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Aprentice of the Dark Arts I [One post livre] Empty Aprentice of the Dark Arts I [One post livre]

por Gean Williams 07/12/16, 12:56 pm

Gean Williams

Gean Williams
Filho(a) de Hades
Filho(a) de Hades
Nome da narração: Aprentice of the Dark Arts I
Objetivo da narração: Conseguir o Grimório
Quantidade de desafios: desafio no fim da narração - 1.
Quantidade de monstros: 1
Espécie dos monstros: Demônio


A chuva parecia ser feita de aço. Sentia frio mas não tremia. Havia prometido à mim mesmo que não iria tremer, não iria fraquejar, nunca mais. A meia noite chegou, e eu desencostei do beco velho e sujo, andei pelas ruas de Nova York e vi pessoas correndo para escapar de todo aquele caos da tempestade. Zeus deveria estar |Castellan|, e por isso não me atrevi a dar aquele olhar carregado de maldições aos céus. Não, ele provavelmente usaria isso como desculpa para matar um filho de Hades.
 
Cheguei na parte desagradável da cidade, onde as putas apareciam com suas roupas fedidas e suas caras enrugadas, e os drogados tinham sossego. As roupas ensopadas aderem a mim num abraço úmido, pés se retorcem em sapatos encharcados. Ando em direção à boate. O logotipo tinha um diabo com tetas em um pau de ferro, fazendo pole-dance. “Succubus Vermelha” era o nome daquela merda.
 
Dois seguranças estavam na porta. Um deles era asiático. “Boa Noite” ele dissera, e estremeci quando as lembranças de Saito Namikaze traçaram um caminho frio pela minha espinha. Devo estar amolecendo... Dexando o espírito da fome me atrair a um conforto. Eu ainda não tinha idade para entrar naqueles lugares, mas já era um conhecido ali.
 
- Boa noite.
 
Respondi, dando-lhe meu sobretudo encharcado e ficando apenas com o terno negro. Havia ido desarmado para aquele lugar. Passei pelo corredor iluminado, e cheguei no meio da ‘festa’ enojado com aquelas pessoas. A boate estava cheia. Todo tipo de gente se exibindo, mas eu não havia ido ali para dançar.
 
- Estou aqui pra ver o chefe. - Falei pra um segurança lá nos fundos. Ele me reconheceu e abriu as portas para mim.
 
Haviam muitos submundos dentro daquela boate, muitos lugares ilegais e secretos como o cassino. Mas ele não estava ali, onde os figurões transpiram notas de cem, e muito menos assistindo os convivas pagarem pra outros transarem em cima de uma mesa de sinuca. Não... O Padre estava no agito, na Arena. No lugar mais baixo e escuro daquela boate.
 
Aquele lugar estava ainda mais cheio, só que de pessoas muito piores. Ali estavam assassinos, estupradores ou alguns congressistas, todos assistindo lutas tão violentas que os filhos de Ares se impressionariam. Subi no camarote, na parte mais exilada daquele lugar, onde dava para ver as lutas de cima, e também ver todos que estavam ali dentro.
 
- Olá, eu sou da liga contra esportes cruéis.
 
- Ah, Gean. - Disse o padre com sua roupa formal completamente negra, virando-se para mim em resposta ao meu sarcasmo. - Não aprova essa diversão? Não pensei que fosse um sujeito tão delicado.
 
- Bom, eu não acho muito divertido ver dois sujeitos se esmagarem com tacos de beisebol. - Como se estivesse esperando eu falar aquilo, um dos lutadores acertou o outro nas costas fazendo algo que não era o taco se quebrar. “Mata ele” “Quebra a cara dele” gritava o público com animação.
 
- Nem eu, a violência é apenas um símbolo pra liberar a energia da sede de sangue. A única diferença entre isto e o que pode ser visto um filme ou noticiário é que... - Um lutador acertou o outro na cara, fazendo alguns dentes voarem no público que se animou. - Aqui, as pessoas podem sentir o cheiro...
 
- É meio duro pros atores.
 
