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[One-Post Livre] Dama de Branco — Aron Tinuviel Empty [One-Post Livre] Dama de Branco — Aron Tinuviel

por Aron Tinuviel 17/12/16, 02:08 pm

Aron Tinuviel

Aron Tinuviel
Filho(a) de Apolo
Filho(a) de Apolo
Nome da narração: Dama de Branco
Objetivo da narração: Derrotar um monstr invasor
Quantidade de desafios: 1
Quantidade de monstros: 1
Espécie dos monstros: Vykrolacra.

Não deveria ter seguido Kalel.

Havíamos almoçado tarde, pois Max estava especialmente inspirado ultimamente. Se o nosso Führer Robin Wood Loiro achava que os treinos não eram os esperados, ele nos fazia refazê-los por horas e horas a fio, até que se sentisse plenamente satisfeito com os resultados. O fato de toda essa inspiração ter sido causada pelo recente incidente dos canários assassinos, do qual eu ainda possuía marcas, não estava me tornando o filho de Apolo mais popular do chalé 7.

— Valeu, Tinuviel! — Disse um de meus meio-irmãos sarcasticamente, batendo palmas desanimadas. Seu braço provavelmente estava doendo de tantas vezes que retesara o arco. O meu também estava. Não que alguém ligasse.

Teria me sentido pior não fosse Alex, que transparecia estar mais exausto que todos os demais. O menestrel, após o incidente dos instrumentos mortais, tornara-se mais ativo nos treinos, o que só dera a Max a chance que tanto almejava para explorar o garoto. Aparentemente tratava-se de uma vingança pessoal, que nada tinha a ver com o treinamento, mas estava gerando frutos rapidamente no corpo do garoto, seus músculos começando a despontar aqui e ali em sua constituição física, outrora tão frágil.

— Não liga para eles, a culpa não é sua! — Disse, abrindo um sorriso contagiante. Aquilo revigorou minhas forças.

— Não, não é dele... — Interrompeu Max, praticamente brotando ao nosso lado, seu sotaque alemão fazendo-se presente. — ...É sua! — Apesar de estar preenchido de ameaça, Alex ignorou completamente o tom grave do meio-irmão, como se espantasse uma mosca.

Sinceramente eu não sabia se isso era um avanço ou retrocesso na relação de ambos. Antes do incidente na biblioteca, Max e Alex se odiavam, mas quase não se falavam, limitando-se apenas ao necessário. Agora trocavam farpas ocasionalmente, numa guerra que parecia ganhar novo fôlego. Ainda não sabia o motivo da inimizade, mas sabia que meus ferimentos só a tornara pior.

Após o pequeno repouso do almoço, Max cismou que tínhamos que fazer uma trilha junto com um grupo de semideuses, aparentemente sob mesma influência do estilo rígido de auto treinamento do alemão. Eu teria recusado se tivesse chance, mas, obviamente, eu não tive. Para minha sorte, Alex achou a ideia particularmente interessante.

A pior parte da trilha não era o percurso ou o cansaço, eram as musiquinhas estranhas que os campistas inventaram a respeito dos progenitores. Falavam de fatos tão ridículos que mais de uma vez eu e Alex rimos, sob o olhar reprovador de nosso Fuher.

O grupo era formado por uma variedade significativa de filhos divinos, mas em sua maioria podia destacar a prole de Athena e Ares, que aparentemente estavam competindo sobre quem estava menos exausto. Essa competição eu perderia de imediato, talvez ganhando apenas de Alex, que estava sofrendo com a maldita bagagem que tínhamos que carregar.

Max encheu nossas mochilas com um bocado de itens inúteis, que só serviam pra fazer peso. Nos fizera subir com o equipamento completo, o que, no meu caso incluía: Arco, aljava, a espada e a armadura de couro incompleta.

Para alívio de meus meio-irmãos mais próximos, a partitura do Réquiem de Orpheu ficara na cabeceira da cama. Recentemente eu levava a partitura pra onde quer que fosse. Max e Alex a olhavam como se fosse uma bomba radioativa, prestes a explodir na cara deles e causar destruição suficiente para levar o acampamento ao caos. Eu não podia discordar disso, mas sinceramente não conseguia deixar de tocá-la. Era uma música inigualável, mas ainda misteriosa demais para que eu não a temesse.

Entre os muitos semideuses que subiam a trilha, um se destacava. Kalel Andrews, filho de Hermes.

