Heróis do Olimpo RPG - Logo
Herois do Olimpo RPG

Fórum de Mitologia Grega baseado em Percy Jackson e os Olimpianos e Os Heróis do Olimpo!


Você não está conectado. Conecte-se ou registre-se

Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para baixo  Mensagem [Página 1 de 1]

One Post Pré-Determinada I | Jayce Montgomery Empty One Post Pré-Determinada I | Jayce Montgomery

por Jayce Montgomery 15/10/18, 09:31 pm

Jayce Montgomery

Jayce Montgomery
Filho(a) de Hefesto
Filho(a) de Hefesto
Um considerável número de sátiros, em uma manhã de inverno, chegaram ao Acampamento. Estavam feridos, e alarmados. Anunciaram que vinham do Central Park, as ninfas de lá corriam perigo. Um grupo de monstros estava atacando qualquer ser que se movesse naquele parque. Os próprios humanos não íam para lá, por o espaço ter sido interditado pela polícia, embora não soubessem o real motivo. Dê um jeito nessa situação!

Pontos Obrigatórios na Narrativa:
1) Quíron lhe chamando e explicando a situação, pedindo para você ir até o Central Park;
2) No Central Park, quando você já está procurando, duas ninfas passam correndo, chorando, machucadas. Ajude-as de alguma forma e obtenha informações delas;
3) São quatro monstros, a serem definidos por você, podendo ser iguais ou diferentes, mas que devem ser encontrados ao mesmo tempo;
3.1) Você deve sentir a dificuldade pela desvantagem numérica na batalha;
3.2) Uma das mortes deve envolver sorte;
3.3) O último monstro, obrigatoriamente humanoide, sobrevivente deve pegar uma ninfa e usar de refém. Lide com essa situação, a ninfa preferencialmente saindo viva;
4) Envie uma Mensagem de Íris ao Acampamento Meio-Sangue, informando que os monstros foram derrotados e que uma equipe precisaria ser enviada para ajudar os feridos.


____________________________________________________________________________________________________________________________________________


“– Isso é tão relaxante...” – Permiti que o murmúrio de prazer escapasse de meus lábios; segurava entre as mãos uma caneca de chocolate quente enquanto repousava numa das cadeiras da varanda da casa Grande, o olhar encarava o horizonte alvo, os flocos cristalinos caindo lentamente sob os campos de morangos só tinham a agregar na vista tão bela; o inverno no acampamento era excepcional.

Deleitava-me da bebida quente, estava completamente aquecido pelas vestes de lã enquanto a grama congelava a poucos metros de mim, esse pensamento estimulava orgasmos mentais de satisfação. Contudo, todos os pensamentos tranqüilos e satisfatórios eram dissolvidos com a inesperada chegada de uma horda de sátiros, as criaturas colorindo a neve branca a cada passo com o sangue carmim que gotejava de seus ferimentos. Os mais feridos eram carregados pelos mais fortes, se esforçavam para emitir os agoniados gritos de socorro para enfim serem acudidos pelos semideuses enfermeiros.

A cena era processada devagar pela minha mente, demorei em entender a gravidade da situação e correr para ajudá-los, saltando as escadas da casa grande com pressa e atravessando o campo nevado até o grupo ferido. Tratamento médico não era meu forte, contudo buscava uma forma de ajudar pelo menos no transporte dos feridos até a enfermaria.

“–... Violentos, não sei de onde surgiram...” – ouvia o comentário cortado de um dos acudidos, a respiração ofegante do sátiro atrapalhava seu relato para Quíron. “–... o parque está tomado e todos os espíritos correm perigo... nem mesmo os mortais ousam se aproximar.”

Deixei de acompanhar o relato quando notei o olhar do Centauro sobre mim, talvez não o agradasse minha proximidade e curiosidade em saber do ocorrido; estava agindo como um fofoqueiro. Limitei-me a auxiliar apenas no tratamento dos feridos, acompanhando de perto enquanto os filhos de Apolo cuidavam cautelosamente dos machucados graves. A tensão que percorria as tendas da enfermaria me alertavam pouco a pouco, já nem conseguia adequar minha mente ao estado de relaxamento anterior; o guerreiro estava ativo novamente.

Não tardou minha convocação, o diretor do acampamento contornava a enfermaria com o esguio tronco eqüino, o olhar duro e preocupado encarando um a um dos visitantes. Aproximei-me com cautela, mal podia imaginar o motivo do chamado e duvidava que fosse para reprovar minha atitude curiosa, principalmente com a gravidade da situação naquele instante.

