O filho de Hades faz seus gestos para Quiron que o responde prontamente sem precisar do auxílio do corvo.

-Bom, acho que essa missão pode ter algo a ver com alguma criatura que cause medo nas pessoas pelo estado do áudio da Alexandra. Não temos nenhum filho de Phobos disponível no acampamento agora então eu chamei os filhos de Hades... sabe... vocês tem um histórico de não ter medo de muitas coisas...

Tempos desesperados requerem medidas desesperadas, então os 3 resolvem então ir de avião para a Europa. Sophia passa no chalé de Ártemis para pegar seus equipamentos e acaba pegando um pernil de cordeiro que suas irmãs de caça tinham conseguido, ela passa pelo chalé de Zeus e coloca o pernil em um braseiro acesso na esperança de que o Deus não atirasse um raio mestre no avião enquanto eles estivessem dentro.

Todos se reúnem no chalé de Hades, era um local escuro e de certa maneira aconchegante para os 3. Era a primeira vez que Clare ia tentar transportar tantas pessoas assim de uma só vez a uma distância tão longa. Ela se concentra nas sombras do chalé e de seus irmãos, todos sentem uma fisgada em seus estômagos e em instantes eles estavam parados em um canto dentro do aeroporto. Algumas pessoas que passavam pelo local olharam para eles confusos mas só seguiram seus caminhos sem se importar.

Quiron parecia ter adivinhado que eles chegariam no aeroporto rapidamente pois seu voo já estava com o portão de embarque aberto. Os campistas entram no avião e depois de meia hora de espera já estavam no voando. Todos ficam desesperados nesse momento.

Aos poucos o medo de voar vai diminuindo e, como uma viagem para a Europa demora cerca de oito horas, eles acabam cochilando.

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Sophie abre os olhos e o céu lá fora estava coberto por nuvens, sorte que o avião estava acima delas. Ela olha para o lado e percebe que todos os passageiros do avião estavam dormindo, ela pisca e todos eles somem rapidamente. Ela olha novamente para a janela e um tentáculo colossal sai de baixo das nuvens e começa a ir em sua direção. Ela tenta se mexer mas estava paralisada, quando o tentáculo bate no avião ela acordo em um pulo.

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Shouto estava sentando em uma poltrona perto do corredor, bem longe de Sophie. Ele abre seus olhos e duas garotinhas de 9 anos de idade vestidas de aeromoça estavam indo na sua direção empurrando um carrinho com comida. Conforme iam chegando parte de sua pele iam se desprendendo do corpo e caindo no chão. Elas param do lado do garoto, tiram a tampa de um refratário apresentando o prato do chefe, a língua de Shouto. O garoto acorda suando frio, se ele não fosse mudo talvez teria acordado gritando.

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Clare acorda de manha, estava um friozinho gostoso e ela estava em baixo dos edredons. Ela passa a mão do lado procurando a mão de Tyler mas não o encontra, ela se senta na cama coçando os olhos e vê seu marido parado nos pés da cama. O semideus estava coberto de sangue, o chalé de Hipnos estava coberto de sangue, Tyler estava com um sorriso de orelha a orelha. Ele olha para Clare e fala.

-Isso não é engraçado?

Então a garota também acorda em sua poltrona no avião.

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Tirando os sonhos conturbados, o voo segue tranquilo até a Europa, parece que o churrasco da Sophia havia sido aceito por Zeus. Londres estava escura e gelada, o relógio do aeroporto marcava 23hrs.

Certo, nós semideuses sempre tínhamos sonhos estranhos. Alguns eram prelúdios místicos do que nos aguardava no futuro ou revelações misteriosas de tramas malignas que os deuses queriam que interferíssemos por eles. Às vezes, víamos coisas aleatórias, monstros... Mas às vezes os sonhos são não mais que nosso cérebro processando nossos próprios monstros internos - ao menos, assim eu li em um livro. Quando acordei suando frio naquela poltrona, não pude deixar de olhar pelo corredor, com um profundo temor de que encontraria duas crianças olhando diretamente para mim. Movo a lingua pela boca. Eu ainda a tinha, não tinha?

Eu devo assumir que já estava incomodado e enjoado. Eu sempre fui solitário, mas recentemente, depois de me unir aos corvos, eu havia aprendido a apreciar uma boa companhia não-humana. Seus pensamentos eram simples, ricos de emoções primais e curiosidade, e eu sentia-me mais próximo a eles do que da maioria das pessoas que tinha conhecido no colégio, no meu bairro antigo ou no Acampamento.

