor que me mantém preso. É a dor que vai me libertar - Ecoou pela sala o girar das engrenagens e eu me levantei. Sabia o que estava para vir, mais um teste. Havia alguns dias em que tinham me deixado ficar livre na cela e liberavam monstros para que eu derrotasse. Não fortes o suficiente para me matar, mas não fracos o suficiente para que eu tivesse uma vitória rápida. Estava sendo feito de palhaço, mas dessa vez existia um plano.

A porta se abriu, revelando um anão coberto por malha metálica. O guerreiro brandia um pequeno machado no ar, praguejando em alguma língua que eu não compreendia. Parecia que o mestre dos magos tinha tomado esteroides e abusado dos entorpecentes. Enquanto ele avançava comecei a contar, da mesma maneira que havia tentado das outras vezes, torcendo que agora conseguisse  "1...2...3...". Arremessei a adaga, observando o anão se jogar para o lado, desviando da ponta da arma. Mas ele não era o alvo. A porta prestes a se fechar parou, sendo impedida pelo cabo da arma. Faíscas voaram e fios saltaram da sua extremidade. Em poucos instantes a saída se abriu completamente mais uma vez. Era minha oportunidade de sair, eu só precisava lidar com o oponente. O primeiro ataque veio e eu revidei, girando para o lado e empurrando o anão para trás. Aproveitei a energia do néctar para expulsar meus demônios em uma corrida, me impulsionando para um salto. Minhas feridas ardiam, como se ameaçassem se abrir novamente. Antes que pudesse me arrepender, pulei por cima do anão, sentindo o meu braço doer em pleno ar. Não olhei para ver o que era. Preferi não, caminhei para a lateral quando ele tomou a minha frente novamente com a arma, me impedindo de sair. Percebi que eu respirava pesadamente, mas não era de cansaço. Filhos de mercúrio não se cansavam assim tão facilmente. Era de medo. Estava aterrorizado com tudo aquilo. Minhas mãos chacoalhavam como se eu estivesse em uma dança. Nunca havia passado por aquilo em nenhum dos meus treinamentos. Merda, eu não sabia que seria assim. Teria prestado mais atenção ou sei lá, arranjado um jeito de ficar mais forte. Engoli em seco e agarrei o monstro pelo braço. Não havia outra saída se não lutar. Busquei forças para jogá-lo longe. Teria conseguido não fosse a cabeçada em minha virilha. Cambaleei para trás, um pouco atordoado. Meu coração martelava no peito e a adrenalina corria por meu corpo, me deixando atento à cada aspecto do combate. Me joguei para o lado, a tempo de ver a lâmina do pequenino cortar o ar aonde segundos atrás eu me encontrava. Desabei a correr, tentando deixá-lo para trás. Não tardou para que eu sentisse que estava mancando. Havia caído de mal jeito.

- Cuidado com o que faz, filho de Mercúrio -
Advertiu o anão. Cerrei os olhos, voltando a mim. Agora que estava mais perto pude enxergar alguns detalhes. Ele era horroroso. Sua pele era repleta de marcas esverdeadas e bolhas, como se tivesse mergulhado em um tanque de substâncias químicas. Suas mãos eram gordas e feias, como se um gordinho alérgico tivesse brincado de dar murro em colmeia de abelhas. Não era humano e cá entre nós, eu tinha passado 5 anos no acampamento júpiter aprendendo a chutar traseiro de gente desse tipo. Meus ossos doíam a cada passo e minha musculatura ameaçava ceder. Caminhei para perto e meu plano dessa vez pareceria suicídio para muitos. Mas permanecer ali por muito mais tempo daria no mesmo resultado, então preferi arriscar. Deixei a criatura tentar me atacar e aproveitei-me dos mesmos giros e saltos de anteriormente. Ele parecia ser forte, mas era desengonçado. Eu não conseguiria sustentar um dos seus ataques, mas tinha algo que poderia fazer. Percebera o tempo que ele levava para levantar o machado e atacar novamente. Comecei a contar o número de investidas. "Uma...duas...três...quatro" movi minha mão pelo seu braço, descendo até o pulso e dando um leve toque em seu dedão com o meu. Puxei-o enquanto esticava os outros dedos para o machado, utilizando minha Punga para tomar posse do pequeno item. Me afastei, agora com a arma em mãos. Girei o fio na direção da cabeça do monstrinho, vendo-o esquivar da mesma maneira que eu o fizera. Ele não fora o único a aprender coisas novas. Ao invés de tentar levantar o machado, dei um passo para frente e reuni toda minha força num chute. Ele recuou, lutando contra seu próprio peso para não cair para trás. Pensei nas crianças que me torturaram, nas pessoas que vinham e tiravam prazer da minha dor. Senti o ódio cobrir o meu olhar, quando eu encarava o anão como se fosse a origem de toda minha dor. Vush. O machado agora estava enterrado num pequeno monte de pó dourado. Caminhei para a saída com o machado em mãos. No meu antebraço um corte se projetava, oriundo do primeiro dos ataques da fera. Mas eu não conseguia raciocinar direito àquela altura.

