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Encontro com meu pai. Empty Encontro com meu pai.

por Convidado 09/01/12, 02:39 pm

Convidado

Anonymous
Convidado
O som da televisão me irritava profundamente. Eu a deixava ligada na esperança de passar alguma coisa que preste para me distrair, mas era em vão.
A janela do meu quarto estava aberta, o calor era insuportável. O ventilador apaziguava um pouco as coisas, mas mesmo assim, o calor era de enlouquecer e a voz irritante da apresentadora de um programa local me fazia pensar se aquilo realmente não era o inferno.
Não tinha muitos amigos naquele lugar. Pra falar a verdade, não tinha nenhum. Eu havia me mudado há pouco tempo e além do mais, não gostava dos meus visinhos. O que só piorava minha situação. Eu andava quieto ultimamente, preferindo guardar as coisas para mim, mas estava a ponto de estourar pelo mínimo motivo.
Cansado de não fazer nada, me levanto e vou até a cozinha. No caminho, piso em um dinossauro de plástico que meu irmão mais novo deixara no corredor escuro. Praguejei baixo para não acordar ninguém. Pego uma garrafa de água mineral que estava na geladeira, bebo quase toda ela. Eu estava com muito calor.
Coloquei o copo na pia e fui guardar a garrafa quando escutei barulhos na porta da frente, provavelmente seria Bruce, meu cachorro. Ele era o pior cachorro do mundo, não podia ver qualquer peça de roupa no varal e a destruía. Ele comia qualquer coisa que estivesse a sua frente, não importava o que fosse. Resolvo ir verificar o que era.
Sigo por um pequeno corredor que interligava os quartos, sala de estar e de jantar. O barulho vinha da porta na sala de estar. A porta tinha armações de ferro, com duas janelas grandes de vidro. O Vidro era ondulado, ele distorcia a imagem. Quando cheguei na sala, havia uma luminosidade grande vinda do pátio da minha casa. Pense na hora que fossem ladrões que estaria utilizando lanternas, mas que ladrão usaria uma lanterna para assaltar uma casa? Não fazia muito sentido.
Caminho de costas até voltar para dentro do corredor novamente. Corro até a cozinha e me armo com uma faca que minha mãe usava para cortar carnes. Ela não era muito afiada, mas serviria. Volto até a entrada de casa, em cima do tapete que minha mão deixava na porta, havia um colar. Ele era feito de prata, imaginava eu, com uma corrente dupla. Havia um pingente que era uma pedra negra. Nunca tinha visto nada parecido antes.
Volto para minha cama intrigado com o artefato, se antes estaria difícil de dormir, agora estava impossível. Fiquei pensando por horas o que seria aquilo? Quem havia perdido? Depois de um tempo consegui dormir e tive um sonho, na verdade um pesadelo.
Havia uma criatura toda de fogo, ele portava um chicote de chamas, estava em cima de um altar, estávamos dentro de alguma construção grandiosa. Havia colunas de metal segurando rochas, era uma espécie de caverna, pelo o que pude observar. Havia também algumas máquinas grandiosas. Nunca tinha visto nada parecido. Alguns escravos que trabalhavam arduamente para manter as máquinas funcionando. Eles caminhavam até elas por pontes de cordas muito precárias carregando quantidades muito grandes de uma pedra azulada. Essas máquinas ficavam em volta de uma esfera gigantesca de metal, elas emanavam uma espécie de campo magnético que envolvia a esfera.
A criatura de fogo girava o seu chicote e o fazia estralar no ar. Os homens nem pensavam em desobedecer, porem suas expressões eram de cansaço. Um dos homens da frente tropeça em seu próprio pé cai, derrubando a pedra em um abismo sem fim. Ao cair, ele tenta se agarrar nas cordas da ponte que começa a balançar. Mesmo com o seu esforço, o homem acaba caindo e levando mais 5 homens por conta do desequilíbrio. Com isso, os outros que vinham atraz, param por alguns instantes, a criatura de fogo pragueja de raiva. Os homens começam a correr para resolver o atraso.
Começo a prestar atenção na esfera novamente e vejo que ela começa a se mexer lentamente na direção em que a maquina tivera um retardo. Depois de um tempo, tudo se normaliza.
Resolvo chegar perto da criatura de fogo, afinal, parecia que ninguém podia me ver. Passo por alguns escravos como se eu fosse um fantasma, ou talvez eu fosse um. Vou me aproximando lentamente. Chego atrás da criatura, havia algumas inscrições estranhas no altar em que ele estava. Não conseguia ler direito, pois estava meio longe e minha visão não era boa, resolvo me aproximar mais, então à criatura se vira e desfere um golpe com seu chicote na direção do meu peito.
Acordo completamente encharcado de tanto suor. Estava com o colar serrado em meus dedos que estavam dormentes de tanta força que eu fazia. Resolvo me levantar, minha mãe e meus irmãos já haviam acordado e meu pai já tinha ido trabalhar.
Minha mãe deve ter percebido que minha cara não era das melhores, perguntou se eu estava bem, respondi que sim, acho que ela não acreditou. Tomei café da manha e me tranquei no quarto. Eu tinha que desabafar com alguém, pensei que estava ficando louco. Ligo meu computador e entro no MSN. Uma janelinha abre do lado direito me avisando que eu tinha um novo e-mail, que se dane, eu estava sem tempo no momento. Havia poucas pessoas na qual eu contaria o que aconteceu.
-E ai bitch? – É a maneira carinhosa na qual chamo meus amigos. – Como é que ta?
-Daora a vida Manolo – Me responde Daniel, sarcasticamente.
-Tenho que te contar um negócio meio doido que aconteceu comigo ontem a noite.
-Chora Henrique viado. –Eu odiava ser chamado de Henrique e ele sabia disso. >.>
Contei a ele o que havia acontecido e sobre o meu sonho, gostava de conversar com o Dani porque ele era uma das poucas pessoas que me entendiam e não me julgava. Ele pediu para eu tirar uma foto do colar a mostrar pra ele, disse que faria isso depois porque eu tinha que ir ao mercado, minha mãe já estava me enchendo o saco.
Enquanto caminhava, um senhor, morador de rua, começou a me seguir. O mercado ficava meio longe, e o homem maltrapilho seguia no meu encalço. Virei-me para perguntar o que ele queria, mas ele não estava mais lá. Será que eu estava ficando louco?
Não deu tempo para refletir isso direito. Só do que me lembro é do barulho alto da buzina e um forte impacto. Lembro-me de rodopiar e apagar.
Abri meus olhos, mas não conseguia ver nada, estava tudo escuro. Sentia solidão crescendo dentro do meu peito. Comecei a gritar no meio da escuridão.
- Aonde eu estou?
-Você esta em Mortës. –Fala uma voz macia e calma no meio da escuridão. Não sabia se eu sentia segurança ou medo.
-O que é e onde fica Mortës?
-Mortës é para onde as almas vão logo após a morte e fica em lugar nenhum.
-Eu estou morto? –Digo com muita perplexidade.
-Está, por enquanto.
-Quem é você? –Falo completamente nervoso. A voz quase não sai.
-Você gosta de fazer perguntas inúteis, não? –Diz a voz um pouco alegre.
-O que quer de mim?
-Veja só, estamos melhorando! Somente quero que não desista e acredite em si mesmo e em seus amigos, meu filho.
-Para de me chamar de filho. –Falei um pouco irritado.
-E como eu deveria chamar o meu filho? –Fiquei um tanto quanto perplexo. Como assim filho?
-Filho? Quando eu te perguntei quem era você me respondestes dizendo que não importava.
-Nunca falei que não importava, só falei que era inútil.
-Ok, quem eu sou? –Estava começando a ficar impaciente.
-Você é meu filho. – A vontade de bater nele nesse momento era inevitável.
-Você deve ser o Sherlock Holmes, né? Por conta dessas deduções magníficas.
-Na verdade não. –Diz o homem como se a minha pergunta fosse realmente séria.
-Pois bem, qual o seu nome?
-Morte. –Diz ele alegremente.
-Como assim morte?
-Morte, horas? Não me conhece?
-Morte, Morte? O ser místico que decide quem morre?
-Sim. -.-‘
-Porque me matou?
-Para poder te levar a outro planeta milhares de anos luz do seu. Almas viajam muito mais rápido do que corpos inúteis.
-Não sei quem é mais pirado, eu ou você.
-As pessoas normalmente têm um pouco mais de respeito por mim.
Um homem aparece na minha frente, usava um terno risca de giz, cabelos perfeitamente penteados para traz, feições esqueléticas. O genuíno homem em que você não gostaria de cruzar em um corredor escuro. Ele usava uma bengala com uma pedra negra na ponta, o que me fazia crer que era a mesma pedra do meu colar. Sua presença me dava medo.
-Desculpe senhor, não quis ofender. –Digo de cabeça baixa.
-Não foi nada.
-Então, como eu posso ser seu filho?
-Longa história e não temos muito tempo. Recebeu o presente que deixei na tua porta?
-O colar? –Deduzi pela pedra em sua bengala.
-Sim, use-o com sabedoria e não deixe cair em mãos erradas. Levarei-te agora para sua primeira missão. Espero que se saia bem, odiaria ter que ceifar a alma de meu próprio filho.
-Missão? Que missão?
-Não leu meu e-mail?
-WTF? –Esse cara havia bebido?
-Pois bem, você tem que ir ao mundo de Enoch e libertar o povo da tirania de Muriel. Deve matá-lo e ceifar sua alma, entendeu?
-Onde fica Enoch? Quem é Muriel? E como eu ceifo alguma coisa?
-Estava no tutorial no e-mail, agora não tenho tempo para explicações.
-Por que deveria aceitar essa missão?
Porque se não aceitar, ficará em Mortës para sempre.
-Ok, só mais uma pergunta, pode ser?
-Pode. –Diz ele impaciente.
-Por que estava com uma lanterna quando foi me entregar o colar. –Digo ironicamente.
-Você consegue enxergar no escuro?
-Não. @.@
-Pois bem, vamos.
Ele pegou no meu braço e senti como se estivesse sendo sugado. Um zumbido muito grande ecoava dentro de minha mente e eu apaguei de novo.

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