Quando Legit me olhou com cara de "Você vem?", o respondi com um sorriso torto. É claro que eu iria. Mas logo, logo o que ele falou tirou o sorriso do meu rosto. Aos poucos a expressão de confusão passando á especulação e então, ao entendimento. Levo uma mão à boca, horrorizado e repentinamente envergonhado. O que Hades tinha feito comigo?
- A. O. Uau. Lêgít? lêgit. Legit. Ah, meus deuses.
Sinto minha garganta coçar, incomodada, e meus ouvidos protestarem de ouvirem aquela voz estranha, mas tão familiar que eu poderia não tê-la percebido. Minha voz. Surpreendentemente, agora que a tinha ouvido e reparado, eu sentia que todos os meus pensamentos tinham aquela estranha voz baixa e deprimente. Ao longe de minha vida, em diversas ocasiões não falar havia sido um problema, uma frustração e um rancor. Mas depois de um tempo... Eu passei a gostar de meu próprio silêncio. Já que não podia falar, eu pensava. Sempre pensava em algo. No que diria, no que faria. Como me expressar sem ser ouvido, ou como aproveitar de meu silêncio para passar despercebido.
Agora que tão de repente isto me fora dado... Um infinito de possibilidades passava diante de mim. Eu poderia conversar, falar e cantar. Eu gostava muito de ouvir músicas, então cantar sempre pareceu uma coisa legal. Poderia xingar os outros, os monstros e os deuses, e não precisaria mais dos corvos toda vez que quisesse perguntar as horas a alguém.
Mas ao mesmo tempo... Senti-me estranho e relutante. Meu silêncio por muito tempo foi tudo o que eu tinha. Algo só meu. E agora, tinha a indignante impressão de que Hades havia me tirado algo sem permissão, e eu não estava nada contente com isso.
Ainda bem que eu o chamei de idiota quando pude. Há! Isso já descontou a ousadia dele. Mando o corvo que foi procurar Roran perguntar a ele também se ele tem uma máscara ou tira de couro Eu precisaria de um lembrete para não abrir o diabo da boca.
- A. O. Uau. Lêgít? lêgit. Legit. Ah, meus deuses.
Sinto minha garganta coçar, incomodada, e meus ouvidos protestarem de ouvirem aquela voz estranha, mas tão familiar que eu poderia não tê-la percebido. Minha voz. Surpreendentemente, agora que a tinha ouvido e reparado, eu sentia que todos os meus pensamentos tinham aquela estranha voz baixa e deprimente. Ao longe de minha vida, em diversas ocasiões não falar havia sido um problema, uma frustração e um rancor. Mas depois de um tempo... Eu passei a gostar de meu próprio silêncio. Já que não podia falar, eu pensava. Sempre pensava em algo. No que diria, no que faria. Como me expressar sem ser ouvido, ou como aproveitar de meu silêncio para passar despercebido.
Agora que tão de repente isto me fora dado... Um infinito de possibilidades passava diante de mim. Eu poderia conversar, falar e cantar. Eu gostava muito de ouvir músicas, então cantar sempre pareceu uma coisa legal. Poderia xingar os outros, os monstros e os deuses, e não precisaria mais dos corvos toda vez que quisesse perguntar as horas a alguém.
Mas ao mesmo tempo... Senti-me estranho e relutante. Meu silêncio por muito tempo foi tudo o que eu tinha. Algo só meu. E agora, tinha a indignante impressão de que Hades havia me tirado algo sem permissão, e eu não estava nada contente com isso.
Ainda bem que eu o chamei de idiota quando pude. Há! Isso já descontou a ousadia dele. Mando o corvo que foi procurar Roran perguntar a ele também se ele tem uma máscara ou tira de couro Eu precisaria de um lembrete para não abrir o diabo da boca.