Eu não o conhecia intimamente, mas ele me lembrava Cristie, minha irmã gêmea, caçadora de Ártemis. O sorriso travesso que brincava em seu rosto, prenunciando travessuras à frente, era idêntico ao de minha irmã quando tinha uma revelação bombástica a fazer. Era gentil e educado, sempre cumprimentava a todos com um largo sorriso, embora eu visse as pessoas desconfiando de estarem fazendo parte de uma pegadinha por parte do ruivo, o que geralmente era o caso.

Tinha uma constituição ágil, menor que eu uma cabeça, embora não menos musculoso. Eu diria que seu preparo físico era mais aeróbico, do tipo que conseguiria suportar distâncias grandes com passadas ágeis e constantes. Levava consigo seu equipamento completo como os demais, mas sua mochila parecia um pouco mais pesada que a minha. Embora fosse mais baixo que Max, pela primeira vez pensei que meu meio-irmão mais velho perderia uma luta contra algum semideus.

A trilha seguia pela floresta, subindo e descendo por entre as grossas raízes das árvores, obrigando-nos a saltar por entre riachos, escalar pedras e, às vezes, pendurar-se nas árvores. Tudo ao som do canto desentoado dos meio-sangues fazendo piada de seus progenitores.

Durante toda a atividade eu não consegui fazer outra coisa além de seguir em frente. Sabia que estava arfando feito um gordo, mesmo que meu corpo estivesse acostumado a esforço físico. Eu jogava basquete no conservatório, mas a irregularidade do terreno da trilha estava me cansando mais que os saltos na quadra e as rápidas reviravoltas que o jogo tinha.

Eu tentei me concentrar, até entoei mentalmente o Réquiem de Orpheu, apenas para me desligar do resto do mundo, concentrando-me apenas em manter meu corpo em movimento, mas algo sobrepôs a música da minha mente.

Começou como uma melodia tão ao fundo que eu mal podia ouví-la em meio aos gritos dos demais semideuses, mas era insistente demais para ser abafada. Eu demorei a identificar o instrumento, mas percebi, com um pouco mais de esforço, que tratava-se de uma melancólica melodia em lá menor tocada por um violino, tão aguda que quase me fez chorar quando alcançou seu ápice.

Parecia me chamar, me impelindo a perseguí-la, como se tivesse um campo magnético próprio, tão irresistível que por pouco não perco meu ritmo na trilha e tropeço numa pedra que estava no caminho. Talvez tenha sido essa trapalhada que me salvou e permitiu que eu analisasse a situação.

Olhei ao redor e percebi que mais ninguém estava ouvindo a música, ou não estavam ligando para ela. Concentrei-me em Alex que parecia estar incomodado com algo, mas aparentemente não entendia do que se tratava, revirando a cabeça em todas as direções como se procurando uma sombra.

Imediatamente lembrei do que me sucedera na biblioteca. Tudo começou com uma maldita música que só eu ouvia, e os arranhões ainda ardiam em minha pele, reforçando o pedido de recusa que já se formava em minha mente. Eu não ia sair correndo atrás dessa música, já havia tido experiências o suficiente com marchas fúnebres para adicionar mais uma a playlist de meu funeral.

Eu senti a força atrativa se desgarrando de mim, ainda relutante, como se ponderando se deveria recomeçar o ataque, mas no fim desistiu e o som desapareceu de meus ouvidos.

Tomei aquilo como uma vitória e senti-me particularmente orgulhoso de não cair numa possível armadilha, dessas que só semideuses caem. Fiquei curioso, mas decididamente não perseguiria aquele som.

A caminhada seguia por entre a floresta, desbravando por entre os salgueiros e carvalhos, tão antigos que provavelmente estavam lá antes mesmo da fundação do acampamento. Hora ou outra nos deparávamos com uma criatura mágica, saltitando pela floresta e desaparecendo de nossa visão por entre a densa vegetação que nos cercava.

A trilha começava a descer, passando por um caminho diferente pelo qual subimos, fazendo uma curva aberta demais para o meu gosto, retornando ao acampamento por outra trilha, que passava próxima a um lago.

Não deu para ver o lago em meio a densa vegetação, mas senti alívio ao saber que estávamos terminando a trilha, não suportaria nem mais quinze minutos naquela suplício.

Em dado momento, vi Kalel sair da trilha aparentando estar confuso ou incomodado com algo. Eu teria ignorado o fato, pensando que ele talvez estivesse indo fazer alguma necessidade fisiológica, não fosse a música que eu ouvira.

