A adrenalina ainda corria no sangue de Raphael, ele sentia o seu coração batendo mais rápido com tudo que estava acontecendo, mas aquilo que o fazia conseguir ignorar o choque térmico pelo qual seu coração estava passando. Ele ouviu o homem do deserto falando Árabe, e não entendeu uma palavra sequer.
- Ei, eu venho em paz. Alguém fala inglês? - Eles olharam confusos entre si, mas o homem que havia falado com ele conversou algo com seus colegas.
- Amerrican? - Ele tentou falar ‘americano’ mas seu sotaque era claro na pronúncia. - você falar amerrican? Eu falar amerrican. O que você faz aqui?
Raphael viu um tom amistoso no homem que conversava com ele. Ele tinha armas como lanças e espadas em formatos e com símbolos que pareciam estranhos ao semideus, mas ainda assim eram armas, e ele imediatamente percebeu que era um grupo de caçadores. Não só pelas armas, mas porque alguns deles foram até os escorpiões mortos e começaram a tirar suas carcaças.
Os camelos que eles traziam consigo pareciam estranhamente diferentes, mais fortes, mais ágeis, tanto que carregavam até algumas carroças com itens estranhos e pesados. Era um povo do Deserto, mas como um bom semideus e alguém ligado à mitologia, ele sabia que aquela galera não era normal.
“Tum” seu coração bateu forte uma última vez, e a adrenalina foi se esvaindo. Sentiu novamente tudo que havia sentido antes, seu corpo ainda não teve tempo parado para se recuperar. Mas embora a adrenalina estivesse baixando, seu coração continuou batendo rápido.
- Você estar bem? Amerrican? - Ele notou a súbita palidez em Raphael.
Seu coração não diminuía o ritmo, na verdade só aumentava. Tocou o peito e viu que a velocidade dos seus batimentos era muito alta. Estava sofrendo de Taquicardia pelo choque térmico e pela luta. Numa pessoa normal, os batimentos vão de 100 a 400 por minuto nessa situação. Mas ele era um filho de Hermes, e esses eram seus batimentos normais. Sentindo seu coração ele sentiu algo entre 400 a 500 por segundo. Sentiu sua visão apagando.
Com a dor no peito, Raphael desmaiou. Ouvindo o Árabe chamando-o outra vez, o semideus afundou-se em outro daqueles sonhos bizarros. Ele estava novamente naquela área do deserto, vislumbrando a tempestade e o sol vermelho. O homem com cabeça de falcão estava do seu lado novamente.
- Você não é bem vindo aqui...