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Fórum de Mitologia Grega baseado em Percy Jackson e os Olimpianos e Os Heróis do Olimpo!


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por Ω Sun Tzun 27/06/20, 11:19 pm

Ω Sun Tzun

Ω Sun Tzun
Filho(a) de Hypnos
Filho(a) de Hypnos
Mais uma manhã se iniciava sob o olhar caloroso do deus-Sol. Nuvens pesadas deslizavam pelo céu, deixando os raios solares penetrarem como feixes alienígenas entre elas, agraciando pedaços da Terra com um pouco de calor em meio àquele inverno frio. Ali, dentro do Acampamento, as barreiras mágicas controlavam o clima mas, ainda assim, eu estava trajando calças, botas e uma blusa de manga por baixo do peitoral de couro.

Eu estava levemente ansiosa. Neste dia em específico, ocorria o raro evento de eu estar me dirigindo para a Arena. Estava bem descansada após uma longuíssima tarde e noite bem dormidas desde o dia anterior. Claro... Eu teria ficado confortável continuando a dormir no chalé, mas eu precisava fazer aquilo. Estava determinada a não me acomodar como tantos irmãos faziam. Eu gostava de explorar meus poderes, de conhecer aquela nova realidade em que havia sido jogada...

Hesitei um momento diante da arena. Lá dentro, parecia mais escuro do que do lado de fora, ou mais sinistro. A luz dos archotes estavam lançando uma coloração avermelhada na arena e, apesar de ser dia, não estava tão clara, encoberta por pesadas nuvens. Nos cantos a neve estava acumulada das nevadas leves da semana.

Parei quase ao centro da arena. Já tinha em mãos minha flauta e a espada curta. Eram tudo que eu tinha, infelizmente, mas eu esperava que pudesse fazer bom uso daqueles itens. Os grandes portões se fecharam atrás de mim, e senti um frio na barriga. Droga, eu realmente devia ter continuado dormindo. Naquela cama macia, deliciosamente quentinha do chalé... Com o cheiro de madeira e leite... Ah, não! Quando dei por mim, já estava babando em pé. O portão dos monstros se abria do outro lado e eu conseguia ver a silhueta que se projetava pra fora, grande e pesada, passos largos aproximando-nos com mais velocidade do que eu gostava.

Um ciclope com cerca de 1,90 de altura me encarou com seu olho único do outro lado da arena. Dez metros nos separavam mas eu tinha a impressão de que ele poderia chegar até mim em dois passos se quisesse. Recuei um passo, percebendo que não poderia tocar com a espada na mão e tratei de embainhá-la, mas ele já vinha em minha direção. Levei a flauta aos lábios e comecei a assobiar, desafinadamente enchendo o ar com algumas notas que não dariam sono nem a um urso para hibernar. O ciclope aproximou-se veloz e pesado, seus passos fazendo sulcos na terra. Me joguei e rolei para um lado quando ele passou por mim como uma locomotiva e senti um tranco forte nas costas quando ele me acertou com um tapa enquanto eu tentava desviar. Rolei no chão, engolindo cabelo e terra mas, me levantei rapidamente. Não por habilidade, mas por desespero. Eu sabia que aquela criatura iria se aproximar de novo, tão sedento por sangue quanto antes. Eu o olhei e ele me olhou, já virando em minha direção e estendendo a mão em minha direção para agarrar-me pelo pescoço. Em um impulso que surpreendeu até mesmo a mim, puxei a espada novamente da bainha, subindo-a à frente do corpo. O ciclope urrou e recuou, dando-me tempo de ganhar espaço correndo para trás enquanto o via erguer a mão direita onde quatro dedos faltavam, pelos meus cálculos. Eu sentia meus joelhos tremerem de medo e susto, mas meu coração batia com tanta força que minha pressão sanguínea devia ser suficiente para manter o corpo todo de pé. O ciclope apertou o punho e amaldiçoou-me com urros que não compreendi e, honestamente, não fazia compreensão de entender. Embainhei a espada tão rápido quanto pude enquanto ainda recuava e levei minha flauta aos lábios, respirando fundo duas vezes, concentrando-me em recuperar meu foco e meu autocontrole. Levei a flauta à boca com as mãos ainda levemente trêmulas e tentei novamente. As notas saíram mais suaves, mais uniformes mas, ainda não estavam perfeitas, não fluíam como deveriam. Mas eram notas, e tinham cadência, tudo o que eu precisava era treinar, meus irmãos haviam me dito. Segundo eles, havia diversas formas de “injetar” sono nos inimigos e, através de uma flauta, era uma das melhores.