- Hah! Eles não são nada. Zumbis. Já estão mortos. É o rugido da multidão que me excita. Um Padre satânico tem que tirar poder de muitas fontes... E é preciso poder pra derrotar esse espírito renegado.
 
- Sem falar de esperteza animal. - Um dos lutadores acertou a perna do outro, deixando-o de joelhos. “Aleija ele” gritou um velho por entre a multidão.
 
- Esse é seu forte, não? Eu tive uma longa conversa com seu amigo doentio, você é um sujeito bem impiedoso e matreiro, Gean.
 
- Ninguém é perfeito.
 
O que estava de joelhos levou uma paulada na cabeça, e foi o suficiente pra ver ela rolar e sangue jorrar nas pessoas daquele lugar. Ao invés de acharem grotesco, comemoraram e começaram a implorar pela próxima luta.
 
- Espero que seu estômago seja forte o bastante, se hesitar, vai ser desastroso.
 
- Não se preocupa, eu aguento. Por falar nisso, cadê o Jonathan? - Era um romano otário, que havia libertado um demônio tão perigoso que até mesmo os adoradores de Satan me procuraram pra dar um jeito naquele bicho. Eu fiz amizade com o romano e o entreguei pra esse padre.
 
- Ah sim, a isca. Eu coloquei ele nas jaulas. - O padre saiu enquanto novos lutadores apareciam, e entrou em um corredor escondido no camarote. Descemos uma escada até achar uma cadeia particular. - O cheiro de medo sempre ajuda o jaguar a encontrar o bode.
 
- Para de falar merda. - Estendi o braço, para que ele parasse de andar pelo corredor e me desse privacidade com o romano. - Oi Jonathan. - Cheguei na cela onde o garoto estava.
 
Ele tinha cerca de 15 anos, mas estava tão descuidado naquele lugar que parecia um pobre coitado que passou a infância nas ruas até envelhecer. Nem me lembrava há quanto tempo havia trazido ele até ali.
 
- Gean, o que tá acontecendo? - Ele se aproximou das grades, botou as mãos pra fora e agarrou meu terno. - Você disse que o cara ia me ajudar, que eu não teria que falar o que eu fiz pros pretores. - O desespero era notável na sua voz. - Tô assustado Gean, acho que o cara quer me matar. Me leva pros pretores Gean, por favor!
 
- Não vai acontecer nada com você, Jonathan. - Quanto mais ele implorava, mais fácil ficava de mentir. Tirei suas mãos sujas do meu terno e me limpei. - Mas você tem que ficar aqui um pouco e aguentar firme. Não dá pra te levar pra casa ainda.
 
- Por que não? Eu preciso! Eu tô com muito medo cara. - Ele quase chorava.
 
- Porque a gente precisa pegar aquele demônio primeiro. Ele te conhece e quer você. Quanto mais longe dos pretores você estiver, mais fácil pra eu e o Padre jogarmos um feitiço nele, e pronto, acaba tudo, fora os gritos.
 
- Não Gean. Por favor!! Você não pode deixar aquilo perto de mim, eu não aguento. - Ele estendia as mãos para fora da grade tentando agarrar minhas roupas de novo. - Cê não sabe como é, Gean, o que ele vai fazer... - Havia deixado aquele cara numa cela, vigiado por um cara que ele morre de medo, apenas para usá-lo como isca para pegar um diabo que lhe fazia borrar ainda mais as calças.
 
- Claro que sei, Jonathan. - Comecei a trazer mais do poder de Éris à minha voz. - É o único jeito cara, tem que ser feito. Afinal, você deixou ele escapar, você é o responsável.
 
- Mas...
 
- Você tem que confiar em mim. Nós somos amigos, lembra?
 
- Desculpa, Gean, claro que confio em você... mas esse padre satânico me apavora, minha cabeça tá tão confusa...
 
- Não se preocupa com nada, amigão. Está tudo sob controle. Fica frio que amanhã, a essa hora a gente já tá te levando pra casa. - O chefe desse lugar é de fato um sujeito tenebroso. Seu sorriso mais parece uma ferida aberta. Virei as costas para Jonathan e voltei a falar com o padre quando estávamos distantes da sua cela.
 
