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por Gean Williams 20/06/16, 05:36 am

Gean Williams

Gean Williams
Filho(a) de Hades
Filho(a) de Hades
Um considerável número de sátiros, em uma manhã de inverno, chegaram ao Acampamento. Estavam feridos, e alarmados. Anunciaram que vinham do Central Park, as ninfas de lá corriam perigo. Um grupo de monstros estava atacando qualquer ser que se movesse naquele parque. Os próprios humanos não íam para lá, por o espaço ter sido interditado pela polícia, embora não soubessem o real motivo. Dê um jeito nessa situação!

Pontos Obrigatórios na Narrativa:
1) Quíron lhe chamando e explicando a situação, pedindo para você ir até o Central Park;
2) No Central Park, quando você já está procurando, duas ninfas passam correndo, chorando, machucadas. Ajude-as de alguma forma e obtenha informações delas;
3) São quatro monstros, a serem definidos por você, podendo ser iguais ou diferentes, mas que devem ser encontrados ao mesmo tempo;
3.1) Você deve sentir a dificuldade pela desvantagem numérica na batalha;
3.2) Uma das mortes deve envolver sorte;
3.3) O último monstro, obrigatoriamente humanoide, sobrevivente deve pegar uma ninfa e usar de refém. Lide com essa situação, a ninfa preferencialmente saindo viva;
4) Envie uma Mensagem de Íris ao Acampamento Meio-Sangue, informando que os monstros foram derrotados e que uma equipe precisaria ser enviada para ajudar os feridos.


Equips:

Obs dos equips:







- Eu já cansei de tudo isso... - Falava comigo mesmo, deitado em minha cama no chalé de Hades. Suspirando, sofrendo em silêncio. Com o peso do meu corpo implorando para que eu dormisse. A busca não parava. Estava atrás de Kadie havia dois anos, desde que a encontrei no Acampamento Romano. Adoecida e enfeitiçada pelos monstros que se diziam protetores dos semideuses e da humanidade. Lobos em pele de cordeiro, traiçoeiros como serpentes. Era isso que os romanos realmente eram, um bando de monstros. Tiraram minha irmã de mim, e transformaram-na naquilo. Eu jurei fazê-los pagarem.
 
Mas desde aquele dia, eu não tive nenhum momento de paz. Todo dia eu acordava em uma casa diferente, ou no meio da floresta. Atraído por um grupo de pessoas psicopatas ou às vezes sequestrado por monstros. Não importava, no fim de tudo eu sempre acabava lutando contra tudo e todos. Sujei minhas mãos de sangue mais vezes do que eu imaginei ser capaz. Isso faz mal. Corrompe a alma, apodrece e escurece ela, até a mesma se tornar uma mancha cinzenta e fuliginosa. Suja. É assim que as pessoas são desviadas do seu caminho.
 
Porém, eu não me importava com isso. Era por ela, por Kadie. Minha alma pode sofrer as sequelas, não dou a mínima para o que acontece comigo. Um dia minha irmã voltará para mim. Seremos uma família de novo.
 
E foi pensando nela, que finalmente adormeci. Acordei apenas por causa do alvoroço em meio à fria manhã. O sol mal havia surgido no horizonte quando um grupo de sátiros chega em desespero no Acampamento. Assim como os curiosos eu fui até lá. No instante que botei os pés fora do chalé, as pessoas me olhavam estranho. Não os culpava por isso, havia passado apenas alguns meses com os gregos, antes de começar a busca por Kadie.
 
Eram poucos aqueles que eu realmente conhecia nesse grupo de pessoas. Entre elas estavam Taylor, uma ceifadora de Thanatos que eu arrisco chamar de companheira. Dividimos algumas aventuras juntos. E o outro era Enzo, o único amigo que eu tive em toda a minha vida. Ele era um filho de Apolo extremamente forte nas batalhas, um grande arqueiro, um grande curandeiro, e também um grande parceiro. De todas as pessoas que conheci ali, com os gregos, ele era o único que eu senti saudades nesses anos.
 
Mas o tempo havia passado. Eu já não era aquele garoto ingênuo. E além de tudo, havia me tornado um servo de Éris. Imagino o que ele pensaria de mim agora. Talvez passasse a sentir raiva de mim. Não o julgaria por isso. Fiz coisas que eu mesmo julgaria como erradas, mas não me arrependo.
 
De qualquer forma, nem Taylor nem Enzo estavam naquela multidão. Provavelmente haviam saído em alguma missão ou férias. Senti-me um pouco mal com aquilo. Mas me aproximei do grupo de pessoas. Não muito, não gostava do contato humano, e aquele amontoado de pessoas também parecia não gostar de mim.
 
Fiquei em silêncio, e esperei o desenrolar da história. Prestei um pouco de atenção nos gritos de um dos sátiros. Ele falava algo sobre ninfas. Perigo. Monstros. Ele estava em desespero. Continuou gritando algumas coisas, e o alvoroço só aumentava. Até que finalmente, da Casa grande entre as árvores, o homem cavalo surge, trotando com imponência.
 
Quíron se dirige aos sátiros e a multidão. Grita chamando por curandeiros, para ajudarem os homens bode. E leva o sátiro que estava contando a história para a Casa Grande, longe dessa multidão. Os semideuses se dispersam. E quando as atenções deles estavam se voltando para mim, eu suspirei. Ouvi a palavra ‘novato’ entre um deles, se referindo a mim. E imaginava se eles chegariam a me reconhecer se eu falasse o título de Cavaleiro Negro.
 
Mas me exibir ou tentar fazer isso não era meu forte. Voltei para o chalé de Hades. E deitei em minha cama, tentando voltar ao sono. O dia era a minha hora de dormir. Deitei na cama, e dessa vez adormeci com muito mais facilidade.
 
Acordei durante o meio dia. O sol no ápice do céu. Sua luz não entrava no chalé de meu pai, mas tive que levantar para comer alguma coisa. Havia alguns dias que eu não comia nada. Por sorte era inverno, e assim eu não sofri quando andei pelos chalés em direção à cantina. Chegando lá, peguei a comida e sentei-me à mesa dos filhos de Hades. Eu estava sozinho. Deveria ser o único da família que não estava em missão ou fora do Acampamento.
 
Comi, um pouco rápido demais para meu gosto, mas isso porque novamente as pessoas ficavam me olhando como se eu nunca estivesse ali antes. Sentia-me mal com esses olhares. E por isso que apressei as garfadas. Quando estava quase terminando, um sátiro veio até a minha mesa.
 
- Sr. Gean? - Acenei a cabeça positivamente, concordando. - Quíron o chama para a Casa Grande.
 
Eu deveria terminar o prato de comida. Mas um pouco cansado com os olhares, coloquei-me de pé e segui o homem bode até aquilo que era quase uma mansão feita para Dionísio. Entrei, e atravessei os corredores da casa com paredes brancas, passando por alguns quadros dos mais diversos heróis, e chegando ao escritório do homem cavalo. Abri a porta, e entrei, com o sátiro vindo logo em seguida, e fechando a porta atrás de si. Quíron estava em sua cadeira de rodas mágica, o que eu achava desnecessário aqui entre semideuses. Mas não o questionei sobre isso.
 
- Olá Gean. É bom vê-lo de volta. Por onde andou todo esse tempo?
 
Fiquei em silêncio. Ignorando sua recepção e pergunta. Eu sabia que ele ia falar mais alguma coisa. Mas vi seus olhos descendo para minha mão, encontrando o anel da discórdia em meu dedo. Sua testa se enrugou. Eu conhecia aquela expressão. Ele estava preocupado.
 
- Entendo... - Continuou. - Bem. Aproveitando sua estadia, tenho um trabalho para você. - Virou seu rosto barbudo e velho para o sátiro. - Hyrion, conte a história.
 