Para minha infelicidade o ciclope parecia furioso demais e com dor demais para deitar e tirar uma soneca. A flauta pareceu tê-lo afetado pois ele não urrava mais e agora avançou mais lentamente, mas quando meus olhos encontravam o seu eu conseguia sentir toda a raiva concentrada em mim como se ele fosse disparar um laser do olho a qualquer momento. Ciclopes não disparavam lasers, não é? Pelo amor de Zeus!

Continuei recuando covardemente do monstro. Virei-me e disparei desajeitada enquanto ele corria atrás de mim. Driblei-o passando por baixo de uma coluna tombada e dei a volta escondendo-me dele atrás dela.

-- E-espere! Droga, espere! Você não quer conversar!?

Gritei para ele, sabendo que sua resposta seria~

-- GrAAAAAAA!! Uaahhhhhh!

O ciclope atingiu a coluna com um golpe de sua mão boa, fazendo-a rachar e cair pro meu lado. Novamente tive de me jogar e rolar pelo chão desajeitadamente para conseguir fugir de sua investida. Quando levantei, porém, ele já estava mais próximo e me atingiu com uma pesada no peito, me jogando de costas no chão e largar a espada, agarrando meu peito com falta de ar.

O ciclope tentou se apoiar na coluna com a mão ferida e urrou de dor novamente. Ele olhou pro cotoco ensanguentado de onde o icor dourado escorria, e rasgou o couro que o corbia o peito para amarrar o cotoco.

Me joguei para a frente agarrando o punho da espada, tomada de um impulso repentino e de uma ideia absurda. Arremessei a arma na criatura, que parecia esperar que eu fosse ficar parada assustada observando-o cuidar de suas feridas. Ele arregalou o olho quando viu a espada voando na direção de sua cabeça mas... a lamina bateu de lado na testa do ciclope e caiu inofensiva no chão. Por um segundo nós olhamos para a espada na terra e então nos encaramos. O ciclope soltou uma risada cheia de deboche
-- Eu até me assustei por um momento, sua vagabunda! HAHAHAHAHA

Fula da vida, é óbvio, eu me levantei e levei a flauta aos lábios. Por um momento, respirei fundo novamente. O ciclope me olhou mais uma vez, ainda rindo, a mão quase enfaixada no couro firme. Agora eu estava me concentrando, de fato. Eu era nova naquilo tudo, de semideusa, de lutar, de ter poderes. Mas... Eu já entendia o que eu era. Eu era uma criatura diferente de humanos, com sentidos diferentes dos humanos. Eu era uma semi-deusa... Com os sentidos divinos mágicos em meus genes. O sono era meu sentido extra, minha peculiaridade em meio àquele mundo. Eu devia usá-lo. Eu o conhecia bem, o conhecia melhor do que a maioria. Era minha companhia, tão constante quanto minha sombra.

Assoprei a flauta. Lentamente, suavemente, imaginando a melodia que deveria sair dela, imaginando o quão agradável, sonolenta, ritmada deveria ser. O ritmo do embalo do sono, da calma, da tranquilidade e do conforto. Uma melodia me veio à mente, embalando-me. Uma melodia que eu conhecia, conhecia bem, que eu amava e me despertava a sensação de tranquilidade e nostalgia.

https://www.youtube.com/watch?v=l-3tN-c6UwE

Aos poucos movi meus dedos para permitir ou barrar a saída do ar pelos furos, produzindo notas muito mais suaves e firmes do que a minha flauta antiga conseguia. Eu sabia o que eu queria. Eu queria o sono, queria chama-lo, aceita-lo e abraça-lo como o velho amigo que era. Queria que ele viajasse pelo ar através de minha música, que abraçasse também quem a ouvisse, que os trouxesse para nosso maravilhoso paraíso de pecado. Pecado da preguiça, do conforto e proteção. Do sono bem dormido, bem sonhado. Assim, minha canção de Ninar pro ciclope ecoou pela arena, e pela primeira vez fiquei satisfeita com o que ouvia.

