Eu não estava na posição mais favorável ou a melhor que já estive em qualquer momento em minha vida, e para piorar sofria a tentativa de um estrangulamento por uma criatura ambivalente, pois se tratava de luminosidade malévola. Se continuasse nesse impasse, perderia. Se deixasse me pegar, morreria. Então o jeito era enfrentar no mano a mano. Como ele estava por cima, a vantagem era minha.

Enquanto ele estava mais ocupado prestando atenção na minha garganta, eu usaria minhas pernas para prender seu pescoço e apertá-lo por entre as panturrilhas negando o direito à folga. Enquanto isso, aqueceria todo o meu corpo como um luzeiro, queimando o corpo do desgraçado ao passo que mantivéssemos o contato..

- Pelo menos eu sei me limpar, seu estrume de lâmpada.

Se eu conseguisse uma abertura da parte dele, como a tentativa de afrouxar o aperto de minhas pernas em seu pescoço levando as mãos para o local dito, puxaria a adaga guardada em meu bolso e o esfaquearia nas costelas girando o cabo para melhor perfuração e mais sangramento.

Entretanto, se nenhuma das alternativas fosse válida tentaria agarrar a o arco e bater repetidamente em sua cabeça até que ele saísse de cima de mim. Porém, se não conseguisse, procuraria apertar os glóbulos de seus olhos para distraí-lo enquanto tentaria sair debaixo.

Nível 2 - Calor Solar: O filho de Apolo usa esta habilidade para aquecer algum objeto que ele tocar. Porém, eles também se tornam levemente luminosos, causando dificuldade de esconder-se no escuro. O uso da habilidade requer 30 pontos de energia.

O filho de Apolo se vale de uma manobra, apertando o elfo ainda mais em seu corpo e aquecendo-se, tentando queimar o adversário. O homem se debate e tenta se soltar do garoto, aplicando-lhe um soco forte na cara e fazendo o garoto liberá-lo. Contudo, veio a brecha que Zuriel esperava. O menino sacou sua adaga e fincou a lâmina nas costelas do elfo, fazendo-o grunhir de dor e tentar dar um soco no garoto novamente, dessa vez sem sucesso. O menino tinha o arqueiro agora a sua frente, sem chance de defesa e com um olhar de medo. Olhando nos olhos de Zuriel implorando pela vida.

Olhando para o elfo eu pensava nas vezes que quase morri lutando contra outros monstros, escapando por pouco de mortes nada gloriosas. Estava tentado a perguntar o porquê de tanto ódio a mim, mas imaginava que a resposta dele seria mais reclamações e injúrias. Tinha medo que se o deixasse viver ele me apunhalasse pelas costas e me enviasse ao lugar tenebroso. Não baixaria minha guarda em nenhum momento, mas a curiosidade falou mais alto que o instinto de atacá-lo sem demora e disse:

- Eu não sou humano, mas também não sou um monstro. Se jurares pelo Estige que me servirás e me protegerás durante toda a sua vida, eu o pouparei e te sararei. Descobriremos coisas que nenhum dos dois já viu e teremos vitórias sobre nossos inimigos. Podemos ser amigos ou terminarei isto de uma vez por todas.

Caso ele fosse contrário ao acordo de paz cortaria sua garganta e encerraria aquele drama louco para voltar a minha cama após relaxar os músculos tensos pela batalha com uma ducha quente. Contudo, se ele aceitasse o pacto e selasse o acordo, o ajudaria a se levantar e faria conforme prometi curando seus ferimentos e mostrando a ele que não sabia de tudo a respeito de nós semideuses. Alguns podia ser insuportáveis e mal encarados, mas sempre haveria quem provasse que não é a regra. Eu desconfiava de qualquer um que se aproximasse e poderia guardar um rancor colossal, mas gostava de ajudar quem precisasse e estava disposto a superar as barreiras que estigmas rotulavam este mundo.

O elfo não jura, tenta atacar e falece.