Adentrei as forjas cheio de material. Levava comigo Bronze, aço mortal, prata e cobre. Aquela seria uma noite longa. Na verdade, seriam noites longas até que aquele projeto estivesse, finalmente, terminado. Eu teria de ser paciente.
Adentrei e deixei minha grande sacola com os materiais a um canto ao lado de minha mesa. Liguei Sírius, meu supercomputador, e dei-lhe bom dia.
-- Abra os arquivos da TinkerBell, Sirius.
Enquanto o computador vasculhava em busca dos arquivos solicitados eu inspirei profundamente, limpando minha mente de tudo o que não importava. Eu precisaria de todo o foco possível naquele momento, de todo meu conhecimento e concentração.
Sirius abriu o arquivo e, com um gesto da mão, fiz com que as imagens na tela saltassem para o ar, em um holograma tridimensional de uma linda nave de modelo semi-militar, projetada por mim ao longo do ultimo mês.
- Spoiler:
Seria, sem dúvidas, minha maior criação. E também a mais cara, claro. Considerar também que, em meu projeto, constam dois acentos, um atrás do outro. O de trás ligeiramente mais largo, podendo acomodar até duas pessoas, apertadinhas
Fui desmontando o holograma, excluindo visualmente a chaparia externa, as peças funcionais até que sobrasse apenas o esqueleto do veículo, que seria feito de Bronze, para que fosse resistente e mais leve do que o Ferro Mortal. Girei a imagem holográfica, vendo cada pedaço até, por fim, por as mãos à obra.
Rodei pela forja em busca dos moldes corretos; cilindros ocos de bronze reforçados e isolados internamente, usados como moldes para outros cilindros e bastões. Selecionei os que tinham cumprimento e espessura corretos e os levei até minha mesa. De baixo dela puxei a caixa de areia silicada, onde fui montando os cones, usando a areia como base para espetar alguns e uma solda para fixar os demais, montando a estrutura que seria preenchida pelo bronze para formar o esqueleto do bagulho.
Peguei algumas barras de bronze, enchendo os braços com elas, até ter um total de 35kg do material. Fui até o forno de fundição e lá fui deixando o bronze, em recipientes apropriados para o volume em questão. Ajustei a temperatura e lá deixei.
Enquanto isso, voltei para minha mesa, onde recolhi mais um pouco do material. Separei as barras de cada metal em pilhas diferentes para facilitar meu trabalho. Inspirei e expirei profundamente. Então fui até Sirius e novamente movi as imagens holográficas, desta vez exibindo as peças funcionais internas da nave. Basicamente, seus órgãos; motor e etc. Destrinchando o holograma para que mostrasse cada pedaço separadamente, fui criando os moldes na areia silicada, com auxílio das medidas dadas pelo computador, uma fita e muita paciência, dando forma na areia das peças e encaixes, que viriam a tornar-se reais depois ao serem preenchidos pelo metal derretido.
Comecei pelo motor. Cada parte interna, colimador, válvula, hélice e prega foram moldados pacientemente. O motor seria, na verdade, um reator elétrico capaz de distribuir a energia por todo o automóvel. Não seria movido a combustível, como os automóveis mortais. Ele seria responsável basicamente por produzir e armazenar energia e enviá-las para os propulsores eletromagnéticos na parte traseira, inferior, frontal e laterais, que seriam as “rodas” da porra toda.
Moldei a parte bruta do grande motor e fui até o forno. De lá tirei alguns dos recipientes com bronze fundido e fui até a caixa com areia, onde com cuidado fui despejando o bronze na estrutura criada com os cilindros ocos, preenchendo a estrutura com o metal derretido. Quando os recipientes estavam vazios eu voltei correndo até o forno, recolhendo os demais e repetindo o processo ate que todo o molde estivesse preenchido.
Enquanto aquela parte esfriava e secava, fui até a mesa recolhendo a prata, o aço e mais do bronze, e deixando-os no forno de fundição em uma temperatura média, que pudesse aquecer todos os materiais. O aço seria o primeiro a fundir-se, seguido da prata e, por fim, o Bronze.
Voltei até a caixa de areia. Movi o holograma em Sirius, que mostrou-me mais estruturações a serem feitas.