“– Como deve ter escutado mais cedo...” – seu olhar insistia em provocar minhas lembranças, talvez ele não quisesse fazer uma referência, mas já havia captado. “– os sátiros foram atacados por criaturas horrendas. Não posso afirmar com certeza o que ou quantos são, apenas que estão no Central Park. Muitas ninfas vivem na região e correm extremo perigo... quero que você vá até lá e certifique de resolver esse problema.”

Admito, pensei em dezenas de desculpas para simplesmente não ir, para simplesmente retornar para a poltrona e para o meu descanso. Mas não poderia viver em paz sabendo que estaria largando criaturas para morrer naquele lugar, principalmente quando um sátiro como aqueles tenha salvado minha vida tantas e tantas vezes. Acatei a ordem em silêncio, partindo imediatamente para o chalé 9 em busca de meus pertences.

Sentei em no beliche revirando todos os itens largados sobre a cama, começando pela armadura para facilitar o processo: vesti o peitoral de couro por baixo das roupas invernais, dessa forma apenas aparentava que eu fosse mais musculoso que o normal, enquanto o elmo poderia facilmente ser confundido com um gorro para proteger do frio. No bolso da calça permanecia o isqueiro, carregando o a adaga presa na cintura e o martelo na mão.

Para chegar até o parque rápido, pedi as chaves da van do acampamento orientando o autômato de tigre para a parte traseira, dirigindo consideravelmente tranqüilo pela rodovia. O caminho de Long Island até a ilha de Manhattan era grande, mas o tanque estava cheio e tinha minha playlist para me acalmar durante o caminho. Esvaziar a mente seria necessário para o combate que me aguardava, qualquer indício de preocupação reduziria meu foco e eu seria morto em poucos minutos.

Adoraria detalhar um pouco mais para vocês sobre a solitária viagem de carro, mas tenho certeza que vocês não gostariam de conhecer meu gosto incomum por Raul Seixas. Notei a aproximação do parque quando a copa das árvores se tornou mais densa e pálida por conta da neve, me levando a estacionar a van e descer do veículo com meu fiel robô companheiro. As diversas viaturas da polícia cercavam as entradas do parque, provavelmente estariam lidando com algum surto de guaxinins.

Com as entradas interditadas eu precisaria entrar no parque sem ser notado e não poderia usar uma entrada convencional, ser discreto se tornava uma tarefa difícil quando se tinha um robô de tantos quilos te acompanhando. Por sorte a neve fofa ajudava a abafar o som de seus passos, evitando chamar a atenção para nós. Caminhei de forma descontraída com meu “cachorro” até a lateral do parque, as grades eram facilmente obstruídas pelas fortes mandíbulas do tigre, furando o bloqueio e criando uma nova passagem para nós.

Por enquanto tudo corria bem, já havia adentrado o parque e não muito longe conseguia ouvir o uivo de um lobo... Convenhamos, um animal nem um pouco comum naquela região e naquele horário. Caminhamos silenciosamente pelo campo nevado, aproveitando da neve úmida e fofa para abafar nossos passos, o inverno havia derrubado as folhas e galhos das árvores, a luz vespertina iluminava o chão esbranquiçado com mais facilidade, me dando certa segurança.

Do meio das árvores castigadas pelo inverno, saltaram duas figuras disformes  se movendo em alta velocidade ao meu encontro, insistiam em gritar palavras que fugiam do meu entendimento. Mas algo era claro, o tom de voz ofegante e sofrido destacava o desespero, ferimentos estampavam seus corpos e seus fluídos pigmentavam a neve do parque.

“– Por favor, nos ajude...” – instintivamente avancei a curta distância que nos separava, aparando uma das debilitadas ninfas enquanto Hercules, que o deus me perdoe por batizar meu tigre com seu nome, impedia a queda do outro espírito da natureza. “– Ele... eles estão mais atrás, destruíram tudo.” – Por mais que tentasse conter, não conseguiu evitar que as lágrimas quentes escorressem pelas bochechas escoriadas.

Auxiliei ambas a caminharem até a abertura feita por Hercules, voltando ao ponto de encontro e passando a seguir o caminho marcado por elas na neve. Ao longe um furioso rosnado podia ser escutado, junto de uma grave gargalhada de aprovação. Orientei-me pelos gritos que vinham da zona central do parque, a mistura de sons e emoções confundia minha mente, o barulho do combate se parecia com os de um parque de diversões.

Por mais oculto que eu tentasse chegar, pude notar os olhos vermelhos e raivosos se voltando para mim, os focinhos negros captavam com clareza o suave odor de minha colônia, enquanto as orelhas pontudas conseguiam ouvir os estalidos das engrenagens de Hercules trabalhando; nossa posição havia sido entregue. Mas finalmente podia ver os causadores da confusão, um trio de cães negros como a noite tinham seus pescoços presos por correntes ao punho cerrado de um enorme ciclope.