Estava atordoado. Uma mente resumida a um homem que estava a beira da loucura. No corredor surgiram os dois grandalhões que antes me torturavam. Em suas mãos nada além de soqueiras douradas esperavam para me interceptar. Comecei a perder o controle, algo que eles mesmos puderam perceber. A partir daí nada além de fragmentos de memória. Gargantas abertas. Os que apareciam eram sufocados pelo seu próprio sangue. Mas não era eu que era o responsável. Os grandalhões não eram vilões. Não eram monstros que retornariam ao tártaro e algum dia podiam voltar para me assombrar. Eram meio-sangues que haviam mexido com um cara normal e tiveram mortes normais no final. Mais inimigos, homens jovens e bonitos, com uma voz chamativa e um poder por trás das palavras. Tentaram controlar minha mente, como das outras mil vezes. Algumas coisas deram certo, outras não. Anjos sussurrantes lançando ameaças à minha alma. Meu corpo respondia que eu não sabia mais se havia uma alma para ser salva. Meu braço todo ardia com cortes e minha lucidez voltava a parcialidade. Sabia que eu não estava tendo controle do meu próprio corpo, mas não me importava. Cada célula do meu corpo era possuída pelo ódio naquele momento. Tentei utilizar a minha mão para pressionar as feridas, mas não eram poucas. Adiantaria alguma coisa agora? Seria um idiota de pensar que conseguiria sair dali naquele estado. Olhei para trás, onde os corpos estavam caídos ao chão. Eu havia os matado? Sabia que não. Alguém estava ali junto de mim. Caí de joelhos. Vendo surgir mais uma orda de inimigos. Não havia muito o que eu poderia fazer. Não fosse Will eu teria morrido. O filho de Netuno apareceu, atacando o grupo de semideuses que me afrontavam com rajadas de água e raios que se chocavam contra os demais. Respirei pesadamente, sentindo minha garganta secar e o gosto de sangue vir à tona. Deitei-me no chão, observando os passos do legionário na minha direção. Não sabia se ele também havia se voltado contra mim ou se viera me salvar. Antes de apagar, pedi aos deuses que, se tudo ali fosse um sonho, eu queria acordar logo.


[...]