Quando finalmente descemos em surpreendente segurança em Londres eu não pude deixar de ficar aliviado. Inspiro o ar fortemente, já que mesmo o ar condicionado do aeroporto seria melhor que o interior daquela lata de metal voadora gigante. Olho pros arredores enquanto andamos, me perguntando qual deveria ser nosso passo agora. Quíron tinha nos dado o endereço do carinha né? Bil era seu nome? Bom... Tanto faz. Enquanto as pivetas lidam com qualquer coisa que tenhamos de lidar eu me mantenho atento aos arredores, atento às pessoas e às esquinas. Aproveito o passeio em um lugar diferente, afinal, era minha primeira visita fora dos EUA, mas aproveito minha curiosidade para com o local para manter-me atento aos arredores e a qualquer observação suspeita.

Enquanto isso eu expando minha mente e meus sentidos para alcançar os corvos das redondezas, reconhecê-los, cumprimentá-los. Apresento-me e chamo-os, os que estiverem à disposição.

Meus sonhos sempre foram perturbados, eu sou uma semideusa afinal e já sabia que noites bem dormidas são um luxo que não temos em abundância. Este foi diferente, eu raramente sonhava estar no mesmo lugar em que adormecera. As pessoas ao meu redor estavam quietas de mais, e sinto meus instintos me avisando de que algo estava errado. Pisquei, e todas sumiram, mal sinal. As nuvens negras fora da caixa de metal relampejavam ao longe, como se Zeus estivesse realmente bravo com alguém. Então eu o vejo, um tentáculo enorme que vinha em minha direção. Me sinto paralisada, aquela criatura é colossal, e estava me atacando. Medo, impotência, raiva e tristeza, todas as emoções passam por meu peito, paralisando todos os meus movimentos, aquele seria meu fim. O desespero toma conta, penso em minhas irmãs de caça e em minha senhora, eu nunca mais estaria em sua companhia, nunca mais riria com elas após uma caçada, ou as defenderia ao lado de um embate.

O tentáculo se aproxima, era meu fim e então, eu acordo na merda do avião. Meu coração batia acelerado em meu peito, coisa rara de acontecer. Olho ao meu redor, mas todos os passageiros estavam bem, a janela mostrava o mesmo céu de antes, mas sem um monstro atacando. Aperto os braços da poltrona, e vejo se Clare estava bem, mas ela ainda dormia. Respiro fundo, tentando me acalmar, e tenho pouco sucesso. Eu não ficaria tranquila até tocarmos o chão.

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Finalmente chegamos no aeroporto de Londres, por um segundo ao descer do avião pensei em beijar o chão daquele lugar, mas se segurei, e era uma caçadora afinal e não deveria demonstrar fraqueza para Shouto. Passamos as portas de recepção, e nos vimos no lounge. Londres estava escura e úmida, como já havia lido que deveria ser. Relaxo um pouco, aproveitando as trevas naquela cidade e me sinto renovada, a noite era meu habitat natural e nela todos os meus sentidos aumentavam. Chegamos no lobby, e temos o primeiro problema prático, achar o namorado de Alexandra.

- Precisamos achar Bill. - falo me dirigindo a Clare – Se ele pode ver através da névoa deve notar nossas armas, não deve ser muito difícil.

Começo andar em direção a um aglomerado de pessoas, me mantendo próxima a meus irmãos e atenta aos meus arredores. Espero que Bill nos ache, antes que monstros o façam.

Passivas:
Audição aguçada: Por passarem muito tempo na floresta caçando, as caçadoras desenvolvem uma audição aguçada, podendo ouvir pequenos sons a metros de distancias.
Instinto Selvagem: As caçadoras possuem sentidos muito aguçados, podendo ouvir e sentir o perigo se aproximar muito antes do que qualquer um.
Conhecimento: As Caçadoras de Ártemis, por ter enfrentado diversos monstros e criaturas ao longo da vida, adquirem conhecimentos sobre as fraquezas deles, principalmente os monstros mais comuns ou se já tiverem lutado contra os mesmos.
Radar Tartárico: Agora os filhos de Hades possuem uma espécie de radar, capaz de localizar monstros nas proximidades. O Radar tem o alcance de WIS em metros. (WIS = 320 )

Os 3 filhos de Hades saem da sala de desembarque, Sophie falava como era importante achar Bill e Clare a responde que talvez ele estivesse os esperando e lá estava ele. Um rapaz que aparentava ter seus 20 anos, loiro de olhos azuis, inconfundivelmente britânico, estava vestindo uma jaqueta de couro marrom que aparentava ser muito cara, óculos de sol pendurados na camiseta branca e um cigarro apagado na boca, ele segurava uma plaquinha escrita: Clara, Sofia e Cory.

Quando ele vê os semideuses o garoto parece um pouco surpreso, mas então vai para perto deles.

-Meu nome é Bill, vocês devem ser os enviados de Quiron, correto? -Pergunta o garoto, ele parecia triste e tenso ao mesmo tempo. -Vou ficar a disposição de vocês pra o que precisarem, tudo que eu puder fazer pra ajudar a encontrarem minha amada eu farei. Dinheiro não será problema.

O radar tartárico dos 3 estava explodindo, eles sentiam monstro por todos os lugares naquela região, afinal estavam na Europa, berço dos monstros.