Os cães infernais permaneciam latindo enfurecidos para mim, contudo a figura suja e musculosa que os impedia de avançar ainda não havia me notado, se divertia com a pequena quantia de corpos dilacerados que o rodeava. A falta de vestes condenava a forma como o frio não apresentava qualquer tipo de incômodo ao grandalhão, assim como os cabelos sujos e desgrenhados dificultavam a visão do ciclope sobre mim.

Eu poderia simplesmente me aproveitar da imensa falta de inteligência do Ciclope e sumir dali, mas ao redor da criatura ainda havia muitas ninfas em perigo e ele insistia em depredar a moradia delas. Me desvencilhei das árvores, revelando minha posição para o monstro tão imbecil a minha frente e seus adoráveis pets. Balancei o martelo acima da cabeça, a fim de atrair a atenção enquanto Hercules fazia algo parecido ao emitir grunhidos metálicos.

–Sua besta ambulante, pare agora o que está fazendo ou vou chutar sua bunda até as profundezas do Tártaro!

Demorou, mas quando enfim me encontrou, simplesmente soltou as correntes que limitavam os ferozes caninos. As garras afiadas das criaturas rasgavam a neve enquanto corriam, o fluído gosmento gotejava dos enormes dentes que preenchiam o sorriso feroz. Por mais velozes que fossem, em uma corrida eu posso afirmar com os pés juntos que jamais venceriam de Hercules. O tigre avançou ao meu sinal, contornando o trio desajeitado que se preocupou unicamente com a criatura de bronze, deslizando na neve para dar meia volta e perseguir meu companheiro. Por sorte, o foco dos cães não é o melhor.

Aproveitei da falta de atenção dos cachorros que deslizavam contra mim para sacar a adaga com a mão livre, descendo o martelo empunhado pela destra contra uma das patas traseiras dos cães, enquanto fincava a lâmina de bronze na para traseira de outro. Um simples ataque, finalizado com um giro completo de meu corpo no sentido horário, rasgando a pata com a adaga enquanto acertava a pata ilesa do cão da esquerda com o martelo. O guincho de dor de ambas as criaturas ecoou pelo local, voltando completa atenção para mim; admito que foi uma atitude um tanto quanto irresponsável de minha parte. Assim que efetuei os ataques, notei as pesadas correntes ainda presas nas coleiras dos cães, uma ideia criativa brilhou em minha mente.

– Hercules, pegue a corrente! – Gritei para o tigre que, assim que passou pelos cães, agarrou com as presas de bronze a corrente do cão que desistira de mim antes que este pudesse se recompuser do retorno inesperado que havia tentado fazer, arrastando o animal pelo pescoço.

Não precisava de mais ordens, sabia que o bom menino cuidaria daquele para mim e de quebra atraiu a atenção do Ciclope, que brandia um enorme porrete no ar, esperando intimidar meu autômato. Só teria agora dois cachorrinhos enormes me acompanhando, mas isso não é um problema tão enorme quanto imaginam. Pude ouvir o estalido dos ossos contra o martelo, um dos cães tinha uma pata quebrada enquanto o outro tinha as duas pernas traseiras danificadas, uma quebrada pelo golpe do martelo e o músculo da outra rasgado pela adaga.

Dei meia volta e comecei a correr, estava em desvantagem numérica, eles eram mais rápidos e com certeza não seria só um ferimento que os impediria de me dilacerar, essa força de vontade é infernal... Literalmente. Conforme corria para longe dos cães, saquei o isqueiro do bolso para enfim voltar a olhar para meus inimigos; um deles vinha à frente mancando enquanto o outro rastejava a parte traseira pela neve gelada. Risquei a engrenagem do isqueiro ativando a chama, a partir dela usei meu controle parcial sobre a labareda para estimular e moldar em uma bola de fogo, aguardando o momento.

O cão com vantagem se atirou em minha direção, a boca aberta já me tinha como alvo até receber a esfera incandescente no interior da garganta, a criatura se limitou a apenas raspar as garras em meu braço canhoto, cortando de forma significativa, o sangue ensopava minhas roupas de inverno enquanto meu tronco era protegido pelo peitoral de couro. Empurrei para longe o cão que estava debruçado sobre mim, a criatura ainda tossia sentindo as queimaduras na boca e os olhos insistiam a lacrimejar. Aproveitei do breve momento para acertar o focinho do cão com o martelo novamente, em resposta o animal investiu com a cabeça, me jogando contra o cachorro rastejante.