Meus olhos se abriram para um ventilador de teto. Meu corpo todo estava dormente, efeitos da medicação. Estava melhor. Não sabia há quantos dias ou meses estava inconsciente. No fundo não importava. Sabia que não estava mais naquele lugar imundo. Estudei o ambiente. Era um quarto comum, com uma cama, guarda roupa e outros móveis comum em um kitnet mortal. Talvez encontrasse idênticos à aquele em Nova Roma. Por mais que não parecesse nada demais, sabia que estava seguro. Era a casa do meu primo. Em minha mente ainda haviam fragmentos do que ocorrera. Sabia que nunca conseguiria esquecer aquilo. As cicatrizes não me permitiriam. Will entrou no quarto, trazendo-me um café da manhã simples. Encarei o bacon e os ovos como se fossem algo de outro mundo. Comecei a devorar a comida, quase me engasgando com o café.
- Olhe Clark, houve uma armadilha. Eles me tiraram dali para conter você - Falou com um olhar de culpa. Preferi não comentar.
-Acharam alguma coisa? - Perguntei, tentando desviar um pouco o assunto de mim. Percebi que minha mão tremia involuntariamente. Fechei os olhos e voltei-me novamente para minha refeição, ouvindo atentamente.
- Estão invocando alguma coisa grande. Conseguimos pegar alguns artefatos que eram de grande valia para o ritual, então atrasamos um pouco o processo. Mors apareceu para mim e me alertou a respeito disso. Seja lá o que essa coisa for, ele realmente não quer que venha ao mundo mortal, a qualquer... -
- Custo - Completei. Ele assentiu.
- Você precisa voltar ao acampamento, não está em condições de ajudar -
- Não é um pouco tarde? Talvez alguns dias atrás... se entrasse ali onde eu estava e dissesse isso fosse melhor - Percebi que lágrimas desciam dos meus olhos.
- Não foi um pedido. Pierre quer você de volta lá. Deixe que eu cuido disso, certo? - Levantou, caminhando até a porta e lançando um último olhar, estava se despedindo

A partir daí só me restava assistir um reality show de autônomos na TV Hefesto. Apesar de achar o programa até interessante, minha mente estava distante. Não suportava a ideia de que tudo aquilo tenha sido em vão. Toda aquela dor e aquela raiva. Não acreditava que eu tinha fracassado. Quer dizer, a missão havia sido cumprida. Mas ainda havia alguma parada cheirando mal ali. Minha mão tremia com o punho cerrado. Parte de mim queria colocar Will de joelhos e lhe esmurrar a cara por não ter me alcançado mais cedo. Se ele tivesse um mínimo de discernimento teria me esperado e me ajudado quando precisei. Agora tinha de voltar de mãos abanando. Não tinha sido forte o suficiente. Como poderia? A única lição que havia tirado dali era que precisava começar a dar meu próprio jeito de resolver as coisas. Mercúrio já havia me dado a vida, o que mais eu iria pedir? Mas veja bem, nem tudo é culpa minha. Eu não pude prever que seria traído. Fechei meus olhos e a própria escuridão entre as minhas pálpebras tremeu, sentia como se voltasse no tempo para mais uma lembrança. Estava na rodoviária de novo. Balançava os pés enquanto encarava as cartas de Denise. Para minha surpresa, a filha de Ares tinha a coleção inteira do "Baralho Divino, Edição Cronos Esmaga Mendigo" , e fazia questão de conferir uma a uma enquanto aguardávamos dentro do ônibus.

- Você não está com medo, esquentadinha? -
Perguntei, tentando fazê-la levar a sério a situação.
- Não sei em roma, mas os gregos de hoje em dia não tem medo de monstros - Retrucou de maneira mais xenofóbica impossível. Estava diante de uma das que acreditavam que os gregos eram superiores. Poderia argumentar que na realidade éramos mais organizados e disciplinados, mas não levaria a lugar algum. Estaríamos sempre em pé de desigualdade. Ainda não havia decidido se iria roubar algumas cartas raras para dar-lhe uma lição. Suspirei fundo. - Não são monstros... - E de fato não eram. Pierre tinha pedido a Kyle a ajuda de algum outro semideus. A maioria estava ocupado com os casos de ataques de animais. Aparentemente estavam acontecendo de maneira frequente pelos arredores Nova York. No fundo, entendia que o pretor só queria que eu não fosse sozinho na minha primeira missão. A tarefa era simples: Tratar de um monstro que atacava turistas próximo à Baía de Newark.