Não pensei muito nos prós e contras de minha decisão. Apenas segui por onde Kalel desapareceu em meio a folhagem. Imediatamente me arrependi disso.

Era um barranco íngreme e irregular e foi impossível conter o grito, quando eu pisei em falso e cai feito uma jaca, rolando morro a baixo, acumulando terra e folhas na já suada camiseta laranja do acampamento meio sangue. A mochila fora uma acréscimo de peso desnecessário para a queda.

Quando finalmente acabei de rolar, vi os arranhões ganhos na biblioteca abrirem e começarem a sangrar novamente, enquanto outros mais se juntavam aos já antigos. Para minha sorte nada havia sido quebrado na queda, felizmente meu arco, que eu soltara durante a queda, era robusto o suficiente para não se partir ao meio, era o bem mais preciso que eu possuía.

Levantei-me com dificuldade e o apanhei, que caíra próximo a mim. Tive sorte da espada estar devidamente embainhada, pois, caso contrário, teria sido perfurado nas costas pela lâmina de bronze. As setas da aljava não haviam quebrado, já que eram feitas de bronze e a aljava parecia estar bem.

Kalel deve ter tido uma descida mais digna que a minha, pois se encontrava no limite de minha visão, quase desaparecendo atrás de dois carvalhos de troncos grossos e raízes expostas. A música preenchia todo o local, com as notas agudas do violino invadindo minha mente tão agressivamente que tive que me ajoelhar, dessa vez não queria me atrair, era justamente ao contrário, queria me afastar.

— Kalel!! Não vá!! — Eu gritei, tentando me desvencilhar da mochila pesada.

Kalel não me ouviu, nem deu atenção para mim, desaparecendo atrás dos carvalhos, como num daqueles sonhos dramáticos. E eu tinha um bocado deles graças à conexão com minha irmã.

Dei alguns passos antes de ouvir o grito de Max, carregado de desespero, o som do violino ficando mais suportável, embora não parecesse menos perigoso.

Não sei o que teria acontecido se não tivesse me virado, mas o soco que eu defendi fora por puro reflexo. Existia uma diferença de força gritante entre nós e o impacto do soco me fez perder o equilíbrio, já tão parco por causa da recente queda, me fazendo voltar ao chão.

— O que você fez com ele? — Com a força e agilidade que Max possuía, ele montou em cima de mim com facilidade — O que fez com o Aron? — Ele disse, suas orbes azuis desfocadas.

Eu fiquei confuso, mas não tive tempo para dizer uma palavra se quer. Maximilian fechou suas grandes mãos em meu pescoço, bloqueando minha passagem de ar, enquanto eu me debatia em busca de oxigênio.

A parte estranha? Ele continuava me perguntando o que eu tinha feito à mim mesmo.

Gritava como se estivesse me vendo morto, ou coisa pior. A voz mais parecia de um animal que tivera seu filhote tirado de seu ninho, a raiva o transformando em uma fera cujo rugido fazia tremer as fundações do cosmos.

Eu teria morrido ali não fosse o chute que o derrubara no chão. O som do violino desaparecendo completamente do local, enquanto Alex entrava no foco da minha visão.

— Você ficou maluco? — Gritou o Menestrel irritado.

Tudo que eu conseguia fazer era tossir. A dor tornando minha respiração difícil, mal conseguindo obter o alívio de poder fazê-lo. Minha garganta parecia estar lotada de cacos de vidro descendo e subindo pelas vias respiratórias.

Não sei quanto tempo levou até que eu conseguisse parar de tossir e voltar ao meu normal, mas Alex ficara o tempo todo gritando com Max, que, pela primeira vez desde que eu chegara ao acampamento, estava sem palavras, totalmente perplexo com o que havia feito.

Quando me levantei, vi o arrependimento estampado em seu rosto, acho que vi lágrimas de ressentimento brigando para deixar as orbes do alemão, mas ele evitava a todo custo, parecia pronto para arrancar as próprias mãos, o que na minha opinião era exagero.

— Está tudo bem! — Eu garanti, antes que Alex começasse uma nova sessão de ofensas, mas claramente minha voz rouca dizia que não estava. — Temos que encontrar o Kalel.

Acho que não fosse toda a adrenalina eu teria caído ali mesmo. Tudo em mim doía, mas saber que havia a possibilidade de algo pior estar acontecendo com Kalel fora o suficiente para me manter em movimento, mesmo que tudo que eu quisesse fosse correr para minha beliche e dormir uma semana inteira.