A fera debilitada posicionou a pata sobre meu tórax, prensando meu corpo e me prendendo contra o chão. A dor era amenizada pelo peitoral de couro, contudo me encontrava vulnerável para qualquer outro ataque, como a fincada das garras em minha coxa; me livrar seria impossível em vista da força que seria necessária para tirá-lo de cima de mim. Não havia percebido se Hercules possuía algum sistema de proteção que se ativava em momentos de risco, mas o cão infernal era removido de cima de mim subitamente pelo tigre de bronze que crava as presas no pescoço do cachorro, finalizando o cão infernal que se dissolvia em pó dourado... sorte? Eu digo que Hefesto me ama.

Levantei de forma veloz para quem tinha um ferimento na perna. O cão sobrevivente corria mancando em minha direção, uma investida que seria transformada em desvantagem por mim coincidentemente também manco risos. Aguardei até o máximo da aproximação, a velocidade dele era muito alta e não seria parado graças à neve escorregadia. Virei um golpe direto contra o crânio do animal, a velocidade e as direções opostas ampliavam a potência do golpe, esmagando a cabeça e o cérebro do pobre animal, caindo imóvel sobre mim.

Levantei-me olhando o parque eu meu redor, a corrente e a coleira vazia se encontravam largadas nas proximidades, o trajeto feito por Hercules evidenciavam algumas das árvores completamente danificadas, com certeza a morte do terceiro se deu por conta dos seqüenciais golpes contra os obstáculos. Os urros do ciclope ainda podiam ser ouvidos, por mais que tentasse não era rápido para acompanhar Hercules e desistiu. Minha perna estava machucada o bastante para impedir minha rápida locomoção, me obrigando a subir nas costas do tigre de bronze, segurando com firmeza a corrente.

– Cadê você? Devolve meu auau ou eu vou comer ela! – O ciclope urrou balançando uma ninfa da floresta pelos cabelos, na outra mão estava o pedaço de madeira que usava para ameaçar o pobre espírito da natureza que chorava desesperada.

Desci das costas do tigre com a corrente em mãos, caminhei lentamente na direção do ciclope enquanto Hercules contornava o território ao meu comando. O ciclope quase surtou ao ver a coleira vazia, me esforcei em acalmá-lo com o balançar gentil das mãos, atropelado qualquer fala.

– Calma, seu auau foi embora, olha – Eu nunca fui bom em argumentar, só precisaria ocupar o ciclope pelo máximo de tempo possível. – Ele não te achou e foi embora pra casa.

A expressão confusa no olho do ciclope não era muito positiva para mim, mas os poucos segundos em que ele se acalmou para processar a informação foram suficientes, Hercules se posicionou silenciosamente com ajuda da neve bem atrás do monstro. O tigre de bronze avançou rapidamente, mordendo o antebraço que segurava a ninfa, obrigando o mono-olho a soltar ela no chão um tanto quanto violento. Automaticamente corri mancando na direção do ciclope, acertando a lateral de seu joelho com um golpe do martelo, sendo correspondido com uma porretada que me arremessou para longe. O importante que foi tempo suficiente para Hercules retirar a ninfa de perto.

Me levantei ainda segurando a corrente, aguardando a aproximação do tigre para enfim montar no seu dorso e começar uma corrida. O ciclope caía em cólera após sofrer o golpe, tentando atingir a mim e meu parceiro mecânico com seu porrete, contudo nossa velocidade era alta o suficiente para nos esquivar dos ataques. Prendi uma ponta da corrente na cauda do tigre, segurando a outra com firmeza e me lançando ao chão. O tigre corria ao redor do monstro enrolando seus tornozelos, seu equilíbrio era perdido conforme seus pés se uniam, o fazendo cair de costas contra a grama gelada.

Com o restante das forças eu saltei, descendo o martelo contra o rosto do ciclope que era pressionado contra o chão, facilitando na explosão da parte superior de seu crânio. Finalmente todos estavam mortos, a calmaria havia retornado ao parque com exceção dos lamurios das ninfas e sátiros. Enfim, com auxílio dos espíritos da natureza realizei o ritual para enviar uma mensagem de Íris, não demorou muito para a imagem do Centauro surgir bem a minha frente.

– Quíron, não temos muito tempo. Tudo resolvido, precisamos de um grupo de apoio para ajuda dos feridos...a polícia não vai demorar mais do que um dia para começar a investigar. – O homem barbudo aparentou formular uma resposta, mas foi impedido com a desconexão.

Por mais que quisesse ajudar, não seria muito útil quando o assunto é tratar de feridos, apenas me limitei a subir nas costas de Hercules e sair do parque pela mesma abertura pela qual entrei. O tigre de bronze voltou para a parte de trás da van enquanto eu ocupei a posição do motorista, dirigindo de volta para o acampamento.