- Sim senhor. - O sátiro concordou com a cabeça, e virou-se para mim. - Pois bem. Nosso grupo fora enviado até o Central Park, para patrulhar o lar das ninfas. Nós fomos, éramos 17 no total. Ao chegar lá, tudo estava calmo. Até que um grupo enorme de criaturas submundanas e outras mais comuns nos atacaram. - Ele começou a expressar um pouco da raiva na voz, mas manteve a calmaria. - Travamos uma longa batalha contra o grupo. Mas infelizmente tivemos uma derrota grande, e muitas percas. Apenas 5 de nós voltaram vivos, contando comigo. Conseguimos lidar com algumas criaturas, mas, ainda existe um grupo grande. - A raiva se mesclava com tristeza em sua voz agora. - As ninfas... Elas... Elas correm perigo.


- Gean, você irá até o Central Park e começ...
 
- Não é problema meu.
 
Virei as costas para os dois e comecei a andar para fora, em direção à porta. Quando minha mão tocou a maçaneta.
 
- Por favor, senhor. - O sátiro que estava sério, segurando os sentimentos para contar a história. Agora se jogava ao chão, agarrando minha perna. Eu olhei para seu rosto, e poderia jurar que seus olhos lacrimejavam. - Minha irmã... Ela... Ela está lá. Ela é uma ninfa jovem, com apenas 79 anos. Ela corre perigo... Por favor. Salve ela!
 
Olhei nos olhos do sátiro, mais fundo. A palavra irmã mexia comigo. Lembrei-me imediatamente de Kadie. Se eu estivesse no lugar dele, faria de tudo para resgatar minha irmã...
 
Chutei a cara no sátiro, para que se afastasse de mim.
 
Mas aquela não era minha irmã.
 
- Não é problema meu! - Falei novamente, com mais grosseria e raiva, olhando de relance a boca ensanguentada daquele bicho.
 
Abri a porta e sai da casa grande. Caminhei pelo Acampamento ensolarado e fui até meu chalé. Que merda. Voltei pra essa porra tentando descansar, e logo em seguida os caras metem uma missão pra mim. Esse tipo de coisa me deixava meio |Castellan|. Ás vezes esses caras se esqueciam das suas obrigações. Não estavam aqui pra mandar, e sim fazer. Quem sabe alguns semideuses tinham a boa vontade de ajudar eles, nessas missões. Mas eu estava cagando pra essa porra toda.
 
Nem profecias me obrigavam a fazer as coisas, quem dirá dois meio homens de merda. Entrei no meu chalé, vazio. E me deitei na cama de novo. Dessa vez, foi mais difícil pegar no sono. Eu tinha esse problema, eu ficava com raiva fácil. E ficar com raiva me deixava com raiva. Remoí-me naquela droga de cama. Mas finalmente peguei no sono. Só que ser um semideus é uma merda, e por algum motivo as parcas sempre decidem estragar nossas vidas DURANTE O SONO.
 
No meio da noite senti uma mão empurrando meu ombro. Várias vezes seguidas. E com uma resmungada eu abri os olhos, para ver um moleque semideus ali do lado da minha cama. Não sabia de quem ele era filho, mas com certeza não era de Hades.
 
- O que você tá fazendo aqui? - Perguntei pra ele.
 
- Quíron está te chamando lá fora.
 
Eu durmo com todos os meus anéis, e por isso o anel da discórdia notou uma mentira vindo daquele cara naquela hora. E foi sabendo disso que o vi saindo do meu chalé. Provavelmente, mesmo sendo um mentiroso, como eu, ele respeitava o Deus da morte o suficiente para não fazer nenhuma bobagem ali.
 
Levantei-me da cama, ainda sonolento por ter sido acordado. Não peguei nenhum equipamento, fiquei apenas com meus anéis e o amuleto de Kadie. Então, sai do chalé de Hades. Para encontrar ali, do lado de fora, aquele semideus de antes e mais um.
 
- Ô novato! - Disse o da esquerda, que por sinal parecia gostar bastante da própria voz, pois erguia muito ela. - Fiquei sabendo que você foi bancar o esperto e machucar o Hyrion. Tá pensando que só porque é filho de Hades pode chegar aqui e fazer o que quiser?
 
- Ele é meu protetor! - Disse o campista da direita, aquele que foi no meu chalé.
 
Suspirei com o escândalo que estavam fazendo. Eram provavelmente filhos de Íris. Ou alguma coisa parecida. Deveriam ter entrado apenas alguns meses ou semanas atrás. Não pareciam muito fortes. Virei as costas para eles, voltando de onde vim.
 
- Vão cuidar da vida de vocês.
 
Quando dei as costas para eles, escutei o som de espadas sendo sacadas. E vi que não tinha como impedir aquilo. Virei-me para eles novamente.
 
- Isso é realmente necessário?
 
Estava com as mãos nos bolsos, mas tirei-as e fechei as duas em punho. Que merda. O primeiro a correr na minha direção, foi o que tinha entrado no meu chalé. Ele balançava a espada na minha direção como se fosse uma criança brincando com um pedaço de pau. Com um simples passo para o lado, desviei-me do golpe dele, colocando o pé na sua frente. Ele tropeçou e caiu de cara no chão. Escutei o som de um nariz quebrando e um gemido.
 
Esse cara não devia ter nem o treinamento básico. Dei dois passos para frente, em direção ao próximo garoto enquanto o que havia caído se levantava. O garoto que gostava da própria voz era ainda pior. Como uma garotinha, ele correu gritando na minha direção, com raiva no rosto. O de antes balançava a espada como uma criança, mas pelo menos sabia segurá-la direito.
 
Quando ele se aproximou, usei um movimento básico do acampamento de desarmamento, e segurando rapidamente com minha mão esquerda pressionei e torci o seu pulso, fazendo-o largar a espada no chão. O garoto atrás de mim, que havia sido derrubado, deu-me um chute atrás do joelho.
 
Não doeu, mas eu perdi o equilíbrio e fiquei ajoelhado. Rosnei. Eles estavam começando a me deixar com raiva. E como eu disse... Ficar com raiva me deixa com raiva. Larguei o pulso do outro, enquanto movia o cotovelo do braço direito para trás, acertando o idiota de nariz sangrando na barriga. Ele fez um barulho estranho.
 
Fiquei de pé. Minha vez de avançar. Fui contra o garoto de pulso torcido, e desferi um soco no meio da sua cara. Seu nariz fez um barulho nauseante, e começou a sangrar também. Por um momento os dois pareciam gêmeos. Soquei esse mesmo garoto uma segunda vez. Terceira. Quarta. Ele caiu no chão. Sabia que aquele merdinha de antes não podia fazer muita coisa, pois comecei a sentir o medo dele ao meu redor.
 
Subi no garoto que estava ao chão, e continuei socando ele. Mais uma vez, mais dez. Não parava nem quando meu punho doía. Seu rosto começou a inchar e sangrar de todos os cantos. Ele gritava no começo, mas depois de um tempo parou de gemer e se defender, ficando completamente silenciado. Mas eu não parava de bater.
 
- Para, por favor. - Começou a gritar o outro cara.
 
Levantei-me, e dei um soco nele também. Ele caiu no chão, mais de espanto do que da força. Chutei-o ali mesmo. E fiquei chutando várias vezes, ele gritava, pedindo desculpas. Só depois de um tempo eu percebi que rosnava. Algumas pessoas começavam a aparecer nas janelas dos chalés, um pequeno alvoroço era formado. E então, com um trote, Quíron e aquele sátiro do começo vieram até mim.
 
- JÁ CHEGA! - Gritou o Centauro, e eu me virei para ele furioso.
 
- Vai se foder! - Me virei para o sátiro que havia começado isso tudo. Ele estava com uma bandagem no nariz. Eu havia quebrado muitos narizes pra um dia só. - Seu bebê chorão! Aprenda a resolver as coisas por si só, seu merda.
 
Eu apontava o dedo para sua cara. Ele me pedia desculpas, e disse que não queria que isso tivesse acontecido. Alguns filhos de Apolo correm até os garotos derrubados.
 