Como eu suspeitava, o som vinha do lago. Passamos pelos carvalhos e seguimos por uma trilha estreita, lotada de subidas e descidas com pedras gigantes que eu tinha que escalar com a ajuda de Max e Alex.

Se a relação deles estava ruim antes, o recente incidente a tornara pior. Max ficava olhando para as marcas em meu pescoço e depois nervosamente para suas mãos, ainda com vontade de arranca-las por puro ressentimento. Alex estava pronto para engolir o alemão.

Durante o trajeto, Alex explicou o que acontecera. Segundo ele, o violino estava usando algum tipo de ilusão que fizera Maximilian ter alucinações, o que em sua opinião era por pura falta de resistência mágica.

— Porque eu não fui afetado? — Eu perguntei em dado momento.

— Não foi? — Ele me devolveu a pergunta.

— Eu a escutei inicialmente, mas... — Eu fiquei sem ter palavras para descrever a sensação que tive.

— Ou você tem naturalmente alguma resistência mágica, ou no momento em que te atacou, o som não estava usando toda a influência mágica que possui. — Ele interrompeu.

A primeira vez que ouvi, a trilha passava por uma distância considerável do lago, provavelmente isso enfraquecera a atração do som. Foi a única conclusão que consegui chegar.

— Você ouviu? — Eu perguntei, lembrando-me de sua expressão.

— Não exatamente... — Ele disse, sua expressão demonstrando claramente que procurava palavras para explicar. — ...Eu senti algo, mas não estava tão claro pra mim, foi estranho.

Definitivamente estranho era uma palavra que definia toda a situação.

Quando finalmente alcançamos o lago, vimos a autora do som em uma das muitas pedras que rodeavam o lago.

Ela tinha cabelos ruivos e seus olhos estavam fechados, enquanto os dedos finos dançavam pelas cordas do instrumento. Seu corpo dançava no ritmo do arco que subia e descia pelo violino, fazendo o vestido branco quase tomar vida com seus movimentos. A pele era branca, delicada e sedosa, com um rosto dotado de uma beleza tão incomum que fiquei parado observando-a por mais tempo do que deveria. Vi que os braços dela não aguentavam mais tocar e suas mãos começavam a errar as notas, como se tivesse pouca ou nenhuma vontade de fazê-lo. O som não nos afetava mais, mas parecia bem vivido em Kalel.

Alex foi quem me tirou do transe gritando por Kalel.

A garota parou de tocar, confusa com a situação, fitando-me com seus olhos castanhos, sua boca moveu-se, como se estivesse falando alguma coisa, mas sem emitir som algum.

Kalel enfim olhou para nós, suas orbes douradas varrendo o espaço, procurando por respostas, o que obviamente não encontraria tão rapidamente. Provavelmente seus sentidos ainda funcionavam muito bem, pois imediatamente ele retrocedeu alguns passos e juntou-se a nós.

A garota estava confusa com a situação, mas algo a fez voltar a tocar seu violino sem som. Só então eu percebi a relutância com que ela fazia isso. Seus ombros estavam rijos, como se forçados a continuar mantendo-se em movimento a contragosto da musicista. Talvez fosse essa falta de vontade que estava tornando o poder atrativo da música mais fraco.

De repente o choque de suas palavras mudas alcançaram meu cérebro: “Socorro”, era isso que ela tinha murmurado antes.

— Ela está sendo controlada! — Foi a primeira vez que ouvi a voz de Max desde o incidente. — Olha os fios! — Disse com urgência, apontando para alguma coisa atrás da garota.

Sinceramente eu demorei a ver do que se tratava, mas o reflexo do sol vespertino fora quem revelou os fios quase transparentes que envolviam o corpo da garota, controlando seus movimentos como se ela fosse uma marionete.

— Ali — Alex apontou para um ponto no lago atrás da garota, onde pequenas ondas se formavam. Era de onde os fios vinham.

Max não estava em seu normal. Ele era do tipo que pensava muito antes de avançar sobre o perigo. Não era covarde, mas costumava observar bem os prós e os contras e pensava em todas as possibilidades, preparando-se para voltar de um combate com o mínimo de arranhões possíveis. Por isso, eu jamais imaginaria que ele pularia no lago feito um idiota.

Ele passou pela garota feito um raio, saltando da pedra em que ela estava em direção a origem dos fios, desaparecendo na água cristalina. Não sei quanto tempo se passou até que ele emergisse, mas, para mim, pareceram horas de angústia.