O ciclope parou de atar a mão e olhou para mim, distraído por um momento. Ele me olhou com seu grande olho aberto e por um momento me perguntei se ele conhecia a música, mas logo percebi que, felizmente, era algo diferente que chamava sua atenção. Ele piscou uma vez, e então piscou de novo, mais lentamente, e eu soube que estava dando certo. Eu conseguia sentir o efeito da música... Afinal, tocá-la estava me dando sono. Eu conseguia sentir o sono no ar, na melodia, vibrando na flauta enquanto ela emitia as notas pelo ar. Aquilo era... magia? Poder? Meu poder?

O ciclope balançou a cabeça confuso e me olhou com raiva.

-- BRuuu... BRUUUXAAAA!!!

Ele urrou, tentando despertar-se do estupor, e começou a caminhar em minha direção, esquecendo-se de sua mão machucada.
Talvez eu não devesse, mas estava agora muito tranquila. A melodia me deixava animada, revigorada pelo sono. Eu podia sentir que era eu quem o estava emanando. Eu conseguia imaginar a deliciosa soneca que eu teria aquela tarde depois de sair daquela arena, vitoriosa por descobrir, por fim, que eu realmente estava no lugar certo, que realmente era uma filha de Hipnos, como os outros doidos que eu conhecia no chalé. Irmãos... Quem diria. Irmãos de verdade.
O ciclope aproximou-se ainda mais pesado do que o de costume, quase cambaleante. Esticou sua mão para me agarrar mas eu saltei e dancei para o lado, passando por trás de outra coluna e me afastando dele, a flauta ainda colada aos lábios, seus entalhes de nuvens prateadas brilhando. Não interrompi a melodia, concentrada em lembrar de cada nota, de assoprar e manter a respiração constante, equilibrada para conseguir manter a canção tocando. O ciclope apoiou-se na coluna e continuou me encarando enquanto eu me movia de um lado para o outro no ritmo da música, como que chamando-o para dança-la comigo.

-- Paaare... Pare...!

Ele caminhou em minha direção, mas voltou e apoiou-se novamente na coluna. Pela primeira vez, parei de tocar e o encarei.

-- Ora... Você quer tanto dormir. Por que não deita e... Bem, dorme? Não seria mais confortável do que me caçar?

Comecei a dar a volta nele. Lentamente, sem pressa, saltitando de uma pé pro outro como uma criança no parque. Aos poucos me aproximei da espada que havia arremessado e abaixei-me para pegá-la, o ciclope ainda me observando da coluna onde se apoiava como se temesse cair e não levantar mais do chão. Comecei a me mover para mais perto mas, quando viu a espada em minha mão o ciclope me surpreendeu se acertando na cara com um soco. Ele piscou forte e começou a vir em minha direção, parecendo mais consciente. Movi-me pros lados e comecei a assoprar uma melodia simples na flauta, usando apenas uma mão. Não saiu perfeita, mas eu não queria uma melodia perfeita agora. Ele já estava com sono, o que eu queria era sua lerdeza, seu sono, a maresia e o feitiço que tudo isso possibilita. Quando ele se aproximou, fiz com que continuasse a ver-me balançando para um lado quando, na verdade, eu estava indo para o outro. Ele socou o lugar onde acreditava que eu estivesse e isso me deu tempo suficiente para empurrar a espada com as duas mãos, usando o peito para jogar meu peito sobre o cabo e afundar a lâmina na barriga daquela aberração de um olho só. Torci o nariz, inconformada com o fedor daquele ser, e senti o ar deixar meus pulmões quando eme me agarrou com ambas as mãos, surpreso, apertando-me. Mas logo a força deixou seus braços, que toraram-se areia, assim como seu corpo grotesco e fedido. Por fim, eu estava só na arena. Machucada e dolorida, cheia de sono mas, extremamente viva.



Equipamento levado:

Habilidades Usadas:

#1

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