- Gean, olha o que você fez! - Quíron estava zangado, e apontava para os garotos.
 
- O que eu fiz? VOCÊS QUE FIZERAM ESSA MERDA. EU SÓ ME DEFENDI CARALHO.
 
- Quíron, Gean, por favor. – O sátiro se meteu no meio do centauro e eu. Corajoso, porém, idiota.
 
- Quer saber? Se é por causa dessa porra de Central Park que vocês ficam fodendo com a minha vida, eu vou pra essa merda. - Gritava. Havia vários semideuses ali, agora.
 
Entrei no meu chalé, |Castellan|. Fui até o baú com meus itens. Vesti-os rapidamente. E saí do chalé de Hades. Todos ainda estavam ali quando saí. Mas minha máscara e as roupas negras, provavelmente fizera-os demorarem a perceber que era eu ali.
 
Assoviei para meu anel de prata. Com o modificador de voz, aquilo parecia um gemido. Mas ainda assim, era um assovio. E com ele, um cão infernal veio no meio da noite. Algumas das pessoas se assustaram. Não pelo cão em si, mas sim por eu não ser um novato afinal de contas.
 
Montei no cão, e juntos mergulhamos nas sombras. Eu estava com raiva. E por isso mal senti o enjoo quando cheguei ao parque repleto de árvores. Virei-me para o cão infernal. E disse para ficar escondido até eu chamar. Minha voz ecoava pelo lugar como a de um demônio. Saquei minha espada sugadora de almas. E comecei a andar pelo Central Park com impaciência, arrastando galhos comigo, cortando alguns pedaços de árvores para não ter que fazer curvas.
 
Minha primeira luta foi em uma floresta. Esse lugar me passava a impressão de ainda ser um garotinho fraco. E isso me deixava com mais raiva ainda. Caminhei por aqueles cantos a passos pesados. Minha respiração modificada pela máscara parecendo o rosnado suspirante que sai da boca de um dragão chegava a impressionar a mim mesmo.
 
Fui andando, até começar a ouvir o barulho de choro. Quando me virei para trás, vi duas ninfas correndo. Segui-as ainda zangado, e demorei um tempinho pra alcança-las. Quando encontrei, elas se assustaram ao me ver. Tirei a máscara para elas, com o intuito de parecer menos assustador, mas aparentemente isso apenas piorou as coisas. Engoli um pouco da raiva, e com um rosnado disse:
 
- Estou aqui pra ajudar. - Pareceram mais aliviadas ao ouvirem isso. Mas ainda nervosas. Uma delas era pequena. E tinha alguns traços familiares. Ela tinha um corte feio na barriga. Provavelmente era a irmã daquele sátiro. “Droga” pensei. Ela estava morrendo... Cuspia sangue.
 
- Então ajude ela, por favor. - Disse a outra ninfa.
 
Eu planejava usar o cão infernal para a luta. Mas chamei por ele, com um assovio novamente. Ele saiu das sombras, e as ninfas se assustaram novamente.
 
- Ele é meu, não se preocupem. - Peguei a ninfa menor no colo. - Ele pode levar você até o Acampamento.
 
Eu até botaria as duas para irem, mas ele só pode levar uma pessoa por vez. Coloquei-a sentada nas costas do cão infernal, a ninfa ainda conseguia se manter firme.
 
- Obrigada - Ela me falou entre gemidos de dor. E o cão mergulhou nas sombras.
 
A outra ninfa então abraçou o próprio corpo, ainda assustada com o que estava acontecendo. Então, pedi para que ela me levasse para perto de onde estava tendo o ataque dos monstros. Relutantemente a mulher de pele verde acenou com a cabeça ainda assustada. E andamos com calma pela floresta.
 
Minha raiva diminuiu. Era bom saber que as ninfas não eram escrotas igual semideuses e sátiros. Enquanto caminhávamos por entre as árvores, ela olhava com preocupação para os lados, provavelmente tentando encontrar alguma de suas irmãs. Mas não havia mais nenhuma ninfa por ali.
 
Comecei a sentir o ar mais úmido.
 
- É ali. - A ninfa apontou para frente.
 
Ela continuou me acompanhando. Eu sinceramente não dava a mínima para a vida dela, ela que decidiu correr esse risco então não Impedi. Coloquei o capacete. Andamos com calma. E por fim, chegamos em uma pequena clareira com um lago no meio. Eu estava escondido atrás dos arbustos com a espada em mãos. Havia quatro criaturas ao redor de uma fogueira. Duas empousai, um minotauro e um ciclope. As duas últimas eram grandes criaturas. Sobre a fogueira, amarradas de cabeça para baixo, haviam umas 7 ninfas. Todas penduradas por cordas resistentes. Elas tinham as pontas dos cabelos queimando, e os monstros pareciam ansiosos para queimá-las por completo. Eu teria problema para mata-los em grupo, então meu plano era separá-los. Afastar um por um do grupo, até finalmente me livrar deles e voltar para casa.
 
Mas como meus planos sempre dão errado, esse não podia ser diferente. Enquanto pensava em como atacar, a ninfa que veio comigo começou a chorar, e deu um salto para frente, saindo dos arbustos, gritando para que soltassem as suas irmãs.
 
Assim que ela entrou na clareira, invocou algumas raízes, que começaram a segui-la como várias cobras em direção aos inimigos. Assim que chegou perto das criaturas, sem nenhuma dificuldade, o ciclope desferiu um soco em seu rosto, fazendo ela cair ao chão. Uma das empousai foi até ela, e empalou sua barriga com as garras.
 
Eu não fiz nada para impedir. Não era problema meu. A ninfa se dissolveu e seu corpo virou um broto, como qualquer criatura da natureza. Mas em compensação algumas árvores do Central Park apodreceram de imediato.
 
Fiquei meio |Castellan|. E a raiva de antes foi voltando. Essas criaturas da natureza vivem sendo precipitadas e idiotas. Não é a toa que vivem chamando os semideuses para fazerem seu trabalho. Pensei em ficar escondido. Mas então. O minotauro começou a bufar. O ciclope farejava o ar, como se sentisse um cheiro estranho. E depois de um tempo, todas as criaturas passaram a sentir o cheiro.
 
“Droga”. Pensei.
 
- Ora... - Começou a empousai que tinha ficado parada até agora. - Saia das sombras e enfrente-nos como homem, filho de Hades.
 
As quatro criaturas ficaram de pé, e atentas. Fiquei com mais raiva ainda. Rosnei. Eu teria que fazer isso uma hora ou outra, então sai dos arbustos e me levantei. Aparecendo na clareira. Todos os monstros encararam-me com ódio e fome.
 
- Comida. - Rosnou o ciclope, gordo, alto e grande. E acompanhando-o, o minotauro bufou, fazendo vapor sair de seu nariz na fria noite, e socando um punho contra o outro, fazendo um desagradável som de impacto.
 
- O que faz aqui... Veio salvar as ninfas? - Ela tinha um sorrisinho.
 
- Não. Vim em busca de uma Empousai. Tem uma recompensa na cabeça dela, devido uns crimes.
 
- Hahaha! Não imaginava que depois de matar Baelor, eu seria...
 
- Peraí. - A outra empousai cortou a frase antes que fosse terminada. - Não é por você que ele veio. Eu que matei Galeon, o anão gigante.
 
Pronto, a semente do caos havia sido plantada. Elas começaram a discutir entre si, até que o minotauro bufou e pisou no chão. Por hora, ele havia parado a disputa. De suas costas ele tirou um machado de dois lados, e apontou com a mão livre para mim. Todos os quatro me encararam. Eu não tinha como evitar a luta. Segurei mais forte o cabo da espada.
 
