Gojou era levado como um pedaço de carne sem vida. As mãos que tapeavam seu corpo eram de diferentes chalés, mas nenhuma delas foi simpática o bastante para explicá-lo em detalhes o que precisava fazer. Alertado apenas de se preparar com todos os equipamentos que pudesse carregar do seu arsenal pessoal, ele só sabia que a atividade de hoje envolvia práticas de combate. Quando tentara perguntar melhor aos demais, alguns membros do chalé de Hermes lhe disseram que estava sendo utilizado um simulador mega inteligente para fingir ataques aos campistas, nada muito perigoso. Mas conforme ele avançava, notou que talvez não fosse bem assim.
Quanto mais se aproximava do coliseu, mais encontrava meio-sangues com sangue escorrendo do rosto e outros machucados variados, desde arranhões no braço até situações mais gravosas. Os que passavam sem nenhum machucado não pareciam nem um pouco felizes, mantendo uma expressão abatida, fitando o solo ao caminhar. Aquilo não parecia ser algo feito por um simulador.
Quando enfim adentrou o coliseu, desceram a porta de metal às suas costas, trancafiando-o no que mais parecia um paraíso afrodisíaco. Havia vegetação de diversas espécies e um longo rio cruzando o local de uma ponta a outra. Diversas árvores grandes estavam espalhadas e desenhando uma estrada até a ala sul da arena. Não havia sinal de nenhum animal, mas pôde-se ouvir o canto suave dos pássaros mais ao fundo. Não parecia nada com o coliseu que visitara em outras ocasiões.
Não fosse sua hiperatividade, ele tinha sido morto naquele instante. Satoru saltou para o lado a tempo de ver uma esfera azulada de energia queimar o ar aonde ele estava, centímetros do seu tronco. O calor que a energia exalava invadiu suas narinas, causando um desconforto com a mera proximidade. A imagem então tremeluziu, revelando o coliseu normal. As plantas sumiram junto a todos os detalhes exóticos, deixando aparente somente o chão de terra batida e uma pequena figura o fitando mais adiante.
- Anão:
O anão deu um sorriso malicioso para o meio-sangue, batendo no chão com o que parecia ser seu cajado e fazendo a paisagem voltar a ser o que era antes. Não havia mais qualquer sinal dele e, embora já tivesse entendido que a floresta era falsa, ele podia ver tanto ouvir a passagem da água quanto tocar nas folhas das plantas e senti-las. Se era uma ilusão excepcional ou se realmente era criação do pequeno mago era incerto. Antes ele estava a 16m de distância. Agora não se sabia mais ao certo.