Cada “órgão”, cada peça dentro de TinkerBell seria montada em um misto de Aço e Bronze. O Bronze estaria nas regiões que sofreriam maior pressão, fosse mecânica ou fosse elétrica/térmica, oferecendo grande resistência e durabilidade. As áreas de estruturação simples, que dariam suporte às peças de bronze, seriam moldadas em aço, de forma que o projeto ainda seria resistente, porém não tão caro para mim
Assim, pus-me a moldar na areia também as partes de aço, que estruturariam internamente o motor e as outras peças da nave (Que meu char bem sabe quais são).
Criei também os moldes que seriam preenchidos com bronze; um total de nove aros. Eles seriam a estrutura dos propulsores eletromagnéticos. O princípio era o mesmo que o trem-bala do oriente usava. O mesmo que os skates voadores que os engenheiros mortais usavam, porém potencializado e aprimorado por um exímio filho de Hefesto, elevados a outro nível pelas capacidades superiores do bronze celestial. Haveriam dois propulsores grandes na parte de baixo (responsáveis por manter a nave flutuando), dois pequenos na frente (responsáveis por dar estabilidade e freio), dois pequenos atrás (para dar estabilidade e aceleração), e um de cada lateral (para dar estabilidade e fazer curvas).
Tendo terminado todos os moldes das estruturas funcionais eu saí pra beber uma água
e voltei alguns minutos depois, recolhendo o aço mortal e levando-o até a areia, onde cuidadosamente fui despejando-o nos moldes, preenchendo-os pacientemente. Tendo terminado fui até o forno novamente, onde recolhi a prata, em um total de 0,7kg. Fui com ela até a máquina de trefilação; Equipamento industrial responsável pela criação de cabos e fios de metal. Assim, despejei a prata derretida e ajustei a máquina para que produzisse fios de prata do diâmetro específico.
Enquanto a máquina trabalhava eu fui até o forno, recolhendo o bronze que estava lá e usando-o para preencher as peças restantes, que seriam, de fato, as peças que dariam função; flutuação, aceleração, produção e distribuição de energia, etc.
Voltei até a máquina de fios e recolhi o fio de prata, submetendo todo ele a um banho de óleo de resfriamento antes de pôr-me a medi-lo e, sob instruções de Sírius, ir cortando-o na quantidade e medida certa para ligar as peças todas. A prata, sendo excelente condutora elétrica, seria a responsável por distribuir vida por toda a maquinaria. Sendo Prata Celestial, resistiria sem queimar e romper à grande corrente elétrica despejada sobre ela.
Suspirei, deixando os fios separados e arrumados em rolinhos em um canto. Decidi deixar tudo aquilo para terminar mais tarde. O sol já raiava, e seria bom deixar todas as peças secando naturalmente, a temperatura ambiente. Então, fechei aquela área com cortinas de lona e saí para aproveitar a manhã (Comer e dormir).
Retornei doze horas depois. Havia comido, me banhado e tirado uma boa soneca no chalé antes de voltar para as forjas. Agora é que começaria o trabalho de verdade, afinal. Agora que começaria a parte pesada do bagulho.
Passei pela cortina de lona que cobria minha mesa e rodei um pouco, conferindo as confecções da noite anterior, lembrando onde cada coisa estava e onde eu havia parado. Inspirei fundo. Como antes, tratei de limpar minha cabeça de tudo o que não importava no momento. Lutas, discussões entre conselheiros, problemas. Tudo aquilo era mundano. Só o que me interessava era o construto à minha frente.
Assim, voltei a por as mãos à obra.
Peguei a barra de cobre sobre a mesa e concentrei-me nela. Com meu Rearranjo, fui espalhando meu sentido por todo o metal, sentindo sua constituição, suas propriedades até, por fim, compreendê-lo. Assim, modifiquei a estrutura do mesmo, levando-o de sólido a líquido – Sem, porém, fundi-lo. Apenas tornando-o líquido.
Fiz isso sobre um recipiente, de forma que o cobre liquido caiu dentro da vasilha, à qual eu liguei o esguicho de pressão.
Enquanto isso, peguei as peças moldadas na areia silicada e, uma por uma, fui lixando-as com o auxílio de uma maquita, trocando suas lixas, polidores e furadeiras. Fui criando as fendas por onde passariam os fios, encaixes, ajustando cada detalhe e dando polimento às peças. Assim como havia feito com o Cobre eu fui tocando as peças com funções especiais, “configurando-as”, de forma que suas propriedades e estrutura se alterassem para executar suas devidas funções. Algumas chapas de bronze virariam placas, capazes de armazenar informações, outras estruturas se tornariam mais flexíveis, suportando mais pressão sem romper, etc.
