Acordo com um barulho alto, ficando assustada com aquilo. Alguém cai em cima de mim e eu empurro por reflexo, de leve, para não ser amassada pelo garoto. Aparentemente era uma pegadinha de mau gosto, eu estava á pouco tempo naquele lugar e já percebera que nem tudo era flores. Os garotos bobocas de Hermes gostavam de infernizar os indefinidos e isso era estúpido demais. Me lembrava o fundamental de minhas antigas escolas, o famoso grupinho de babacas. Reviro os olhos e então vejo um garotinho puxando a ponta de minha camisa, o olho curiosa, coçando os olhos para espantar o sono.

- Quem roubou? Que remédios? - Pergunto baixinho para ele, sem realmente entender. Me levanto para falar com o garotinho, gostaria de ajudá-lo, mas não sabia se podia. Haviam falado sobre um tal de toque de recolher, mas qualquer lugar parecia melhor de se estar do que o chalé de Hermes.

Equipamentos:

Ouço o garoto explicar a situação, tremendo de medo. Ele realmente estava assustado e parecia não ter forças e nem dinheiro para recuperar os seus remédios, eu realmente ficaria possessa caso levassem o meu histamin ou meu suco de uva verde, que no caso ainda não tivera oportunidade de estocar. Aqueles filhos de Hermes certamente roubariam. Suspiro, afagando as madeixas ruivas da criança e olhando em seus olhos, falando com firmeza.

- Eu vou recuperar o seu gardenal. Qual o seu nome? - Espero ele falar e continuo. - Okay, fique aqui e tente não se envolver em confusão.

Então, pego meus poucos equipamentos, colocando a espada em minha bainha e saio do chalé sorrateiramente, correndo entre as sombras direto pra floresta. Se eu corresse rápido, não trombaria com um zé mané para me dar alguma bronca além de que já tinha percebido alguns campistas darem fugas noturnas, sabe-se lá para o que. Talvez, rolasse algum tipo de seita ou festa na floresta? Seria interessante descobrir. Mas agora, o foco era o gardenal.

O pequeno Nelson Paz precisava de seu gardenal e eu faria o possível para ajudá-lo. Á caminho da floresta, tentando não cair de cara no chão em meio as raízes, eu percebo que talvez ter vindo sozinha no meio da noite tivesse sido burrice. Poderiam ter monstros muito fortes, e por isso me assusto quando sinto uma mão esquelética tocar meu ombro, pulando para trás e avaliando a figura esquisita. O Esqueleto parecia dançar, e ao mesmo tempo, querer lutar? Eu não entendia muito bem, mas nunca desperdiçaria um duelo de dança em combate

- Vamo remexer o esqueleto! - Eu falo sorrindo e começo a dançar do mesmo jeito que ele, trocando o peso de cada perna e movimentando meus punhos fechados como se estivesse em um video game. Uma música começa a tocar em minha mente, vinda da minha imaginação e eu solto em palavras o refrão repetitivo. - Ding ding!

Então começo a me aproximar, dançando e avaliando o esqueleto. Se ele tentasse me matar, a coisa iria ficar feia

Eu me aproximo e percebo que aquele não seria um duelo comum. O esqueleto parecia saber o que estava fazendo, e eu não poderia subestima-lo pela falta de alguns kg's de carne em seu corpo. Então, uma salva de palmas ecoa da floresta como se houvessem pessoas assistindo. Aquilo me anima, porque eu adorava uma plateia para demonstrar as minhas habilidades de dança. Eu respiro fundo, fechando os olhos por um segundo e sentindo meu corpo se arrepiar, estava me preparando para uma performance.

- Solta o som DJ. - Eu falo mais para mim mesma do que para o esqueleto, começando a cantarolar a melodia de Dangerous, do Michael Jackson. Então, eu começo o show.

PLAY EM 0:55:

Meus braços e pernas começam a se mover em sincronia, os pés deslizando sobre o chão de terra da floresta com um gingado similar á um ritmo embalado de jazz. Começo fazendo o movimento que eu carinhosamente apelidava como andar de siri, flexionando os joelhos em uma abertura razoável enquanto com pequenos impulsos no chão, andava para frente. Ao mesmo tempo minhas mãos se movimentavam com uma maestria média, hora segurando a barra de meu jeans e depois efetuando movimentos circulares, harmonizando com os da perna. Minhas mãos se tocam enquanto os meus pés começam a pisar rapidamente, agora sem a posição flexionada, meu corpo gira e eu apoio uma das pernas na outra, fazendo um gesto de "empurrar" minhas mãos sobre o meu peito e logo continuando a dança.

Eu olho os movimentos do meu adversário assim Então aquilo não havia sido o suficiente? Precisarei usar o meu passo secreto.... aprendido no anime summer.

Então, eu começo a me movimentar com outro gingado totalmente diferente, algo totalmente ligado as minhas raízes brasileiras que duvidava serem conhecidas por aquele esqueleto. Começo a trocar o peso do corpo de forma mais rápida, de um pé para o outro, flexionando o joelho a cada intervalo e movimentando meus braços em movimentos de "zigue zague", como se puxasse e empurrasse o ar. Era uma repetição, começando com movimentos de braço na altura da cabeça e abaixando juntamente as pernas, conforme ia dançando, subindo e descendo, faço a sequencia umas quatro vezes e termino com um giro de dois segundos, finalizando no chão com uma abertura, segurando o solo com uma das mãos e olhando para baixo, sentindo minha respiração ofegante e o suor começar a descer pela minha testa. Levanto o olhar brilhando em adrenalina festiva, olhando-o assim