O primeiro a correr na minha direção foi o ciclope, de mãos vazias e abertas. Ele tentou me agarrar, se jogando para frente. Pulei para o lado, e enquanto tentava me levantar fora recebido por um chute do casco de uma empousai, senti o impacto no capacete me deixando tonto e sangue escorreu na minha boca. Me levantei com a espada em mãos, e balancei a lâmina estigiana para a empousai perto de mim, ela esquivou, e a outra aproveitou para cortar com sua garra a minha barriga. Faíscas surgiram enquanto ela arranhava o bronze celestial da minha armadura, e depois saia, dando espaço para o golpe do minotauro com o machado.
 
Dei um passo para o lado, esquivando-me com sorte. Fui invocar alguma magia, como a fenda do tártaro ou alguma invocação de esqueletos. Mas antes de conseguir, me acertaram com a garra bem na parte de trás das pernas, onde não havia armadura. Rosnei e cai do joelhos.
 
Era uma luta claramente difícil demais para ganhar sozinho. As ninfas amarradas gritavam. O ciclope veio novamente, correndo desajeitado e gordo. Coloquei-me de pé, e esquivando pelo lado fiz um corte em seu joelho. O ferro estígio rasgou a sua pele como papel, e ele caiu no chão. Gritando de dor. As empousai vieram novamente, juntas, e desferiram garradas e coices em mim, jogando-me para trás com o impacto.
 
- ARGH! - Rosnei, com a voz modificada pelo capacete, enquanto fingia olhar para algo atrás delas. - Finalmente você veio.
 
Todos os quatro acreditaram na mentira, que era um dom meu vindo de Éris. E todos olharam para trás. Aproveitei a deixa para desferir um corte horizontal nas costas de uma das empousai, que gritou e caiu colocando a mão sobre o sangue.
 
Os outros tornaram a olhar para mim. Ativei o efeito do Liquor Umbrae, e fiquei invisível. Sabia que pouco adiantaria, já que eles sentiam meu cheiro, mas aproveitei a invisibilidade na noite para correr ao ciclope caído. Ele estava no chão, logo foi fácil alcançar seu pescoço, e perfura-lo. O nauseante som de uma criatura se afogando em sangue surgiu, e todos olharam para a minha direção, percebendo onde eu estava.
 
O ciclope morreu, e minha espada sugou sua alma automaticamente para meu diamante. Por baixo do capacete eu cuspia sangue, e minha respiração ofegante se tornava fantasmagórica e diabólica, dado o efeito do modificador. Parecia bufar como o minotauro, que correu até mim com seu machado logo em seguida.
 
Ele não usou a parte pontuda da lâmina enorme, e sim sua lateral. Ele me acertou em cheio, e me jogou no alto, fazendo eu cair no lago no centro da pequena clareira. Por sorte o lago não era fundo, se não, eu morreria afogado. Coloquei-me de pé, molhado e rugindo.
 
Corri na direção dos três restantes, com a espada em mãos. As empousai vieram em minha direção, juntas novamente, aproveitei o corpo molhado, e dei uma rasteira, deslizando por entre elas pela grama. Elas mesmas se atingiram, e brigaram entre si por alguns segundos. O minotauro vinha até mim, e eu corri na direção da fogueira. Fiquei na frente dela, e encarei o touro gigante e correndo até mim.
 
- SEU MERDINHA.
 
Gritei, e ele acelerou. Quando estava perto de me cortar ao meio com o machado. Desviei-me para o lado, e ele caiu de cara na fogueira, apagando as chamas. Corri até a arvore segurava a corda que prendia as ninfas, e cortei-a.
 
Elas caíram em cima do touro que mugia e se debatia para se levantar, e logo em seguida caíram juntas aos gritos ao lado da fogueira, sem se machucar muito. Elas iriam dar um jeito de se soltarem, pelo menos era o que eu esperava.
 
Virei-me para as empousai, me arrependendo de não ter dado atenção a elas segundos antes, pois corriam até mim grasnando. Uma delas, a com o corte nas costas, balançou o cabelo de fogo como um chicote, e quase me acertou, mas eu desviei. Aproveitando meu movimento, a outra deu um coice na minha cintura, onde não tem armadura. Caí de joelhos, gritando de dor. O minotauro se levantava, |Castellan|. As mulheres de grandes garras e cabelos flamejantes decidiram dar o golpe final em mim.
 
- Vou acabar com você, seu merdinha.
 
- Não!!! Eu vou acabar com ele, afinal, é a mim que ele procurava.
 
- Não, é a mim!!
 
Tive a SORTE de vê-las brigando entre si. A semente havia germinado, e o caos se instalou. Aproveitei isso, e cravei a espada nas costas da empousai mais próxima, aquela que não havia sido cortada ainda.
 
Ela cuspiu sangue, a outra se afastou correndo. E essa empousai finalmente morreu, transformando-se em sombra e sendo absorvida pela minha espada. Eu estava cansado. O touro estava de pé e me encarava com queimaduras por todo o corpo, e com os olhos brilhando em vermelho. Ele apontou seus chifres para mim.
 
Eu estava cansado, e |Castellan|. Ofegava. Enquanto ele corria com fúria até mim. Eu ia morrer, puta que pariu. Pensei em Kadie na hora, e tentava me esquivar, mas não dava tempo. Mas quando menos esperei. Raízes se envolveram nos pés dele, e ele caiu de cara na minha frente, mugindo. Respirei aliviado, as ninfas estavam livres.
 
Aproveitei que ele estava caído, e cravei a espada em seu olho. O minotauro foi absorvido pelo diamante. Faltava só mais um. Procurei pela empousai. Não achava ela. E então vi, por entre as árvores, tentando fugir, mas machucada demais para correr.
 
- ME DEIXE IR EMBORA, OU EU MATO ELA. - A piranha tinha de refém, uma ninfa. Eu ofegava de cansaço, e ela andava de ré.
 
- Eu tô cansado demais... - Me aproximei dela. Ofegante, meu peito doendo a cada respiração. - Prometo que é só deixar elas em paz, e cada um vai pro seu lar.
 
Eu via nos olhos dela, o medo de visitar o tártaro. A ninfa chorava de medo. A empousai tremia, indecisa, mas então... Confiou em mim, largando a menina de pele verde e começando a correr. Mas eu corri atrás dela. Por entre as árvores. Seguia a iluminação de seu cabelo de fogo. Ela começou a correr com mais desespero.
 
- VOCÊ TINHA PROMETIDO!!
 
Ela gritava enquanto corria. E repetia isso mil vezes, em choro. Na minha frente, ela tropeçou e gritou. Arrastou-se para se apoiar em uma árvore, mas eu já havia alcançado ela. E a ponta da minha espada, já estava apontando para sua garanta.
 
- Por favor, você prometeu.
 
Ela estava chorando. E com um som semelhante à uma pedra de amolar passando por uma faca, eu calei seu choro. Ela se afogou em sangue por alguns segundos. Mas morreu. E a minha espada absorveu a alma dela.
 
Cansado, voltei andando para a clareira, para ver se as ninfas estavam bem. Algumas estavam machucadas, mas todas estavam a salvo. A não ser aquela que havia corrido para tentar salvá-las. “Idiota” pensei.
 
Uma das ninfas me deu uma barra de Ambrosia como agradecimento. E comi ela até estar completamente regenerado. Peguei um dracma. Joguei ao lago, pensando imediatamente no centauro. Íris fez seu trabalho. E em um arco-íris, o rosto de Quíron surgiu, se assustando comigo.
 
- Está feito. Mande médicos... E meu cão infernal.
 

Ele parecia espantado. E depois daquela noite. Não lembro de ter voltado a dormir no Acampamento. 

Considerações finais: 

O mp de absorção de almas será descontado da espada.
Hp full por causa da ambrosia. 

+4 almas pro diamante. 

Skill usada: 

Nível 1 – Ladrão de Almas: O filho de Hades aprende um truque que vai lhe ser muito útil até o resto de suas vidas; roubar a alma de seus inimigos mortos em batalha. São capazes de absorver a alma dos mortos para o seu Diamante das Almas, por um preço de 10 pontos de Energia. 