Também criei um recipiente, de bronze, que seria um reservatório de combustível para dois belos “foguetes” a plasma no fundo da nave. Seriam movidos a energia também. Porém, gastariam energia demais da nave para funcionar. Logo, energia extra poderia ser obtida através das queima do combustível correto, que seria, por sinal, uma liga líquida de Bronze Celestial e Ouro Imperial. O ouro imperial, por sinal, já provou ser, na série, detentor e produtor de uma quantia absurda de energia, podendo, mesmo em pequenas quantidades, fornecer grande energia para os foguetes, potencializada ainda pela união com o bronze.
Terminando os ajustes, peguei o esguicho de preção com o cobre líquido e fui, uma por uma, cobrindo as peças de função elétrica. O recobrimento de cobre iria protegê-las e isolá-las de ação elétrica externa, bem como contra ação de água e oxidação por ação do tempo.
Por fim, fui dando forma a tudo. Peguei os fios de prata sobre a mesa e fui ligando as peças, soldando-as, parafusando, prendendo, encaixando, fundindo e, por fim, montando um organismo não-vivo mas, porém, cheio de órgãos. Órgãos de metal, cada um com sua função.
Desenvolvi, deus sabe lá como, o sistema anti-gravitacional.
Fiz, em uma escala e proporção maiores, o mesmo Gerador Júpiter que havia feito anteriormente. Não vou refazer o post e-e Caso queira ver o modelo, basta vir aqui: http://www.heroisdoolimporpg.com/t82p180-forjas-do-acampamento-meio-sangue#43806
O gerador encontra-se no centro da nave, protegido por todas as outras estruturas. Os fios de prata partem dele para as demais peças, distribuindo energia por toda a nave.
No painel haveria uma cópia de Sirius. Novamente, não vou repetir um post. Para mais informações sobre Sirius, vir aqui: http://www.heroisdoolimporpg.com/t82p150-forjas-do-acampamento-meio-sangue#37722
Em cada lateral a nave teria um cano de disparo. Sendo mais que especialista na construção de armas, crio canos adaptáveis, usando Rearranjo e técnicas de expansão para que eles se adaptem a qualquer projétil posto em seu interior. O recarregamento seria feito do interior da nave pelo condutor.
Por fim, uma vez que o esqueleto de toda a nave estava montado, faltava dar forma e revestimento externo. Eu ainda tinha toda uma chaparia para montar.
Assim, pus o bronze para fundir mais uma vez. Um total de 35kg do mesmo. Ajustei a temperatura do forno de fundição e aguardei enquanto fazia ajustes na estrutura central da nave para encaixar as chapas depois.
Enquanto o bronze terminava de fundir-se eu fui criando os moldes da chaparia na areia silicada, sob auxílio de Sirius, que foi me dando as medidas corretas, e de uma fita métrica. Não precisava dela, claro. Meus olhos já conseguiando medir com precisão o espaço entre dois pontos, tamanha minha prática, mas cuidado nunca era demais. Assim, fui criando os moldes que seriam posteriormente preenchidos de bronze.
Os moldes consistem nas chapas de revestimento externo que podem ver na imagem da nave lá em cima, com a diferença que as laterais teriam portas.
Assim, peguei o bronze no forno e, com o cuidado de sempre, fui preenchendo os moldes. Alguns deles consistia em uma chapa de 1c, de espessura, largas, com quase 1x1m. Seriam os vidros da nave, frontal e das portas.
Uso as técnicas já aprendidas e utilizadas anteriormente para dar-lhe a estruturação e visibilidade de um vidro (técnica já citada nos livros). Desta vez, porém, seria um trabalho ainda mais fácil e bem-feito, graças a meu Rearranjo, o qual uso para modificar a estrutura do bronze como for necessário, somando magia as técnicas metalúrgicas.