- Você não falou algo sobre serem amigos de infância?
 
- Não... Isso é o que fiz ele acreditar.
 
Subimos por um elevador, e sem nem me despedir eu fui para a saída. Estava tudo pronto. Peguei meu sobretudo com os seguranças e comecei a andar pela cidade novamente. Eu podia simplesmente me transportar pelas sombras até o apartamento, mas gostava do caos da cidade, gostava de sentir o cheiro podre dos becos e da sensação de perigo que girava em torno de mim. Demorei um bom tempo até chegar na outra parte ruim da cidade. Essa não tinha prostitutas e nem drogados, mas era cheia de gente de má índole. Assaltantes, assassinos procurados pela polícia, e alguns traficantes. Eu tive que mexer na cabeça de cada um deles com os poderes caóticos até eles pararem de tentar me roubar nas ruas. Mas agora já não se aproximavam, alguns até cumprimentavam.
 
Entrei no prédio decadente que atualmente chamava de casa. Não havia encontrado nenhum monstro no caminho pois vestia meu liquor umbrae, eu gostava de evitar tretas quando estava em missão. Lá dentro, a velha gorda que era dona daquela espelunca não reclamou da minha presença. O bom de ser um Servo de Éris, é que consegui fazer ela ter a obsessão de me dar um apartamento de graça, até hoje ela se confunde com isso, mas eu não tenho paciência pra ficar arrumando dinheiro mortal por aí, e nem para pedir ao centauro dos gregos.
 
Entrei no quarto que fedia a mofo. Me sentindo como uma cobra, eu retiro uma pele de roupas úmidas e grudentas. O esquecimento do sono me chama com uma boca negra e vazia, mas meu corpo tem uma necessidade mais imediata. Caminhei até o banheiro e abri a porta, apenas para ver uma imagem cinzenta da minha mãe, de pé naquela merda. Era certamente uma ilusão, mas a forma fantasmagórica que ela tinha remoía meu estômago. Seu rosto era pálido e esquelético, não havia sequer uma cor naquela criatura. Mania estava fazendo piadas com a minha cabeça mais uma vez.
 
- Pelos deuses, o que eu fiz pra merecer isso. - Um trem desgovernado passa pela minha cabeça e sinto uma dor estuprante nas têmporas.
 
Viro as costas para a fantasma, com as mãos na cabeça, mas dou de cara com outra figura cinzenta. Minha irmã, Kadie. Não eram assombrações, eram coisas originadas de uma Deusa da Loucura que havia me tomado como receptáculo. O trem na minha cabeça está gritando montanha acima, a pressão é alta demais... Ele vai explodir. Melhor ficar bravo, Gean, é a única maneira de suportar.
 
- Está bom, Mânia, que merda você quer agora? Por que encheu meu quarto com essas porras? - Rosnei enquanto falava com a imagem de minha irmã. Ela me olha como se eu tivesse saído rastejando de baixo de uma pedra. - Fala alguma coisa caralho! - Quatro olhos fantasmas penetram minha nuca... acusando. Pensei imediatamente em Jonathan, o romano suando em baixo das jaulas do padre. Ele nasceu um fracassado. - É por causa do romano? O cara é um idiota. A culpa é dele mesmo. Queria não precisar foder com a vida dele, mas não tem jeito. É melhor você ir cuidar da tua vida Mânia. - Não sabia se tentava justificar isso para a Deusa da loucura, para ilusões de minha irmã ou minha mãe, ou para mim mesmo...
 
Deitei na cama e fiquei resmungando para as duas por um bom tempo. Deitei na cama e coloquei o cobertor por cima da cabeça. Na escuridão, o único ruído é o eterno zumbido da cidade. “Será que elas foram embora?” Perguntava-me enquanto descobria a cabeça com o cobertor, e já não via mais elas ali. Foram... Por um momento ridículo, eu quase sinto falta daquelas duas. Especialmente de Kadie. Eu me deito de novo, e um sono sufocante borbulha na minha direção, como piche. “Boa noite, Gean” sussurra algo no âmago da minha mente. A voz de minha irmã, suave no meu ouvido é a gota. Eu sufoco meus soluços repentinos no travesseiro e espero o alvorecer.
 