#1

Hermes

Hermes
Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
Gean Williams escreveu:

Um considerável número de sátiros, em uma manhã de inverno, chegaram ao Acampamento. Estavam feridos, e alarmados. Anunciaram que vinham do Central Park, as ninfas de lá corriam perigo. Um grupo de monstros estava atacando qualquer ser que se movesse naquele parque. Os próprios humanos não íam para lá, por o espaço ter sido interditado pela polícia, embora não soubessem o real motivo. Dê um jeito nessa situação!


Pontos Obrigatórios na Narrativa:
1) Quíron lhe chamando e explicando a situação, pedindo para você ir até o Central Park;
2) No Central Park, quando você já está procurando, duas ninfas passam correndo, chorando, machucadas. Ajude-as de alguma forma e obtenha informações delas;
3) São quatro monstros, a serem definidos por você, podendo ser iguais ou diferentes, mas que devem ser encontrados ao mesmo tempo;
3.1) Você deve sentir a dificuldade pela desvantagem numérica na batalha;
3.2) Uma das mortes deve envolver sorte;
3.3) O último monstro, obrigatoriamente humanoide, sobrevivente deve pegar uma ninfa e usar de refém. Lide com essa situação, a ninfa preferencialmente saindo viva;
4) Envie uma Mensagem de Íris ao Acampamento Meio-Sangue, informando que os monstros foram derrotados e que uma equipe precisaria ser enviada para ajudar os feridos.


Equips:

Obs dos equips:







- Eu já cansei de tudo isso... - Falava comigo mesmo, deitado em minha cama no chalé de Hades. Suspirando, sofrendo em silêncio. Com o peso do meu corpo implorando para que eu dormisse. A busca não parava. Estava atrás de Kadie havia dois anos, desde que a encontrei no Acampamento Romano. Adoecida e enfeitiçada pelos monstros que se diziam protetores dos semideuses e da humanidade. Lobos em pele de cordeiro, traiçoeiros como serpentes. Era isso que os romanos realmente eram, um bando de monstros. Tiraram minha irmã de mim, e transformaram-na naquilo. Eu jurei fazê-los pagarem.
 
Mas desde aquele dia, eu não tive nenhum momento de paz. Todo dia eu acordava em uma casa diferente, ou no meio da floresta. Atraído por um grupo de pessoas psicopatas ou às vezes sequestrado por monstros. Não importava, no fim de tudo eu sempre acabava lutando contra tudo e todos. Sujei minhas mãos de sangue mais vezes do que eu imaginei ser capaz. Isso faz mal. Corrompe a alma, apodrece e escurece ela, até a mesma se tornar uma mancha cinzenta e fuliginosa. Suja. É assim que as pessoas são desviadas do seu caminho.
 
Porém, eu não me importava com isso. Era por ela, por Kadie. Minha alma pode sofrer as sequelas, não dou a mínima para o que acontece comigo. Um dia minha irmã voltará para mim. Seremos uma família de novo.
 
E foi pensando nela, que finalmente adormeci. Acordei apenas por causa do alvoroço em meio à fria manhã. O sol mal havia surgido no horizonte quando um grupo de sátiros chega em desespero no Acampamento. Assim como os curiosos eu fui até lá. No instante que botei os pés fora do chalé, as pessoas me olhavam estranho. Não os culpava por isso, havia passado apenas alguns meses com os gregos, antes de começar a busca por Kadie.
 
Eram poucos aqueles que eu realmente conhecia nesse grupo de pessoas. Entre elas estavam Taylor, uma ceifadora de Thanatos que eu arrisco chamar de companheira. Dividimos algumas aventuras juntos. E o outro era Enzo, o único amigo que eu tive em toda a minha vida. Ele era um filho de Apolo extremamente forte nas batalhas, um grande arqueiro, um grande curandeiro, e também um grande parceiro. De todas as pessoas que conheci ali, com os gregos, ele era o único que eu senti saudades nesses anos.
 
Mas o tempo havia passado. Eu já não era aquele garoto ingênuo. E além de tudo, havia me tornado um servo de Éris. Imagino o que ele pensaria de mim agora. Talvez passasse a sentir raiva de mim. Não o julgaria por isso. Fiz coisas que eu mesmo julgaria como erradas, mas não me arrependo.
 
De qualquer forma, nem Taylor nem Enzo estavam naquela multidão. Provavelmente haviam saído em alguma missão ou férias. Senti-me um pouco mal com aquilo. Mas me aproximei do grupo de pessoas. Não muito, não gostava do contato humano, e aquele amontoado de pessoas também parecia não gostar de mim.
 
Fiquei em silêncio, e esperei o desenrolar da história. Prestei um pouco de atenção nos gritos de um dos sátiros. Ele falava algo sobre ninfas. Perigo. Monstros. Ele estava em desespero. Continuou gritando algumas coisas, e o alvoroço só aumentava. Até que finalmente, da Casa grande entre as árvores, o homem cavalo surge, trotando com imponência.
 
Quíron se dirige aos sátiros e a multidão. Grita chamando por curandeiros, para ajudarem os homens bode. E leva o sátiro que estava contando a história para a Casa Grande, longe dessa multidão. Os semideuses se dispersam. E quando as atenções deles estavam se voltando para mim, eu suspirei. Ouvi a palavra ‘novato’ entre um deles, se referindo a mim. E imaginava se eles chegariam a me reconhecer se eu falasse o título de Cavaleiro Negro.
 
Mas me exibir ou tentar fazer isso não era meu forte. Voltei para o chalé de Hades. E deitei em minha cama, tentando voltar ao sono. O dia era a minha hora de dormir. Deitei na cama, e dessa vez adormeci com muito mais facilidade.
 
Acordei durante o meio dia. O sol no ápice do céu. Sua luz não entrava no chalé de meu pai, mas tive que levantar para comer alguma coisa. Havia alguns dias que eu não comia nada. Por sorte era inverno, e assim eu não sofri quando andei pelos chalés em direção à cantina. Chegando lá, peguei a comida e sentei-me à mesa dos filhos de Hades. Eu estava sozinho. Deveria ser o único da família que não estava em missão ou fora do Acampamento.
 
Comi, um pouco rápido demais para meu gosto, mas isso porque novamente as pessoas ficavam me olhando como se eu nunca estivesse ali antes. Sentia-me mal com esses olhares. E por isso que apressei as garfadas. Quando estava quase terminando, um sátiro veio até a minha mesa.
 
- Sr. Gean? - Acenei a cabeça positivamente, concordando. - Quíron o chama para a Casa Grande.
 
Eu deveria terminar o prato de comida. Mas um pouco cansado com os olhares, coloquei-me de pé e segui o homem bode até aquilo que era quase uma mansão feita para Dionísio. Entrei, e atravessei os corredores da casa com paredes brancas, passando por alguns quadros dos mais diversos heróis, e chegando ao escritório do homem cavalo. Abri a porta, e entrei, com o sátiro vindo logo em seguida, e fechando a porta atrás de si. Quíron estava em sua cadeira de rodas mágica, o que eu achava desnecessário aqui entre semideuses. Mas não o questionei sobre isso.
 
- Olá Gean. É bom vê-lo de volta. Por onde andou todo esse tempo?
 
Fiquei em silêncio. Ignorando sua recepção e pergunta. Eu sabia que ele ia falar mais alguma coisa. Mas vi seus olhos descendo para minha mão, encontrando o anel da discórdia em meu dedo. Sua testa se enrugou. Eu conhecia aquela expressão. Ele estava preocupado.
 
- Entendo... - Continuou. - Bem. Aproveitando sua estadia, tenho um trabalho para você. - Virou seu rosto barbudo e velho para o sátiro. - Hyrion, conte a história.
 