Assim, aguardei as estruturas começarem a secar e ficarem sólidas para pegar as placas e ir apoiando-as uma por uma na bigorna. Com meu martelo fui martelando algumas, dando-me maior compactação, aumentando sua resistência, ao mesmo tempo que moldava-as nas formas corretas. Uma vez que cada peça individual estava pronta, fui mergulhando-as em óleo de resfriamento, para deixá-las em temperatura ambiente, e fui organizando-as de frente à estrutura da Tinkerbell, para depois prendê-las.
Quando cada peça estava pronta eu fui,por fim, com a ajuda de martelos, pinças, chaves de todos os tipos e uma solda, fixando-as à nave, dando-lhe de fato a aparência que devia ter. À medida que pegando as peças eu borrifava com o esguicho de pressão uma camada de cobre em seu interior, reforçando o isolamento interno.
Por fim, uma vês que estava pronta a nave mais linda do mundo, liguei por um cabo meu computador Sírius ao computador da nave. Sentei-me diante de sírius e comecei a programar todo o sistema, cada placa e software. Um trabalho cansativo e detalhado, porém extremamente gratificante para mim, que havia passado as ultimas semanas sem dormir criando toda aquela programação. Cada ponto, letra, número, sigma e vírgula posto com muito carinho.
Enfim. Terminando meu trabalho eu desliguei o cabo e adentrei minha linda nave, acionando-a e sentindo-a deixar o solo. Com cuidado a guiei para fora das forjas e fui atropelar uns filhos da puta
Por sinal, preciso pagar emplacamento?
Habilidade Única Citada:
Rearranjo: Depois de muito tempo forjando e aprendendo sobre as diferentes propriedades dos mais diversos tipos de materiais, em especial metais, Roran adquiriu conhecimentos extraordinários, podendo modificar suas propriedades físicas sem alterar as mágicas. Pode, por exemplo, transformar uma chapa de metal em tecido, tão resistente quanto, ou uma haste de bronze em um cabo de bronze, com propriedade elástica. As opções são infindáveis, expandindo-se de acordo com o conhecimento/nível/perícia em forja do usuário. A habilidade requer extrema concentração, e só pode ser usada durante uma Forja, jamais em batalhas.
Materiais Utilizados
- Aço Mortal [40kg] – CONSUMÍVEL
- Bronze Celestial [70kg] – CONSUMÍVEL
- Prata [0,8kg] – CONSUMÍVEL
- Cobre [0,5kg] – CONSUMÍVEL
- Escama de Dragão do Trovão [x4] – CONSUMÍVEL
- Martelo de Forja [Acrescenta 25% de Resistência] – NÃO-CONSUMÍVEL
Obra-Prima a ser Criada
- ThinkerBell [Criação suprema de deus][E: 500/500][F: 10/10] – Nave voadora criada por Roran. Estrutura interna feita de Aço e Bronze Celestial, onde as peças importantes e que sofrem pressão mecânica/química/elétrica são de Bronze e sustentadas pelo aço, obtendo maior resistência.
-Mantém-se no ar com auxílio de um sistema de colimadores anti-gravitacionais. Possui dois foguetes na parte traseira, alimentados por 200 pontos de Energia [E] ou 1 ponto de Combustível [F] por rodada.
-Pode mover-se a “X”km/h normalmente, potencializado em 50% pelos foguetes. Move-se mais rapidamente próximo a uma superfície, seja o solo ou água, uma vez que pode pegar mais impulso (a pressão dos colimadores contra a superfície).
-Possui um sistema de inteligência artificial considerável (JARVIS) e computador de alta tecnologia, capaz de manter-se em rede em qualquer local.
-Sistema operacional geral consome 10~30[E]/rodada, baseado na velocidade atual.
-Gerador é capaz de produzir 50[E]/rodada.
-Possui dois canhões 40mm [C], capazes de disparar qualquer projétil (pequeno, óbvio) em qualquer direção. Consomem 20[E] cada.
- Computador central pode projetar imagens holográficas nos vidros, como as informações operacionais, mira, etc.
- Possui estrutura extremamente resistente e revestimento contra panes/ataques elétricos, magnéticos e a água.
- As especificações de Gasto de [E]nergia e [F]uel (Combustível) devem ser feitas pelo jogador (A não ser em casos onde o narrador se dispuser a isto).
No mais, é igual à da imagem, tirando que tem lugar para mais uma ou duas pessoas atrás e portas com vidro ao lado, semelhante a de carros.
Forja Aceita
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