Equipamento:

Tigre Autômato - Hercules:

Ativas:

#1

One Post Pré-Determinada I | Jayce Montgomery Empty Re: One Post Pré-Determinada I | Jayce Montgomery

por Mercúrio 19/10/18, 09:48 am

Mercúrio

Mercúrio
Deus Olimpiano
Deus Olimpiano
Jayce Montgomery escreveu:
Um considerável número de sátiros, em uma manhã de inverno, chegaram ao Acampamento. Estavam feridos, e alarmados. Anunciaram que vinham do Central Park, as ninfas de lá corriam perigo. Um grupo de monstros estava atacando qualquer ser que se movesse naquele parque. Os próprios humanos não íam para lá, por o espaço ter sido interditado pela polícia, embora não soubessem o real motivo. Dê um jeito nessa situação!

Pontos Obrigatórios na Narrativa:
1) Quíron lhe chamando e explicando a situação, pedindo para você ir até o Central Park;
2) No Central Park, quando você já está procurando, duas ninfas passam correndo, chorando, machucadas. Ajude-as de alguma forma e obtenha informações delas;
3) São quatro monstros, a serem definidos por você, podendo ser iguais ou diferentes, mas que devem ser encontrados ao mesmo tempo;
3.1) Você deve sentir a dificuldade pela desvantagem numérica na batalha;
3.2) Uma das mortes deve envolver sorte;
3.3) O último monstro, obrigatoriamente humanoide, sobrevivente deve pegar uma ninfa e usar de refém. Lide com essa situação, a ninfa preferencialmente saindo viva;
4) Envie uma Mensagem de Íris ao Acampamento Meio-Sangue, informando que os monstros foram derrotados e que uma equipe precisaria ser enviada para ajudar os feridos.


____________________________________________________________________________________________________________________________________________


“– Isso é tão relaxante...” – Permiti que o murmúrio de prazer escapasse de meus lábios; segurava entre as mãos uma caneca de chocolate quente enquanto repousava numa das cadeiras da varanda da casa Grande, o olhar encarava o horizonte alvo, os flocos cristalinos caindo lentamente sob os campos de morangos só tinham a agregar na vista tão bela; o inverno no acampamento era excepcional.

Deleitava-me da bebida quente, estava completamente aquecido pelas vestes de lã enquanto a grama congelava a poucos metros de mim, esse pensamento estimulava orgasmos mentais de satisfação. Contudo, todos os pensamentos tranqüilos e satisfatórios eram dissolvidos com a inesperada chegada de uma horda de sátiros, as criaturas colorindo a neve branca a cada passo com o sangue carmim que gotejava de seus ferimentos. Os mais feridos eram carregados pelos mais fortes, se esforçavam para emitir os agoniados gritos de socorro para enfim serem acudidos pelos semideuses enfermeiros.

A cena era processada devagar pela minha mente, demorei em entender a gravidade da situação e correr para ajudá-los, saltando as escadas da casa grande com pressa e atravessando o campo nevado até o grupo ferido. Tratamento médico não era meu forte, contudo buscava uma forma de ajudar pelo menos no transporte dos feridos até a enfermaria.

“–... Violentos, não sei de onde surgiram...” – ouvia o comentário cortado de um dos acudidos, a respiração ofegante do sátiro atrapalhava seu relato para Quíron. “–... o parque está tomado e todos os espíritos correm perigo... nem mesmo os mortais ousam se aproximar.”

Deixei de acompanhar o relato quando notei o olhar do Centauro sobre mim, talvez não o agradasse minha proximidade e curiosidade em saber do ocorrido; estava agindo como um fofoqueiro. Limitei-me a auxiliar apenas no tratamento dos feridos, acompanhando de perto enquanto os filhos de Apolo cuidavam cautelosamente dos machucados graves. A tensão que percorria as tendas da enfermaria me alertavam pouco a pouco, já nem conseguia adequar minha mente ao estado de relaxamento anterior; o guerreiro estava ativo novamente.

Não tardou minha convocação, o diretor do acampamento contornava a enfermaria com o esguio tronco eqüino, o olhar duro e preocupado encarando um a um dos visitantes. Aproximei-me com cautela, mal podia imaginar o motivo do chamado e duvidava que fosse para reprovar minha atitude curiosa, principalmente com a gravidade da situação naquele instante.

“– Como deve ter escutado mais cedo...” – seu olhar insistia em provocar minhas lembranças, talvez ele não quisesse fazer uma referência, mas já havia captado. “– os sátiros foram atacados por criaturas horrendas. Não posso afirmar com certeza o que ou quantos são, apenas que estão no Central Park. Muitas ninfas vivem na região e correm extremo perigo... quero que você vá até lá e certifique de resolver esse problema.”

