Angelo estava no zoológico, talvez pelo terceiro dia seguido, restara ainda um pouco do seu dinheiro, mas que não seria capaz de sustentá-lo por outro dia sequer. O sol estava se abaixando e isso causava-lhe insegurança. Ele sentia algo nas sombras e gostava muito mais da segurança da luz e do dia. O relógio central do local badalou, seis horas. O zoológico estava fechando e Angelo não pode deixar de pensar que perdera outro dia.

Ele saiu do local e começou a andar sem muita direção, sem saber por onde ir daquela vez. Seus pés o levaram até uma rua pouco movimentada, apesar de ser horário de muito movimento na cidade. Quando percebeu que estava praticamente sozinho, o garoto ouviu um ressoar de passos macios no asfalto e respirações calmas. Ao virar-se, deu-se de cara com uma pequena matilha de seis lobos, maiores que os normais e de pelos de várias tonalidades. Apesar de calmos, eles tinham uma aparência e aura selvagens e brutais, Angelo soube que eles poderiam retalhá-lo sem grandes dificuldades.

"Pediste ajuda, filho de Roma." - o garoto ouve uma voz em sua mente, mais parecia um rosnado - "Nós viemos para levá-lo à sua casa."

Um lobo de pelos negros, um pouco maior que os demais, deu alguns passos à frente, encarando-o com seus olhos amarelos e selvagens.