O motorista pigarreou, chamando nossa atenção. Notei que o homem estava de pé nos encarando talvez já algum tempo. Peguei a passagem em um dos meus bolsos e estendi à ele. Tinha um sorriso grande no rosto, como se tivesse encontrado um maço de quatrocentos dólares no caminho para o trabalho. Seu juliete amarelo não deixava que enxergássemos seus olhos, mas imaginava que estivessem reluzentes. Era como ver uma criança encarar um boneco do Buzz Lightyear no WallMart.
- Ahm... desculpe.
- Não se preocupe meu jovem. - Retrucou - Você parece preocupado com alguma coisa. Tem alguns leões para derrubar mais tarde ein - Sorriu. Queria que ele estivesse errado. Em um piscar de olhos já estávamos em Nova Jersey. A maioria dos passageiros já havia descido, talvez todos eles. Denise comentava alguma coisa sobre sua carta do Herácles que havia caído no chão e descido para baixo de uma das cadeiras. Joguei minha mochila nas costas, impaciente. Quando ouvi o rugido logo a frente, era tarde demais. A porta se fechou e Denise mandou um "Isso não é bom sinal". Virei meu rosto para o motorista e percebi a ironia que ele tinha na sua fala anterior. O terno azul da empresa de transporte se transformava em uma bola de pelo enquanto suas mãos se contorciam em quatro patas gigantes. As presas rasgaram o estofado dos assentos quando ele se apoiou, agora na forma de um leão com olhos amarelos pulsantes, sedentos por... bom, gente como nós. Meus instintos gritavam e meu TDAH disparava. Me perguntava se estávamos prontos para aquilo. Puxei minha adaga da minha cintura e coloquei-a junto a meu corpo, tentando respirar calmamente.

- Aqui não. Vamos atraí-lo para fora. - Disse a filha de Ares, transmutando seu relógio em um escudo de bronze com os dizeres "Meu escudo, minhas regras". Ela mandou algo como "Distrai ele aí" e foi para trás de mim. Dei um passo para frente, tentnado dar um sorriso carismático. A julgar pela expressão de fome da criatura, não havia funcionado também. "Então, aqui é fora das terras do reino, simba." Comentei, tentando soar como o Mufasa dando sermão no Simba. O leão avançou, com as garras afundando no piso. O calor que elas emitiam derretia o metal, marcando suas pegadas como se caminhasse na areia. Praguejei em latim, percebendo o que ele se preparava para fazer. "Se abaixa" disse antes de me jogar ao chão. O monstro saltou, rasgando o ar aonde antes estava a minha cabeça. Denise saiu de trás de um dos assentos e começou a correr. Dei uma olhada para trás e vi uma coisa estranha. Talvez normal para os padrões de um semideus. No fundo do veículo o leão encarava um javali adulto. Suas presas soltavam labaredas de fogo e seus olhos ameaçavam o leão,  que queria mais que tudo sair dali e fazer churrasco de semideus. Começamos a correr, buscando maneiras de despistá-lo. Denise me puxou, fazendo com que nos juntássemos à um grupo aleatório que passava. Notei que todos ali carregavam placas de "Tenho DST e assumo", com expressões de felicidade talvez um pouco forçadas. Peguei um dos panfletos que falava sobre Herpes Genital e dei um sorriso falso. Uma velhinha lançou-me uma piscadela seguida de um "Não há do que se envergonhar, filho!". Aproveitei a oportunidade para olhar de canto para trás. Outros passageiros desciam dos demais ônibus e o motorista se perdia na multidão, seguindo outra direção, tentando se guiar por algum cheiro confuso. Suspirei e caminhei com o grupo até uma entrada que dava acesso direto ao metrô. Aparentemente ninguém seguia por ali, mesmo aparentando estar aberto. Desci as escadas apressadamente e pulei a catraca. Lembrei-me do que Kyle havia dito: Will estaria nos esperando ali para nos ajudar. Ao que tudo indicava, ele havia sido enviado para uma missão nas proximidades e precisava de ajuda para alguma coisa. Estudei o ambiente. O local estava iluminado por algumas lâmpadas espalhadas em pontos entre uma pilastra e outra. Havia duas trilhas paralelas para que o metrô passasse, o lado que eu estava iria até o centro da cidade e o outro para uma cidade vizinha. Não havia sinal do filho de Netuno em qualquer lugar. Estávamos sozinhos. Peguei uma garrafa de água da mochila de Denise e derramei o líquido gentilmente em meu braço. O ferimento era recente. Talvez quando o animal saltara, uma de suas garras havia me atingido. Não me lembrava disso, mas era a única explicação. Olhei para os lados e praguejei em latim quando notei o que estava descendo as escadas. O leão havia nos farejado, O monstro pulou por cima da catraca e só agora pude ouvir os gritos ao longe. Era perceptível que a névoa não tivera muito trabalho para disfarçá-lo aos olhos mortais.