Admito, pensei em dezenas de desculpas para simplesmente não ir, para simplesmente retornar para a poltrona e para o meu descanso. Mas não poderia viver em paz sabendo que estaria largando criaturas para morrer naquele lugar, principalmente quando um sátiro como aqueles tenha salvado minha vida tantas e tantas vezes. Acatei a ordem em silêncio, partindo imediatamente para o chalé 9 em busca de meus pertences.

Sentei em no beliche revirando todos os itens largados sobre a cama, começando pela armadura para facilitar o processo: vesti o peitoral de couro por baixo das roupas invernais, dessa forma apenas aparentava que eu fosse mais musculoso que o normal, enquanto o elmo poderia facilmente ser confundido com um gorro para proteger do frio. No bolso da calça permanecia o isqueiro, carregando o a adaga presa na cintura e o martelo na mão.

Para chegar até o parque rápido, pedi as chaves da van do acampamento orientando o autômato de tigre para a parte traseira, dirigindo consideravelmente tranqüilo pela rodovia. O caminho de Long Island até a ilha de Manhattan era grande, mas o tanque estava cheio e tinha minha playlist para me acalmar durante o caminho. Esvaziar a mente seria necessário para o combate que me aguardava, qualquer indício de preocupação reduziria meu foco e eu seria morto em poucos minutos.

Adoraria detalhar um pouco mais para vocês sobre a solitária viagem de carro, mas tenho certeza que vocês não gostariam de conhecer meu gosto incomum por Raul Seixas. Notei a aproximação do parque quando a copa das árvores se tornou mais densa e pálida por conta da neve, me levando a estacionar a van e descer do veículo com meu fiel robô companheiro. As diversas viaturas da polícia cercavam as entradas do parque, provavelmente estariam lidando com algum surto de guaxinins.

Com as entradas interditadas eu precisaria entrar no parque sem ser notado e não poderia usar uma entrada convencional, ser discreto se tornava uma tarefa difícil quando se tinha um robô de tantos quilos te acompanhando. Por sorte a neve fofa ajudava a abafar o som de seus passos, evitando chamar a atenção para nós. Caminhei de forma descontraída com meu “cachorro” até a lateral do parque, as grades eram facilmente obstruídas pelas fortes mandíbulas do tigre, furando o bloqueio e criando uma nova passagem para nós.

Por enquanto tudo corria bem, já havia adentrado o parque e não muito longe conseguia ouvir o uivo de um lobo... Convenhamos, um animal nem um pouco comum naquela região e naquele horário. Caminhamos silenciosamente pelo campo nevado, aproveitando da neve úmida e fofa para abafar nossos passos, o inverno havia derrubado as folhas e galhos das árvores, a luz vespertina iluminava o chão esbranquiçado com mais facilidade, me dando certa segurança.

Do meio das árvores castigadas pelo inverno, saltaram duas figuras disformes  se movendo em alta velocidade ao meu encontro, insistiam em gritar palavras que fugiam do meu entendimento. Mas algo era claro, o tom de voz ofegante e sofrido destacava o desespero, ferimentos estampavam seus corpos e seus fluídos pigmentavam a neve do parque.

“– Por favor, nos ajude...” – instintivamente avancei a curta distância que nos separava, aparando uma das debilitadas ninfas enquanto Hercules, que o deus me perdoe por batizar meu tigre com seu nome, impedia a queda do outro espírito da natureza. “– Ele... eles estão mais atrás, destruíram tudo.” – Por mais que tentasse conter, não conseguiu evitar que as lágrimas quentes escorressem pelas bochechas escoriadas.

Auxiliei ambas a caminharem até a abertura feita por Hercules, voltando ao ponto de encontro e passando a seguir o caminho marcado por elas na neve. Ao longe um furioso rosnado podia ser escutado, junto de uma grave gargalhada de aprovação. Orientei-me pelos gritos que vinham da zona central do parque, a mistura de sons e emoções confundia minha mente, o barulho do combate se parecia com os de um parque de diversões.

Por mais oculto que eu tentasse chegar, pude notar os olhos vermelhos e raivosos se voltando para mim, os focinhos negros captavam com clareza o suave odor de minha colônia, enquanto as orelhas pontudas conseguiam ouvir os estalidos das engrenagens de Hercules trabalhando; nossa posição havia sido entregue. Mas finalmente podia ver os causadores da confusão, um trio de cães negros como a noite tinham seus pescoços presos por correntes ao punho cerrado de um enorme ciclope.

Os cães infernais permaneciam latindo enfurecidos para mim, contudo a figura suja e musculosa que os impedia de avançar ainda não havia me notado, se divertia com a pequena quantia de corpos dilacerados que o rodeava. A falta de vestes condenava a forma como o frio não apresentava qualquer tipo de incômodo ao grandalhão, assim como os cabelos sujos e desgrenhados dificultavam a visão do ciclope sobre mim.

