O filho de Júpiter bate na porta, com os queixos tremendo de frio. Ele não estava no topo da montanha, mas também não estava perto do pé dela e olhando lá para baixo, ele observa um lugar enorme com planícies muito ermas, onde se encontravam vilas que ficavam uma bem longe da outra. Ao longe, Gustav podia ver mais montanhas e não conseguia enxergar o que estava atrás delas.
Algo que o semideus notara, foi o fato do fogo das tochas não se apagar em nenhuma circunstância. O vento era forte demais para que uma chama se mantesse por tanto tempo assim.
O momento de observação é interrompido pelo ranger das portas. Aparentemente não eram abertas há muitos anos. Gustav dá de cara com alguém vestindo uma roupa de sacerdote e com um capuz cobrindo parcialmente o rosto. Suas mãos estavam cobertas pela roupa, assim como grande parte de suas pernas. Ele colocava as mãos por entre as mangas das camisas, como um monge faz.
- Ah... - diz ele. - Então você finalmente chegou... por favor, entre.
A voz dele era meio rouca, como se ele fosse alguém de uma idade muito avançada, porém, o semideus não conseguia decifrar como exatamente era seu rosto.
Adentrando no local, Gustav percebia que era bem parecido com um monastério. Havia uma fogueira apagada no centro e doze cadeiras em volta dela. Além disso, haviam mais onze homens como aquele que atendeu o filho de Júpiter na porta, todos andando para lá e para cá em seus afazeres.
- Bem-vindo ao Templo de Vesta. - Diz o sacerdote que o atendeu. - O primeiro de todos. Estávamos te esperando. Algo ruim está acontecendo. Algo grande. Clamamos ajuda para Vesta e ela disse nos mandar um filho de deuses até nós. Por favor, siga-me.
Ele começa a andar bem lentamente em direção ao centro do local, perto da fogueira em volta das doze cadeiras. Os outros "monges" faziam o mesmo, cada um indo para um canto, até estarem alinhados com as cadeiras.
Por um momento, nada acontece. Então, os sacerdotes começam a entoar um canto em latim, fazendo a fogueira se acender e formar algumas imagens. O semideus entende a história daquele local: Vesta em pessoa criara aquele templo há mais de dois mil anos. Seus sacerdotes eram aquecidos pelo fogo daquela mesma fogueira que Gustav vira apagada.
Em um dado momento, as vozes dos sacerdotes ficam mais pesadas e fortes e o filho de Júpiter observa dentro das imagens criadas pelo fogo, uma figura sombria, não identificada, apagando aquela fogueira e roubando o fogo para si. As imagens criadas pelos sacerdotes com fogo mostravam a deusa Vesta dizendo algo para eles.
De repente, as imagens se apagam. O fogo some e os sacerdotes param a cantoria.
- O nosso fogo sagrado foi roubado. - diz o sacerdote que estava exatamente no centro. - Vesta nos disse que mandaria alguém capaz de recuperá-lo. Acreditamos que seja você. Está realmente apto para recuperar o fogo sagrado da nossa amada deusa?
Todos observam Gustav. Estavam esperançosos. Ele poderia ser seu salvador, e o salvador de Vesta. Ou poderia voltar atrás e esquecer tudo isso.