- Entregamos a passagem errada? - Perguntei com as mãos tocando meu bracelete. Ele não faria nada se eu não o alimentasse. Ele almejava sangue. Girei o cabo da Assassin's dagger em ameaça. - Hakuna Matata - Visto que tentou me morder em seguida, não achei que ele tivesse gostado da referência. Saltei para o lado, vendo ele morder o ar. Denise agora portava uma espada flamejante do tamanho da minha perna.

O animal atacou, derretendo o piso da estação a cada patada. Me joguei com tudo no chão antes que ele passasse por mim como uma locomotiva desenfreada. Não havia como chegar perto dele o suficiente para fazer alguma coisa letal. Comecei a correr para próximo dele, tentando pensar em algum plano no meio do caminho. Ao meu lado uma lâmina se projetou, girando e partindo na direção do leão. O monstro rebateu o montante com as garras, como se fosse uma bolinha de ping pong. Aproveitei a brecha, lançando um corte horizontal em uma das suas patas. Recuei, tentando me afastar rapidamente dali. Meu coração martelava no peito e era a pior hora de todas para ter crise de ansiedade. Tinha medo de que ocorresse alguma coisa e eu não conseguisse lidar. Tinha medo de que causaria a nossa derrota. Quando a criatura veio novamente, não vi outra saída, saltei na diagonal, estendendo meu braço e rasgando a lateral do monstro. O leão urrou, sentindo a dor da minha arma. Não contive o sorriso no rosto. Teria tomado distância novamente não fossem as suas patas traseiras. O monstro me jogou ao chão com as garras traseiras, colocando o metal em meu peito e pressionando-o contra mim. O metal começava a tomar um brilho vermelho e, não fosse Denise, eu teria virado espeto de Kross naquele momento. A filha de Ares realmente havia me feito de distração. A sua lâmina partira o peito do leão, fazendo com que ele grunhisse, rugisse e chorasse. Os três ao mesmo tempo. Numa explosão de pó dourado nossa missão foi embora. Tão rápida quanto fora dada. Estava para prometer néctar por minha conta quando ela fechou seu rosto, como se eu tivesse feito algo muito errado.

- Levem o Kross - Disse olhando para alguém mais distante. Me virei para a entrada e lá estavam dois brutamontes de cabelo liso e barba rala, como se John Wick tivesse feito uma fusão com o Léo Stronda. Não entendia o que estava acontecendo. Antes que pudesse questionar, minha visão começou a ficar embaçada. O braço onde havia sido ferido começara a arder e eu pude ver o sorriso no rosto da filha de Ares, como se isso fosse obra dela. Só tive tempo de chamá-la de vagabunda antes de desabar no chão frio do metrô.


[...]


Estava numa cela iluminada apenas por velas. Era do tamanho de um quarto. Havia uma única entrada indicada por uma placa de metal azul. Não havia maçaneta, mas era possível ver alguns fios na lateral, como se fosse acionada à longa distância. Meu tridente estava deitado alguns metros à minha frente junto à meu pingente. Denise estava caminhando por entre as velas, encarando a chama delas com um sorriso no rosto.

- Você não facilitou para nós, não é? -
Contraí o bíceps, colocando força para frente e percebi que estava amarrado. As correntes de bronze não me deixavam me movimentar muito para frente. Me mantive calado, aguardando.