Quando a cabeleira loira despontou na superfície, não estava sozinha.

Max estava preso em um abraço forte de uma mulher alta, uma cabeça mais baixa que ele. Se eu não estivesse tão acostumado as anormalidades da vida de semideus eu juro que teria borrado as calças.

A mulher era sinistramente linda, como poucas pessoas conseguem ser. Sua pele era pálida e tão fina, que podia-se ver as veias por baixo da pele. Seus cabelos eram brancos e lisos, caindo até o meio de suas costas. Usava um vestido branco, transparente e colado ao corpo por causa da água, exibindo uma silhueta feminina, seios fartos e curvas voluptuosas.

Ela sorriu, dentes bancos perfeitamente alinhados, exibindo dois caninos proeminentes. Seus olhos estavam vendados com uma faixa branca, provavelmente mais grossa que o vestido.

Percebi que os fios vinham de seus cabelos. A mulher fez crescer garras em suas unhas e cortou os fios, liberando a violinista, enquanto mantinha Max sob controle, que debatia-se inutilmente em seus braços. Eu fiquei confuso com a decisão, mas imediatamente o plano dela entrou em ação. A garota, até aquele momento presa, ao ver a liberdade diante de seus olhos, iniciou uma fulga desesperada em meio aos berros.

Por puro reflexo, nós tiramos os olhos do monstro, que identifiquei como sendo uma Vrykolaca, preocupando-se com a ruiva, que já desaparecia por entre as folhagens. Isso deu a vampira tempo suficiente de cravar seus caninos no pescoço de Max, que gritou de dor.

Minha reação ao grito foi instantânea, tencionei o arco e disparei a flecha contra o rosto da mulher, que a segurou no ar, antes de perfurar o crânio. Fiquei assustado por ter disparado uma flecha tão certeira apenas por reflexo, mas o fato de a ter segurado foi ainda mais surpreendente.

A mulher sorriu, soltando o corpo inconsciente de Max na pedra onde se encontrava a violinista. Ela veio em nossa direção dando passadas lentas e pacientes. Suas presas não teriam escapatória, não precisava ter pressa.

— Vou tentar manter as mãos dela ocupadas. — Disse Kalel, sacando duas adagas, que eu juro não ter visto antes.

Uma coisa estava me incomodando. Ela pudera segurar a flecha mesmo com a faixa nos olhos, o que era estranho. Como ela estava orientando-se?

Max estava deitado inconsciente na pedra e eu nada podia fazer enquanto aquela monstruosidade estivesse nos atacando. Ela estava calma e segura de que já havíamos sido encurralados, faltando apenas o golpe final em ambos.

Ao meu lado, Alex estava horrorizado com o desenrolar da situação. Dei-lhe uma pequena cotovelada para que ele voltasse à realidade, antes que fosse tarde demais para fazê-lo.

Kalel avançou contra a vampira que sorriu prazerosamente, como se estivesse para começar uma brincadeira muito divertida. Limitei-me a observar com o arco tensionado, pronto para disparar a próxima flecha.

A luta parecia estar em igualdade. Kalel era ágil e mais baixo que ela, o que lhe causava certa dificuldade, mas suas garras não vacilavam contra as adagas. Os movimentos do filho de Hermes às vezes me confundiam, pois suas adagas quase pareciam um borrão, embora não parecesse ter esse mesmo efeito na vampira.

Quando pensei que ela estava compenetrada na luta, mirei e disparei a flecha. Mesmo lutando com a Kalel, ela fora capaz de esquivar-se da flecha, que passara direto pelo ombro esquerdo. E flecharia o filho de Hermes, bem na clavícula direita.

Foi aí que eu percebi que fiz merda. Ela estava esperando aquela maldita flecha para acabar com aluga com o ágil filho de Hermes. A dor que Kalel sentiu o distraiu e, antes que ele conseguisse evitar, tomou um chute na boca do estômago que o fez desmaiar. Ela era muito mais forte do que se esperava.

— Kalel! — A voz de Alex quase me assustou.

Alex fez a coisa mais estúpida que podia: Correu pra ajudar Kalel e, de quebra, teve o seu corpo perfurado pelas garras da vampira, chegando a atravessar as costas do meu irmão.

Eu olhei a cena com desespero, vendo-os cair um após o outro.