- Sim senhor. - O sátiro concordou com a cabeça, e virou-se para mim. - Pois bem. Nosso grupo fora enviado até o Central Park, para patrulhar o lar das ninfas. Nós fomos, éramos 17 no total. Ao chegar lá, tudo estava calmo. Até que um grupo enorme de criaturas submundanas e outras mais comuns nos atacaram. - Ele começou a expressar um pouco da raiva na voz, mas manteve a calmaria. - Travamos uma longa batalha contra o grupo. Mas infelizmente tivemos uma derrota grande, e muitas percas. Apenas 5 de nós voltaram vivos, contando comigo. Conseguimos lidar com algumas criaturas, mas, ainda existe um grupo grande. - A raiva se mesclava com tristeza em sua voz agora. - As ninfas... Elas... Elas correm perigo.


- Gean, você irá até o Central Park e começ...
 
- Não é problema meu.
 
Virei as costas para os dois e comecei a andar para fora, em direção à porta. Quando minha mão tocou a maçaneta.
 
- Por favor, senhor. - O sátiro que estava sério, segurando os sentimentos para contar a história. Agora se jogava ao chão, agarrando minha perna. Eu olhei para seu rosto, e poderia jurar que seus olhos lacrimejavam. - Minha irmã... Ela... Ela está lá. Ela é uma ninfa jovem, com apenas 79 anos. Ela corre perigo... Por favor. Salve ela!
 
Olhei nos olhos do sátiro, mais fundo. A palavra irmã mexia comigo. Lembrei-me imediatamente de Kadie. Se eu estivesse no lugar dele, faria de tudo para resgatar minha irmã...
 
Chutei a cara no sátiro, para que se afastasse de mim.
 
Mas aquela não era minha irmã.
 
- Não é problema meu! - Falei novamente, com mais grosseria e raiva, olhando de relance a boca ensanguentada daquele bicho.
 
Abri a porta e sai da casa grande. Caminhei pelo Acampamento ensolarado e fui até meu chalé. Que merda. Voltei pra essa porra tentando descansar, e logo em seguida os caras metem uma missão pra mim. Esse tipo de coisa me deixava meio |Castellan|. Ás vezes esses caras se esqueciam das suas obrigações. Não estavam aqui pra mandar, e sim fazer. Quem sabe alguns semideuses tinham a boa vontade de ajudar eles, nessas missões. Mas eu estava cagando pra essa porra toda.
 
Nem profecias me obrigavam a fazer as coisas, quem dirá dois meio homens de merda. Entrei no meu chalé, vazio. E me deitei na cama de novo. Dessa vez, foi mais difícil pegar no sono. Eu tinha esse problema, eu ficava com raiva fácil. E ficar com raiva me deixava com raiva. Remoí-me naquela droga de cama. Mas finalmente peguei no sono. Só que ser um semideus é uma merda, e por algum motivo as parcas sempre decidem estragar nossas vidas DURANTE O SONO.
 
No meio da noite senti uma mão empurrando meu ombro. Várias vezes seguidas. E com uma resmungada eu abri os olhos, para ver um moleque semideus ali do lado da minha cama. Não sabia de quem ele era filho, mas com certeza não era de Hades.
 
- O que você tá fazendo aqui? - Perguntei pra ele.
 
- Quíron está te chamando lá fora.
 
Eu durmo com todos os meus anéis, e por isso o anel da discórdia notou uma mentira vindo daquele cara naquela hora. E foi sabendo disso que o vi saindo do meu chalé. Provavelmente, mesmo sendo um mentiroso, como eu, ele respeitava o Deus da morte o suficiente para não fazer nenhuma bobagem ali.
 
Levantei-me da cama, ainda sonolento por ter sido acordado. Não peguei nenhum equipamento, fiquei apenas com meus anéis e o amuleto de Kadie. Então, sai do chalé de Hades. Para encontrar ali, do lado de fora, aquele semideus de antes e mais um.
 
- Ô novato! - Disse o da esquerda, que por sinal parecia gostar bastante da própria voz, pois erguia muito ela. - Fiquei sabendo que você foi bancar o esperto e machucar o Hyrion. Tá pensando que só porque é filho de Hades pode chegar aqui e fazer o que quiser?
 
- Ele é meu protetor! - Disse o campista da direita, aquele que foi no meu chalé.
 
Suspirei com o escândalo que estavam fazendo. Eram provavelmente filhos de Íris. Ou alguma coisa parecida. Deveriam ter entrado apenas alguns meses ou semanas atrás. Não pareciam muito fortes. Virei as costas para eles, voltando de onde vim.
 
- Vão cuidar da vida de vocês.
 
Quando dei as costas para eles, escutei o som de espadas sendo sacadas. E vi que não tinha como impedir aquilo. Virei-me para eles novamente.
 
- Isso é realmente necessário?
 
Estava com as mãos nos bolsos, mas tirei-as e fechei as duas em punho. Que merda. O primeiro a correr na minha direção, foi o que tinha entrado no meu chalé. Ele balançava a espada na minha direção como se fosse uma criança brincando com um pedaço de pau. Com um simples passo para o lado, desviei-me do golpe dele, colocando o pé na sua frente. Ele tropeçou e caiu de cara no chão. Escutei o som de um nariz quebrando e um gemido.
 
Esse cara não devia ter nem o treinamento básico. Dei dois passos para frente, em direção ao próximo garoto enquanto o que havia caído se levantava. O garoto que gostava da própria voz era ainda pior. Como uma garotinha, ele correu gritando na minha direção, com raiva no rosto. O de antes balançava a espada como uma criança, mas pelo menos sabia segurá-la direito.
 
Quando ele se aproximou, usei um movimento básico do acampamento de desarmamento, e segurando rapidamente com minha mão esquerda pressionei e torci o seu pulso, fazendo-o largar a espada no chão. O garoto atrás de mim, que havia sido derrubado, deu-me um chute atrás do joelho.
 
Não doeu, mas eu perdi o equilíbrio e fiquei ajoelhado. Rosnei. Eles estavam começando a me deixar com raiva. E como eu disse... Ficar com raiva me deixa com raiva. Larguei o pulso do outro, enquanto movia o cotovelo do braço direito para trás, acertando o idiota de nariz sangrando na barriga. Ele fez um barulho estranho.
 
Fiquei de pé. Minha vez de avançar. Fui contra o garoto de pulso torcido, e desferi um soco no meio da sua cara. Seu nariz fez um barulho nauseante, e começou a sangrar também. Por um momento os dois pareciam gêmeos. Soquei esse mesmo garoto uma segunda vez. Terceira. Quarta. Ele caiu no chão. Sabia que aquele merdinha de antes não podia fazer muita coisa, pois comecei a sentir o medo dele ao meu redor.
 
Subi no garoto que estava ao chão, e continuei socando ele. Mais uma vez, mais dez. Não parava nem quando meu punho doía. Seu rosto começou a inchar e sangrar de todos os cantos. Ele gritava no começo, mas depois de um tempo parou de gemer e se defender, ficando completamente silenciado. Mas eu não parava de bater.
 
- Para, por favor. - Começou a gritar o outro cara.
 
Levantei-me, e dei um soco nele também. Ele caiu no chão, mais de espanto do que da força. Chutei-o ali mesmo. E fiquei chutando várias vezes, ele gritava, pedindo desculpas. Só depois de um tempo eu percebi que rosnava. Algumas pessoas começavam a aparecer nas janelas dos chalés, um pequeno alvoroço era formado. E então, com um trote, Quíron e aquele sátiro do começo vieram até mim.
 
- JÁ CHEGA! - Gritou o Centauro, e eu me virei para ele furioso.
 
- Vai se foder! - Me virei para o sátiro que havia começado isso tudo. Ele estava com uma bandagem no nariz. Eu havia quebrado muitos narizes pra um dia só. - Seu bebê chorão! Aprenda a resolver as coisas por si só, seu merda.
 
Eu apontava o dedo para sua cara. Ele me pedia desculpas, e disse que não queria que isso tivesse acontecido. Alguns filhos de Apolo correm até os garotos derrubados.
 
- Gean, olha o que você fez! - Quíron estava zangado, e apontava para os garotos.
 