- Você vai implorar para se juntar a nós. E quando isso acontecer, vai nos ajudar a fazer alguns roubos, Clark. Precisamos fazer animais melhores. -
Falou caminhando para a porta - Quando acharmos divertido, vamos tirar essas correntes. Aí brincamos mais. É isso que fazem no acampamento, não é? - Ironizou. A porta se abriu horizontalmente e ela saiu, me deixando sozinho com meus pensamentos. Esse foi o começo do período mais difícil da minha vida. Uma missão que foi concluída e ao mesmo tempo sequer havia começado. Agora já não estava mais lá. Possívelmente havia sido recolhido à uma das casas dos semideuses que viviam no mundo mortal.

- Vamos, Clark -
Disse Theo na porta da sala. Ele não falou mais nada, mas eu sabia que aguardava para me escoltar de volta para o acampamento.



Passivas:
Nível 1 - Sem Atrito:
O filho de Mercúrio quando usa suas habilidades não sofrerá atrito com o ar.

Nível 1 - Destreza [Inicial]:
O herói é mais rápido, ágil e veloz que os demais campistas. (+5 AGI)

Nível 2 - Fôlego:
Os filhos de Mercúrio podem fazer exercícios e atividades físicas que não se cansam tão facilmente. (+5 CON)

Nível 3 - Perícia com Armas Leves [Inicial]:
Confere nível de perícia [Inicial] para a perícia com armas leves (Pesem até 1,25 kg). Permite que o herói treine suas outras perícias até o nível [Inicial]. (+ 5 AGI)

Nível 3 - Amizade:
O filho de Mercúrio assim como o seu pai e capaz de fazer amigos em qualquer lugar que vá, ele tem a lábia muito boa e pode vir a conseguir aliança em batalha com outros seres. (+5 CHA)

Nível 1 - Regeneração Bélica:
Quando em combate, o herói regenera 5 pontos de energia e vida.

Nível 1 - Ambidestro:
O herói controla armas com as duas mãos com total habilidade.

Nível 6 - Mil Olhos e Um:
Quando em batalha, o legionário consegue se manter atento em todos os ângulos. Suas chances de esquivar são maiores e são reduzidas as maneiras de surpreende-lo.

Ativas:

Nível 1 - Corrida I:
O herói ganha mais velocidade que o normal, sem perder o fôlego. O uso desta habilidade requer 10 pontos de energia para cada 5 metros.

Nível 2 - Punga I:
o herói é capaz de fazer pequenos furtos com mais precisão, neste nível só é possível roubar pequenos objetos ou armas. O custo desta habilidade requer 10 pontos de energia.

Nível 3 - Corte Rápido I:
Essa habilidade é definida por um único golpe cortante, rápido e preciso, dando um dano maior na vítima. O uso desta habilidade requer 15 pontos de energia.


Itens:

Equipamento:

- Elmo Comum
- Peitoral de Couro
- Espada Curta

- Assassin Dagger
__________________
Acessórios:

- Braçadeiras sanguinárias *

*Braçadeiras sanguinárias - O portador dessas braçadeiras, poderá recuperar de danos sofridos com 1/3 de dano aplicado no inimigo. Apenas danos que levam a sangramento.

Avaliação

Bom, ótima narrativa. A descrição dos momentos na cela, a dor e a angústia da espera foram bem retratadas. Gostei da pitada de humor no final, realmente quebrou o clima tenso e acho que foi isso mesmo que você quis fazer. Poderia dar um pouco mais de enriquecimento de cenário. (Quero um baralho Esmaga Mendigos tbm u.u) Bom, vamos a parte que interessa:

Clark Kross
XP base: 400 (pq foi a Denise que completou a missão de verdade :fuckit:)
Interpretação: 2
XP à receber: 400*2*2(double alegria): 1,6k de xp
Dracmas à receber: 800
+ Obs de Narração:
Trauma: O semideus foi traído e jogado em uma prisão, na qual foi torturado por várias semanas. Toda vez que estiver confinado em locais apertados e/ou escuros, terá uma crise de ansiedade. Os efeitos físicos causados são a critério do narrador.

att

#2

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