Eu poderia simplesmente me aproveitar da imensa falta de inteligência do Ciclope e sumir dali, mas ao redor da criatura ainda havia muitas ninfas em perigo e ele insistia em depredar a moradia delas. Me desvencilhei das árvores, revelando minha posição para o monstro tão imbecil a minha frente e seus adoráveis pets. Balancei o martelo acima da cabeça, a fim de atrair a atenção enquanto Hercules fazia algo parecido ao emitir grunhidos metálicos.

–Sua besta ambulante, pare agora o que está fazendo ou vou chutar sua bunda até as profundezas do Tártaro!

Demorou, mas quando enfim me encontrou, simplesmente soltou as correntes que limitavam os ferozes caninos. As garras afiadas das criaturas rasgavam a neve enquanto corriam, o fluído gosmento gotejava dos enormes dentes que preenchiam o sorriso feroz. Por mais velozes que fossem, em uma corrida eu posso afirmar com os pés juntos que jamais venceriam de Hercules. O tigre avançou ao meu sinal, contornando o trio desajeitado que se preocupou unicamente com a criatura de bronze, deslizando na neve para dar meia volta e perseguir meu companheiro. Por sorte, o foco dos cães não é o melhor.

Aproveitei da falta de atenção dos cachorros que deslizavam contra mim para sacar a adaga com a mão livre, descendo o martelo empunhado pela destra contra uma das patas traseiras dos cães, enquanto fincava a lâmina de bronze na para traseira de outro. Um simples ataque, finalizado com um giro completo de meu corpo no sentido horário, rasgando a pata com a adaga enquanto acertava a pata ilesa do cão da esquerda com o martelo. O guincho de dor de ambas as criaturas ecoou pelo local, voltando completa atenção para mim; admito que foi uma atitude um tanto quanto irresponsável de minha parte. Assim que efetuei os ataques, notei as pesadas correntes ainda presas nas coleiras dos cães, uma ideia criativa brilhou em minha mente.

– Hercules, pegue a corrente! – Gritei para o tigre que, assim que passou pelos cães, agarrou com as presas de bronze a corrente do cão que desistira de mim antes que este pudesse se recompuser do retorno inesperado que havia tentado fazer, arrastando o animal pelo pescoço.

Não precisava de mais ordens, sabia que o bom menino cuidaria daquele para mim e de quebra atraiu a atenção do Ciclope, que brandia um enorme porrete no ar, esperando intimidar meu autômato. Só teria agora dois cachorrinhos enormes me acompanhando, mas isso não é um problema tão enorme quanto imaginam. Pude ouvir o estalido dos ossos contra o martelo, um dos cães tinha uma pata quebrada enquanto o outro tinha as duas pernas traseiras danificadas, uma quebrada pelo golpe do martelo e o músculo da outra rasgado pela adaga.

Dei meia volta e comecei a correr, estava em desvantagem numérica, eles eram mais rápidos e com certeza não seria só um ferimento que os impediria de me dilacerar, essa força de vontade é infernal... Literalmente. Conforme corria para longe dos cães, saquei o isqueiro do bolso para enfim voltar a olhar para meus inimigos; um deles vinha à frente mancando enquanto o outro rastejava a parte traseira pela neve gelada. Risquei a engrenagem do isqueiro ativando a chama, a partir dela usei meu controle parcial sobre a labareda para estimular e moldar em uma bola de fogo, aguardando o momento.

O cão com vantagem se atirou em minha direção, a boca aberta já me tinha como alvo até receber a esfera incandescente no interior da garganta, a criatura se limitou a apenas raspar as garras em meu braço canhoto, cortando de forma significativa, o sangue ensopava minhas roupas de inverno enquanto meu tronco era protegido pelo peitoral de couro. Empurrei para longe o cão que estava debruçado sobre mim, a criatura ainda tossia sentindo as queimaduras na boca e os olhos insistiam a lacrimejar. Aproveitei do breve momento para acertar o focinho do cão com o martelo novamente, em resposta o animal investiu com a cabeça, me jogando contra o cachorro rastejante.

A fera debilitada posicionou a pata sobre meu tórax, prensando meu corpo e me prendendo contra o chão. A dor era amenizada pelo peitoral de couro, contudo me encontrava vulnerável para qualquer outro ataque, como a fincada das garras em minha coxa; me livrar seria impossível em vista da força que seria necessária para tirá-lo de cima de mim. Não havia percebido se Hercules possuía algum sistema de proteção que se ativava em momentos de risco, mas o cão infernal era removido de cima de mim subitamente pelo tigre de bronze que crava as presas no pescoço do cachorro, finalizando o cão infernal que se dissolvia em pó dourado... sorte? Eu digo que Hefesto me ama.