- O que eu fiz? VOCÊS QUE FIZERAM ESSA MERDA. EU SÓ ME DEFENDI CARALHO.
 
- Quíron, Gean, por favor. – O sátiro se meteu no meio do centauro e eu. Corajoso, porém, idiota.
 
- Quer saber? Se é por causa dessa porra de Central Park que vocês ficam fodendo com a minha vida, eu vou pra essa merda. - Gritava. Havia vários semideuses ali, agora.
 
Entrei no meu chalé, |Castellan|. Fui até o baú com meus itens. Vesti-os rapidamente. E saí do chalé de Hades. Todos ainda estavam ali quando saí. Mas minha máscara e as roupas negras, provavelmente fizera-os demorarem a perceber que era eu ali.
 
Assoviei para meu anel de prata. Com o modificador de voz, aquilo parecia um gemido. Mas ainda assim, era um assovio. E com ele, um cão infernal veio no meio da noite. Algumas das pessoas se assustaram. Não pelo cão em si, mas sim por eu não ser um novato afinal de contas.
 
Montei no cão, e juntos mergulhamos nas sombras. Eu estava com raiva. E por isso mal senti o enjoo quando cheguei ao parque repleto de árvores. Virei-me para o cão infernal. E disse para ficar escondido até eu chamar. Minha voz ecoava pelo lugar como a de um demônio. Saquei minha espada sugadora de almas. E comecei a andar pelo Central Park com impaciência, arrastando galhos comigo, cortando alguns pedaços de árvores para não ter que fazer curvas.
 
Minha primeira luta foi em uma floresta. Esse lugar me passava a impressão de ainda ser um garotinho fraco. E isso me deixava com mais raiva ainda. Caminhei por aqueles cantos a passos pesados. Minha respiração modificada pela máscara parecendo o rosnado suspirante que sai da boca de um dragão chegava a impressionar a mim mesmo.
 
Fui andando, até começar a ouvir o barulho de choro. Quando me virei para trás, vi duas ninfas correndo. Segui-as ainda zangado, e demorei um tempinho pra alcança-las. Quando encontrei, elas se assustaram ao me ver. Tirei a máscara para elas, com o intuito de parecer menos assustador, mas aparentemente isso apenas piorou as coisas. Engoli um pouco da raiva, e com um rosnado disse:
 
- Estou aqui pra ajudar. - Pareceram mais aliviadas ao ouvirem isso. Mas ainda nervosas. Uma delas era pequena. E tinha alguns traços familiares. Ela tinha um corte feio na barriga. Provavelmente era a irmã daquele sátiro. “Droga” pensei. Ela estava morrendo... Cuspia sangue.
 
- Então ajude ela, por favor. - Disse a outra ninfa.
 
Eu planejava usar o cão infernal para a luta. Mas chamei por ele, com um assovio novamente. Ele saiu das sombras, e as ninfas se assustaram novamente.
 
- Ele é meu, não se preocupem. - Peguei a ninfa menor no colo. - Ele pode levar você até o Acampamento.
 
Eu até botaria as duas para irem, mas ele só pode levar uma pessoa por vez. Coloquei-a sentada nas costas do cão infernal, a ninfa ainda conseguia se manter firme.
 
- Obrigada - Ela me falou entre gemidos de dor. E o cão mergulhou nas sombras.
 
A outra ninfa então abraçou o próprio corpo, ainda assustada com o que estava acontecendo. Então, pedi para que ela me levasse para perto de onde estava tendo o ataque dos monstros. Relutantemente a mulher de pele verde acenou com a cabeça ainda assustada. E andamos com calma pela floresta.
 
Minha raiva diminuiu. Era bom saber que as ninfas não eram escrotas igual semideuses e sátiros. Enquanto caminhávamos por entre as árvores, ela olhava com preocupação para os lados, provavelmente tentando encontrar alguma de suas irmãs. Mas não havia mais nenhuma ninfa por ali.
 
Comecei a sentir o ar mais úmido.
 
- É ali. - A ninfa apontou para frente.
 
Ela continuou me acompanhando. Eu sinceramente não dava a mínima para a vida dela, ela que decidiu correr esse risco então não Impedi. Coloquei o capacete. Andamos com calma. E por fim, chegamos em uma pequena clareira com um lago no meio. Eu estava escondido atrás dos arbustos com a espada em mãos. Havia quatro criaturas ao redor de uma fogueira. Duas empousai, um minotauro e um ciclope. As duas últimas eram grandes criaturas. Sobre a fogueira, amarradas de cabeça para baixo, haviam umas 7 ninfas. Todas penduradas por cordas resistentes. Elas tinham as pontas dos cabelos queimando, e os monstros pareciam ansiosos para queimá-las por completo. Eu teria problema para mata-los em grupo, então meu plano era separá-los. Afastar um por um do grupo, até finalmente me livrar deles e voltar para casa.
 
Mas como meus planos sempre dão errado, esse não podia ser diferente. Enquanto pensava em como atacar, a ninfa que veio comigo começou a chorar, e deu um salto para frente, saindo dos arbustos, gritando para que soltassem as suas irmãs.
 
Assim que ela entrou na clareira, invocou algumas raízes, que começaram a segui-la como várias cobras em direção aos inimigos. Assim que chegou perto das criaturas, sem nenhuma dificuldade, o ciclope desferiu um soco em seu rosto, fazendo ela cair ao chão. Uma das empousai foi até ela, e empalou sua barriga com as garras.
 
Eu não fiz nada para impedir. Não era problema meu. A ninfa se dissolveu e seu corpo virou um broto, como qualquer criatura da natureza. Mas em compensação algumas árvores do Central Park apodreceram de imediato.
 
Fiquei meio |Castellan|. E a raiva de antes foi voltando. Essas criaturas da natureza vivem sendo precipitadas e idiotas. Não é a toa que vivem chamando os semideuses para fazerem seu trabalho. Pensei em ficar escondido. Mas então. O minotauro começou a bufar. O ciclope farejava o ar, como se sentisse um cheiro estranho. E depois de um tempo, todas as criaturas passaram a sentir o cheiro.
 
“Droga”. Pensei.
 
- Ora... - Começou a empousai que tinha ficado parada até agora. - Saia das sombras e enfrente-nos como homem, filho de Hades.
 
As quatro criaturas ficaram de pé, e atentas. Fiquei com mais raiva ainda. Rosnei. Eu teria que fazer isso uma hora ou outra, então sai dos arbustos e me levantei. Aparecendo na clareira. Todos os monstros encararam-me com ódio e fome.
 
- Comida. - Rosnou o ciclope, gordo, alto e grande. E acompanhando-o, o minotauro bufou, fazendo vapor sair de seu nariz na fria noite, e socando um punho contra o outro, fazendo um desagradável som de impacto.
 
- O que faz aqui... Veio salvar as ninfas? - Ela tinha um sorrisinho.
 
- Não. Vim em busca de uma Empousai. Tem uma recompensa na cabeça dela, devido uns crimes.
 
- Hahaha! Não imaginava que depois de matar Baelor, eu seria...
 
- Peraí. - A outra empousai cortou a frase antes que fosse terminada. - Não é por você que ele veio. Eu que matei Galeon, o anão gigante.
 
Pronto, a semente do caos havia sido plantada. Elas começaram a discutir entre si, até que o minotauro bufou e pisou no chão. Por hora, ele havia parado a disputa. De suas costas ele tirou um machado de dois lados, e apontou com a mão livre para mim. Todos os quatro me encararam. Eu não tinha como evitar a luta. Segurei mais forte o cabo da espada.
 
O primeiro a correr na minha direção foi o ciclope, de mãos vazias e abertas. Ele tentou me agarrar, se jogando para frente. Pulei para o lado, e enquanto tentava me levantar fora recebido por um chute do casco de uma empousai, senti o impacto no capacete me deixando tonto e sangue escorreu na minha boca. Me levantei com a espada em mãos, e balancei a lâmina estigiana para a empousai perto de mim, ela esquivou, e a outra aproveitou para cortar com sua garra a minha barriga. Faíscas surgiram enquanto ela arranhava o bronze celestial da minha armadura, e depois saia, dando espaço para o golpe do minotauro com o machado.
 