Tive um pesadelo. Sonhei com o demônio que havia sido libertado. A noite na cidade era um carnaval de asas. Um enxame gigante de moscas voava pela cidade, era a manifestação daquela criatura que representava fome. Eu ouvia sua voz. “Ergam-se agora para este céu agitado. Fervam e subam para além dos jardins de torres onde flores brilhantes e temerosas brotam seus botões em cavernas escuras. Sigam seu rastro, a fragrância da fome anda no ar. Este é um paraíso de desejos negros. Abaixo, os corações tremulantes batem como tambores a pulsação da necessidade desesperada, chamando por colegas para testemunharem... compartilharem sua dança de paixão que os consome. Eu ouço. Vim colher vocês pétala por pétala tremulante, vim plantar minhas sementes furiosas no ventre de seu êxtase queimado... provar o néctar de seus desejos com um paladar aguçado. No lugar quente e seco foi um rude grito por sustento que me amamentou, então, um uivo de exigência pura me levou a novas veias de exóticos alimentos. Este lugar sustenta gostos muito mais raros. Agora sucos de obsessão muito mais finos seduzem meu palato, me levando a beber lágrimas de frustração... de olhos abertos à totalidade da gratificação”, enquanto ele falava, suas moscas possuíam pessoas, entravam em suas bocas e começavam a dar-lhes uma fome abusiva. No sonho, eu vi pessoas comendo cadernos, moedas, madeira. Vi fortes homens comendo suas próprias mãos mergulhados na fome, eles estavam possuídos pelo demônio que Jonathan libertou. “Ambição ilimitada devora sua carne, me abriga e me torna forte. Nossa simbiose é santa, terrível e completa.” O sol se ergue no horizonte. “Com o alvorecer, um maravilhoso impulso de medo me ergue dos desfiladeiros, nossa canção de vôo zumbe abaixo os jardins de torres. Uma miríade de asas divide os primeiros passos do sol em espectros, este é um mundo abençoado e providencial. Então, sinto o sabor mais forte de todos, um fio de dor que me puxa chamando-me para o festim, este é o momento. O meu momento. Eu venho...”
 
Abri os olhos, suado. Luto para sair da escuridão quente. Lençóis agarram meus membros como papel pega-moscas. Uma mão forte toca meu ombro. Eu me viro para ver quem é, e encontro um dos zumbis lutadores do Padre. Devem existir maneiras mais agradáveis de ser acordado. Levantei-me e fui vestir uma roupa minimamente adequada. A única coisa que encontrei fora a antiga camisa do Acampamento meio-sangue e uma calça preta. Lavei o rosto, e saí do meu quarto com apenas minha espada de ferro estígio na cintura, descendo com aquele brutamontes morto-vivo pela escada.
 
Eu chamei as irmãs cinzentas e elas me levaram, rapidamente, até a boate. E lá, nós subimos um elevador até chegar na laje do prédio, onde a gente ia começar a fazer o que importava. O elevador se abriu, e vi Jonathan lá, sendo segurado por mais uns dois zumbis na frente da janela.
 
- Gean? - Ele me viu. Ignorei-o e fui falar diretamente com o padre.
 
- Parece ser um belo dia.
 
- Discordo. - Olhei para os equipamentos de feiticeiro em sua mesa. Tinha uma faca, algumas coisas que eu não fazia ideia do que era mas sentia que tinham significado mágico, e até uma galinha. No meio da sala tinha uma cadeira elétrica.
 
- Gostou? Consegui num leilão fechado, veio de sing sing. Mais de trezentas vidas foram horrivelmente fritas nesse assento. - Eu sentia a morte emanando daquele objeto. Ele foi feito puramente para ceifar vidas.
 
- É um pouco demais, não acha?
 
- É magia poderosa. De qualquer forma, achei que a ironia poderia te divertir.
 
- É, estou gargalhando. - Não estava. - Vou falar com o romano, então fazemos isso. - Me aproximei de Jonathan, ainda segurado pelos dois zumbis. - Bom dia!
 
- Não adianta Gean, não consigo seguir em frente com isso, não dá pé.
 
“Não dá pé” ele diz enquanto afunda pela terceira vez no desespero. Era um covarde, me dava vontade de cuspir nele, mas eu não era um pau no cu. Dei uns tapinhas na sua cara, como um amigo filho da puta faz, apenas pra tentar animar ele.
 
- Não seja idiota, vai ser moleza. - Tento acalmá-lo com os dons de Éris, mas ele era um filho da puta cagão que ainda nem sabia quem era seu pai divino.
 
- Cara, por favor, cancela essa merda. - Ele estava chorando. Tinha medo do demônio.
 
- Não dá, amigo, imagine que você tá indo no dentista e que eu sou sua mãe. - Colocaram ele na cadeira elétrica. - Seja um menino corajoso, e depois, quando terminar, eu te dou um doce.
 
O padre começa o teatro, e os zumbis começam a bater tambores fazendo-os parecer um coração. A galinha é erguida de cabeça para baixo. Seu pescoço é cortado e o sangue escorre pelo seu bico até cair em uma vasilha. O padre enche-a e pega uma pena, banha-a no sangue da galinha e começa a espirrar na cara do romano, como se o estivesse benzendo.
 
- Ai meus deuses... Está chegando!! - Ele tinha razão, enquanto o padre traçava um círculo ao redor de Jonathan, com o sangue de galinha, o perfeito nascer do sol está maculado por um borrão negro, escorrendo como um chicote na nossa direção. O enxame se aproxima e começamos a ouvir o barulho. - Ah não! ME DEIXA IR, ME SOLTA POR FAVOR!!!!!
 
O demônio enorme toma forma ao se aproximar perto de nós, o enxame gigante se une até ficar parecido com a verdadeira imagem da criatura que é. Um demônio gigante com olhos vermelhos. Uma tempestade de moscas nos envolve, neve negra passa chacoalhando por nós. Nunca o seguraríamos se ele tentasse lutar conosco naquela forma. Mas é para isso que eu me uni ao padre. Era para isso que pegamos o romano.
 
O feitiço atrai o demônio da fome, as moscas giram em torno de Jonathan e começam a cercar o corpo dele. Insetos marcam seu rosto com verrugas súbitas, em segundos cresceu nele uma garra de moscas que se retorciam querendo entrar nele. Por um segundo os olhos dele encontraram os meus, e então desapareceram quando o demônio enxameia para preenche-lo. Sua roupa e sua pele se incham com uma musculatura nova e obscena... parecia doer como o diabo. O rugido de motosserra do espírito diminuiu enquanto se propelava para dentro dele, meus olhos sentiram nojo.
 
Quando tudo parou, eu soltei-o da cadeira. O romano estava traumatizado pelo choque. Ele parecia desmaiado. Agora o padre e os zumbis se afastam, era para isso que eu estava aqui. Peguei minha espada, e fiquei distante do garoto. Quando ele abriu os olhos eu soube imediatamente que sua alma não habitava mais aquele corpo. O sol queimava minhas costas.
 
Ele começou a correr na minha direção, rápido como uma foice. Me esquivei. Sabia que o garoto sentia muita dor. Ele parecia rápido, furioso, poderoso. Eu queria ver o poder daquele demônio dentro de alguém. O corpo do garoto ergueu as mãos para os céus iniciando uma tempestade... Então quer dizer que ele era um filho de Júpiter e não sabia. Apolo esconde-se nas nuvens invocadas pelo moleque, muito mais forte agora do que antes. Grito para o padre descer.
 
Ele ergue as mãos aos céus e invoca um raio em suas mãos. Esse raio toma a forma de uma espada e eu soube que a partir daí a luta iria começar. Minha arma negra batalhava contra a sua feita a partir de pura luz, e por um bom tempo nós brincamos de esgrima no topo do prédio. O demônio fez com que o garoto se tornasse forte.
 
Eu levava alguns choques enquanto lutava com ele, era doloroso pra caralho. Chutei seu corpo dezenas de vezes, dei-lhe socos. Mortos não funcionavam com aquele ser, eu sabia disso... Ele vinha do mesmo lugar que eu. Depois de alguns minutos balançando uma espada de ferro estígio eu comecei a me cansar, mas ele não.
 
E aproveitando-se do meu cansaço o garoto possuído pelo demônio enfia sua espada elétrica na minha barriga fazendo eu levar um forte choque e dar um grito. Chuto-o para longe, com a dor, e sorrio. Invoco fogo negro na palma da mão e disparo no garoto tonteado pelo golpe, a magia pega na sua espada de luz consumindo-a e parte do seu braço também.
 
Sentia que o fogo de Hades queimava muito bem os demônios. Eu via moscas mortas caindo no chão enquanto sua mão era queimada. Ele corre em minha direção e me assusta. Fogo negro também acabaria me fodendo.
 
Desvio e faço um corte na sua perna, ele cai de joelhos. Vira seu rosto para mim e grasna. Aproveito, e enfio a espada em sua boca, pela garganta. Seu braço cai e seu corpo passa a ter espasmos, sinto o ferro estígio sugando a vida de cada uma das moscas dentro daquele cara, sugando o demônio, matando-o e trazendo para meu diamante a alma daquele pivete.
 
Em pouco tempo, seu corpo mortal cai sangrando no chão. Eu balanço minha espada para livra-la do sangue, e o fogo negro consome o resto do seu corpo, deixando apenas cinzas tão geladas quanto a chuva que começara segundos depois. O padre retorna à sacada.
 
- Muito bem.
 
Seus zumbis arrumam aquilo tudo. Ele me dá um pouco de néctar e ambrosia para eu recuperar minha vida e energia. Descemos e começamos a discutir meu pagamento. Ele bota um livro pesado na mesa.
 
- Esse é um grimório das artes negras. Você tem dom pra essas coisas. É ótimo para rastrear demônios e entender praticamente tudo sobre as artes negras, sobre a magia que você tem dentro de si e ainda não compreende. Você que busca montar um exército, poderá certamente se dar bem com isso.
 
Peguei o livro e botei numa mochila. Desci do prédio e peguei um taxi. As nuvens da tempestade continuavam lá nos céus, e eu via que dessa vez não era Zeus quem estava |Castellan|, e sim Júpiter. Como ele era um romano, eu dei-lhe aquele olhar carregado de maldições. Eu ia foder com todos os romanos um dia, esse era só o começo. Mandei o taxista dirigir para minha casa, peguei meus equipamentos e depois fomos para Hollywood. Não dei-lhe dinheiro, apenas as mentiras de Éris. Subi no letreiro e entrei no submundo.
 
Passei pelo corredor cheio de caveiras e de mortos, até chegar em um lago negro. Um velho ficava de pé, com um remo e em cima de um barco. Dei-lhe duas moedas.
 
- Caronte. Me leve até meu pai.
 
Continua...




Item Recebido:

Grimório Negro: Tudo que se sabe sobre magia negra, e sobre as artes das trevas, se encontra nesse livro. Desde exorcismos até invocações. Desde cultos, até formas de passar para outros planos infernais. 





 
Equips:

Spoiler:

#1

Hades

Hades
Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
Boa lk,
to orgulhoso e pá.

Missão Aceita
Experiência Recebida: 1.300
Dracmas Recebidos: 1.300

Drop aceito com pequena modificação
Grimório Negro: Grande parte do que se sabe sobre magia negra, e sobre as artes das trevas, se encontra nesse livro. Desde exorcismos até invocações. Desde cultos, até formas de passar para outros planos infernais. [Item meramente interpretativo]

#2

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