Levantei de forma veloz para quem tinha um ferimento na perna. O cão sobrevivente corria mancando em minha direção, uma investida que seria transformada em desvantagem por mim coincidentemente também manco risos. Aguardei até o máximo da aproximação, a velocidade dele era muito alta e não seria parado graças à neve escorregadia. Virei um golpe direto contra o crânio do animal, a velocidade e as direções opostas ampliavam a potência do golpe, esmagando a cabeça e o cérebro do pobre animal, caindo imóvel sobre mim.

Levantei-me olhando o parque eu meu redor, a corrente e a coleira vazia se encontravam largadas nas proximidades, o trajeto feito por Hercules evidenciavam algumas das árvores completamente danificadas, com certeza a morte do terceiro se deu por conta dos seqüenciais golpes contra os obstáculos. Os urros do ciclope ainda podiam ser ouvidos, por mais que tentasse não era rápido para acompanhar Hercules e desistiu. Minha perna estava machucada o bastante para impedir minha rápida locomoção, me obrigando a subir nas costas do tigre de bronze, segurando com firmeza a corrente.

– Cadê você? Devolve meu auau ou eu vou comer ela! – O ciclope urrou balançando uma ninfa da floresta pelos cabelos, na outra mão estava o pedaço de madeira que usava para ameaçar o pobre espírito da natureza que chorava desesperada.

Desci das costas do tigre com a corrente em mãos, caminhei lentamente na direção do ciclope enquanto Hercules contornava o território ao meu comando. O ciclope quase surtou ao ver a coleira vazia, me esforcei em acalmá-lo com o balançar gentil das mãos, atropelado qualquer fala.

– Calma, seu auau foi embora, olha – Eu nunca fui bom em argumentar, só precisaria ocupar o ciclope pelo máximo de tempo possível. – Ele não te achou e foi embora pra casa.

A expressão confusa no olho do ciclope não era muito positiva para mim, mas os poucos segundos em que ele se acalmou para processar a informação foram suficientes, Hercules se posicionou silenciosamente com ajuda da neve bem atrás do monstro. O tigre de bronze avançou rapidamente, mordendo o antebraço que segurava a ninfa, obrigando o mono-olho a soltar ela no chão um tanto quanto violento. Automaticamente corri mancando na direção do ciclope, acertando a lateral de seu joelho com um golpe do martelo, sendo correspondido com uma porretada que me arremessou para longe. O importante que foi tempo suficiente para Hercules retirar a ninfa de perto.

Me levantei ainda segurando a corrente, aguardando a aproximação do tigre para enfim montar no seu dorso e começar uma corrida. O ciclope caía em cólera após sofrer o golpe, tentando atingir a mim e meu parceiro mecânico com seu porrete, contudo nossa velocidade era alta o suficiente para nos esquivar dos ataques. Prendi uma ponta da corrente na cauda do tigre, segurando a outra com firmeza e me lançando ao chão. O tigre corria ao redor do monstro enrolando seus tornozelos, seu equilíbrio era perdido conforme seus pés se uniam, o fazendo cair de costas contra a grama gelada.

Com o restante das forças eu saltei, descendo o martelo contra o rosto do ciclope que era pressionado contra o chão, facilitando na explosão da parte superior de seu crânio. Finalmente todos estavam mortos, a calmaria havia retornado ao parque com exceção dos lamurios das ninfas e sátiros. Enfim, com auxílio dos espíritos da natureza realizei o ritual para enviar uma mensagem de Íris, não demorou muito para a imagem do Centauro surgir bem a minha frente.

– Quíron, não temos muito tempo. Tudo resolvido, precisamos de um grupo de apoio para ajuda dos feridos...a polícia não vai demorar mais do que um dia para começar a investigar. – O homem barbudo aparentou formular uma resposta, mas foi impedido com a desconexão.

Por mais que quisesse ajudar, não seria muito útil quando o assunto é tratar de feridos, apenas me limitei a subir nas costas de Hercules e sair do parque pela mesma abertura pela qual entrei. O tigre de bronze voltou para a parte de trás da van enquanto eu ocupei a posição do motorista, dirigindo de volta para o acampamento.



Equipamento:

Tigre Autômato - Hercules:

Ativas:


Missão Aceita
Comentário: Sinceramente me surpreendi positivamente com sua narrativa, que me soou agradável e interessante desde sua introdução até seu epílogo. Teria conseguido pontuação máxima sem muito esforço não fosse a fagilidade com que lidou com desvantagem numérica, talvez por causa do seu tigre...Bom...Seja como for, parabéns, espero outras dessas.

XP: 2500.
Dracmas: 1250.

#2

Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para o topo  Mensagem [Página 1 de 1]

Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos