O diabo é uma das mais temidas figuras da história da humanidade. Aqueles fiéis aos ensinamentos cristãos podem até tremerem ou se arrepiarem na menção de seu nome, alguns até dizem que o chamando mais de uma vez, ele pode ser invocado na sua presença. Há quem diga que isso é palhaçada, que os seres humanos são apenas animaizinhos atormentados, com medo em sua jaula inocente e frágil, presos em um mundo que nem eles próprios conhecem.
Mas no Acampamento Meio-Sangue, também existem aqueles que acreditam em tudo. Boatos correm de que o diabo realmente existe, apesar de ser de uma mitologia diferente. E que os filhos de Phobos um dia apanharam-no e deixaram ele aprisionado em seu porão. A criatura chora todas as noites, trêmula e amedrontada. Alguns até dizem que na noite, quando a lua chega ao seu ápice, se você encostar a cabeça na parede do chalé 18, pode ouvir o rei do inferno gemendo de dor e implorando por morte.
Porém, os filhos de Phobos sabem muito bem que é apenas Arthur, o conselheiro, tendo sonhos com unicórnios por causa de uma pegadinha vinda do próprio chalé de Hypnos. E acordado por esses gemidos irritantes, que Claudio decidiu ir para a Arena no meio da noite. Era um novato no Acampamento, mas havia chegado a hora de experimentar a ação que todos haviam lhe prometido. Por isso, com seus itens ele subiu a colina em direção ao coliseu. A construção replicada parecia brilhar refletindo a luz prateada da lua cheia. As portas estavam abertas e o vento uivava como um fantasma, lá dentro não havia muita iluminação além da fornecida pela própria Ártemis.
A área de 50 metros de raio era assustadora de tão grande, e o chão de terra batida passava a impressão de que muita gente já morreu ali. Se prestasse atenção, Claudio podia ver várias marcas de sangue. Ele foi afastado de seus devaneios quando em um baque profundo, a porta por onde entrou se fechou. E na sua frente, com um som de ferrugem e engrenagens quebradas uma porta imensa e gradeada começou a se erguer. O barulho das correntes e a espera era o pior. Um “tec, tec, tec, tec” que faria qualquer um perder a sanidade e ir correndo... Mas o filho de Phobos não tinha esse problema, o medo corria sim nas suas veias mas, de forma diferente. Para os leigos e ignorantes, esse garoto poderia ser considerado filho do próprio diabo.
Quando a espera finalmente acabou, e os portões se ergueram por completo, Claudio viu. Brilhando sob o breu que se escondia atrás das grades metálicas. Dois holofotes vermelhos e pequenos, mas perfurantes como uma lâmina de estígio e tão frios quanto um beijo da própria Quione. Saindo das sombras, em passos calmos e furiosos, vinha uma criatura de aspecto canino mas com mais de 1 metro e meio de altura. Rosnando com dentes do tamanho de espadas e garras que deixavam buracos no chão de tão grandes. Não haviam dúvidas, era um cão infernal. E como se estivesse esperando pela ‘descoberta’, o cão dobrou as patas e em uma velocidade avassaladora correu na direção do novato filho de Phobos.
- Imagem do monstro:
Cão Infernal
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