Aqueci uma nova flecha e pus um efeito giratório nela, no momento exato que ela avançou em linha reta. Estava pronta para pegar a minha flecha como já havia feito antes

A flecha queimou a mão dela e não parou, girando em seu próprio eixo e cravando-se na clavícula esquerda, ouro derretido queimando a pele da serva vampírica. Aquilo impediu o seu avanço e eu lancei uma nova flecha velozmente em sua perna direita, cravando na carne.

Mirei mais uma, mas ela se esquivou para o lado, diminuindo a distância entre nós com mais velocidade do que eu imaginava ser possível. Ela arrancou a flecha que estava alojada em sua perna, deixando o ferimento cicatrizar bem a minha frente, sem maiores problemas. O ferimento no ombro, no entanto, continuava ardendo e saindo fumaça.

Desisti do arco e saquei a espada, aquecendo-a com o calor solar. Ela hesitou diante do calor da espada, o que me deu a chance de avançar num corte na horizontal.

Ela se esquivou e, com agilidade superior a minha, cravou as unhas em meu ombro esquerdo, o que me fez gritar de dor, mas, diante do sol que ainda estava presente, e, com a benção do sol, eu somos ente me dei o direito de ignorar o ferimento, me afastando um pouco para tentar entender a situação.

Eu imaginava que vampiras queimassem no sol, mas, obviamente, esse não era o caso. Em compensação, segundo as lendas, supostamente ela deveria ter fofoca e velocidades suficientes para me derrotar antes mesmo de eu ter a oportunidade de sacar a primeira flecha da aljava.

Claro que ela era poderosa, mas, se comparado ao mito vampírico, ela estava muito aquém de um Conde Drácula e eu já vi o filme.

A venda provavelmente era para proteger seus olhos da luz, aliás, o fato dela estar dentro da água também era um indicador de que estava evitando o contato solar.

Ela estava em desvantagem e eu, sob os raios solares, com toda a minha capacidade de batalha. Mesmo assim, não consigo imaginar um cenário em que vença esse embate.

Ela decidiu ignorar o calor da minha espada e avançar contra mim, eu ginguei, mas nutro que consegui fazer foi cortar suas unhas e me afastar feito um covarde, enquanto ela parecia disposta a terminar o que começara. Meu braço esquerdo não estava funcionando como deveria por causa do ferimento que ela me causara. O braço direito dela, estava inutilizado, mas mesmo com apenas uma mão, ela reagia aos meus ataque muito instantaneamente. E eu mal conseguia encontrar uma brecha.

Não sei por quanto tempo ficamos naquela dança, mas o desespero de meus irmãos em perigo acabou por me deixar de guarda aberta e ela conseguiu me desarmar, fazendo suas garras jogarem minha espada longe.

Eu temi socá-la com meu braço direito, mas ela agarrou forte o esquerdo e, num abraço de jiboia, me mordeu com força o ombro esquerdo.

Eu tentei me libertar, mas não tinha nada que eu pudesse fazer contra a força dela, ainda mais considerando que, enquanto eu me enfraquecia com a sua absorção dos meus glóbulos vermelhos, ela se fortalecia.

Meu braço direito batia inutilmente contra as costas dela, mas não havia absolutamente nada que eu pudesse azar para impedí-la a partir dali.

Foi no desespero que minha mão direita se dirigiu a aljava, aquecendo a flecha de ouro no mesmo instante que a tocou. Eu desci com ela na nuca , comi essda infeliz com tanta força e raiva, que senti a ponta queimar minha clavícula. Ignorei o ferimento com vigor, sacando mais uma flecha e fincando nas costas da criatura, que já se engasgava com o sangue que ansiava tanto beber.

A segunda flecha eu consegui cravar na cabeça dela e a vi virar pó dourado, desfazendo-se junto com a brisa do vento soturno.

Eu cai no chão, minha consciência se esvaindo aos poucos, conforme o sangue me deixava pela ferida em meu ombro.

A última coisa que vi antes de desmaiar foi a violinista junto com o grupo que estava fazendo trilha.

Acordei no dia seguinte na enfermaria. Todos estavam salvos. Ainda bem.

Observação:

Equipamentos:

Poderes Passivos:

Poderes Ativos:

#1

Hera

Hera
Deusa Olimpiana
Deusa Olimpiana
Aprovada
Considerações: Ficou bem divertida de se ler, só achei difícil entender quem era quem. 

Exp Recebida: 1250[x2]
Dracmas Recebidos: 500[x2]

#2

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