Aquele lugar parecia carregado. Mais do que NY ou do que o Michigan. Era como se eu estivesse de novo nas favelas da periferia de Ohyio para entregar algum pacote de pó a algum noia, lutando pra não ser vistos pelos noias da região que certamente teriam me dado uma facada se me vissem fazendo entregas em sua área. Ali, era assim que estava me sentindo.

Olho feio e ergo uma sobrancelha para a placa do tal Bill. Cory? Quem porra era cory? Ouço-o enquanto tento avaliar que tipo de pessoa seria. Ele tinha nos reconhecido de primeira, o que me fez lembrar de Quíron dizendo que ele tinha o raro dom de ver através da Névoa, com o qual alguns mortais nasciam. Olho ao redor em busca de manter-me atento a perigos imediatos. Qualquer conversação, negociação e coisa to dipo seria mediada pelas garotas, de qualquer forma. Sorrio sozinho pensando que às vezes ser mudo era conveniente. Deixaria que as falantes socializassem felizmente enquanto observo os arredores cheio de curiosidade, como sempre em busca dos corvos e das paisagens, belezas, artes e perigos de um lugar novo.

quando Clare começou a falar comigo, foi quase uma surpresa. Ela tinha se demonstrado mais de boas do que a outra, que ela identifica como Sophia, para quem eu dou uma piscadela e um sorriso dissimulado. Já na Casa grande tinha notado que Clare era menos ~dark trevosa~, apesar de bastante sinistra também. Então cumprimento-a com um olhar suave e um aceno de cabeça. Mais tarde eu daria um jeito de apresentar-me devidamente. Se achasse papel e caneta. Ou um corvo talvez.

Se estivermos em uma área aberta eu puxo a carteira de cigarros do bolso e acendo-o com o Esqueiro. O cigarro-das-Boas-Vindas. Olá, Europa. Bom te conhecer. Dou um longo trago e assopro a fumaça acidentalmente na direção de Sophia.

Caso alguém esteja nos olhando estranho ou eu sinta maldade em alguma pessoa ao redor, trato de cutucar Clare para tentar alertá-las com um aceno por cima do ombro.

Equips que eu tinha esquecido de postar, foi mal:

Observações de Itens:

Minha irmã estava certa e rapidamente encontramos o tal de Bill, imediatamente criei uma antipatia pelo homem, meu nome estava escrito errado. Fecho minha expressão, homens não servem para nada mesmo, nem para escreverem uma placa. Repouso a mão na minha adaga, sentindo os monstros ao nosso redor. Ficarmos expostos era um risco, mas Clare já havia cuidado de apressar o garoto. Shouto casualmente acende um cigarro, o cheiro do tabaco imediatamente trancando minhas narinas – sou alérgica. Fuzilo o garoto com o olhar quando a nuvem de fumaça é jogada sem cuidado nenhum e me atinge.

“Tudo bem, Sophia, nada de matar irmãos mais novos pirracentos e que definitivamente vão apenas ser um peso na missão. Calma, calma e calma. Ele não é tão ruim assim, ele só não sabe que você é alérgica, e como poderia? Você nem fala com ele.”

Sinto minha raiva diminuir minimamente, mas minha mão ainda estava a postos na adaga. Espirro, com o nariz ficando vermelho logo em seguida, ótimo.

- Apague isso. - falo para Shouto, lançado-lhe um olhar fulminante.

Sigo para onde Clare seguir.

O grupo vai andando para fora do aeroporto enquanto conversa, Shouto aproveita para puxar um cigarro e começa a fumar soprando a fumaça na fuça de Sophia. Não precisava ser o Vitor do Metaforando para ver as intenções da caçadora para com o novato.

-Apague isso. -Fala a garota se contendo o máximo que podia, mas já era tarde já que seu nariz havia ficado entupido e o cheiro nauseante de cigarro barato estava impregnado em sua mente.

-Olá Bill, me chamo ClaRE, essa é Sophia e esse é... -Ela Aponta para Shouto e continua. -Bom deixa pra lá. Desculpe te desapontar, mas nós somos sua equipe de resgate. Vamos sair daqui logo por favor, discutimos detalhes em algum lugar seguro.

-Bom, eu realmente não sei onde teria um lugar seguro para vocês aqui em Londres, achávamos que estaríamos seguros mas... -Ele olha cabisbaixo para o chão, claramente estava pensando em Alexandra. -Bom, podemos entrar no meu carro e eu fico dirigindo até vocês decidirem por onde vão começar, ou até ficarem com fome. Conheço uns restaurantes muito bons.

Enquanto eles conversavam com Bill um corvo pousa no ombro de Shouto, ele parecia molhado e tinha várias penas faltando, não ia durar mais muito tempo.

"Crow, e ai fedelho, crow." Fala a pequena criatura negra na mente do garoto.