Londres, Inglaterra, distrito de Whitechapel. 31 Agosto de 1888, Sexta-Feira
A noite caía na principal cidade da Inglaterra. Uma chuva torrencial caía no distrito de Whitechapel e já era mais do meia noite quando Mary Ann Nichols saía do prostíbulo de onde trabalhava.
- Adeus, Polly! - se despede uma das garotas que permaneceria a madrugada inteira no prostíbulo.
Mary se despede e começa a andar em direção a sua casa, que ficava um pouco longe do seu local de trabalho e àquela hora da noite não haveria nenhum jeito de ir para casa, senão, a pé. Ela tentava inutilmente se proteger da chuva com uma de suas mãos. As ruas, desertas, recebiam o assobio de um vento forte e o barulho da chuva preenchia os ouvidos da senhorita Nichols.
Passando do lado de fora de um beco, ela se preocupa, afinal era início de madrugada e quando as ruas ficavam desertas, todo tipo de crime poderia ocorrer. Ela acelera o passo, sua casa está perto, até que um homem se interpõe entre ela e a porta de sua casa.
Ele usava um sobretudo preto e uma cartola, como todo homem dessa época, mas uma coisa que intrigou Mary foi o fato dele estar usando uma bandana para esconder o próprio rosto e luvas pretas, assim como seu sobretudo.
- Hã... Posso ajudar? - pergunta, inocentemente a senhorita.
O homem permanece em silêncio e começa a avançar até ela. De dentro do sobretudo, ele retira uma seringa, que possuía um tranquilizante. A mulher se apavora, mas ela simplesmente trava. Não consegue correr. O homem de sobretudo aperta a seringa contra a costela da senhorita Nichols e ela cai no chão, grogue.
Ela tem alguns lapsos de memória. Percebe que está sendo carregada pelo tal homem que a drogou. Ela nota também uma placa indicando o nome da rua: Buck's Row. O que era bem longe de sua casa, por sinal.
O homem a leva para um terreno em frente à entrada de estábulo nessa mesma rua e então a estrangula primeiro. Logo em seguida, percebendo que a mulher já estava morta, o homem retira uma faca de seu sobretudo. Faz dois cortes profundos na garganta de Mary e então tenta fazer uma incisão no abdômen da mulher morta. Não consegue. Tenta mais três ou quatro cortes irregulares no lado direito, mas também não tem sucesso. Com raiva, o homem faz um golpe intenso e irregular com sua faca no abdômen de Polly, fazendo-o sair e mostrar suas tripas, intestinos e sangue. O assassino olha seu relógio de bolso. Ele indicava 2:40h da manhã. Então, ele corre e some da cena, deixando a faca no local do crime.
Long Island, Acampamento Meio-Sangue. Dias Atuais
Pandolfo acorda apavorado. Alguém estava lhe chamando. Era um de seus irmãos. Aparentemente, Pandolfo estava gritando enquanto dormia. E não era pra menos, afinal ele havia sonhado com um assassinato, que outrora fora cometido do outro lado do oceano Atlântico.
- Cara... - disse um de seus irmãos à Pandolfo. - Você tá bem? Sua cara parece estar meio mal. Ah, é... estou aqui pra te dar um aviso: Quíron o requisita lá na Casa Grande. Segundo ele, é uma missão de grandessíssima importância e é confidencial para todos nós. Exceto para você...
Pandolfo assente, um pouco desnorteado ainda pelo sonho. Ele precisava se arrumar. Era uma manhã ensolarada, como a maioria delas no Acampamento Meio-Sangue. Segundo o relógio solar de Pandolfo, eram 9:45h da manhã. Ele precisava se encontrar com Quíron, e logo.