Dei um passo para o lado, esquivando-me com sorte. Fui invocar alguma magia, como a fenda do tártaro ou alguma invocação de esqueletos. Mas antes de conseguir, me acertaram com a garra bem na parte de trás das pernas, onde não havia armadura. Rosnei e cai do joelhos.
 
Era uma luta claramente difícil demais para ganhar sozinho. As ninfas amarradas gritavam. O ciclope veio novamente, correndo desajeitado e gordo. Coloquei-me de pé, e esquivando pelo lado fiz um corte em seu joelho. O ferro estígio rasgou a sua pele como papel, e ele caiu no chão. Gritando de dor. As empousai vieram novamente, juntas, e desferiram garradas e coices em mim, jogando-me para trás com o impacto.
 
- ARGH! - Rosnei, com a voz modificada pelo capacete, enquanto fingia olhar para algo atrás delas. - Finalmente você veio.
 
Todos os quatro acreditaram na mentira, que era um dom meu vindo de Éris. E todos olharam para trás. Aproveitei a deixa para desferir um corte horizontal nas costas de uma das empousai, que gritou e caiu colocando a mão sobre o sangue.
 
Os outros tornaram a olhar para mim. Ativei o efeito do Liquor Umbrae, e fiquei invisível. Sabia que pouco adiantaria, já que eles sentiam meu cheiro, mas aproveitei a invisibilidade na noite para correr ao ciclope caído. Ele estava no chão, logo foi fácil alcançar seu pescoço, e perfura-lo. O nauseante som de uma criatura se afogando em sangue surgiu, e todos olharam para a minha direção, percebendo onde eu estava.
 
O ciclope morreu, e minha espada sugou sua alma automaticamente para meu diamante. Por baixo do capacete eu cuspia sangue, e minha respiração ofegante se tornava fantasmagórica e diabólica, dado o efeito do modificador. Parecia bufar como o minotauro, que correu até mim com seu machado logo em seguida.
 
Ele não usou a parte pontuda da lâmina enorme, e sim sua lateral. Ele me acertou em cheio, e me jogou no alto, fazendo eu cair no lago no centro da pequena clareira. Por sorte o lago não era fundo, se não, eu morreria afogado. Coloquei-me de pé, molhado e rugindo.
 
Corri na direção dos três restantes, com a espada em mãos. As empousai vieram em minha direção, juntas novamente, aproveitei o corpo molhado, e dei uma rasteira, deslizando por entre elas pela grama. Elas mesmas se atingiram, e brigaram entre si por alguns segundos. O minotauro vinha até mim, e eu corri na direção da fogueira. Fiquei na frente dela, e encarei o touro gigante e correndo até mim.
 
- SEU MERDINHA.
 
Gritei, e ele acelerou. Quando estava perto de me cortar ao meio com o machado. Desviei-me para o lado, e ele caiu de cara na fogueira, apagando as chamas. Corri até a arvore segurava a corda que prendia as ninfas, e cortei-a.
 
Elas caíram em cima do touro que mugia e se debatia para se levantar, e logo em seguida caíram juntas aos gritos ao lado da fogueira, sem se machucar muito. Elas iriam dar um jeito de se soltarem, pelo menos era o que eu esperava.
 
Virei-me para as empousai, me arrependendo de não ter dado atenção a elas segundos antes, pois corriam até mim grasnando. Uma delas, a com o corte nas costas, balançou o cabelo de fogo como um chicote, e quase me acertou, mas eu desviei. Aproveitando meu movimento, a outra deu um coice na minha cintura, onde não tem armadura. Caí de joelhos, gritando de dor. O minotauro se levantava, |Castellan|. As mulheres de grandes garras e cabelos flamejantes decidiram dar o golpe final em mim.
 
- Vou acabar com você, seu merdinha.
 
- Não!!! Eu vou acabar com ele, afinal, é a mim que ele procurava.
 
- Não, é a mim!!
 
Tive a SORTE de vê-las brigando entre si. A semente havia germinado, e o caos se instalou. Aproveitei isso, e cravei a espada nas costas da empousai mais próxima, aquela que não havia sido cortada ainda.
 
Ela cuspiu sangue, a outra se afastou correndo. E essa empousai finalmente morreu, transformando-se em sombra e sendo absorvida pela minha espada. Eu estava cansado. O touro estava de pé e me encarava com queimaduras por todo o corpo, e com os olhos brilhando em vermelho. Ele apontou seus chifres para mim.
 
Eu estava cansado, e |Castellan|. Ofegava. Enquanto ele corria com fúria até mim. Eu ia morrer, puta que pariu. Pensei em Kadie na hora, e tentava me esquivar, mas não dava tempo. Mas quando menos esperei. Raízes se envolveram nos pés dele, e ele caiu de cara na minha frente, mugindo. Respirei aliviado, as ninfas estavam livres.
 
Aproveitei que ele estava caído, e cravei a espada em seu olho. O minotauro foi absorvido pelo diamante. Faltava só mais um. Procurei pela empousai. Não achava ela. E então vi, por entre as árvores, tentando fugir, mas machucada demais para correr.
 
- ME DEIXE IR EMBORA, OU EU MATO ELA. - A piranha tinha de refém, uma ninfa. Eu ofegava de cansaço, e ela andava de ré.
 
- Eu tô cansado demais... - Me aproximei dela. Ofegante, meu peito doendo a cada respiração. - Prometo que é só deixar elas em paz, e cada um vai pro seu lar.
 
Eu via nos olhos dela, o medo de visitar o tártaro. A ninfa chorava de medo. A empousai tremia, indecisa, mas então... Confiou em mim, largando a menina de pele verde e começando a correr. Mas eu corri atrás dela. Por entre as árvores. Seguia a iluminação de seu cabelo de fogo. Ela começou a correr com mais desespero.
 
- VOCÊ TINHA PROMETIDO!!
 
Ela gritava enquanto corria. E repetia isso mil vezes, em choro. Na minha frente, ela tropeçou e gritou. Arrastou-se para se apoiar em uma árvore, mas eu já havia alcançado ela. E a ponta da minha espada, já estava apontando para sua garanta.
 
- Por favor, você prometeu.
 
Ela estava chorando. E com um som semelhante à uma pedra de amolar passando por uma faca, eu calei seu choro. Ela se afogou em sangue por alguns segundos. Mas morreu. E a minha espada absorveu a alma dela.
 
Cansado, voltei andando para a clareira, para ver se as ninfas estavam bem. Algumas estavam machucadas, mas todas estavam a salvo. A não ser aquela que havia corrido para tentar salvá-las. “Idiota” pensei.
 
Uma das ninfas me deu uma barra de Ambrosia como agradecimento. E comi ela até estar completamente regenerado. Peguei um dracma. Joguei ao lago, pensando imediatamente no centauro. Íris fez seu trabalho. E em um arco-íris, o rosto de Quíron surgiu, se assustando comigo.
 
- Está feito. Mande médicos... E meu cão infernal.
 

Ele parecia espantado. E depois daquela noite. Não lembro de ter voltado a dormir no Acampamento. 

Considerações finais: 

O mp de absorção de almas será descontado da espada.
Hp full por causa da ambrosia. 

+4 almas pro diamante. 

Skill usada: 

Nível 1 – Ladrão de Almas: O filho de Hades aprende um truque que vai lhe ser muito útil até o resto de suas vidas; roubar a alma de seus inimigos mortos em batalha. São capazes de absorver a alma dos mortos para o seu Diamante das Almas, por um preço de 10 pontos de Energia. 


|MISSÃO ACEITA|

Experiência a Receber: 2000
Dracmas a Receber: 1600

Missão bacana, pensei em te dar o título de quebra-narizes, mas é melhor nao. :fuckit:

#2

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